Aumento da passagem começa com protesto
onde estudantes criaram um grupo e se mobilizam contra o reajuste de
16,67%, muito acima da inflação medida pelo IPC que, por força do
contrato de concessão, deveria balizar o aumento. Por decisão do
prefeito Fernando Gomes, a passagem urbana passará de R$ 3,00 para R$
3,50.
Há dois anos a Frente Contra o Aumento da Tarifa conseguiu manter a
passagem em R$ 3,00, na época em que as empresas queriam R$ 3,30. O
maior problema é que a passagem cara não se reflete em melhor serviço. É
comum encontrar ônibus mal cuidados, superlotados e com defeitos.
As empresas São Miguel e Sorriso da Bahia até hoje não cumpriram as
exigências do contrato de concessão que assinaram em 2016, como veículos
com ar-condicionado, frota nova e a construção de duas estações de
transbordo para a implantação do bilhete único.
O movimento diz que a frota atual, de 92 ônibus, não consegue atender à
demanda, em especial nos horários de pico. Eles querem mais veículos e o
cumprimento do contrato assinado. Já as empresas alegam que estão há 14
meses sem reajuste na tarifa e que existe muita gratuidade.
Realidade é outra
A afirmação das empresas tem dois problemas. O primeiro é que o
reajuste é anual, portanto está dois meses atrasado mas, por força do
contrato, deve ser corrigido pelo IPC, que indicaria uma passagem de, no
máximo, R$ 3,12. E a gratuidade é a mesma aceita pelas empresas ao
assinar.
O reajuste abusivo gerou reclamações das empresas que pagam
vale-transporte e reação do sindicato dos bancários, que lembrou como se
deu a decisão do prefeito. Depois de duas semanas de greve dos
rodoviários, foi feita uma audiência na Justiça do Trabalho.
Nela, foi fechado o acordo para aumentar a passagem em 16,7%
condicionada a reajuste de 5,1% no salários dos rodoviários. Apesar de o
próprio Procurador-Geral de Itabuna, Luiz Fernando Guarnieri, ter dito
que o aumento só poderia ser para R$ 3,12, o prefeito anunciou R$ 3,50.
Não cumprem
O sindicato dos bancários lembra que "as empresas de transporte
coletivo estão obrigadas pelo contrato de concessão a construir estação
de transbordo para que se possa cobrar uma única passagem de ônibus para
os passageiros em circulação pela cidade".
"Ainda estão obrigadas a implementar ônibus refrigerados, colocação de
wi-fi gratuito, GPS para localização dos ônibus em tempo real e 100% da
frota adaptada para deficientes físicos com elevador e sinalização para
deficientes visuais".
Desde a assinatura do contrato, em 2016, as empresas prometem cumprir o
contrato quando negociam o aumento da tarifa, mas não cumprem. Outra
denúncia do sindicato é de que o secretário de Trânsito, Gilberto
Santana, não fiscaliza o serviço e impede os agentes de multar ônibus.
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