Cerca de 600 grávidas são atendidas por mês no Centro de Referência.
Dois médicos pediram demissão e uma faltou nesta quinta-feira (27).
Cartão da Gestante de Ana Carala com marcações de consultas, inclusive a de 11 de outubro
(Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
Mais de 50 gestantes de alto risco deixaram de ser atendidas no Centro
de Atenção Integrada à Saúde da Mulher (Caism) nesta quinta-feira (27).
Isso porque dois médicos pediram demissão e outra faltou ao trabalho.(Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
“Praticamente não comecei meu Pré-Natal, pois o pessoal do Posto de Saúde perto da minha casa me encaminhou para cá e a médica sempre falta nos dias das minhas consultas. Não dá para ficar desse jeito, estou aqui desde 7h da manhã e já é quase meio-dia, até agora só uma enfermeira mediu minha pressão que está alta em 15 por 10, isso prejudica o bebê”, desabafa Patrícia.
"Estou preocupada em não conseguir ter o
acompanhamento adequado para o meu bebê",
afirma Patrícia (Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
Logo após a equipe de reportagem do G1 SE deixar o Caism, Patrícia foi
atendida por uma enfermeira. “Ela olhou meu cartão da gestante, mediu
minha barriga e disse que se eu continuasse com a pressão alta e me
sentindo mal que eu procurasse a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes. E
o pior de tudo é que minha consulta só foi remarcada para 22 de
novembro”, relata.acompanhamento adequado para o meu bebê",
afirma Patrícia (Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
A coordenadora Eleonora Ramos explicou que dos três médicos que deveriam atender hoje, uma pediu desligamento e dois faltaram. As pacientes foram reagendadas e o caso está sendo apurado um a um administrativamente.
Outro caso
A ginecologista e obstetra que acompanha Ana Carla dos Santos, 27, pediu demissão. A gestante também tem hipertensão, teve eclampsia no parto do segundo filho e chegou a ficar em coma por um dia.
“Meu bebê deve nascer no dia 18 de outubro e na consulta de hoje era que eu iria saber se seria parto normal ou cesáreo porque a criança está atravessada. Agora eles remarcaram para o dia 11 de outubro e eu nem sei se vai ter porque a médica saiu”, afirma angustiada. Ana Carla está sentindo cólicas há três dias e teve que ir para casa sem ser atendida.
Ana Carla e o marido tiveram que voltar para casa
sem uma resposta (Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
Problema antigo, solução difícilsem uma resposta (Foto: Marina Fontenele/G1 SE)
De acordo com a diretora do Caism, Eleonora Ribeiro, a ausência desses três médicos especialistas prejudicou o atendimento a 54 mulheres, inclusive do interior de Sergipe. “O problema é que é preciso reestruturar o serviço de assistência a casos de gestação de alto risco em todo o estado. O que não dá é só para o Caism atender toda a demanda inclusive da capital, de onde são 40% das pacientes”.
Eleonora informou ainda que está providenciando a contratação de outros dois médicos para fechar a escala e atender em média 600 grávidas por mês. “Sempre que falta algum médico fica essa confusão e é difícil para remarcar as consultas que já são fechadas com bastante antecedência. Também não temos como repassar as pacientes para outros médicos que já estão com os horários completos”, explica.
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