sexta-feira, 30 de setembro de 2016
A FELICIDADE DAS FAMÍLIAS NUMEROSAS
|
|||
Plinio Maria Solimeo
Família
de José Maria Postigo e Rosa Pich, de Barcelona (Espanha)
Desse modo, a finalidade primordial
do casamento, que é a procriação da espécie humana, segundo mandado de Nosso
Senhor Jesus Cristo, não é mais observada, ou o é muito pouco. Além de
constituir grave pecado, isso traz como consequência secundária o envelhecimento
e declínio da população.
Felizes os tempos em que se
via por toda parte a buliçosa e feliz algazarra de incontáveis crianças, cheias
de graça, vitalidade e alegria.Por isso trazemos hoje à consideração de nossos leitores o exemplo de duas famílias excepcionais, uma espanhola e outra americana, que receberam como verdadeira bênção do Céu os numerosos filhos que Deus lhes mandou. A primeira teve 18, e a segunda, 13. A família de José Maria Postigo e Rosa Pich, de Barcelona, foi eleita pela European Large Families Confederation como a Família Numerosa Europeia de 2015, “não tanto pelo número de seus membros, quanto pelo seu modo de encarar os reveses” da vida. A imprensa espanhola trouxe na ocasião extensas reportagens, nas quais nos baseamos, sobre essa família modelo. Os dois esposos excepcionais que a constituíram vêm também de famílias numerosas. José Maria teve 16 irmãos e Rosa, 14. Por isso sempre sonharam em ter muitos filhos. Mas isso parecia quase impossível, pois a primeira filha, Carmina, nasceu com severa cardiopatia, tendo os médicos lhe dado poucos anos de vida. Entretanto, ela viveu até os 22 anos, falecendo depois graduar-se e acabar um mestrado. Os dois filhos seguintes nasceram com o mesmo problema e não sobreviveram. Por isso os médicos recomendaram ao casal que não tivesse mais filhos.
José Maria e Rosa não seguiram esse
conselho. Diz ela: “Ninguém sabe o número de vidas nos espera na
Terra ou no Céu. [...] Se os filhos nascem e os tenho de enterrar, terão tido a
oportunidade de salvar-se [pelo batismo], e sempre serão meus filhos. Pois a
vida não acaba aqui na Terra”. E conclui, com muita propriedade:
“Estamos voltando ao nazismo quando decidimos matar nossos próprios
filhos. Há algo no mundo que não está funcionando bem quando consideramos que o
aborto é um direito”.
Essa mulher exemplar
encontra na religião católica as forças para enfrentar as vicissitudes da vida:
“Somos graças a Deus uma família com fé, porque com tudo o que temos
passado, não teríamos podido superar de outra maneira. Depois de enterrar dois
filhos em quatro meses, logo morreu a maior, já com 22 anos, e nos teríamos
desfeito de todo se não fosse pela fé que temos”.Com o falecimento de três filhos, restam-lhes ainda 15, o que a torna a família com mais filhos em idade escolar de toda a Espanha. Desses 15 filhos, 8 nasceram com a mesma doença de coração. Alguns se curaram, outros estão em tratamento. Essa razão levou o casal a promover uma fundação destinada à investigação da cardiopatia, cujo nome é “Menudos Corazones” (Pequenos Corações).
Muito ativo, o casal não se limita a
cuidar de sua imensa prole, mas já participou de numerosas reportagens e
documentário sobre famílias numerosas. José Maria e Rosa também dão palestras de
orientação familiar para ajudar outros pais.
Apesar do trabalho insano com uma
família de 17 pessoas, Rosa ainda encontrou tempo para escrever um livro sobre
sua experiência e os segredos da felicidade de sua família “Como ser feliz
com 1, 2, 3... filhos” [capa acima], que já foi traduzido
em seis idiomas europeus. Orgulhosa de seus inúmeros filhos, ela afirma:
“Temos um tesouro que queremos compartir com a
sociedade”.
Como educar tantos filhos?
Diz Rosa: “Os sacerdotes devem proporcionar uma direção espiritual, mas
creio que os pais de famílias numerosas temos uma graça especial para educar
nossos filhos e somos responsáveis pela sua educação. Creio que o fato de ter
uma família tão numerosa tornou meu coração maior, porque não só quero a todos
os meus filhos, como também a seus amigos”.
Para ela, “não importa o
que dizem os que não querem [ter muitos filhos] para não sofrer. As alegrias
sempre superam os sofrimentos, e vale a pena lutar por cada segundo de vida. Uns
lutam para ter um automóvel, por uma viagem, e eu luto por ter uma família. Se
passamos de dois a três, tanto melhor. O que os meus filhos querem é ter muitos
irmãos”.
É preciso notar que o casal
não é rico e vive apenas de seu salário. Por isso cria os filhos com muita
austeridade.
Rosa, além de todo o trabalho com uma família de 17 pessoas, trabalha meio
período em uma empresa de organização de eventos. José Maria é consultor de
indústrias relacionadas com o comércio de carnes, que produzem, processam e
distribuem carne aos centros consumidores. Por isso passa quase o dia inteiro
trabalhando. Os filhos dormem em dois quartos, em cada um dos quais foram adaptados dois conjuntos com quatro camas superpostas, um para os meninos, outro para as meninas. Não dá para mais. Em cada quarto, um dos irmãos fica como responsável, velando pela boa ordem e os bons modos. Os filhos são educados para agir como uma equipe. Cada um se encarrega de um irmão menor.
As roupas e os livros escolares
passam de filho a filho. A comida é muito frugal, não havendo na geladeira
coisas consideradas supérfluas como chocolates e refrigerantes. Também não há
presentes de aniversário. Apesar disso, diz a mãe: “Meus filhos valorizam
muito cada coisa, como se fosse algo único”.
Todos devem observar algumas
normas. Na cozinha há um quadro com a função de cada um, como montar, servir e
recolher a mesa, pôr o lixo para fora, apagar as luzes etc. E também uma lista
de sugestões para se melhorar no dia-a-dia como, aos muito chorões, de
“chorar uma só vez por dia”, “não ficar amuado”, “sorrir
mais”, “tratar bem o pai” etc.
Algumas coisas estão formalmente
proibidas, como fumar ou adquirir uma moto ou celular antes dos 18 anos. Todos
se contentam com o que têm e não se sentem inferiorizados pelo que não têm.
“Nós pomos alguns limites, diz a mãe, pois não esperamos para dizer-lhes
‘não’ só quando forem adolescentes; mas desde o primeiro
momento, ano por ano. E sabem? Os meninos agradecem e os amigos querem ser seus
amigos, porque veem que são generosos e serviçais”.
Com tudo isso, todos formam
uma família muito feliz. E é uma alegria quando se encontram na hora do jantar.
Os
15 irmãos estudam, praticam esportes e almoçam no colégio ou fora. Mas, haja o
que houver, a hora do jantar é sagrada. “É quando nos juntamos e comentamos
como foi o dia, o que sucedeu a cada um, nos ajudamos, nos escutamos e
rimos”, explica a mãe. Para ela, “cada um é um indivíduo, tem seu
caráter diferenciado e suas preocupações próprias. Entretanto, ainda que custe
crer, conheço muito bem todos os meus filhos”.Muito poucas famílias com menos filhos podem ter semelhante felicidade de situação e a satisfação que tal convívio produz! Os Fatzingers: família numerosa, um dom de Deus Rob, 51 anos, e Sam Fatzinger, 48, residentes em Bowie, Maryland, Estados unidos, têm nada menos que 13 filhos. A esposa cuida só da casa, de maneira que eles têm de viver apenas do salário do marido para sustentar uma família de 15 pessoas. Apesar de tudo, foram recebendo os filhos como uma dádiva do Céu. Seu caso é tão excepcional, que “The Washington Post” dedicou-lhes extensa reportagem com o título: “Como uma família está enviando 13 filhos à escola, vivendo sem débitos — e ainda planeja aposentar-se cedo. Entretanto, a vida dessa família modelo não é assim tão fácil. Seus chefes não nasceram ricos, e vivem somente do salário e de estrita economia. Desde que se casaram, há 27 anos, começaram a fazer um pecúlio para comprar uma casa. Seu único luxo é comemorar anualmente o aniversário de casamento em um restaurante econômico. Católicos ao estilo antigo, quiseram ter todos os filhos que Deus lhes mandasse, confiando em que, como diz um velho dito popular, “cada filhinho já nascia trazendo debaixo do braço o seu pãozinho”. Ou ainda, “Deus manda o frio conforme o cobertor”. Por isso, por mais que a família crescesse, nunca passaram necessidade.
Católicos praticantes, seu primeiro
negócio foi uma livraria católica. Como não tiveram muito sucesso, fecharam-na
em 2000, quando já tinham sete filhos. Rob conseguiu então trabalho testando
softwares e, muito aplicado e consciencioso, teve várias promoções, até
receber um salário bem razoável. Entretanto, para sustentar a numerosa família,
eles economizam no que podem. A esposa procura comprar sempre o que está em
oferta, e adapta seu cardápio de acordo com o que encontra. Nas horas vagas, Rob
procura ganhar alguma coisa extra, cortando grama ou fazendo pequenos reparos
para os vizinhos. Qualquer tostão é importante para eles.
Com suas economias puderam dar
entrada para a compra de uma casa grande, velha, de cinco quartos. Compraram-na
barato, pois estava em tão mal estado, que parecia uma casa mal assombrada. O
que levou o sacerdote que foi chamado para benzê-la a perguntar jocosamente:
“Devemos fazer nela um exorcismo?”
Como a Providência Divina vela pelas
grandes famílias, com a ajuda de parentes e amigos, aos poucos a reformaram e
tornaram a casa habitável. Com o tempo foi até possível acrescentar mais dois
dormitórios e aumentar a cozinha. E os donativos foram chegando: um fogão a
lenha, um sofá velho, um automóvel usado... Assim, foi possível ter coisas
indispensáveis para tanta gente, como duas geladeiras, dois fogões, duas
máquinas de lavar pratos, uma van e uma máquina de lavar roupa. E os
únicos que estão livres de cuidar da lavagem da enorme quantidade de roupa suja
são os dois caçulas, de seis e quatro anos de idade. Evidentemente, como
católicos exemplares, fica proibido fazer esse trabalho no domingo, para
observar o preceito.
A mãe ensina aos filhos as primeiras
letras em casa, seguindo o bom costume americano do home-schooling.
Depois eles frequentam os ginásios e universidades. “Meus filhos arrumam
empregos tão logo têm idade, e aprendem a discernir entre necessidades e
desejos. Eles pagam seus celulares, seus colégios, e até mesmo a gasolina que
gastam”. Eles aprendem a economizar para atender às suas necessidades, pois
não têm mesadas.
Rob e Sam são orgulhosos de sua família. E dão às outras alguns conselhos que as ajudaram a ser felizes: “Sê amável, e aja do modo que convenha à situação de tua família na vida. Ajuda as outras famílias, dá-lhes uma mão com os filhos ou a comida, apoiando-os na oração. [...] Ama o pecador e aborrece o pecado. Encontra formas para que as pessoas se voltem para Deus, e sê um exemplo em um mundo conturbado para ajudar os demais". É certo que as famílias numerosas são mais unidas. Os filhos se aproximam mais dos pais e os ajudam a enfrentar as vicissitudes da vida. Por isso é muito difícil ouvir falar de separação entre eles, o que é muito mais frequente nas famílias menos numerosas, e mesmo sem filhos. Que o belo exemplo de religiosidade e confiança na Providência dessas duas notáveis famílias sirva de inspiração a muitos casais brasileiros.
Plinio Maria Solimeo é escritor e colaborador da ABIM
|
|||
|
|||
|
Bahia não vai aderir ao horário de verão pelo quinto ano consecutivo
Informação foi divulgada pelo governo do estado nesta quinta-feira (29).
Moradores do estado não adiantam os relógios desde o ano de 2012.
Do G1 BA
Esse é o quinto ano consecutivo que a Bahia não participa do horário (Foto: Egi Santana/G1)
Pelo quinto ano consecutivo, a Bahia não vai aderir ao horário de verão
em 2016. A informação foi divulgada pelo governo estadual nesta
quinta-feira (29). A última vez que a Bahia adiantou os relógios no
verão foi em 2011, após oito anos sem participar.Em nota, o governador Rui Costa informou que "tomou a decisão como base na opinião da maioria da população do estado, que é contrária à mudança". O gestor aponta ainda que houve pedidos meio empresarial contrários à adesão do estado ao sistema.
Em 2012, o governador Jaques Wagner chegou a anunciar que a Bahia entraria no horário de verão, mas voltou a decisão foi cancelada. A justificativa, segundo o governo, foi pela rejeição da população.
Uma pesquisa encomendada pelo governo na época apontou que 75% da população baiana se mostrava contrária à adesão ao horário de verão. Neste ano, o horário de verão ocorre entre o final de outubro e meados do mês de fevereiro de 2016.
História
O horário de verão foi aplicado no Brasil pela primeira vez no verão de 1931/1932. O objetivo era estimular o uso racional e adequado da energia elétrica.
No ano passado, a decisão pela não participação no horário de verão ficou definida, segundo o governo da Bahia, após avaliação que levou em consideração não apenas a “rejeição” de grande parte da população em adiantar os relógios, como também a baixa economia de energia que a adesão ao horário alternativo gera. Os demais estados das regiões Norte e Nordeste também ficaram de fora do horário de verão.
Apenas os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, adiantaram os relógios em uma hora. A medida tem o objetivo de diminuir o consumo de energia nos horários de maior consumo, conforme expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
MAM recebe exposição '40 anos de Linguagem Contemporânea'
Mostra pode ser visitada neste sábado (1º), das 13h às 18h, gratuitamente.
Exposição 'Templo de Oxalá' também acontece no local.
Do G1 BA
MAM recebe exposição '40 anos de Linguagem Contemporânea' (Foto: Divulgação)
O Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), em Salvador, recebe neste
sábado (1º) as exposições "40 anos de Linguagem Contemporânea" e "Templo
de Oxalá", do artista Rubem Valentim.A pimeira está em cartaz no Casarão até o mês de novembro. Já a segunda pode ser visitada na Capela do MAM até 30 de outubro. Ambas ficam disponíveis de terça a sábado, das 13h às 18h, gratuitamente. Em virtude das eleições municipais, as mostras não abrem no domingo (2).
A exposição "40 anos de Linguagem Contemporânea no MAM’ reúne trabalhos produzidos por 33 artistas da arte contemporânea. Cinco novas obras de artistas como Yedamaria, Renato da Silveira e Bel Borba compõem a coleção.
Já em ‘Templo de Oxalá’, os trabalhos desenvolvidos a partir de elementos da cultura popular e do Candomblé podem ser conferidos em paineis e esculturas em madeira branca, com a conexão da simbologia religiosa e a geometria da arte moderna.
Greve dos bancários completa 25 dias com 13,3 mil agências fechadas
É a paralisação mais longa já realizada pela categoria desde 2004.
Na quarta, reunião com os bancos terminou sem acordo.
Do G1, em São Paulo
A greve dos bancários chegou ao 25º dia nesta sexta-feira (30) com
13.358 agências e 34 centros administrativos fechados, segundo a
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT).
O maior número de agências fechadas foi registrado no dia 27, quando 13.449 delas tiveram suas atividades paralisadas. De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas, segundo último balanço.
Na quarta-feira, os bancários se reuniram com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas o encontro terminou sem acordo, e os grevistas decidiram manter a paralisação.
A greve já é mais longa do que a realizada pelos bancários no ano passado, que durou 21 dias. Segundo a Contraf-CUT, a greve mais longa da categoria na história foi em 1951 e durou 69 dias. Nos últimos anos, a mais longa foi a de 2004, com 30 dias.
Negociações
A Fenaban (que representa os bancos) ampliou nesta quarta-feira (28) a oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos benefícios.
Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de aumento real.
Em nota, a Fenaban disse que a proposta para 2016 "garante aumento real para os rendimentos da grande maioria dos bancários e é apresentada como uma fórmula de transição, de um período de inflação alta para patamares bem mais baixos".
A categoria já havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban - de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.
Os sindicatos alegaram que a oferta não cobria a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
Atendimento
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.
Greve passada
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.
O maior número de agências fechadas foi registrado no dia 27, quando 13.449 delas tiveram suas atividades paralisadas. De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas, segundo último balanço.
Na quarta-feira, os bancários se reuniram com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas o encontro terminou sem acordo, e os grevistas decidiram manter a paralisação.
A greve já é mais longa do que a realizada pelos bancários no ano passado, que durou 21 dias. Segundo a Contraf-CUT, a greve mais longa da categoria na história foi em 1951 e durou 69 dias. Nos últimos anos, a mais longa foi a de 2004, com 30 dias.
Greve dos bancários é a mais longa desde 2004 (Foto: Natália Normande/G1)
Negociações
A Fenaban (que representa os bancos) ampliou nesta quarta-feira (28) a oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos benefícios.
Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de aumento real.
Em nota, a Fenaban disse que a proposta para 2016 "garante aumento real para os rendimentos da grande maioria dos bancários e é apresentada como uma fórmula de transição, de um período de inflação alta para patamares bem mais baixos".
A categoria já havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban - de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.
Os sindicatos alegaram que a oferta não cobria a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
Atendimento
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.
Greve passada
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.
Mais de 3,7 milhões de MEIs estão inadimplentes ou inativos
Inadimplência chega a 59%; mais de R$ 1 bi deixou de ser pago em 2016.
Fisco prepara 1ª leva de cancelamentos por falta de pagamento e omissão.
Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
O programa foi lançado em 2009 para incentivar a formalização de trabalhadores como doceiros, camelôs, manicures, cabeleireiros, eletricistas, donos de pequenos bares e lanchonetes, entre outros. O índice de inadimplência sempre foi alto, mas atingiu em 2016 um patamar recorde. Passou de 55,5% no final de 2015 para 59,08% em julho deste ano. Ou seja, de cada 10 microempreendedores que buscaram a formalização através do MEI, 6 não estão pagando em dia os tributos devidos. Em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro o índice é ainda maior: 62,87% e 69,2%, respectivamente.
"A inadimplência quase sempre superou os 50%, mas com o contexto da recessão econômica se agravou", avalia Filipe Rubim, gestor de projetos do Sebrae-SP. "O microempreendedor costuma ser mais suscetível a uma perda de mercado e a uma restrição de crédito. Muitas vezes, tem também outra atividade, até mesmo um emprego CLT, e acaba não conseguindo se dedicar tanto à empresa ou optando em deixar o negócio em 'stand by', para retomar mais à frente", explica.
O
vendedor de frutas Reginaldo de Jesus afirma estar com 5 meses de
pagamento atrasado por 'esquecimento'; o registro de MEI permitiu ele
obter licença para atuar como ambulante em SP (Foto: Darlan
Alvarenga/G1)
Entre os motivos para a inadimplência está também o mero esquecimento
ou dificuldade para imprimir a cada mês a guia de pagamento. O vendedor
de frutas Reginaldo de Jesus diz estar com "uns 5 meses atrasados". "Não
é relaxo, falta tempo mesmo para parar e ir imprimir a guia de
pagamento. Se viesse no começo do ano viessem as 12 de uma vez,
facilitaria e eu não ia atrasar", afirma.De julho de 2015 a julho de 2016, o MEI ganhou mais de 1 milhão de novos registros, passando de 5,23 milhões de optantes para 6,28 milhões. Já o acréscimo de pagantes em dia dos tributos devidos ficou abaixo de 200 mi, subindo de 2,39 milhões para 2,57 milhões.
ENTENDA O MEI |
---|
Programa permite que microempreendedores e autônomos trabalhem de forma regularizada e tenham direito aos benefícios da Previdência como auxílio-doença e salário-maternidade mediante pagamento mensal de até R$ 50 |
Para se tornar um MEI, trabalhador tem de ganhar até R$ 60 mil por ano (R$ 5 mil por mês), não ter participação em outra empresa e ter até um empregado |
Com o cadastro, o trabalhador passa a ter CNPJ e a emitir notas fiscais, atuando como uma empresa, o que também facilita financiamentos e aluguel de máquinas de cartão de débito e crédito |
O recolhimento de tributo é mensal e pago em guia única. São R$ 44 de INSS (para todas as categorias), mais R$ 5 de ISS (prestação de serviços) ou R$ 1 de ICMS (comércio, indústria ou serviço de transporte) |
Fonte: Sebrae e Receita Federal |
Dados da Serasa Experian mostram que os MEIs representam 79,5% de um total de 1,199 milhão de empresas criadas entre janeiro e julho no país. Em 2010, essa natureza jurídica respondia por apenas 44,5% dos nascimentos de empresas.
Segundo o IBGE, o número de pessoas que decidiram trabalhar por conta própria chegou a 22,6 milhões, com um acréscimo de mais de 500 mil pessoas em 12 meses.
Mais de R$ 1 bi deixou de ser recolhido
Embora o programa não tenha sido lançado com objetivos de arrecadação, caso não houvesse inadimplência mais de R$ 1 bilhão poderiam ter sido recolhidos a mais aos cofres públicos neste ano, só entre janeiro e julho, de acordo com dados da Receita Federal.
Segundo o Fisco, no ano-calendário de 2015 haviam 5,68 milhões de MEIs cadastrados para recolhimento de tributos e 2,66 milhões cumpriram com a obrigação de entrega de declaração anual, com uma arrecadação total de R$ 1,181 bilhão, ante uma arrecadação potencial de cerca de R$ 2,5 bilhões.
Em julho de 2016 (último dado divulgado pela Receita), o número de cadastrados chegou a 6,286 milhões, mas o número de pagantes ficou em 2,57 milhões. No acumulado de janeiro a julho, foram recolhidos pelo programa R$ 868 milhões, segundo a Receita.
Quem não paga, perde direito a benefícios
"Na verdade o grande prejudicado pela inadimplência é o próprio empreendedor porque ao não estar em dia o tributo mensal corre o risco de não ter acesso a direitos previdenciários como auxílio-doença, salário-maternidade e aposentadoria invalidez", alerta Filipe Rubim, gestor de projetos do Sebrae-SP.
Ele explica que cada benefício tem um tempo de carência, ou seja, um tempo mínimo meses de contribuição para ter o direito garantido. E a contagem da carência inicia-se apenas a partir do pagamento da primeira contribuição sem atraso.
"Para perdir o auxílio-doença, por exemplo, o MEI precisa ter pago em dia no mínimo 12 meses seguidos. Se ele atrasa e paga vários meses juntos, esse recolhimento vai ser tratado pelo Fisco como uma única contribuição", explica.
O grande prejudicado pela inadimplência é o próprio empreendedor
porque ao não estar em dia o tributo mensal corre o risco de não ter
acesso a direitos previdenciários como auxílio-doença,
salário-maternidade e aposentadoria invalidez"
Filipe Rubim, gestor do Sebrae-SP
Quem está inadimplente há muito tempo corre o risco de ter o registro cancelado. De acordo com regulamentação de maio deste ano, o registro pode ser cancelado após 2 anos consecutivos e completos de não pagamento e de omissão de declaração anual de das operações comerciais, a DASN-SIMEI.
Pela legislação, os cancelamentos serão efetivados entre 1º de julho e 31 de dezembro de cada ano, mas ainda não há previsão de quando sairá a primeira lista de cancelamentos de MEIs por falta de pagamento do valor mensal e da omissão da entrega da declaração anual.
"O sistema que irá identificar e cancelar os MEIs que se enquadram nas condições definidas na resolução está em construção e ainda não é possível informar a data em que ocorrerão os cancelamentos", informou a Receita, acrescentando que "haverá uma página no Portal do Empreendedor em que será possível consultar os MEIs cancelados".
Questionada pelo G1, a Receita não informou o número de MEIs que atualmente se enquadram nas condições que pode levar ao cancelamento do registro.
Receita descarta Refis
Apesar do alto índice de inadimplência preocupar as autoridades, também não há a previsão de abertura de qualquer programa do tipo Refis para o parcelamento do pagamento dos tributos vencidos.
"Não há qualquer iniciativa da Receita quanto a eventual parcelamento de débitos", informou o Fisco. "A orientação é pagar o valor devido no mês corrente em dia, e regularizar a inadimplência do passado no menor prazo possível", acrescentou.
Riscos para inadimplentes |
---|
Sem o pagamento estar em dia, o MEI perde direito a benefícios como auxílio-doença, salário-maternidade e aposentadoria por invalidez, que exigem no mínimo 10 meses seguidos de contribuição como tempo de carência |
Multa de 0,33% por dia de atraso (limitado a 20%), mais juros calculados com base na taxa Selic |
MEI fica sem poder obter Certidões Negativas de Débito, exigidas em compra de imóvel, aluguel e financiamentos |
A legislação prevê o cancelamento do registro do MEI e do CNPJ após 2 anos consecutivos de não pagamento e de omissão de declaração anual |
Questionadas pelo G1 sobre as medidas para reduzir a inadimplência, a Receita e a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (Sempe) informaram que ações já foram implementadas e que outras estão em desenvolvimento.
"Estão sendo criados cada vez mais mecanismos que incentivam e facilitam o pagamento", afirmou a Receita.
Atualmente, o MEI pode gerar e imprimir a guia mensal de pagamento através do site do programa (www.portaldoempreendedor.gov.br), via terminais de autoatendimento do Sebrae, aplicativo de celular.
Segundo o diretor de programas da Sempe Fábio Silva, ainda neste ano deve ser disponibilizada também a opção de débito automático em conta corrente.
A secretaria diz estudar ainda uma alternativa para pagamento da guia "em outros canais de atendimento, como por exemplo a rede de pagamento das lotéricas (Caixa) e do Banco Postal (Banco do Brasil)".
Vantagens do MEI
Além de garantir o direito a benefícios da Previdência Social, o MEI permite que o microempreendedor emita notas pelos serviços prestados e saia da informalidade pagando um valor relativamente baixo, que varia de acordo com a categoria no qual o microempreendedor está inserido (comércio, indústria e prestação de serviços). Atualmente, não passa de R$ 50 por mês.
Para se tornar um MEI, o trabalhador tem de ganhar até R$ 60 mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O microempresário também pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Depois que formaliza a atividade, ele passa a ter CNPJ, o que permite a emissão de notas fiscais, o aluguel de máquinas de cartão e o acesso a empréstimos, por exemplo.
Ao manter seus pagamentos em dia, o microempreendedor tem direito à aposentadoria por idade ou invalidez e ao auxílio-doença, além de suas famílias terem direito a pensão por morte e auxílio-reclusão. Para as mulheres, há também o salário-maternidade. Sem o pagamento estar em dia, eles perdem o direito a estes benefícios, que exigem até 12 meses seguidos de contribuição como tempo de carência, que é contada a partir do pagamento da primeira contribuição sem atraso. Veja o tempo de carência de cada benefício
CATEGORIAS MAIS COMUNS DE MEIS | |
---|---|
Atividade | Cadastrados |
Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios | 619.293 |
Cabeleireiros | 487.976 |
Obras de alvenaria | 269.710 |
Lanchonetes e similares | 185.833 |
Minimercados, mercearias e armazéns | 159.909 |
Bares e similares | 143.594 |
Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar | 139.451 |
Outras atividades de tratamento de beleza | 138.832 |
Instalação e manutenção elétrica | 132.920 |
Serviços ambulantes de alimentação | 122.082 |
Fonte: Portal do Empreendedor Dados do acumulado até 17 de setembro |
Saiba como ficar em dia
O recolhimento de tributo é mensal e pago em guia única. São R$ 44 de INSS (para todas as categorias), mais R$ 5 de ISS (prestação de serviços) ou R$ 1 de ICMS (comércio, indústria ou serviço de transporte). O Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) é obtido no site Portal do Empreendedor-MEI. A guia de pagamento preenchida também pode ser emitida via aplicativo.
A falta de pagamento mensal implica em cobrança de multa de 0,33% por dia de atraso (limitado a 20%), e de juros, calculados com base na taxa Selic, sendo que para o primeiro mês de atraso os juros serão de 1%.
O MEI inadimplente fica também impossibilitado de obter Certidões Negativas de Débito junto à Receita. Essas certidões são exigidas em situações como compra de imóvel, assinatura de contrato de aluguel e financiamentos bancários.
A inadimplência pode levar ainda à exclusão do registro do Simples Nacional por débito tributário. Após 2 anos contínuos sem nenhum pagamento do imposto mensal e sem entregar a declaração anual de renda, a legislação prevê o cancelamento automático do registro do MEI e do CNPJ.
"Como o custo não é muito alto, o MEI inadimplente consegue segurar o atrasado por um certo período. O grande desafio é manter o mercado ou o negócio num cenário de recessão. E entre as saídas está talvez buscar aprimorar a própria técnica", diz Filipe Rubim, do Sebrae-SP.
Espanhol é preso com cocaína escondida em quadros de Papas
Homem tentava embarcar para Benim pelo Aeroporto de Cumbica.
Ao todo, 28 kg de cocaína estavam escondidos na bagagem.
Do G1 São Paulo
Polícia Federal prende espanhol com cocaína escondida dentro de quadros do Papa e turbina automotiva (Foto: Divulgação/DPF )
A Policia Federal prendeu um homem tentando embarcar para o exterior
com cocaína escondida dentro de quadros de Papas no Aeroporto de
Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, na quinta-feira (29).O passageiro foi entrevistado pelos policiais federais, na fila do check-in, que perceberam o nervosismo e inconsistência nas respostas sobre os motivos de sua viagem. O homem, um espanhol de 39 anos, iria embarcar em voo com destino à cidade de Cotonou, no Benim, país no oeste da África.
Polícia
Federal prende espanhol que tentava embarcar com cocaína escondida
dentro de quadros do Papa e turbina automotiva (Foto: Divulgação/DPF )
Dentro da bagagem do espanhol foram encontrados três quadros com fotos
de Papas e uma turbina automotiva contendo cocaína nas estruturas
internas. Ao todo, o homem tentou traficar 28 kg da droga. O preso foi
conduzido a um presídio de São Paulo, onde permanecerá à disposição da
Justiça.
Polícia
Federal prende espanhol que tentava embarcar com cocaína escondida
dentro de quadros do Papa e turbina automotiva (Foto: Divulgação/DPF)
Polícia
Federal prende espanhol que tentava embarcar com cocaína escondida
dentro de quadros do Papa e turbina automotiva (Foto: Divulgação/DPF )
Plenário do TSE aprova envio de tropas federais para Itumbiara
Na quarta, candidato a prefeito foi morto a tiros durante campanha eleitoral.
Governador negou necessidade, mas ministro considera que situação é grave.
Mariana Oliveira e Renan Ramalhoda TV Globo e do G1, em Brasília
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) aprovou nesta sexta-feira (30) o envio de tropas federais para
reforçar a segurança das eleições deste domingo (2) no município de Itumbiara (GO).
O envio do reforço de segurança já havia sido autorizado, por meio de uma decisão liminar (provisória), pelo ministro Henrique Neves, a partir de um pedido da Justiça Eleitoral de Goiás.
O pedido foi motivado pelo assassinato do candidato a prefeito José Gomes da Rocha e de um policial militar durante uma carreata na última quarta (28). Outras pessoas foram baleadas no atentado, entre os quais o vice-governador de Goiás, José Eliton (PSDB).
Após ser consultado sobre o envio de tropas federais, como é praxe em todo pedido feito pela Justiça Eleitoral antes de o TSE decidir pelo reforço de segurança, o governador goiano Marconi Perillo afirmou que as forças estaduais de segurança conseguiriam atender às necessidades locais.
No entanto, Henrique Neves decidiu reforçar a segurança no município, a despeito da avaliação do governador, levando em conta a advertência da Justiça Eleitoral de que estava preocupada com a equipe que trabalhará na votação e com a insegurança provocada na população após o assassinato do candidato a prefeito.
Durante a sessão desta sexta, os ministros do TSE concordaram em encaminhar novos pedidos de reforço de segurança diretamente para o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes. Caberá ao magistrado nos próximos dois dias autorizar individualmente o envio das forças, caso considere necessário.
Situação 'grave'
O ministro Henrique Neves ressaltou em seu despacho que a situação na cidade "revela-se manifestamente grave". A decisão dele ainda terá que ser referendada pelo plenário do TSE, que se reúne na tarde desta sexta, em reunião extraordinária.
"Não obstante o pronunciamento do Chefe do Poder Executivo Estadual, vê-se que o fato que ensejou o pedido de requisição por parte dos Juízos Eleitorais reveste de notoriedade e revela-se manifestamente grave, sucedido em pleno ato de campanha de Itumbiara/GO, com morte de um candidato e outras pessoas, o que trouxe repercussão (inclusive nacional) e evidente o clima de comoção, notadamente para a eleição no município, como aponta o Tribunal Regional goiano", disse o ministro.
Segundo Henrique Neves, "recomenda-se, portanto, que as forças federais atuem na localidade, proporcionando reforço de segurança e assegurando a normalidade do pleito".
Na semana passada, o TSE chegou a negar um pedido de reforço para o Piauí depois que o governador opinou contra a necessidade do envio, mas depois mudou a decisão em razão de um novo pedido.
O pedido de tropa para reforçar a segurança nas eleições é feito pelo juiz eleitoral da cidade para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado, que fica responsável por obter um parecer do governador sobre a necessidade do reforço. Do TRE, o pedido é remetido ao TSE, que precisa aprovar ou não o envio das tropas.
O parecer do governador é levado em conta, mas nem sempre a aprovação depende disso. Após a aprovação do reforço, o Ministério da Defesa efetiva o envio do reforço para cada cidade.
Muitas cidades pedem reforços em razão da presença de tribos indígenas, segundo o próprio TSE. Alguns índios entendem que, em razão de terem direitos regulados por leis federais, não devem se submeter às forças estaduais de segurança, como Polícia Civil e Polícia Militar. É o caso de diversas cidades do Pará. A prevenção da violência e o acirramento da disputa também são motivos para o reforço na segurança.
O envio do reforço de segurança já havia sido autorizado, por meio de uma decisão liminar (provisória), pelo ministro Henrique Neves, a partir de um pedido da Justiça Eleitoral de Goiás.
O pedido foi motivado pelo assassinato do candidato a prefeito José Gomes da Rocha e de um policial militar durante uma carreata na última quarta (28). Outras pessoas foram baleadas no atentado, entre os quais o vice-governador de Goiás, José Eliton (PSDB).
Após ser consultado sobre o envio de tropas federais, como é praxe em todo pedido feito pela Justiça Eleitoral antes de o TSE decidir pelo reforço de segurança, o governador goiano Marconi Perillo afirmou que as forças estaduais de segurança conseguiriam atender às necessidades locais.
No entanto, Henrique Neves decidiu reforçar a segurança no município, a despeito da avaliação do governador, levando em conta a advertência da Justiça Eleitoral de que estava preocupada com a equipe que trabalhará na votação e com a insegurança provocada na população após o assassinato do candidato a prefeito.
Durante a sessão desta sexta, os ministros do TSE concordaram em encaminhar novos pedidos de reforço de segurança diretamente para o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes. Caberá ao magistrado nos próximos dois dias autorizar individualmente o envio das forças, caso considere necessário.
Situação 'grave'
O ministro Henrique Neves ressaltou em seu despacho que a situação na cidade "revela-se manifestamente grave". A decisão dele ainda terá que ser referendada pelo plenário do TSE, que se reúne na tarde desta sexta, em reunião extraordinária.
"Não obstante o pronunciamento do Chefe do Poder Executivo Estadual, vê-se que o fato que ensejou o pedido de requisição por parte dos Juízos Eleitorais reveste de notoriedade e revela-se manifestamente grave, sucedido em pleno ato de campanha de Itumbiara/GO, com morte de um candidato e outras pessoas, o que trouxe repercussão (inclusive nacional) e evidente o clima de comoção, notadamente para a eleição no município, como aponta o Tribunal Regional goiano", disse o ministro.
Segundo Henrique Neves, "recomenda-se, portanto, que as forças federais atuem na localidade, proporcionando reforço de segurança e assegurando a normalidade do pleito".
Na semana passada, o TSE chegou a negar um pedido de reforço para o Piauí depois que o governador opinou contra a necessidade do envio, mas depois mudou a decisão em razão de um novo pedido.
Tiroteio
na quarta em Itumbiara matou candidato a prefeito Zé Gomes e feriu
vice-governador José Eliton, em Goiás (Foto: Jota Eurípides/O Popular)
PedidosO pedido de tropa para reforçar a segurança nas eleições é feito pelo juiz eleitoral da cidade para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado, que fica responsável por obter um parecer do governador sobre a necessidade do reforço. Do TRE, o pedido é remetido ao TSE, que precisa aprovar ou não o envio das tropas.
O parecer do governador é levado em conta, mas nem sempre a aprovação depende disso. Após a aprovação do reforço, o Ministério da Defesa efetiva o envio do reforço para cada cidade.
Muitas cidades pedem reforços em razão da presença de tribos indígenas, segundo o próprio TSE. Alguns índios entendem que, em razão de terem direitos regulados por leis federais, não devem se submeter às forças estaduais de segurança, como Polícia Civil e Polícia Militar. É o caso de diversas cidades do Pará. A prevenção da violência e o acirramento da disputa também são motivos para o reforço na segurança.
Onde foi que erramos? Onde nos perdemos? O que será da nova geração?
Não quero mais escrever nada. Ficar no lero-lero que nada constrói, nada conserta. E então faço o quê? Chutar pedrinhas na rua já não dá, é tarde pra isso, vou é cair, escorregar, levar um tombo. Saudade, Deus meu, de quando dava seis horas da tarde e logo após essa hora da ave-maria, que alguém no rádio rezava (Júlio Louzada?) com grande audiência, e eu podia ouvir Jerônimo, o Herói do Sertão.
O rádio era muito acompanhante e os programas, mais ingênuos, de riso quase bobo.
Muita saudade do meu pai, da minha mãe que ouvia as novelas do Cashmere Bouquet andando de um lado pro outro. Ela não sentava, acho que se afligia, não sei bem.
HAVIA PAZ – Éramos uma família em paz. Lá fora também havia paz. Onde foi que erramos? Onde nos perdemos? O que será da nova geração que vem por aí? Que tropeços ela precisará enfrentar, lutar para ultrapassar?
Eu era feliz sem computador, sem celular. A TV começou a distrair a família do aconchego, dos causos que ouvíamos em comunhão com o passado paterno. Éramos um grupo. Éramos uma família.
Minha mãe fazia questão da ‘hora da mesa’, quando não se podia falar qualquer coisa sem ouvir ‘ó , é hora da mesa’.
Quero meu passado de volta, a paz que ele me trazia e hoje não encontro em nenhuma modernidade.
COISAS QUE SE PERDERAM – Quero de volta o seo Lucas, o ‘expressinho’ da injeção em seringas de vidro, que vinha em casa e ainda aplicava o remédio na bunda.
Quero de volta os armazéns do seo Carlos, do seo Bastos, na esquina, onde Aurélio, irmão da Quina, tirava as beiradas do bacalhau cru. Onde eu via vizinhos que faziam compras no caderno para acertar no pagamento.
Quero de volta dona Amelinha e a filha dela, Tereza com Z, professoras que davam aula de reforço na grande varanda da casa, em volta de uma mesa comprida com bancos inteiriços. E eu quis porque quis, mesmo sem precisar, fazer como outras meninas faziam: comparecer a essas aulas.
Minha mãe sorriu da minha vontade. E por um período lá estava eu em volta da grande mesa.
“GRANDE CARTAZ” – Lembro de uma coisa que errei. Dona Amelinha me pediu para fazer uma frase com a palavra cartaz. Errei porque escrevi: “Sonia tem um grande cartaz”. Era sobrinha da dona Sílvia e seo Olavo, uma menina bonita de olhos verdes e muito espevitada pra época.
Esse seo Olavo foi o mesmo vizinho que me olhou com os olhos cheios d’água ao me ver inteira na delegacia, após eu ligar pra casa e avisar minha mãe que o ônibus havia batido no carro do meu pai quando eu voltava da escola em que trabalhava.
Quero minha vida de volta, a paz daqueles dias em família, o sossego nas ruas.
Devolvo tudo: o computador, o smartphone, a TV de led de não sei quantas polegadas, os cartões de banco que facilitam minha vida em não sei quantas agências no mesmo bairro.
TUDO DE VOLTA – Quero que confiram minha assinatura no livro de capa preta do Banco Mineiro da Produção, onde meu pai tinha conta. Quero de volta o bonde que me levava à escola, ainda que meu pai usasse o carro.
Quero as empregadas amigas que atravessaram gerações em perfeita comunhão conosco. Como a Ana, babá do meu avô ‘nhô’ Chico; Samaria e o filho Joaquim, que subiu na mangueira pra pegar meu irmão lá em cima porque ele não sabia descer; quero Geralda, filha da Samaria, quero a Margarida, que se casou com o Fernando, que pintava a nossa casa. Maria Pretinha ainda está com Tia Zilda e as filhas, com direito a tudo: do plano de saúde ao amor incondicional da família que ajudou a criar e que é dela também.
E que bem lá atrás tomava conta de mim no quarto do vovô e vovó e me perguntava quem eu preferia: a Marlene ou Emilinha?
Pra onde foi tudo isso? Pra onde foi essa felicidade que não volta mais? Não está nos cinemas, não está nos teatros nem nas ruas e em nenhuma viagem. Está no passado. E o passado passou. Envelheceu comigo.
Pressão por reajuste salarial evidencia as disparidades no serviço público
A guerra por salários entre servidores evidencia também disparidades que marcam as remunerações no setor público. É o caso do auxílio-alimentação, que é cerca de 100% maior no Legislativo e no Judiciário em relação ao Executivo. Enquanto o vale-refeição pago aos funcionários do Executivo é de R$ 458 mensais, o valor chega a R$ 884 no Judiciário e a R$ 924 na Câmara e no Senado.
Os servidores ainda recebem auxílio pré-escolar e auxílio à saúde, valores que reforçam a remuneração básica mês a mês e que também demonstram realidades diferentes entre os Poderes. No auxílio pré-escolar, o valor é de R$ 782 para o Legislativo, de R$ 699 para o Judiciário e de R$ 321 para funcionários do Executivo.
As disparidades se estendem aos salários básicos (sem benefícios) de algumas carreiras, como a de médico. Na Fiocruz, uma instituição de excelência em saúde pública, um médico com doutorado ganha entre R$ 4,2 mil e R$ 8,4 mil mensais por uma jornada de 20 horas.
Já um médico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), sem especificação de titulação, recebe de R$ 10,7 mil a R$ 16,1 mil pela mesma carga horária, segundo dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento. Os dados são de julho deste ano.
DISCREPÂNCIAS – A negociação conduzida pelo governo agravou as discrepâncias já existentes. Ao prever a criação de um bônus de produtividade no projeto dos auditores fiscais da Receita, o governo rompeu com a equiparação que havia entre a carreira e o Tesouro Nacional, que deflagrou greve em protesto à medida.
Outras categorias, como funcionários do Banco Central e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, também passaram a reivindicar a criação de um bônus. “Não temos de comentar sobre o pedido de outras categorias”, rebateu o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), Cláudio Damasceno.
HONROU O ACORDO – Entre as carreiras que já tiveram o reajuste assegurado, a avaliação é de que o governo apenas honrou o acordo firmado.
“Eles já avaliavam todo o contexto político e econômico. Mas tem algumas carreiras que não aceitaram (a proposta do governo) e talvez tenham perdido a oportunidade de ganhar”, disse a presidente da Associação Nacional dos Membros das Carreiras da Advocacia-Geral da União (Anajur), Joana Mello. Com o aumento, os salários iniciais da AGU passarão de R$ 17,33 mil neste ano para R$ 19,2 mil em 2017. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.)
Desinteresse e irritação marcam as eleições deste ano
Vêm se aproximando perigosamente do dia da eleição dois fatores que as pesquisas eleitorais não consideram, pelo contrário, fogem deles como o diabo da cruz: o desinteresse e a irritação. Os candidatos, os partidos políticos, a justiça eleitoral e até a mídia omitem e abominam esses dois sentimentos que acompanharão boa parte do eleitorado e demonstrarão a pouca importância que o cidadão comum vem dando ao processo político.
Vamos aguardar os resultados, mas há quem preveja boa parte do eleitorado deixando de comparecer às urnas, por desinteresse amplo, geral e irrestrito.
Outros que não comparecem ou que votam por obrigação estarão com raiva de tudo o que os candidatos representam. A irritação diante daqueles que mentiram a mais não poder durante as campanhas torna-se evidente em qualquer conversa. “Votar nesses bandidos que nos exploram, para quê?”
RAIVA DA POLÍTICA – Os acontecimentos recentes, do mensalão ao petrolão, da Operação Lava Jato ao juiz Sérgio Moro, deixaram o eleitor com raiva da política e dos políticos. “Para que votar se eles vão roubar?”
Essas previsões dependem de comprovação, porque milagres às vezes acontecem. Pode ser que a maioria do eleitorado decida cumprir o seu dever, assim como existirá, entre os candidatos a prefeito e a vereador, um grupo de gente honesta e capaz de trabalhar pelo povo. Mas é bom não apostar, porque o desinteresse e a irritação batem à porta, faltam só 48 horas.
Houve tempo em que as eleições não eram informatizadas e tínhamos de votar colocando no envelope um papelzinho com o nome do candidato. Era grande o número de eleitores que rabiscavam ofensas e até palavrões em vez do nome do candidato, ou até preferencialmente deixando os dois. A justiça eleitoral proibiu a divulgação daquelas opiniões, e agora ficou impossível exprimir nossa irritação num teclado de computador. Mas a raiva permanece a mesma.
Em suma, vale aguardar a noite de domingo, quando já se conhecerão os prefeitos recém-eleitos, com possibilidade de segundo turno nas cidades com mais de 200 mil eleitores. O desinteresse poderá ser expresso pela ausência, a abstenção e o voto em branco. A irritação, porém, seguirá com o eleitor.
Temer continua refém dos caciques do PMDB, mas está tentando se libertar
Na ânsia de se tornar presidente da República, o vice Michel Temer se apressou e acabou cometendo um terrível erro estratégico. Ao invés de ficar quieto no seu canto, esperando o governo de Dilma Rousseff acabar de se destruir sozinho, Temer aceitou o assédio dos caciques do PMDB para armar um esquema político destinado a derrubar logo a presidente. Era uma iniciativa absolutamente desnecessária, até porque Dilma já estava se derretendo sozinha, nem precisava de ajuda. Mas o vice-presidente caiu na armadilha que armaram contra ele. Curvou-se à pressão, entrou no esquema e se tornou refém da cúpula do PMDB.
PAPEL DECORATIVO – Agora, Temer tenta desesperadamente se livrar deles, mas não consegue, porque estão encastelados no poder e comandam a máquina da Presidência, na qual o presidente da República passou a fazer um papel decorativo.
No Planalto, até os garçons do cafezinho sabem que o governo ainda está nas mãos do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que realmente manda e desmanda, como representante maior dos caciques do PMDB, comporta-se como porta-voz e dono da situação.
CACIQUES EM AÇÃO – Recordar é viver: o esquema para levar o PMDB ao poder era integrado por quatro políticos sem mandato – Eliseu Padilha, que ficara como suplente na eleição de 2010, deu um jeito de assumir e depois se tornar ministro no governo Dilma Rousseff; Moreira Franco, que nem suplente era e também virou ministro; Henrique Eduardo Alves, que perdera a eleição em 2014 e continuou morando em Brasília, até ser nomeado ministro de Dilma; e Geddel Vieira Lima, também derrotado nas ruas e que estava no acostamento da política.
Além deles, participavam do esquema Valdir Raupp, vice-presidente do partido, Romero Jucá, líder do governo Dilma, Jáder Barbalho, senador pelo Pará, e Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, entre outros, menos cotados.
Apenas um dos caciques do PMDB ficou de fora – o senador Renan Calheiros, único que apoiou Dilma até a undécima hora, mas depois aderiu e agora está com o esquemão do PMDB e não abre, como se dizia antigamente.
TEMER MANIPULADO – Quando se convenceu de que Dilma iria mesmo cair, Temer nem notou que estava sendo manipulado e aderiu ao esquema dos caciques. Achou que poderia mantê-los sob controle e governar com eles, então embarcou na onda. Foi seu maior erro. Se tivesse se resguardado, chegaria ao poder do mesmo jeito, mas sem dever nada a ninguém, teria escapada da armadilha, poderia compor um governo nos moldes de Itamar Franco.
Lembre-se que foi em 1º de dezembro de 2015 que Eliseu Padilha se demitiu no ministério de Dilma, para se posicionar como “líder do impeachment” nos bastidores do PMDB. Por mera coincidência, é claro, isso ocorreu um dia antes de Eduardo Cunha, como presidente da Câmara, aceitar o pedido de impeachment de Dilma.
Padilha continuou morando em Brasília, articulando. Henrique Eduardo Alves, que também era ministro, só saiu em 28 de março de 2016, e também permaneceu em Brasília. Moreira Franco, que deixará o ministério em 1º de janeiro de 2015, e Geddel, fora de cena desde dezembro de 2013, ficaram na ponte-aérea, participando da articulação.
TEMER REAGE – Sufocado por Padilha, que ainda tem apoio de Geddel e de praticamente todos os outros caciques, Temer tenta se libertar, mas só conta com o apoio de Moreira Franco. O primeiro lance foi recriar a Secretaria de Comunicação da Presidência, nomeando o diplomata Alexandre Parola, ligado ao PSDB. Com isso, enfraqueceu a Secretaria de Imprensa, subordinada a Padilha e comandada por Márcio de Freitas Gomes, um jornalista desconhecido que há 15 anos é serviçal dos caciques do PMDB.
Padilha engoliu tudo e não passou recibo. Deu logo entrevista dizendo que a comunicação tem mesmo de ficar diretamente ligada a Temer, vejam a que ponto chega o cinismo dessa gente.
REDE DE INTRIGAS – No meio da confusão, Temer manteve o ministro Alexandre Moraes, da Justiça, porque é seu único amigo pessoal no Ministério e confia nele. Moreira Franco não é amigo de ninguém, mas o presidente tem esperança de confiar nele, que ambiciona substituir Padilha na Casa Civil.
Moreira é experiente, uma velha raposa, fantasiada de gatinho angorá, como dizia Leonel Brizola. Ele sabe que Temer tem a caneta e pode se libertar de Padilha na hora que quiser e até manter Geddel, que logo se adaptará à nova realidade. Enquanto o quadro não se define, a crise econômica e social continua derretendo o país. Mas quem se interessa?
Uso da imagem e toque de florete sobre imposto fazem Hillary vencer debate
Na minha opinião, foram os fatores principais para a vitória de Hillary Clinton na noite de terça-feira contra Donald Trump. Aliás, encontram-se destacados, entre outros pontos, na reportagem de Henrique Gomes Batista, correspondente de O Globo em Nova Yorque, na edição de 29. Estão programados mais dois outros confrontos nos canais da CNN e da Bloomberg, um a 9 de outubro, o último da série no dia 19, a quinze dias das urnas de novembro.
Mas eu falava do uso da imagem e do toque de florete quanto ao Imposto de Renda. Hillary apresentou-se com vestido vermelho expondo a sua figura na tela. Trump de terno escuro, o que contribui para obscurecer sua figura no plano visual. Acerto de Hillary, erro de Trump, inexplicável para ele por sua experiência na televisão.
TIPO CIDADÃO KANE – Outro aspecto: Trump esqueceu que a câmera que transmitia o duelo mantinha de forma quase permanente o foco por igual nos dois personagens. Não levou em consideração. Dessa forma expôs seguidamente sua fisionomia marcada pelo mau humor e agressividade.
Hillary, ao contrário, mesmo sem usar palavras ou interromper o adversário, alterava suas expressões na grande maioria dos casos utilizando os olhos e o sorriso para demonstrar descrédito com as colocações do republicano. Donald Trump não percebeu o processo que lançava sobre ele uma atmosfera negativa, transformando-o no Cidadão Kane.
IMPOSTO DE RENDA – Quanto ao toque da ponta de florete, foi o seguinte: Hillary cobrou de Donald Trump a abertura de sua declaração de Imposto de Renda, prática usual entre os candidatos à Casa Branca. E Hillary acentuou que a omissão poderia representar sua disposição de não pagar o tributo. Trump foi inábil e caiu na cilada, respondendo: então, estou sendo inteligente. Falou em tom de humor. Só que parte dos 100 milhões de telespectadores não interpretou assim.
O tema da fronteira com o México e a política de restrição aos imigrantes, propósitos da campanha de Trump, foram encaixados pela candidata do Partido Democrata. Levou o republicano à defensiva. Afinal, milhões de imigrantes adquiriram a cidadania e, portanto, o direito de voto. Outros ainda não.
Neste momento, o Google entrou em ação, assinala Henrique Gomes Batista. Registrou que cerca de 100 mil latinos moradores nos EUA solicitaram, em consequência do temor despertado por Trump, pedir seu direito de voto. Quer dizer: mais votos para Hillary, em síntese.
EM TERMOS VISUAIS – Retornando ao problema da imagem nas telas da CNN e Bloomberg, a reportagem que saiu no Globo apresenta uma foto a cores, aberta em oito colunas da página 30, destacando a exposição da figura de Hillary Clinton, muito mais forte, em termos visuais, que a de Donald Trump.
Trump reconheceu a derrota e afirma que nos próximos dois confrontos, será mais agressivo do que foi terça-feira. Mas para especialistas em comunicação política, agressividade é um lance negativo, porque desanima, intimida os telespectadores, como aconteceu com o personagem Kane, magistralmente interpretado por Orson Welles no passado. Porém, a intimidação é um tema eterno de todas as épocas da história universal.
Em depoimento, Palocci imita Lula, diz que é inocente e não sabia de nada
Dimitrius Dantas
O Globo
Por três horas, o ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento nesta quinta-feira na Polícia Federal, em Curitiba, e negou que tenha beneficiado a empreiteira Odebrecht e recebido vantagens indevidas da empresa. Palocci foi preso durante a 35ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Omertà. O prazo de sua prisão temporária, de cinco dias, vence nesta sexta-feira, quando o juiz Sérgio Moro irá decidir se o ex-ministro será libertado.
Após o depoimento, o advogado de Palocci, José Roberto Batochio afirmou que o ex-ministro dos governos Lula e Dilma demonstrou que as acusações do Ministério Público Federal seriam improcedentes, inclusive o de pagamento de propina.
Em relação à suspeita de que o ex-ministro teria atuado pela aprovação de uma medida provisória que resultaria em benefícios tributários para a empresa, Batochi disse que Palocci teria se votado contra o projeto e pedido seu veto ao ex-presidente Lula.
VOTO CONTRA – “Como se sustenta a acusação de que ele teria trabalhado para aprovar se a Câmara registra o voto contrário?” — disse o advogado, que também refutou a hipótese do Ministério Público que atribui o apelido “Italiano”, encontrado nas anotações pessoais e troca de mensagens de Marcelo Odebrecht, ao ex-ministro.
José Roberto Batochio também minimizou os encontros que Palocci teve com Marcelo Odebrecht enquanto ocupava o Ministério da Fazenda. Segundo o advogado, Palocci tinha o dever de manter interlocução com o empresariado. Questionado se Palocci tinha um relacionamento com Marcelo Odebrecht, respondeu:
“Com o Marcelo Odebrecht e com a torcida do Corinthians e do Brasil, porque ele falava com todo o empresariado, nacional e estrangeiro, como era da sua obrigação institucional como ministro da mais importante ou de uma das mais importantes pastas do governo que é o Ministério da Fazenda” — disse.
Posted in Tribuna da Internet
O Globo
Por três horas, o ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento nesta quinta-feira na Polícia Federal, em Curitiba, e negou que tenha beneficiado a empreiteira Odebrecht e recebido vantagens indevidas da empresa. Palocci foi preso durante a 35ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Omertà. O prazo de sua prisão temporária, de cinco dias, vence nesta sexta-feira, quando o juiz Sérgio Moro irá decidir se o ex-ministro será libertado.
Após o depoimento, o advogado de Palocci, José Roberto Batochio afirmou que o ex-ministro dos governos Lula e Dilma demonstrou que as acusações do Ministério Público Federal seriam improcedentes, inclusive o de pagamento de propina.
Em relação à suspeita de que o ex-ministro teria atuado pela aprovação de uma medida provisória que resultaria em benefícios tributários para a empresa, Batochi disse que Palocci teria se votado contra o projeto e pedido seu veto ao ex-presidente Lula.
VOTO CONTRA – “Como se sustenta a acusação de que ele teria trabalhado para aprovar se a Câmara registra o voto contrário?” — disse o advogado, que também refutou a hipótese do Ministério Público que atribui o apelido “Italiano”, encontrado nas anotações pessoais e troca de mensagens de Marcelo Odebrecht, ao ex-ministro.
José Roberto Batochio também minimizou os encontros que Palocci teve com Marcelo Odebrecht enquanto ocupava o Ministério da Fazenda. Segundo o advogado, Palocci tinha o dever de manter interlocução com o empresariado. Questionado se Palocci tinha um relacionamento com Marcelo Odebrecht, respondeu:
“Com o Marcelo Odebrecht e com a torcida do Corinthians e do Brasil, porque ele falava com todo o empresariado, nacional e estrangeiro, como era da sua obrigação institucional como ministro da mais importante ou de uma das mais importantes pastas do governo que é o Ministério da Fazenda” — disse.
“PP, PT e PMDB formaram uma mesma organização criminosa”, denuncia Janot
O Globo
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que integrantes do PT, do PMDB e do PP “se organizaram internamente, utilizando-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias”. Segundo ele, os partidos formaram “uma mesma organização criminosa, com alinhamento, de forma horizontal, de núcleos políticos diversa” para cometer crimes contra a administração pública investigados na Operação Lava-Jato.
“Com efeito, os elementos de informação que compõem o presente inquérito modularam um desenho de um grupo criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes”, escreveu Janot.
FATIAMENTO – As declarações estão em ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual Janot pediu o fatiamento do principal inquérito da Lava-Jato em quatro. PT e PP terão um inquérito cada. O PMDB da Câmara terá um inquérito e o PMDB do Senado terá outro. Ao todo, o procurador-geral pediu a investigação contra 66 pessoas. Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, decidir se abre ou não os inquéritos. No pedido enviado ao STF, Janot pediu a investigação contra 30 pessoas ligadas ao PP; 12 pessoas ligadas ao PT; nove ligadas ao PMDB no Senado e 15, ao PMDB da Câmara.
Ainda segundo o procurador-geral, o PT usou os crimes apurados na Lava-Jato para continuar no poder. “No âmbito do PT, os novos elementos de informação passaram a indicar uma atuação criminosa voltada à arrecadação de valores espúrios, com um alcance mais amplo se comparado àquele que se visualizava no início, objetivando, em especial, a sedimentação de um projeto de manutenção no poder”, escreveu no ofício.
EM POSTOS-CHAVES – Janot também explicou que integrantes do PMDB da Câmara “atuavam diretamente na indicação política de pessoas para postos importantes da Petrobras e da Caixa Econômica Federal. Além disso, eram responsáveis pela ‘venda’ de requerimentos e emendas parlamentares para beneficiar, ao menos, empreiteiras e banqueiros”.
O procurador-geral também afirmou que integrantes dos três partidos, “utilizando indevidamente de sua sigla partidária”, dividiram entre si a indicação de diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional da Petrobras. “Como visto, a indicação de determinadas pessoas para importantes postos chaves do ente público, por membros dos partidos, era essencial para implementação e manutenção do projeto criminoso”.
FATOS CONEXOS – O procurador-geral esclareceu que o fatiamento do principal inquérito é necessário para a “otimização do esforço investigativo”. Ele esclareceu que os fatos investigados são conexos entre os partidos. “Embora, até o momento, tenha sido desvelada uma teia criminosa única, mister, para melhor otimização do esforço investigativo, a cisão do presente inquérito tendo como alicerce os agentes ligados aos núcleos políticos que compõem a estrutura do grupo criminoso organizado”.
Janot também afirmou que não seria proveitoso para as apurações que pessoas sem direito ao foro especial fossem investigadas em um inquérito separado, na primeira instância. “Caso exista desmembramento, poderá gerar prejuízo relevante à compreensão da extensão material e à futura prestação jurisdicional, ponderou”.
Lava Jato separa Palocci e Odebrecht em carceragens diferentes em Curitiba
Folha
Nesta quarta-feira (28), enquanto o empreiteiro Marcelo Odebrecht dava novo depoimento a investigadores da Operação Lava Jato em uma sala isolada da Polícia Federal em Curitiba (PR), o ex-ministro Antônio Palocci corria em círculos no pátio do mesmo prédio, aproveitando as duas horas de banho de sol diárias.
Calado, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos Lula e Dilma, preso desde segunda-feira (26) pela 35ª fase da operação, limitava-se a responder a uma ou outra pergunta dos companheiros de cela.
Suspeito de ter gerenciado R$ 128 milhões de propinas da Odebrecht para o PT e também de privilegiar interesses da empresa junto ao governo, Palocci está detido na mesma carceragem que o herdeiro da empreiteira, preso há um ano e três meses.
SEM CONTATO – O tempo em que os dois partilhavam os mesmos interesses e se viam com regularidade –aproximadamente uma vez por mês–, no entanto, ficou para trás. Embora estejam presos na mesma carceragem, os dois foram colocados em alas diferentes, em que não podem ter qualquer tipo de comunicação ou contato.
O ex-ministro está na ala dois, onde estão detidos também seu assessor Branislav Kontic, seu ex-chefe de gabinete Juscelino Dourado, o sócio da empreiteira OAS Léo Pinheiro, o executivo da Odebrecht Luis Eduardo Rocha Soares e Olívio Rodrigues, também ligado à empreiteira.
Já Marcelo Odebrecht está na ala um, com outros delatores, como o doleiro Alberto Yousseff e o ex-deputado Pedro Corrêa. Os horários do banho de sol, por exemplo, são distintos, para evitar comunicação entre eles.
INDIGNAÇÃO – Enquanto Odebrecht já está acostumado com a vida na carceragem, Palocci ainda mostra indignação, segundo policiais que têm contato com os presos de Curitiba. Ao contrário do empreiteiro, que já faz piadas com os companheiros e tem uma rotina de exercícios e leituras, Palocci se mantém calado na maior parte do tempo.
Ao visitar o marido nesta semana, a mulher de Odebrecht perguntou se ele tinha visto Palocci na prisão. Ele teria se limitado a responder: “Está aí, né”.
Motivos para a separação dos dois na carceragem não faltam. Além de serem alvos de investigações que se cruzam, razão que fez a PF isolar o ex-ministro do empreiteiro, Palocci é um dos principais personagens da delação premiada que Marcelo Odebrecht negocia com os procuradores.
MARCELO CONFIRMA – Nas mais de 90 páginas de anexos que já apresentou, Odebrecht afirma que Palocci era interlocutor da empreiteira junto ao governo e narra as interferências que o ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff teria feito a favor da empresa e o quanto recebeu por seus trabalhos.
O empreiteiro conta também que o ex-ministro era identificado internamente como “italiano” ou “Itália”, conforme concluiu a investigação da Polícia Federal.
Em junho, a Folha informou que Odebrecht falaria em seu acordo de delação que o termo “italiano” que aparecia nas planilhas apreendidas pela polícia se referia a Palocci e o termo “pós-itália” ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
MANDAVA RECADOS – Antes de ser preso, a delação negociada pela Odebrecht já despertava preocupação em Palocci, que frequentemente mandava recados a porta-vozes do grupo na tentativa de amenizar a aparição de seu nome no acordo, segundo relatos de executivos da empresa.
O apelo, porém, não estava sendo atendido. O empreiteiro baiano está convencido de que, para se salvar, era imprescindível entregar nomes como o do petista.
Por isso, a preocupação dos investigadores é manter os dois isolados para que o ex-ministro não interfira na colaboração de Odebrecht e para que o contrário também não ocorra.
Assinar:
Postagens (Atom)