Criadores de suínos pediram socorro em Brasília.
Custo da ração desestabilizou mercado das aves.
No segundo semestre o preço da carne suína foi subindo. O valor do quilo do animal vivo no Rio Grande do Sul ficou baixo durante todo o primeiro semestre. Em julho, começou a se recuperar e chegou em dezembro a R$ 2,80. O problema, segundo os criadores, é que o custo de produção também continuou aumentando.
O presidente da Associação Gaúcha dos Criadores de Suínos, Valdecir Folador, acha, no entanto, que o setor tem boa perspectiva para 2013.
Os criadores de frango também enfrentaram muitas dificuldades durante o ano. Não foi nada fácil atravessar 2012. Segundo a Ubabef, a União Brasileira de Avicultura, os abatedouros demitiram mais de 10 mil funcionários ao longo do ano e 20 das suas 33 empresas associadas enfrentaram problemas financeiros.
Uma das piores situações, ocorreu no município de Mandirituba, no Paraná. A empresa Diplomata parou de enviar ração para os granjeiros, o que provocou uma elevada mortandade de aves.
Os próprios criadores ficaram com a tarefa de se livrar das aves mortas. Jogadas a céu aberto ou em buracos improvisados, elas representam um risco sanitário e podem contaminar o lençol freático.
Na sede da União Brasileira de Avicultura, em São Paulo, o presidente Francisco Turra disse que a alta de 40% no custo da ração em 2012 desestabilizou o setor.
A avicultura brasileira deve fechar o ano com uma produção de 12,5 milhões de toneladas de carne de frango, queda de 4% em comparação com o ano passado.
Na pecuária de corte, 2012 foi de boas chuvas e boa pastagem em quase todo o Centro-Sul do país, mas o preço da carne caiu no mercado externo e as fazendas brasileiras trabalharam em todo o primeiro semestre com o valor da arroba do boi gordo bem abaixo de 2011. O mês de agosto foi o pior com R$ 89 contra R$ 98 do ano anterior. Aí, começou uma recuperação, mas 2012 termina com o preço ainda perdendo terreno.
O acompanhamento que o IBGE faz junto aos frigoríficos confirma o aumento da oferta ocorrido ao longo de 2012. O número de animais que foram para o abate aumentou 6% e outra revelação importante é o crescimento no abate de vacas.
Em 2011, do total de animais que iam para os frigoríficos, 34% eram de vacas. Este ano, esse número cresceu para 38%.
Além do preço baixo, a pecuária de corte teve que administrar agora no final do ano as consequências de um fato marcante: o aparecimento no país do primeiro caso do agente causador da doença da vaca louca em uma fazenda localizada no município de Sertanópolis, a 20 quilômetros de Londrina.
O ministério da Agricultura informou aos parceiros comerciais, importadores e à comunidade científica internacional que tomou todas as providências necessárias. Uma delas foi abater os outros animais que estavam na fazenda e que tinham sido adquiridos no mesmo leilão, junto com a vaca contaminada.
O veterinário Amauri Alfieri, que acompanhou o caso desde o início, disse que tudo indica tratar-se de um caso isolado.
Em fevereiro, a OIE, Organização Mundial de Saúde Animal, vai decidir se muda ou não a atual classificação do Brasil, que é de risco insignificante para a doença da vaca louca.
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