Zé Dog diz que pretende expandir e montar franquias em outros estados.
Ele vende cachorro-quente em avenida de Cuiabá desde 1988.
Zé Dog vende cachorro-quente na região central de
Cuiabá (Foto: Pollyana Araújo/G1)
Há mais de duas décadas vendendo cachorro-quente em uma praça na
Avenida Isaac Póvoas, na região central de Cuiabá, o bacharel em direito
José de Souza, conhecido como "Zé Dog", conta com uma clientela fiel
que garante a venda de cerca de mil cachorros-quentes por noite ao custo
de R$ 6 cada. Ele trabalha no mesmo local desde 1988 e se orgulha em
dizer que conseguiu "construir um império".Cuiabá (Foto: Pollyana Araújo/G1)
"No primeiro dia que montei a barraca, vendi 13 cachorros-quentes e, durante o primeiro ano de negócio, vendia uma média de 25 por dia. O crescimento se deu com o tempo e muita persistência. Considero ter construído um império", declarou o comerciante, que pretende, inclusive, expandir o negócio e espalhar franquias por vários estados, não só em Mato Grosso. Para isso, contou que está elaborando um projeto. "Não tenho pressa e quero fazer algo bem elaborado", pontuou.
Com a ajuda de outras sete pessoas, ele monta o trailer por volta das 19h e só fecha às 7h do dia seguinte. "Tem alguns dias que a gente fica até as 8h, dependendo do movimento de clientes", disse, ao citar que muitas vezes se forma uma grande fila de pessoas aguardando para serem atendidas.
Isso porque o cachorro-quente é simples. Contém salsicha, milho, vinagrete, batata palha, mussarela, bem como a maionese caseira, catchup e mostarda. No entanto, o tempero é tão bem aceito que já atraiu até mesmo artistas nacionais, como o ator Bruno Gagliasso, por exemplo, que foram até o trailer personalizado com a imagem de um cachorro, em alusão ao produto vendido.
Apesar do trabalho durante toda a noite, Zé Dog explica que a tarefa mais árdua é o preparo dos produtos. "Montar o cachorro-quente aqui é fácil, mas, antes disso, todos os dias temos que deixar os pães cortados, fazer o molho e a maionese". Ele disse, no entanto, que todos sentem prazer em preparar o cachorro-quente que vem garantindo o sustento da família por 24 anos. O negócio só não abre às segundas-feiras. Porém, a exceção se dá quando a segunda-feira cai em um feriado ou na véspera de feriado.
Comerciante começou a vender cachorro-quente em 1988 (Foto: Pollyana Araújo/G1)
Com 45 anos de idade e formado em direito há quase sete anos, o
comerciante disse que vai começar a estudar para prestar o exame da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), exigido para que os graduados em
direito possam atuar como advogados. No entanto, ele avalia que a
carreira de advogado depende de muitos fatores, entre eles a
persistência e o tempo para conquistar os clientes, assim como na venda
de cachorro-quente. Por isso, disse que ainda não sabe se é uma boa
ideia seguir a carreira, embora não queira parar de estudar.
O segredo para alavancar o negócio é a persistência"
Zé Dog
Outro fator que pode ter contribuído com o sucesso, que faz com que ele lucre muito mais do que muitos advogados, é o carinho com que faz o tradicional cachorro-quente e a dedicação que tem ao negócio. "Atendo a todos do mesmo modo, até para que as crianças possam voltar aqui quando adultos", declarou.
Aposta na diferença
Com sucesso semelhante ao alcançado por Zé Dog, uma família de Cuiabá montou uma rede de sorveterias depois de quase 10 anos fazendo sorvetes e picolés de sabores exóticos, principalmente de frutos do cerrado, nos fundos da residência. No início, além da matriarca Eunice Maria de Abreu, outras duas pessoas trabalhavam no local e hoje o negócio emprega quase 30 pessoas, ou seja, 10 vezes mais, sendo que sete delas pertencem à mesma família.
Fachada da sorveteria que fica na Avenida Isaac Póvoas,
na capital (Foto: Vívian Lessa/G1)
Há pouco mais de um ano, os empresários compraram duas lojas em
movimentadas avenidas na região central de Cuiabá e, de acordo com a
filha de Eunice, Hallyni de Abreu Teodoro, nesse período, a microempresa
já obteve lucro. Na avaliação dela, o segredo do sucesso é fabricar
produtos de qualidade e com muita dedicação. "Tem que gostar do que faz e
a qualidade é o segredo de tudo", avaliou.na capital (Foto: Vívian Lessa/G1)
Eles decidiram fazer picolés durante uma dificuldade financeira. "Minha mãe estava em Cuiabá passando por dificuldades e meu tio, que mora em outro estado, resolveu ajudá-la e montou uma fabriqueta de picolé no fundo da casa dela no bairro Jardim Cuiabá", lembrou a empresária, que hoje é gerente de uma das sorveterias.
Aos poucos, à medida que os negócios foram crescendo e com o aumento da demanda, outros familiares foram se juntando. Primeiro foram os filhos de Eunice. Hallyni, por exemplo, é pedagoga e deixou a sala de aula há seis anos para investir na microempresa. "Graças a Deus tudo está dando certo e hoje as pessoas nos procuram para saber como montar franquias nos bairros", conta. Hoje, além dela e da mãe, o marido, a irmã, o irmão, dois sobrinhos e um cunhado trabalham na microempresa, dividindo as tarefas. Alguns na parte administrativa, outros são responsáveis pelas finanças e o cunhado é chefe de produção.
Sabores
Hallyni conta que a mãe sempre fez questão de escolher sabores de frutos típicos do cerrado mato-grossense para os picolés e sorvetes, alguns deles bem exóticos, como os de bocaiúva, cajá e pequi. Os produtos são feitos com a própria fruta fresca. "Temos um ditado: caiu do pé, vira picolé", brinca a microempresária. Segundo ela, apenas picolés e sorvetes com sabores de frutos que não são nativos da região, como açaí, por exemplo, são feitos a partir da polpa.
Ao todo, a rede produz picolés e sorvetes de mais de 60 sabores diferentes. "São exóticos e ao mesmo tempo feitos com frutos da região que a maioria dos cuiabanos conhece. A minha mãe é apaixonada por Cuiabá e valoriza muito o cerrado daqui", avaliou.
O furrundú, típico doce cuiabano feito com mamão verde, também virou sorvete, assim como o jatobá. No entanto, Hallyni conta que o picolé de côco ainda continua sendo o primeiro da lista de mais vendidos. Em segundo lugar vem o amendoim, seguido do cajá-manga e de queijo com goiabada, mais conhecido como Romeu e Julieta. Já dos sorvetes, o preferido dos clientes é o sabor de torta alemã, assim como os de cupuaçú e bocaiúva.
Expansão
De acordo com Hallyni, antes de montar o negócio, não foi feita análise de mercado e em mais de nove anos os produtos fabricados eram vendidos em freezeres distribuídos em estabelecimentos comerciais, como lojas de conveniências e mercearias.
No entanto, o sonho da mãe dela era possuir uma loja que servisse de vitrine para os produtos e como surgiu a oportunidade de expandir mais eles decidiram encarar o desafio e ampliar o negócio
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