MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 23 de março de 2012

Com grande número de museus, Bahia ainda busca fortalecer cultura


Dimus e Ibram firmaram parceria para desenvolvimento de ações conjuntas.
Possível criação do Instituto Baiano de Museus prevê crescimento do setor.

Tatiana Maria Dourado Do G1 BA
Ampliar o acesso da população às exposições, conservar as coleções e o patrimônio público, e criar iniciativas de capacitação e qualificação técnica aos profissionais do setor estão no rol das ações conjuntas que serão desenvolvidas entre a Diretoria de Museus da Bahia (Dimus-IPAC) e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), parceria concretizada durante o Projeto Conexões Ibram, cuja 1ª edição ocorre na capital baiana até esta sexta-feira (23). O termo de cooperação foi assinado na quarta-feira (21) pelo secretário de Cultura do estado, Albino Rubim, e pelo presidente do Ibram, José do Nascimento Júnior.
Assinatura do termo de coperação (Foto: Divulgação/Secult)Secretário Albino Rubim (cinza) e presidente do Ibram
assinam termo (Foto: Divulgação/Secult)
"Salvador é a quarta ou quinta capital com maior número de museus do país e, só por isso, já merece uma política diferenciada, no sentido de ter uma integração maior no circuito comum, na programação dos museus, na renovação expositiva, na qualificação do estado", afirma o presidente do Ibram.
Em termos de acréscimo orçamentário, um dos pontos previstos no termo, não há valores estipulados até o momento, apesar do alerta para a "grande defasagem e necessidade de investimento" no estado, citada pelo gestor nacional de museus.
O setor museológico da Bahia pode ser fortalecido, no entanto, após a criação do Instituto Baiano de Museus (Ibam), projeto elaborado pela Secretaria de Cultura, que está sendo finalizado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). Liberado pelo PGE, o governador do estado, Jaques Wagner, encaminhará o projeto para votação na Assembleia Legislativa. "Isso demonstra que a Bahia quer sair na frente de outros estados. A criação colocará o estado na vanguarda da gestão de museus no país, no sentido de ter um órgão próprio", acrescenta o presidente do Ibram.
Nunca se teve tanto desejo por memória. Isso é resultado de um mundo em transformação."
Maria Célia, diretora da Dimus
De acordo com a diretora da Dimus, Maria Célia Moura Santos, a vontade de implantar o Instituto Baiano de Museus existe há cerca de cinco anos, mas a ideia foi repensada recentemente com a colaboração da classe museológica. "A Bahia é o primeiro estado a propor um instituto de museus. Será uma autarquia com o objetivo de formular políticas e oferecer apoio técnico de gestão administrativa a todos os sete museus vinculados ao estado, além daqueles presentes nos territórios de identidade, o que dará mais autonomia no funcionamento desses espaços", afirma.
MAM - BA (Foto: Divulgação/MAM-BA)Museu de Arte Moderna da Bahia, situado
no Solar do Unhão (Foto: Divulgação/Dimus)
Investimento
Enquanto o Ibam não é efetivado, a Dimus estabeleceu eixos prioritários para serem trabalhados este ano, dentre os quais, a reestruturação de edifícios, a requalificação de museus e de suas coleções, além do desenvolvimento de ações culturais e educativas. Um dos tópicos da pauta do ano, segundo a diretora, atua no sentido de repensar a política de arrecadação dos museus por meio da bilheteria. Atualmente, nenhum museu público do estado cobra ingresso aos visitantes.
Para Maria Célia, a medida pode ser alternativa complementar ao atual orçamento, considerado "insuficiente" para as necessidades do setor. "O investimento não é suficiente para a demanda de preservação dos prédios, equipamento, quadro de pessoal, mas tem aumentado gradualmente por conta do contexto geral. Quando tivermos o instituto, teremos um orçamento próprio. Hoje, ele varia de acordo com os projetos e é vinculado ao IPAC. O valor deste ano ainda está sendo aprovado", relata.
O maior acesso à educação da população e interesse dos jovens por cultura estimula a pensar políticas como o Ibam, afirma a diretora  -  ela ressalva que o número de curso de graduação em museologia, por exemplo, cresceu de três em 2003 para 14 ao longo dos últimos anos, em todo o país. "É um momento na contemporaneidade, os processos culturais, criativos, estão alimentando a sociedade da informação. Nunca se teve tanto desejo por memória, respeito às diversidades, isso é resultado de um mundo em transformação. Há uma demanda imensa para pessoas qualificadas e estamos, inclusive, estimulando a criação de novos cursos nas universidades", acrescenta.
Palácio da Aclamação (Foto: Vivi Freitas/Dimus)Vista para o jardim do Palácio da Aclamação, no Campo Grande, em Salvador (Foto: Vivi Freitas/Dimus)

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