MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 2 de setembro de 2012

Revendedores de carros seminovos tentam sobreviver ao IPI, no AM


Dificuldades de financiamento em bancos estimulam procura por usados.
Desvalorização do preço atrai quem deseja comprar mais barato.

Mônica Dias Do G1 AM

Feira reúne oito mil pessoas por domingo procurando carros usados (Foto: Mônica Dias/G1)Feira reúne oito mil pessoas por domingo procurando carros usados (Foto: Mônica Dias/G1)
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aqueceu as vendas de carros zero quilômetro nas concessionárias de Manaus. Por outro lado, o mercado de usados e seminovos tenta sobreviver às facilidades ofertadas pelos preços mais baixos do IPI. Revendedores que desejam vender ou negociar o veículo investem na negociação. A não necessidade de emplacamento, dificuldade de financiamento e a desvalorização atraem consumidores nas feiras de usados.
O G1 foi em um dos pontos mais famosos da capital em venda de veículos dessa categoria, a feira da Cidade Nova, Zona Norte de Manaus, e encontrou revendedores otimistas, mesmo com as facilidades oferecidas pelo IPI para carros novos. O local reúne, atualmente, cerca de oito mil pessoas todos os domingo.

O organizador da Feira, Eldo Oliveira, contou ao G1 que a média de vendas dos veículos não diminuiu em relação ao ano passado. Ele disse que os modelos populares continuam com a maior aceitação no mercado. "Ofertamos cerca de 1200 veículos por domingo e conseguimos vender, durante a feira, uma média de 60, além dos que ficam para ser negociados durante a semana. A procura por carros populares foi um pouco afetada no início, mas eles continuam saindo. A procura por carros mais sofisticados não foi afetada em nada", disse.

Eldo apontou, como um dos principais motivos para a procura por carros usados mesmo com a redução de preço dos carros novos, a dificuldade de financiamento e empréstimos nos bancos. "Quem tem pouco dinheiro para dar de entrada ou vai precisar fazer empréstimos para conseguir, não sai tão beneficiado na compra de um carro zero. Aqui as pessoas podem fazer diversos acordos para sair com o carro, como a troca de veículos", disse.
O operador Francisco Gomes está vendendo seu carro por R$3 mil a menos por causa da redução do IPI (Foto: Mônica Dias/G1)Operador Francisco Gomes está vendendo carro por R$3 mil a menos por causa da redução do IPI (Foto: Mônica Dias/G1)

Público aproveita desvalorização
O benefício, que foi prorrogado nesta semana, zerou a alíquota nos carros de motor um ponto zero produzidos no Brasil e reduziu de 11 para 6% nos motores de um a dois ponto zero. A diferença no valor final dos transportes novos foi proporcional a desvalorização do valor de mercado dos semi novos e usados.

O operador Francisco Gomes, de 45 anos, sentiu na pele a diferença. O carro dele, Fiat Uno do ano de 2007, era avaliado, segundo o site da Fundação Instituto e Pesquisas Econômicas (Fipe), em R$20 mil. Após a redução caiu para R$17 mil. O veículo, em apenas duas horas de exibição, recebeu três propostas. "Estou cobrando R$14,500, mas vendo por R$14 mil. Troquei alguns telefones e vou negociar. Ainda estou meio abalado com essa queda no mercado, porque investi muito no carro ao longo desses anos. Lucro não vou ter, mas é melhor que ficar sem nada, e preciso do dinheiro para comprar um novo", contou.

O motorista Odair José, de 34 anos, estava na Feira com a família a procura de um carro. Ele contou ao G1 que já pesquisou em várias concessionárias, mas o valor do semi novo ainda sai mais em conta. "Financiar um carro sai muito salgado e envolve muitos procedimentos burocráticos. O carro usado, além de mais barato, é mais fácil de negociar e e levar, por já estar emplacado e todo regularizado", declarou.

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