Levantamento de dados está parado há mais de um ano na Prefeitura.
Especialista afirma que Natal já perdeu 30% da cobertura vegetal.
De acordo com pesquisador, Natal já perdeu 30% da cobertura vegetal ao longo dos últimos anos (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Nos últimos anos, conforme dados publicados pelo pesquisador Magdi
Aloufa, coordenador do Laboratório de Biotecnologia de Conservação de
Espécies Nativas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), Natal já perdeu 30% da sua cobertura vegetal. As consequências
desta perda podem ser sentidas, segundo o especialista, no aumento da
sensação térmica de calor e na redução dos espaços verdes para lazer e
entretenimento da população."Nosso projeto era fazer um inventário com o perfil detalhado de cada uma das árvores, identificando a espécie e o estado de saúde de cada uma delas. Entretanto, não conseguimos concluir", lamentou Magdi Aloufa. Dentre os problemas enfrentados pela equipe do pesquisador, estava o atraso no repasse dos recursos pela Prefeitura de Natal.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, João Bosco Afonso, foi procurado para comentar o assunto. Entretanto, não respondeu ou retornou às tentativas de contato telefônico. O secretário adjunto, Eugênio Bezerra, disse que somente Bosco Afonso poderia falar sobre o levantamento florístico e as questões envolvendo o professor Magdi Aloufa. A promotora de Defesa do Meio Ambiente, Rossana Sudário, também foi procurada mas não retornou ou atendeu as ligações.
O especialista ressaltou que os assuntos relacionados ao ordenamento florístico da capital foi esquecido por muitos anos. "É um projeto que deve ser executado com eficiência e sem demora", enfatizou. Sobre a possibilidade da própria Semurb assumir o levantamento, Magdi Aloufa afirmou que achava pouco provável, pois há mais de um ano o estudo foi paralisado e nada foi feito pela Secretaria Municipal. Em Mirassol, um dos bairros pesquisados, foram identificadas quatro mil árvores.
Baobá do Poeta
Baobá do Poeta teria sido fonte de inspiração do
escritor Saint-Exupéry no livro 'O Pequeno Príncipe'
(Foto: Ricardo Araújo/G1)
A história de uma das mais antigas e maiores árvores dentro da área
urbana de Natal pode ter sido de pano de fundo para a trama de um dos
livros mais lidos no mundo: 'O Pequeno Príncipe'. Seu autor, Antoine de
Saint-Exupéry, desempenhava dentre as funções de escritor, a de piloto
de avião. Ele teria passado por Natal em julho de 1939, a caminho da
Argentina. Para o escritor e advogado Diógenes da Cunha Lima, a vinda do
francês a Natal é inegável.escritor Saint-Exupéry no livro 'O Pequeno Príncipe'
(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Diógenas da Cunha Lima, em seus escritos, afirmou que a fonte de inspiração de Exupéry para o livro 'O Pequeno Princípe' foi o RIo Grande do Norte e, principalmente, Natal. Isto porque, o livro é ilustrado com desenhos de dunas, da estrela-cometa, um dos símbolos da cidade, falésias e de um vulcão, provavelmente o Pico do Cabugi, além do baobá. Teria sido, inclusive, em homenagem a Saint-Exupéry, que o Baobá ganhou o complemento 'do Poeta'.
Baobá é uma espécie rara no Brasil e tem 19
metros de altura e 6 metros de diâmetro
(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Apesar da importância história e da imponência da árvore, o descaso com
a limpeza pública do entorno do Baobá é evidente. Lixo e entulho se
acumulam na calçada e, durante à noite, usuários de drogas se escondem
atrás do grandioso para consumirem entorpecentes. O Baobá do Poeta fica
localizado na Rua São José, em Lagoa Nova, próximo ao cruzamento com a
Avenida Alexandrino de Alencar.metros de altura e 6 metros de diâmetro
(Foto: Ricardo Araújo/G1)
Em maio de 2009, o engenheiro francês François d’Agay, sobrinho do escritor e aviador Antoine de Saint-Exúpery, visitou Natal e o “Baobá do Poeta”. Na ocasião, o engenheiro disse que aquela era a primeira vez que conhecia um exemplar da árvore, que tem origem africana.
Ilustração do livro 'O pequeno príncipe' (Foto: Divulgação)
O Baobá é considerada a árvore símbolo do livro “O Pequeno Príncipe”,
de autoria de Saint-Exupéry. No Brasil, existem vinte exemplares da
espécie e, segundo a opinião do engenheiro francês, a que está em Natal
teria inspirado a célebre obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário