Em 2012/13 estado deve plantar 11,6% a mais que na safra 2011/12.
Safra está estimada em 24,1 milhões de toneladas: a maior da história.
Área da soja em Mato Grosso deve ser 11,6% maior
que 2011/12 (Foto: Leandro J.Nascimento/G1)
Com o vazio sanitário encerrado em Mato Grosso,
produtores rurais estão formalmente aptos a iniciar o plantio da
próxima safra de soja - 11,6% maior em área e com estimativa de render
13% a mais em produção. Mas a torcida é para que o regime de chuvas
deslanche e permita umidade ideal para a semeadura. Como destacam os
especialistas, os produtores estão de olho no céu e torcendo por uma
contribuição de São Pedro.que 2011/12 (Foto: Leandro J.Nascimento/G1)
Na próxima temporada agrícola, o maior produtor brasileiro de soja deve semear quase 8 milhões de hectares (7,8 milhões de hectares), ultrapassando os 7 milhões de hectares ocupados em 2011/12. A produção, por sua vez, está estimada em 24,1 milhões de hectares, destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Analista do mercado de grãos do Imea, o engenheiro agrônomo Cleber Noronha destaca que tradicionalmente o plantio ganha força no estado no mês de outubro.
No Médio-Norte do Estado, onde está o maior celeiro agrícola do país, tradicionais produtores de soja ainda aguardam para plantar. Em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, e conhecido como o maior produtor da oleaginosa no mundo, a tendência é que a semeadura ocorra a partir de 25 de setembro, conforme explica Laércio Pedro Lenz, presidente do Sindicato Rural do município.
Em Lucas do Rio Verde a precipitação tímida registrada recentemente não foi suficiente para dar início ao cultivo. "Choveu em torno de 2 a 3 milímetros, não sendo suficiente", pondera o vice-presidente do Sindicato Rural, Carlos Simon.
No Oeste de Mato Grosso, a preferência na próxima safra será para a soja de ciclo precoce. "É para se ter uma janela melhor e garantir a próxima safra de milho", ressaltou Írio Dalmaso, presidente do Sindicato Rural. Na região, grandes grupos agrícolas tradicionalmente dão o pontapé inicial no plantio, mesmo enfrentando situações de risco pela falta de chuva.
Mato Grosso deve colher maior safra da história em
ciclo 2012/13 (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do
Estado (Aprosoja), Carlos Fávaro, não há dúvidas que a próxima safra no
estado promete ser a melhor de todos os tempos, especialmente em termos
produtivos. No entanto, ele faz uma ressalva: o produtor também valer-se
da cautela, especialmente no segundo semestre do próximo ano.ciclo 2012/13 (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Ainda nos primeiros seis meses do ano, o agricultor ainda deve aproveitar o momento favorável de mercado. "Neste primeiro momento a avaliação é positiva, uma vez que os preços internacionais estão acima da média histórica. Estoques baixos também geram uma perspectiva boa. Mas a avaliação precisa ser mais cautelosa em relação ao segundo semestre do ano, pois vamos ter a safra sulamericana colhida e dificilmente teremos problemas com a safra americana", ponderou o dirigente.
A Aprosoja também alerta para a doença que já ameaça a próxima safra - que sequer foi plantada - e atende pelo nome de ferrugem asiática. "A ferrugem deve ser um dos piores problemas em Mato Grosso porque choveu muito até julho e a soja guaxa se desenvolveu. Estamos no período apto ao plantio e ainda temos a soja involuntária", alerta o representante.
BrasilBeneficiado pela quebra da safra norte-americana, o Brasil deve se tornar em 2013 o principal produtor mundial de soja com uma safra prevista em 81 milhões de toneladas, superando inclusive os Estados Unidos, onde são esperadas 73,2 milhões de toneladas, estima o Departamento de Agricultura deste país (USDA).
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, o êxito da safra vai depender de fatores como clima, mercado, custos de produção. "Temos perspectivas de áreas de soja recordes de soja no Brasil e já se fala em algo entre 78 e 82 milhões de toneladas para 2012/13. Porém, há que se pesar o fator clima que pode favorecer o hemisfério sul e prejudicar o norte e vice-versa. Devemos ter o El niño, que intensifica as chuvas, principalmente no Sul, mas pode ser apenas um sinal de precipitação em níveis acima da média, o que é positivo. O que pode ser um problema são os custos de produção, que têm aumentado, levando parte importante da margem do produtor e já se fala em alta de 10%", contextualizou.
Glauber Silveira lembra que a margem do produtor foi reduzida com o passar dos anos em função da alta nos custos para se produzir. "Antigamente tínhamos margem de mais de 20 sacas e hoje ficamos com a metade. Os custos em ascensão realmente preocupam", concluiu.
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