Foto: Paulo Guereta/Photo Premium/Folhapress
Moro classificou como "um falso escândalo" o episódio das mensagens divulgadas
Pressionado pela divulgação de mensagens da época em que atuava
na Operação Lava Jato, o ministro Sergio Moro (Justiça) recebeu afago
do governador João Doria (PSDB), que entregou a ele a principal honraria
do estado de São Paulo nesta sexta-feira (28). Ao receber a Ordem do
Mérito, o ex-juiz reclamou dos “vários ataques” que vem sofrendo e
criticou “um certo revanchismo”, referindo-se aos questionamentos à sua
imparcialidade no julgamento de processos como o do ex-presidente Lula
(PT). O gesto de Doria contrasta com a postura ambígua do presidente
Jair Bolsonaro (PSL), que demorou quatro dias para se pronunciar em
defesa de Moro quando as primeiras mensagens foram publicadas e, depois,
disse que “não existe confiança 100%”. O tucano é apontado como
candidato à Presidência em 2022, condição que foi reforçada nos últimos
dias por declarações do atual ocupante do Planalto. Na cerimônia desta
sexta, o governador não mencionou Bolsonaro, encerrando uma semana de
desgaste na relação dos dois, por causa do imbróglio sobre a possível
saída da Fórmula 1 de São Paulo. Durante seu discurso no Palácio dos
Bandeirantes, Moro classificou como “um falso escândalo” o episódio das
mensagens divulgadas inicialmente pelo site The Intercept Brasil. As
conversas mostram proximidade entre o então juiz e procuradores do
Ministério Público Federal que integravam a força-tarefa. Ele agradeceu à
mulher, Rosangela Moro, que o acompanhava na solenidade, pelo suporte
ao longo do período em que atuou na operação e agora, como ministro.
“Não tem sido muito fácil”, desabafou. “Nas últimas três semanas, tenho
sofrido vários ataques. Achei que a Operação Lava Jato tinha ficado para
trás, mas um certo revanchismo às vezes reaparece”, disse o ministro,
aludindo às conversas que vieram à tona em 9 de junho. Cercado de
membros do governo e parlamentares, Doria usou o evento para exaltar
Moro como símbolo do combate à corrupção, agradeceu pela contribuição
dele na transferência de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital)
para presídios federais –a justificativa oficial para a homenagem– e
atacou Lula.”O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas”, discursou
Doria, sob aplausos.
Folhapress
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