MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 28 de março de 2012

Exigir cargo e verba não é 'toma lá da cá', diz líder do PMDB


Henrique Eduardo Alves fez desabafo em discurso no plenário da Câmara.
Ele negou chantagem da Casa para votar projetos de interesse do governo.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que negou 'chantagem' da Câmara sobre o Executivo (Foto: Beto Oliveira/Agência Câmara)O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN),
que negou 'chantagem' da Câmara sobre o
Executivo (Foto: Beto Oliveira/Agência Câmara)
O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmou nesta quarta-feira (28), em discurso no plenário da Casa, que reivindicar cargos no governo federal e exigir liberação de emendas parlamentares (verbas para obras locais) não é "toma lá da cá".
O peemedebista fez um desabafo ao criticar reportagens que dizem que o Congresso estaria fazendo exigências e "chantagens" para votar projetos de interesse do governo federal. "Emenda não é concessão de Poder nenhum. É uma previsão orçamentária. O deputado é interlocutor de suas bases, de suas comunidades. Mas fica como se fosse um toma lá da cá", disse.
Sobre a reivindicação por cargos, Alves explicou que, por fazer parte da base aliada, tem direito de indicar "pessoas competentes" para assumir funções no Executivo. "É mais justo a pessoa ser indicada por uma pessoa só ou um conjunto de partidos responsáveis e independentes? Quando lutamos por cargos não é essa palavra pejorativa do toma lá da cá. É por sermos sócios da gestão que queremos colocar pessoas competentes."

Segundo Henrique Eduardo Alves, as exigências da base não significam "toma lá dá cá, mas sim respeito cá e em todo lugar". "Essa carapuça de toma lá dá cá eu não aceito", afirmou. O discurso do deputado foi muito aplaudido pelos demais parlamentares presentes em plenário.

Em entrevista à revista "Veja" publicada no sábado (24), a presidente Dilma Rousseff negou, segundo a publicação, que exista crise política entre o Palácio do Planalto e o Congresso - mas disse não gostar "desse negócio de toma lá dá cá" nas relações com a base aliada.

"Não gosto desse negócio de toma lá dá cá. Não gosto e não vou deixar que isso aconteça no meu governo. Mas isso nada tem a ver com a troca dos líderes. Eles não saíram por essa razão", disse a presidente, conforme reproduziu a publicação.

Dilma mantém no Congresso uma relação tensa com a base aliada ao governo, que resultou, entre outros episódios, na troca dos líderes do governo no Senado e na Câmara, e em derrotas nas últimas semanas em temas prioritários ao Planalto. Governistas reclamam da falta de diálogo com o Executivo e da postura "impositiva" da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, responsável pela articulação política do governo.
Discurso de desabafo de Henrique Alves foi feito antes da votação da Lei Geral da Copa, que sofreu sucessivos atrasos na Câmara (Foto: Beto Oliveira/Agência Câmara)Discurso de desabafo de Henrique Alves foi feito
antes da votação da Lei Geral da Copa, que sofreu
sucessivos atrasos na Câmara
(Foto: Beto Oliveira/Agência Câmara)
Lei da Copa
Henrique Eduardo Alves também afirmou que foi legítima a recusa da base aliada em votar a Lei Geral da Copa antes que fosse marcada uma data para análise do Código Florestal. Ele elogiou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), pelo acordo que permitiu a votação das regras para o mundial nesta quarta.
Em negociação que não contou com a participação da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Maia se comprometeu a votar o Código Florestal até o final de abril, o que satisfez a bancada ruralista. "Parabéns presidente Marco Maia pela sua sensibilidade. Sua postura é de respeito ao plenário. Parabéns por esse gesto que une o plenário. Essa é a casa do povo brasileiro", disse.
O Planalto tentava adiar a votação do Código Florestal por discordar do texto do relator da matéria na Câmara, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que faz concessões aos ruralistas. O governo não queria marcar uma data de votação, conforme exigido pela base aliada, por considerar que se tornaria "refém" desse tipo de exigência em futuras votações.

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