Região de Petrolina atravessa um período de vários meses sem chuva.
Planta cheia de espinhos suporta até três anos sem chuva.
A propriedade do criador Jurandir Cardoso, em Budim, na zona rural de Petrolina, no sertão de Pernambuco, tem hoje apenas 20 cabeças que ainda resistem à longa estiagem.
Em meio à vegetação sem cor da caatinga, o verde que ainda chama a atenção vem das cactáceas, espécies adaptadas ao clima quase desértico da região. O mandacaru, por exemplo, suporta até três anos sem chuva. As plantas cheias de espinhos podem ser ótima fonte de alimento para os animais.
Os técnicos agrícolas da Embrapa descobriram que o mandacaru garante a nutrição dos rebanhos com fartura. “O mandacaru é riquíssimo em proteína, fibra e água. Então, é um aporte de água para os animais no consumo do mandacaru. Além da deficiência de proteína nesse momento, ele vai obter uma média de 8% de proteína no consumo do mandacaru e fibras para que ele consiga superar a deficiência alimentar do momento”, Nilton Cavalcanti, técnico agrícola da Embrapa.
Mas é preciso observar alguns cuidados antes de servir o mandacaru nos currais. O corte deve ser feito na junta do broto. Um erro pode dificultar o crescimento de novos brotos e até matar a planta. Todo material colhido deve ser queimado até que o fogo derreta os espinhos, evitando que os animais se machuquem.
Na propriedade da criadora Maria Raimunda, as mais de 200 cabeças de caprinos estavam sem ter o que comer. Há um mês, ela começou a utilizar o mandacaru na alimentação. Os animais disputam cada pedaço da planta.
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