Médicos faltam e pacientes da Santa Casa de Vitória ficam sem consulta

Segundo diretoria, 3 médicos faltaram nesta sexta e causas serão apuradas.
'Nem animais são tratados tão mal quanto o ser humano', diz paciente.

Do G1 ES

Com consulta marcada para a manhã desta sexta-feira (28), a aposentada Maria Margarida dos Santos, moradora de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, precisou acordar às 2h para chegar até a Santa Casa de Misericórdia, em Vitória, mas teve que voltar para casa sem atendimento. O problema, relatado pela diretoria da unidade de saúde, é que três médicos não foram trabalhar. O motivo da falta não foi informado, mas a Santa Casa disse que vai apurar.
"Na Santa Casa de Cachoeiro não tem equipe médica para atender o meu problema, então me encaminharam para Vitória. Minha consulta estava marcada para 7h", explicou a aposentada, que precisou pegar carona com um vizinho para chegar à capital.

Com dores na coluna, o cozinheiro Derly Lantério também estava com consulta marcada para 7h desta sexta. Com a falta de atendimento, ele teme que os exames que pagou para realizar percam a validade até a próxima consulta. "Já está perdendo a validade, depois de três meses não servem mais", explicou.
A Santa Casa de Misericórdia informou que, dentro do ambulatório, há 31 médicos trabalhando normalmente nesta sexta, e que apenas três faltaram: um oftalmologista, um neurocirugião e um médico de coluna. A diretoria explicou que muitas consultas são marcadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e que a unidade não tem os telefones dos pacientes para avisar quando há cancelamentos.
"Quando a relação nos nomes dos pacientes com os dados chega até nós, usamos nossos recursos para ligar para essas pessoas quando acontece um problema. Isso é natural em qualquer profissão e na medicina também. Infelizmente, nesse caso de hoje, não tínhamos o contato desses pacientes", explicou o diretor médico André Carnevali.
Apesar das explicações, os pacientes relataram como se sentiram frente à situação. "Nem os animais estão sendo tratados tão mal quanto o ser humano está", disse a aposentada Maria Margarida.