MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Abaetetuba lidera número de casos de doença de Chagas no Pará


Só em agosto deste ano, 18 casos já foram registrados no município.
Secretaria de Saúde considera que há um surto da doença.

Do G1 PA

A doença de Chagas continua assustando os moradores de Abaetetuba, nordeste do Pará. A Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) considera que há um surto da doença no município. De acordo com a Sespa, só em agosto deste ano foram registrados 18 casos na região. Em todo o Pará, 59 casos foram contabilizados de janeiro à agosto de 2012.
A expressão da estudante Ana Cristina Barbosa não esconde o mal estar. Febre, calafrio e dores no corpo. Ela só descobriu que tinha a doença de chagas depois de 10 dias apresentando os sintomas. "Eu ia no hospital, e só me davam injeção, e não passava nada”, lamenta.

A secretaria de saúde de Abaetetuba suspeita que a maioria das vítimas foi infectada após tomar açaí em um dos pontos de vendas na região. A dona do estabelecimento, o filho e a neta dela, também contraíram a doença. O local precisou ser interditado pela vigilância sanitária.
Se não for tratada rapidamente, a doença pode resultar em sequelas graves como a inflamação dos rins, fígado e coração. “Se, de repente, a pessoa for um trabalhador rural ou de máquinas pesadas, ela provavelmente não poderá mais continuar com o serviço, porque a doença afeta o coração”, esclarece a coordenadora da doença de chagas, Elenild Goes.
Agente de saúde segura Barbeiro recolhido de praça em Monte Alto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)Doença de Chagas é transmitida pelo Barbeiro.
(Foto: Reprodução/EPTV)
O parasita responsável pela doença de Chagas se hospeda no inseto barbeiro, e é transmitido principalmente pelo consumo de alimentos contaminados. Um estudo feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo (SP), comprovou que o parasita consegue sobreviver na polpa do açaí refrigerado e até congelado.
“Nós temos dados de conservação do açaí contaminado com o parasita, que mesmo mantido a uma temperatura de menos 20°, durante o período de 24h, o alimento é capaz de matar camundongos”, conta Ana Guaraldo, do Instituto de Biologia da Unicamp.
Segundo especialistas, na produção artesanal, o risco de contaminação pelo barbeiro é eliminado quando o fruto do açaí passa por um tratamento térmico semelhante ao da pasteurização, que normalmente é utilizado pela indústria exportadora de açaí. Mas de acordo com autoridades de saúde, muitos vendedores artesanais ainda não cumprem as normas de higiene.

Feira do açaí é um dos pontos mais procuradores por turistas e consumidores no mercado Ver-o-peso, em Belém (Foto: Divulgação/ Elivaldo Pamplona/Prefeitura Municipal de Belém)Contaminação de açaí pode estar relacionada a incidência de doenças de chagas no Pará. (Foto: Divulgação/ Elivaldo Pamplona/Prefeitura Municipal de Belém)

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