MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mato Grosso aguarda chuva para plantar maior safra de soja do país


Em 2012/13 estado deve plantar 11,6% a mais que na safra 2011/12.
Safra está estimada em 24,1 milhões de toneladas: a maior da história.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Plantio de soja em Mato Grosso está acelerado (Foto: Leandro J. Nascimento)Área da soja em Mato Grosso deve ser 11,6% maior
que 2011/12 (Foto: Leandro J.Nascimento/G1)
Com o vazio sanitário encerrado em Mato Grosso, produtores rurais estão formalmente aptos a iniciar o plantio da próxima safra de soja - 11,6% maior em área e com estimativa de render 13% a mais em produção. Mas a torcida é para que o regime de chuvas deslanche e permita umidade ideal para a semeadura. Como destacam os especialistas, os produtores estão de olho no céu e torcendo por uma contribuição de São Pedro.
Na próxima temporada agrícola, o maior produtor brasileiro de soja deve semear quase 8 milhões de hectares (7,8 milhões de hectares), ultrapassando os 7 milhões de hectares ocupados em 2011/12. A produção, por sua vez, está estimada em 24,1 milhões de hectares, destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Analista do mercado de grãos do Imea, o engenheiro agrônomo Cleber Noronha destaca que tradicionalmente o plantio ganha força no estado no mês de outubro.
No Médio-Norte do Estado, onde está o maior celeiro agrícola do país, tradicionais produtores de soja ainda aguardam para plantar. Em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, e conhecido como o maior produtor da oleaginosa no mundo, a tendência é que a semeadura ocorra a partir de 25 de setembro, conforme explica Laércio Pedro Lenz, presidente do Sindicato Rural do município.
"Por enquanto ainda está muito seco. Mas ainda não estamos atrasados, apenas esperando um nível ideal de pelo menos 80 milímetros", declarou o sindicalista. Em 2011/12 o município semeou acima de 600 mil hectares com a soja, colhendo 1,9 milhão de toneladas, de acordo com o Imea.
Em Lucas do Rio Verde a precipitação tímida registrada recentemente não foi suficiente para dar início ao cultivo. "Choveu em torno de 2 a 3 milímetros, não sendo suficiente", pondera o vice-presidente do Sindicato Rural, Carlos Simon.
No Oeste de Mato Grosso, a preferência na próxima safra será para a soja de ciclo precoce. "É para se ter uma janela melhor e garantir a próxima safra de milho", ressaltou Írio Dalmaso, presidente do Sindicato Rural. Na região, grandes grupos agrícolas tradicionalmente dão o pontapé inicial no plantio, mesmo enfrentando situações de risco pela falta de chuva.
soja em Mato Grosso (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)Mato Grosso deve colher maior safra da história em
ciclo 2012/13 (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Carlos Fávaro, não há dúvidas que a próxima safra no estado promete ser a melhor de todos os tempos, especialmente em termos produtivos. No entanto, ele faz uma ressalva: o produtor também valer-se da cautela, especialmente no segundo semestre do próximo ano.
Ainda nos primeiros seis meses do ano, o agricultor ainda deve aproveitar o momento favorável de mercado. "Neste primeiro momento a avaliação é positiva, uma vez que os preços internacionais estão acima da média histórica. Estoques baixos também geram uma perspectiva boa. Mas a avaliação precisa ser mais cautelosa em relação ao segundo semestre do ano, pois vamos ter a safra sulamericana colhida e dificilmente teremos problemas com a safra americana", ponderou o dirigente.
A Aprosoja também alerta para a doença que já ameaça a próxima safra - que sequer foi plantada - e atende pelo nome de ferrugem asiática. "A ferrugem deve ser um dos piores problemas em Mato Grosso porque choveu muito até julho e a soja guaxa se desenvolveu. Estamos no período apto ao plantio e ainda temos a soja involuntária", alerta o representante.
BrasilBeneficiado pela quebra da safra norte-americana, o Brasil deve se tornar em 2013 o principal produtor mundial de soja com uma safra prevista em 81 milhões de toneladas, superando inclusive os Estados Unidos, onde são esperadas 73,2 milhões de toneladas, estima o Departamento de Agricultura deste país (USDA).
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, o êxito da safra vai depender de fatores como clima, mercado, custos de produção. "Temos perspectivas de áreas de soja recordes de soja no Brasil e já se fala em algo entre 78 e 82 milhões de toneladas para 2012/13. Porém, há que se pesar o fator clima que pode favorecer o hemisfério sul e prejudicar o norte e vice-versa. Devemos ter o El niño, que intensifica as chuvas, principalmente no Sul, mas pode ser apenas um sinal de precipitação em níveis acima da média, o que é positivo. O que pode ser um problema são os custos de produção, que têm aumentado, levando parte importante da margem do produtor e já se fala em alta de 10%", contextualizou.
Glauber Silveira lembra que a margem do produtor foi reduzida com o passar dos anos em função da alta nos custos para se produzir. "Antigamente tínhamos margem de mais de 20 sacas e hoje ficamos com a metade. Os custos em ascensão realmente preocupam", concluiu.

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