MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 4 de março de 2012

Putin deve conquistar terceiro mandato na Rússia neste domingo


Presidente por dois mandatos, premiê é favorito em eleições presidenciais.
Sob temor de fraudes, grupos opositores prometem monitorar a votação.

Do G1, com agências internacionais

Em meio a acusações de fraude nas eleições parlamentares do ano passado e protestos sem precedentes desde que chegou ao poder, o primeiro-ministro Vladimir Putin deve conquistar um terceiro mandato como presidente nas eleições presidenciais deste domingo (4).

As pesquisas apontam que Putin pode conquistar o cargo ainda no primeiro turno, com cerca de 60% dos votos. Se confirmado, o ex-agente da KGB (polícia secreta russa) terá completado quase 12 anos de predomínio na política local.

Depois de dois mandados de quatro anos como presidente, em 2000 e 2004, Putin conseguiu eleger o atual presidente e aliado, Dimitri Medvedev –como no Brasil, a lei eleitoral não permite um terceiro mandato consecutivo. Tornou-se então primeiro-ministro, mas a percepção geral é de que continuou sendo o político mais poderoso do país.
Homem caminha perto de catedral no centro da capital Moscou, refletida em poça d'agua, a dois dias das eleições presidenciais (Foto: Sergei Supinsky / AFP)Homem caminha perto de catedral no centro da capital Moscou, refletida em poça d'agua, a dois dias das eleições presidenciais (Foto: Sergei Supinsky / AFP)


Além dele, disputam o cargo o líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, que aparece com apenas 15% das intenções de voto; o nacionalista Vladimir Zhirinovsky; o líder do partido Só Rússia, Sergei Mironov, e o empresário e milionário Mikhail Prokhorov.

ProtestosEm dezembro, após suspeitas de fraudes nas eleições parlamentares, Moscou foi palco de protestos da oposição - os maiores do tipo desde o colapso da União Soviética. Uma primeira onda de manifestações que se espalhou por São Petersburgo e outras cidades foi reprimida com centenas de prisões e dezenas de condenações.
Os movimentos, no entanto, tiveram pequeno impacto na popularidade de Putin junto ao grande eleitorado. No entanto, deram início a uma série de campanhas para que se monitore mais de perto as eleições.

De acordo com a BBC, dois grupos independentes de monitoramento de eleições, a Liga de Eleitores, formada em janeiro por líderes dos protestos de dezembro, e o Rosvybory, administrado pelo blogueiro e ativista anticorrupção Alexei Navalny, têm usado campanhas no YouTube e em aplicativos de celular para recrutar voluntários.
Combinação de fotos mostra o premiê russo Vladimir Putin e seus rivais na campanha (a partir da esq.):  o comunista Gennady Zyuganov; o candidato independente Mikhail Prokhorov; o líder do Partido Democrata Liberal Nacionalista, Vladimir Zhirinovsky e  o  (Foto: Reuters)Combinação de fotos mostra o premiê russo Vladimir Putin e seus rivais na campanha (a partir da esq.): o comunista Gennady Zyuganov; o candidato independente Mikhail Prokhorov; o líder do Partido Democrata Liberal Nacionalista, Vladimir Zhirinovsky e o (Foto: Reuters)


Putin reagiu afirmando que seus rivais planejam fraudes e até homicídios para macular a eleição presidencial. "Certos mecanismos serão usados para mostrar que a eleição foi falsificada. Desculpe pela frase, mas eles vão ferrar alguém e aí vão colocar a culpa nas autoridades. Esse tipo de gente está preparada para fazer qualquer coisa. Não estou exagerando", disse.

Como premiê, também propôs mudanças. A principal foi uma ordem para que sejam instaladas câmeras em todos os 96 mil postos de votação do país. A Comissão Central de Eleição determinou que todos os diretores de postos de votação sejam obrigados a exibir diante das câmeras todas as páginas dos registros de comparecimento.

Críticos dizem que não há gente suficiente para examinar todos os vídeos que serão gerados no processo. Além disso, monitores da oposição não terão acesso aos vídeos.

CampanhaComo no passado, Putin conta com o apoio dos principais canais de televisão, que são estatais. Ele causou indignação entre alguns opositores ao não participar de debates televisivos, alegando uma agenda muito ocupada no cargo de premiê.

A cobertura recente da TV estatal o mostra como um líder forte e masculino, capaz de defender os interesses nacionais russos dentro do país e no exterior.

Imagem que Putin faz questão de reforçar até mesmo em peças de campanha, como o vídeo, que se tornou sucesso no YouTube, em que é apresentado como o candidato dos sonhos de uma jovem russa ao consultar uma vidente preocupada com sua “primeira vez” nas urnas.

Aos 58 anos, Putin já se deixou fotografar descendo ao fundo do mar em um submarino, pilotou um carro de Fórmula 1 e um bombardeiro, caçou uma baleia e dominou um tigre na Sibéria. Fotos em que aparece cavalgando, sem camisa, com um fuzil em meio à natureza, mostraram aos russos que o premiê se mantém em plena forma.

"Putin sucedeu Boris Yelsin, fraco e velho. A Rússia queria um presidente que fosse forte e ativo", comentou o ex-conselheiro do Kremlin Gleb Pavloski.
Trabalhadores fixam cartaz com os rostos do primeiro-ministro Vladimir Putin, candidato à Presidência da Rússia, e o atual presidente, Dimitri Medvedev (Foto: Eduard Korniyenko / Reuters)Trabalhadores fixam cartaz com os rostos do primeiro-ministro Vladimir Putin, candidato à Presidência da Rússia, e o atual presidente, Dimitri Medvedev (Foto: Eduard Korniyenko / Reuters)


VoltaO anúncio da volta dele, no entanto, provocou comparações com os 18 anos de poder do líder soviético Leonid Brejnev, período conhecido como a época do "estancamento".
Eleito pela primeira vez para presidente com 53% dos votos, quando era chefe de Estado interino, após a renúncia de seu antecessor Boris Yeltsin, Putin foi reeleito triunfalmente em 2004 com mais de 71% dos votos, depois da guerra iniciada na Tchetchênia, em resposta a sangrentos atentados em Moscou.
O rápido aumento do nível de vida, graças à elevação dos preços mundiais do petróleo, e uma política de recuperar o lugar do país no tabuleiro mundial, nutriram esta popularidade, segundo especialistas.
Seu sucessor em 2008, Medvedev encarnou durante certo tempo as esperanças de liberalização, mas anunciou em setembro que não se candidataria à reeleição e que se retiraria para deixar o lugar para o seu mentor.
Uma reforma constitucional aumentou o mandato presidencial de quatro para seis anos. Putin pode, teoricamente, ficar no poder por mais dois mandatos, o que significa mais 12 anos, até 2024.

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