MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 31 de março de 2020


Coronavírus é prato cheio para quem gosta de politicagem


O que importa no Brasil de hoje é tirar vantagem do vírus – para a eleição presidencial de 2022 ou, mais urgente ainda, para agora mesmo, nas municipais de 2020. Coluna de J. R. Guzzo, publicada pela Gazeta:
Já faz tempo, e talvez tenha sido assim desde o começo, que a epidemia causada pelo coronavírus no Brasil deixou de ser uma questão de ciência médica, tratada em laboratórios e centros de pesquisa, ou de administração da saúde pública, gerida nos órgãos públicos encarregados de cuidar disso, e passou a ser uma questão política. As decisões, aqui, são tomadas em reuniões onde os presentes estão pensando em ganhar eleições, não em curar coisa nenhuma, e a “turma do marketing” sempre tem voz ativa – às vezes decisiva.
Médicos? Pesquisas dos melhores centros do saber mundial? Números e estatísticas confiáveis, em vez de “projeções”, “modelos” ou “cenários”? Dane-se tudo isso. O que importa no Brasil de hoje é tirar vantagem do vírus – para a eleição presidencial de 2022 ou, mais urgente ainda, para agora mesmo, nas municipais de 2020.
É uma tragédia, realmente, que as decisões sobre a epidemia tenham sido sequestradas por gente sem a menor qualificação técnica para tratar de uma dor de cabeça. Em vez das melhores cabeças da ciência nacional e da cooperação internacional de primeiro nível – não essa palhaçada de OMS, um puxadinho da ONU hoje sob a direção de um sócio de uma ditadura africana que nem sequer é formado em Medicina – temos, com autoridade para tomar decisões sobre a epidemia, uma turba de 27 governadores e 5.500 prefeitos. Em boa parte, estão pensando unicamente em seus próprios interesses.
Muitos deles, tanto governadores como prefeitos, são semianalfabetos em geral e analfabetos plenos em Medicina. Têm à sua disposição fiscais, verbas e a possibilidade de assinar decretos cuja legalidade a Justiça não está apreciando – ou, pior ainda, onde os juízes decidem contra a Constituição e as demais leis do país. É a receita para o desastre.
Ficamos assim, então: quem resolve a vida das pessoas não é mais o Poder Legislativo nem o Poder Judiciário; é um bando sem cabeça, sem coordenação e sem senso moral, que tem como única preocupação, em sua maioria, adivinhar qual é o barco certo para colocar os pés. São dois esses barcos. Quem é a favor da receita do “isolamento horizontal”, como virou moda dizer — “fica em casa e fecha tudo” — é “de esquerda”, ou “progressista”, ou “antifascista” ou “liberal-intelectual-civilizado”. No mínimo, é contra o governo. Quem é contra, e defende a volta a atividade produtiva, é “de direita”. Entre os dois, há toda uma imensa população com medo de morrer e sem informação.
Os governadores e prefeitos que julgaram mais conveniente jogar suas fichas no isolamento horizontal têm a seu favor um elemento essencial: há milhões de pessoas, efetivamente, que tendem por natureza a temer o cenário de catástrofe, e têm recursos, por modestos que sejam, para sobreviver à paralisia econômica imposta pela quarentena total, repressiva e sem data para acabar dos governadores e prefeitos.
Há entre eles gente que tem a renda garantida: para citar um exemplo só, os 12 milhões de funcionários públicos. Some-se a eles as suas famílias, os aposentados que conseguem sobreviver sem complementar o rendimento mensal, os que trabalham sem ser empregados, os que vivem de renda, etc, e tem-se uma multidão. É uma população que não tem a necessidade vital de sair de casa e ir trabalhar imediatamente para ganhar a vida. Eis aí o pesqueiro ideal para os demagogos.
 
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Guzzo: "Situação de emergência é desculpa para agredir o Estado de Direito".


A China, cuja ditadura comunista é culpada direta pela eclosão do coronavírus, virou um exemplo para o Brasil que se opõe “à direita”. J. R. Guzzo, no portal Metrópoles:


A arte das medidas tomadas por governos estaduais e prefeituras, e executadas por fiscais sem autoridade para fazer o que fazem, por policiais que obedecem ordens ilegais (ou tomam, eles mesmos, a iniciativa de agir fora da lei) e por funcionários sem nenhuma atribuição judicial, estão agredindo diretamente o Estado de Direito no Brasil – com a desculpa de que há uma “situação de emergência” e isso justifica “medidas excepcionais” por parte do poder público. A OAB, a ABI, a CNBB e todos os agrupamentos que se definem como “representantes da sociedade civil” e guardiães da democracia têm agido em cumplicidade com as manifestações de totalitarismo quando elas endossam a visão de que é indispensável confinar a população em casa e proibir a atividade econômica no Brasil.
Cidadãos são presos sem mandato judicial ou qualquer formalidade legal por se manifestarem contra o isolamento. Carreatas, que fazem parte do direito de ir e vir, são proibidas por prefeitos. Banheiros em postos de gasolina são fechados, por ordem de fiscais de prefeitura, para clientes que vão abastecer seus veículos. Detentos “à espera de julgamento”, muitas vezes assassinos e criminosos violentos presos em flagrante e ainda não sentenciados (ninguém é julgado meia hora depois de ser preso, em lugar nenhum do mundo), estão sendo soltos. Milhares de servidores dos poderes executivos estaduais e municipais estão tomando decisões sem qualquer tipo de autorização judicial – e o próprio aparelho judiciário, com frequência, age como um poder fora da lei nas questões que envolvem a epidemia.

O modelo de todos eles, e da mídia que lhes dá apoio integral, é a China. O país onde o governo é o culpado direto pela eclosão do vírus e sua propagação pelo mundo, por ter proibido durante semanas que médicos e cientistas se dedicassem a cuidar da tragédia, virou um exemplo para o Brasil que se opõe “à direita”.

Hora 'daquela" grave decisão: ir ou não ir para a ventilação artificial?


Não são apenas os médicos que decidem; doentes idosos também podem escolher não ser internados em UTIs e receber tratamento longos ou inúteis. Vilma Gryzinski:

Morrer sozinho em casa ou morrer sozinho no hospital?

O novo coronavírus está criando condições mais difíceis ainda para os que esperavam, mesmo se não manifestassem explicitamente, um fim o menos traumatizante possível.

Para pessoas em idade avançada e com várias complicações de saúde, ser internadas e entubadas por causa da pneumonia causada pelo vírus pode significar não apenas cerca de três semanas de tratamento agressivo e inútil.

Implica também em ocupar leito, equipamento e recursos médicos que poderiam ir para outros pacientes com mais chances.
Segundo pesquisa feita num hospital inglês, cerca de 50% dos pacientes com Covid-19 conseguem sair da intubação e se recuperar. Outros centros dão um índice mais baixo ainda, de 40%.

Atenção: ser idoso e positivo não significa uma sentença de morte, como tantos estão temendo. Estamos tratando aqui de casos extremos, com pessoas já muito comprometidas.

No geral, a mortalidade verificada na Grã-Bretanha é parecida com a de outros países: 9% para os acima de 80 anos, 5% na faixa dos 70 aos 79.

A médica britânica Rachel Clarke, especialista em medicina paliativa, foi bem direta: “Se você é muito idoso e tem muitas doenças, provavelmente nunca será apropriado ser colocado na ventilação artificial”.
“Se conversar antecipadamente sobre isso, poderá concluir que é melhor ficar em casa”.

A nova epidemia está despertando debates urgentes sobre como tratar do fim da vida, um assunto no qual os Estados Unidos foram pioneiros, com enormes quantidades de pessoas subscrevendo há muito tempo os documentos que proíbem ser submetidas a medidas extremas conhecidas como DNRs (Do not Resuscitate).
No Brasil, o equivalente é o testamento vital.

Todo mundo provavelmente já testemunhou como a medicina tem recursos extraordinários para salvar vidas que, há não muito tempo, seriam perdidas.
Ao mesmo tempo, estes recursos podem acabar sendo empregados para prolongar, inutilmente, o sofrimento de manter por semanas, meses e até anos, vidas que na prática já se apagaram, mas são sustentadas por aparelhos.

As decisões individuais no caso do Covid-19 muitas vezes já estão sendo atropeladas pela realidade dos hospitais lotados e sem equipamentos para todos os que estão com a pneumonia já avançada.

Além da triagem dos pacientes, existe um outro fator sendo levado em consideração: o risco para médicos e equipes quando precisam fazer aquelas intervenções extremas, conhecidas por leigos através de filmes.

Uma equipe grande começa a aplicar ao paciente com parada cardíaca ou respiratória uma série de procedimentos de emergência máxima para a ressuscitação.
É aí, justamente, que são maiores os riscos de contaminação.

A grande quantidade de fluídos corporais envolvidos nesse processo tem probabilidade maior de “atravessar” as camadas de proteção.

Médicos e profissionais de saúde já vivem num ambiente onde circulam altas cargas virais – e os primeiros estudos parecem indicar que a intensidade da doença pode depender da maneira como é adquirida.

Contato direto com infectados, por tosse, espirro e outras formas de transmissão pessoa a pessoa, é a pior.
Na Itália, no centro da tragédia, já morreram mais de 60 médicos.

O mundo se aproxima de um milhão de infectados confirmados. Nos países onde o pico parece estar próximo, há pequenos indícios de esperança na leve diminuição de casos positivos.

“Podemos esperar que Espanha e Itália estejam perto desse ponto?”, perguntou Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde.

“Sim. Mas todo mundo fala da curva ascendente e de estabilização. A pergunta é como baixar a curva. E para isso não basta o confinamento. Para reduzir os números, é preciso duplicar os esforços do sistema de saúde”.
Na solidão do confinamento especial, muitos idosos sequer conseguem olhar o complicado quadro geral da pandemia. 

O grande fantasma do Alzheimer foi substituído pelo vírus. O individual ganhou um aspecto coletivo e uma urgência sem precedentes.

Como é comum, muitos idosos não querem dar trabalho para a família ou sofrer mais do que o necessário. 

Falar sobre isso pode até funcionar como uma forma de alívio
 
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A próxima pandemia também virá da China. E não deve demorar muito.


Apesar do coronavírus, os mercados de animais silvestres da China não desapareceram. E eles serão a fonte provável de muitas pandemias futuras. A ditadura comunista faz vista grossa para esses costumes nocivos:

Reúna centenas de animais silvestres num só lugar. Coloque outras centenas de pessoas ao redor. Faça com que essas pessoas comprem os animais ainda vivos, ou mortos na hora da comercialização. Prepare a carne ainda fresca, sem congelá-la, e sirva mal passada. Pronto: você tem a receita completa para disseminar vírus.

A pandemia de coronavírus teve origem na China, assim como foi lá que surgiu a Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars), no início do milênio. No futuro, outras epidemias também surgirão no país asiático. E a explicação é simples: os mercados chineses onde animais silvestres são comercializados funcionam como um verdadeiro caldeirão. “Como os animais ficam concentrados e são vendidos vivos, os vírus conseguem se espalhar com mais facilidade”, explica o biomédico especializado em virologia Jaime Henrique Amorim, professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) que neste momento trabalha na instalação de um laboratório de diagnóstico molecular.
Acontece que os vírus sofrem mutações o tempo todo. No momento em que uma leva deles se altera a ponto de conseguir habitar o organismo humano, ele tem a sua volta uma série de oportunidades para migrar. “Essas mutações acontecem no ambiente natural dos animais, mas ali o vírus não tem contato direto com pessoas, que permitiriam que ele mudasse de habitat”, diz o pesquisador.
É por isso, diz ele, que os coronavírus que habitam morcegos e tatus brasileiros não encontram a mesma facilidade para disseminar uma epidemia, como acontece na China. “Não os criamos em grandes quantidades, nem temos um contato tão próximo com eles”. E principalmente não temos o hábito de nos alimentar deles em grandes quantidades.
“Os tratadores dos animais e os vendedores já podem pegar o vírus. Na casa dos consumidores, eles podem passar para as pessoas durante o preparo ou na ingestão. Ao entrar em contato com a boca, saltam para o sistema respiratório”, explica o professor da UFOB.

Diante da alta densidade populacional das cidades chinesas no entorno desses mercados, esses vírus que se adaptaram aos humanos encontram as condições ideais para se propagar rapidamente. Como a China é hoje um país altamente aberto ao mundo, é questão de semanas até que portadores de novos vírus viagem para todos os cantos do planeta. “Poderíamos tranquilamente rebatizar a pandemia de coronavírus chinês”, afirma o pesquisador.

Hábito antigo

Os mercados onde os animais silvestres são comercializados sustentam tradições de décadas – mais especificamente, desde a grande crise de abastecimento provocada pelo regime de Mao Tsé Tung, que matou de fome 45 milhões de pessoas entre 1958 e 1962 e levou milhares de pessoas a recorrer à carne de qualquer tipo de ser vivo para se alimentar.
Ainda hoje, aproximadamente metade da população do país ingere, mesmo que ocasionalmente, animais silvestres ou tem contato com eles porque compartilham de antigas crenças a respeito do poder medicinal de alguns desses animais. As escamas do pangolim, por exemplo, seriam eficazes para curar febre. Esse mamífero, em especial, é tão disputado nos mercados chineses que corre o risco de entrar em extinção. Ele é o maior suspeito, neste momento, de ter transmitido o Covid-19 para os humanos. O pangolim possivelmente atuou como intermediário, infectado por algum dos mais de 200 tipos de vírus que os morcegos carregam consigo.
Há décadas o governo chinês afirma tentar impedir a prática. Em alguns locais, como Pequim, a ação foi bem sucedida. Em outros, como Guangzhou e Wuhan, os mercados continuam funcionando. “Esses mercados fazem parte da cultura chinesa, mesmo que o governo proíba essas atividades continuam acontecendo”, explica Jaime Henrique Amorim. “São hábitos ligados a períodos de crise, guerras, fome. Eles também comem insetos, por exemplo. E não vão parar”.
O que fazer, então? “Agir com mais transparência”, diz o professor. “Se o governo chinês tivesse informado os outros países assim que identificou a epidemia, eles teriam mais tempo para se preparar. E o tempo, nessas situações, faz toda a diferença”.
Além disso, diz o professor, os países ocidentais precisam se preparar melhor para essas situações – afinal, essa pandemia vai acabar, mas outras virão, certamente. “Outros países asiáticos, como a Coreia do Sul, já lidaram com a Sars e desenvolveram procedimentos padronizados para situações como essa. Nós no Brasil temos agora a oportunidade de aprender com a experiência, e nos preparamos melhor para a próxima pandemia”. (Gazeta do Povo).
 
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O calor deterá o vírus no Brasil?


O que há de verdadeiro na esperança de que fatores climáticos contenham a epidemia por aqui. Blog do jornalista Hélio Gurovitz:


Uma das principais esperanças do Brasil no combate à Covid-19 é um clichê: somos um país tropical, e o novo coronavírus não terá aqui as mesmas condições de propagação que nos climas temperados da China, Europa e Estados Unidos. Faz sentido? Que diz a ciência?
Tal esperança se baseia em fatos consolidados a respeito da gripe e de outros tipos vírus que causam problemas respiratórios. As quatro espécies conhecidas de coronavírus responsáveis por resfriados comuns – identificadas pelas siglas OC43, HKU1, 229E e NL63 – são influenciadas pelo clima. Na epidemia provocada pelo primeiro vírus da Sars, em 2003, outro coronavírus não prosperou quando a temperatura subiu (embora sua erradicação tenha mais a ver com as medidas para evitar contágio).
Quando, portanto, o novo vírus Sars-CoV2, causador da Covid-19, foi identificado, uma das primeiras ações dos cientistas foi tentar extrair conclusões a respeito de seu comportamento em diferentes condições de temperatura e umidade. Diversos estudos sobre o assunto já foram divulgados. A maioria deles ainda não passou pelo ritual acadêmico de revisão pelos pares, anterior à publicação oficial. Apesar disso, suas conclusões são relevantes.
Alguns permitem manter a esperança de que o novo coronavírus seja mesmo menos virulento no clima mais ameno. Mesmo assim, isso não significa necessariamente que o Brasil poderá relaxar as medidas de isolamento social no combate à Covid-19. A seguir, as principais conclusões a respeito da relação da doença com o clima.
O primeiro estudo a relacionar o novo vírus a fatores climáticos saiu em 17 de fevereiro. Com base em dados das províncias chinesas atingidas pela epidemia, os autores, todos ligados à Universidade Harvard, investigaram o papel da umidade no contágio. As conclusões não foram muito animadoras.
“A transmissão sustentada e o crescimento rápido (exponencial) dos casos é possível ao longo de uma gama de condições de umidade, variando das provícias frias e secas da China, como Jilin e Heilongjiang, a locais tropicais, como Guangxi e Cingapura”, escreveram. “Nossos resultados sugerem que mudanças apenas no clima não necessariamente levarão ao declínio na contagem de casos sem a implementação de intervenções extensivas de saúde pública.”
Poucos dias depois, em 25 de fevereiro, pesquisadores ligados à Universidade Sun Yat-Sen divulgaram um estudo sobre a relação não da umidade, mas da temperatura com a disseminação do novo coronavírus em todas as cidades atingidas pela epidemia na China. Desta vez, os resultados pareceram mais encorajadores.
“Até certo ponto, a temperatura poderia transformar significativamente a disseminação da Covid-19, e poderia haver uma temperatura mais favorável à transmissão do vírus”, escreveram. Essa temperatura estaria pouco abaixo de 9ºC. O efeito que constataram, embora significativo, foi pequeno e não demonstra uma relação de causa e efeito entre clima mais ameno e menor contágio.
Em 16 de março saíram dois outros estudos sugerindo que fatores climáticos podem contribuir para arrefecer a epidemia. O primeiro, publicado no Swiss Medical Weekly, usa as variações sazonais dos quatro tipos conhecidos de coronavírus para construir um modelo capaz de prever os níveis de contágio do Sars-CoV2. “Depois de muitos anos, o Sars-CoV3 poderá se tornar um coronavírus sazonal com surtos no inverno”, afirmam os autores. “É preciso notar, porém, que ele parece ser transmitido em climas tropicais, como Cingapura, portanto o inverno não é uma condição necessária para a disseminação.”
O segundo estudo, de cientistas europeus ligados às universidades de Évora, Helsinki e ao Museu Nacional de Ciências Naturais da Espanha, é mais otimista nas conclusões. “Pessoas nos climas temperados quente e frio são mais vulneráveis. Aquelas nos climas áridos vêm em seguida na vulnerabilidade, enquanto a doença deverá provavelmente afetar os trópicos marginalmente”, afirmam.
As projeções deles sugerem que as temperaturas médias ideais para a transmissão do novo coronavírus estão entre 4ºC e 16ºC. O mecanismo que explica tal padrão está, dizem os cientistas, provavelmente vinculado à capacidade de sobrevivência do vírus fora do corpo humano, favorecida também pela umidade baixa. Mesmo assim, eles também são cautelosos: “Enquanto o padrão de contágio é, com base na nossa análise, constrangido por fatores climáticos, o número real de casos positivos é afetado por fatores não-climáticos.”
Por fim, um último estudo publicado no último dia 19 corrobora as conclusões otimistas. Analisando a propagação da Covid-19, os autores, vinculados ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), afirmam que “o número máximo de transmissões ocorreu numa determinada faixa de temperatura – 3ºC a 13ºC”. Apesar disso, reconhecem que a relação não é uniforme e não foi verificada em países como Cingapura, Malásia, Tailândia, Índia e no estado americano da Flórida.
“Embora tenhamos verificado efeitos relacionados ao clima, enfatizamos a necessidade de usar as medidas de quarentena adequadas, mesmo nas regiões mais quentes”, escrevem. “Além do clima, vários outros fatores desempenham um papel na quantidade de casos em cada região.” Entre tais fatores, enumeram a qualidade dos serviços de saúde, medidas de distanciamento social mobilidade da população, grandes aeroportos e a maior proporção de idosos na pirâmide etária.
O fato mais crítico para entender a velocidade de disseminação do Sars-CoV2 pelo planeta é o mais óbvio: trata-se de um vírus novo, quase toda a população do planeta é suscetível ao contágio. “Vírus novos têm uma vantagem temporária, mas importante: poucos ou nenhum indivíduo na população é imune a eles”, escreve o epidemiologista Marc Lipsitch, de Harvard, numa análise sobre os efeitos do clima na pandemia. “A consequência é que podem se espalhar fora da estação normal.”
Conclusão de Lipsitch: mesmo infecções sazonais podem ocorrer “fora da estação" quando são novas. Quando já estiver estabelecido, é provável que o Sars-CoV2 só ataque com mais força no inverno, como os demais coronavírus. Quando o primeiro ataque chega numa estação mais amena, tem pouco valor ser um país tropical, abençoado por Deus ou bonito por natureza.
 
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A pior crise ainda está por vir


Mesmo quando voltarmos a uma aparência de normalidade, a comoção econômica não cessará, e o mundo por um bom tempo não será mais o mesmo. Artigo de Alex Pipkin para o Instituto Liberal:

Ontem chamei um Uber. Um homem, aproximadamente 40 anos. Adivinha o papo – reto. Apavorado! Trabalhando, quando chamado, e em prontidão 14 horas por dia.

Trocou de carro na hora errada, falou-me.
Não me resta outra coisa que tentar ganhar próximo daquilo que faturava antes do demônio viral – disse-me ele.

Como consolo, entonei que tinha certo patrimônio, porém como autônomo, afirmei que encontro-me completamente sem liquidez.

O isolamento social, fundamental agora, precisa ser calibrado científica e sensatamente. Até quando “a vida” suporta?!

Acho que a crise econômica beirará uma depressão e reverberará seus devastadores efeitos por muito tempo, gerando inclusive mais danos e doenças que o vírus.

Indústrias de turismo, alimentação, serviços privados e públicos, e várias outras estão paradas.

Inevitavelmente, e aqui de maneira salutar, a disciplina fiscal do governo foi de vez para as cucuias. Óbvio que será fundamental retomá-la, quando possível.

Governos federal, estaduais e locais serão ainda mais sobrecarregados pela pressão em seus sistemas de saúde pública, como também pelos “pacotes de estímulo” às pessoas e às empresas; mas a economia não vai se recuperar antes que o distanciamento social acabe, e até mesmo por muito mais tempo depois que o boom virótico arrefecer.

As pessoas estão sem trabalhar ou têm seus horários de trabalho diminuídos drasticamente – distintamente do meu amigo do Uber – e precisam de dinheiro agora para pelo menos comprarem comida e permanecerem confinadas.

Não são só os indivíduos que necessitam. Micro, pequenas e médias empresas precisam de recursos para se manterem de pé, a si e aos seus empregados, na tentativa de ao menos adiarem demissões ao máximo possível.

Independente daqueles que afirmam ser “100% vidas”, racional e tecnicamente, o distanciamento social prolongado “matará” todos nós, não só de tédio, como também de outros desastres sociais, como a fome para muitos.

O pacote de estímulo fiscal ajuda a debelar a crise imediata, mas no médio e longo prazos não imagino que evite a quebradeira geral.

Mesmo assim, embora os socorros governamentais possam soar impopulares para alguns, na vida real, além de preservar as pessoas, será importante para não matar aqueles empresários – eficientes – que correm riscos e que criam empregos e riqueza para essas mesmas pessoas.

Grande parte das cadeias produtivas e das empresas estão interrompidas e a economia parada.

Mesmo quando voltarmos a uma aparência de normalidade, a comoção econômica não cessará, e o mundo por um bom tempo não será mais o mesmo (apesar de que algumas questões “humanas” serão aperfeiçoadas!). Virão ajustamentos, desemprego, mais adaptações e mais desemprego.

Especialmente os mais jovens – dentre esses uma legião de idealistas – perceberão que na realidade (evidente que dura!) não valerão tanto quanto alguns pensam que contam.

Meu amigo do Uber me contou – e a corrida nem foi tão longa assim – que um vizinho dele, desempregado e desesperado, entrou em pânico e foi parar num hospital. Deus o abençoe.

Triste! Alguns, mesmo hoje ainda empregados, aterrorizados, provavelmente quando o globo voltar a girar, reduzirão seus gastos trazendo impactos à economia e a redução da geração de empregos por bastante tempo.

E outros muitos talvez tenham que utilizar – sei lá – os tais R$ 600,00 para tratamentos psicológicos e/ou psicanalíticos… Já começou…

Essa é a realidade da vida, da saúde física e econômica, inseparáveis, apesar das constantes compreensões equivocadas e outros besteirois que nos assolam. Que desfecho próximo teremos?!
Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.
 
 
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Os liberais e a pandemia do coronavírus


Em artigo publicado pelo Instituto Cato, Andy Craig considera que enfrentamos hoje a maior ameaça às sociedades livres e abertas que já vimos:

En los últimos días, han habido muchos comentarios sarcásticos en algunos círculos acerca cómo la actual crisis de alguna forma tomó a los liberales por sorpresa. El argumento dice que la necesidad de una respuesta de un estado interventor desmiente una ideología política que es muchas veces, aunque bajo cierta percepción demasiado simplificada, resumida como aquella que favorece un “gobierno limitado”. Una mejor descripción sería la de un gobierno limitado en su envergadura, pero lo suficientemente capaz de satisfacer dicha envergadura. 

El liberalismo, propiamente entendido, comprende ciertas funciones esenciales como el papel adecuado del estado. No es una visión liberal aquella que sostiene que el estado debería ser ineficaz en la protección de los derechos individuales o que debería estar paralizado frente a una amenaza masiva a las vidas de las personas. El estado tiene un papel que desempeñar en la respuesta a una pandemia de la misma manera que es tarea del estado perseguir a los asesinos o defender al país de una invasión.

Al mismo tiempo, los principios y opiniones liberales pueden proveer alguna guía acerca de cómo responder a esta emergencia global sin precedente. 

Una cosa que debemos tener en mente es que algunos límites al poder del estado son incluso más importantes ahora. Los poderes de emergencia deberían ser limitados en su duración y limitados a abordar directamente la situación actual. Además, deberían estar basados en los hechos, con el mayor conocimiento que nos sea posible de los mismos. Las respuestas de políticas públicas de este tipo no deberían ser engrasadas con una lista pre-existente de preocupaciones no relacionadas. Es esencial preservar la democracia liberal constitucional y resistir la concentración excesiva a largo plazo de poder en el ejecutivo.

Las medidas de distanciamiento social deberían depender en el cumplimiento voluntario en la mayor medida posible, y muchas personas han estado cumpliendo con ellas de manera voluntaria. Incluso cuando el trabajo de los agentes de la ley sea necesario, simplemente clausurar las reuniones sin una citación o proceso legal es posible y preferible en muchos casos. Una dependencia severa del cumplimiento vía coerción podría no solo ser innecesaria en algunos casos, sino que también podría resultar contraproducente al provocar un movimiento de protesta en contra del cumplimiento, y podría también ser redundante encima de todas las medidas ya implementadas. Con tantos cierres, el único lugar donde muchas personas tienen que ir es uno de los negocios esenciales que permanecen abiertos: los supermercados. Usted no necesita ordenarle a la gente que se quede en casa —excepto para una lista de excepciones— si ya casi no tienen adonde ir, salvo aquellos lugares incluidos en esa lista de excepciones. Por esta razón, algunos estados han rechazado hasta ahora las órdenes de “quedarse en casa” o “refugiarse en su hogar”. No hay necesidad de fomentar todavía más pánico o distraer a la policía de sus tareas más importantes para preocuparse acerca de actividades seguras y benignas como sacar a la familia y al perro a dar una vuelta caminando.

Al mismo tiempo, muchas jurisdicciones han decidido suspender los arrestos por delitos menores en general, en gran medida para delitos sin víctimas, en un esfuerzo de reducir la población en las cárceles. También bajo consideración están las propuestas de liberar a muchos de aquellos individuos que actualmente están en la cárcel esperando un juicio por delitos menores. Este es un cambio bienvenido que debería llevarnos a reconsiderar la necesidad de algunas de estas leyes, muchas de las cuales han sido desde hace mucho han provocado la ira de los liberales.

Otra guía proviene del Premio Nobel, ícono del liberalismo, y un Distinguido Académico Titular del Instituto Cato, el difunto F.A. Hayek. En obras como La Constitución de la Libertad, escribió que las buenas leyes deberían ser generales, iguales y constantes. Ese es un principio que es relevante incluso cuando algo tan ajeno al ideal liberal como las respuestas de emergencia económica están siendo consideradas. En lugar de rescatar a determinadas industrias y de realizar intervenciones manejadas a nivel micro, las respuestas de políticas públicas deberían ser claras, sencillas, y aplicables a todo el sistema, y con una fecha de expiración definida tan pronto como sea posible. 

Los pagos sencillos y universales a los individuos son también preferibles a los rescates corporativos. No es posible que el gobierno de manera abrupta ordene cierres masivos de tanta actividad económica sin siquiera algún tipo de compensación, de la misma manera que requerimos una compensación justa por una expropiación. Es adecuado que el estado se haga cargo de las consecuencias de sus ordenes y suavice el shock de su abrupta perturbación. Pero al hacerlo, es mejor seguir este principio: mantenga la política sencilla. 

Las críticas liberales a las regulaciones malas han demostrado ser particularmente proféticas. Un fallo importante del estado ha sido la burocracia inflexible y entrometida de la FDA, la cual ha demorado las pruebas y prevenido que miles de laboratorios privados y académicos aumentan rápidamente la capacidad de realizarlas. Durante gran parte de febrero, la FDA requirió que todos dependan exclusivamente de las pruebas producidas por los Centros para el Control y Prevención de Enfermedades (CDC, por sus siglas en inglés) y se negó a darle permiso a otros laboratorios de desarrollar sus propias pruebas. Esto demostró ser algo catastróficamente equivocado cuando la primera ronda de pruebas producidas por los CDC no funcionaron y tuvieron que ser reemplazadas. Este fracaso explica en gran medida por qué la respuesta en cuanto a las pruebas en EE.UU., hasta la fecha, palidece frente a la de Corea del Sur.

Otro ejemplo de una respuesta liberal a la pandemia ha sido la necesidad de suspender rápidamente muchas de las restricciones sobre las licencias ocupacionales, permitiendo que los doctores practiquen en otros estados y aumentando los permisos que tienen los enfermeros facultativos y los asistentes de los doctores. Incluso las regulaciones mundanas y triviales acerca de las cuales solamente los liberales se hubiesen preocupado han sido eliminadas. Hace dos meses, ¿quién hubiera pensado que era una preocupación urgente suspender las regulaciones de alcohol de tal manera que los restaurantes puedan servir bebidas para que estas sean entregadas a domicilio por los conductores de las plataformas de vehículos compartidos? 

Mientras que podemos celebrar estas ganancias, no hay duda de que hemos visto imposiciones extremas sobre las libertad personal. Los liberales pueden sentir esta pérdida como algo especialmente doloroso. Incluso cuando estas nuevas reglas sean tristemente necesarias y justificadas por los hechos, es un costo que deberíamos cuidadosamente sopesar conforme nos acercamos al relajamiento de las restricciones y volvamos a algún tipo de normalidad. 

En el nombre de salvar vidas de una amenaza inmediata, los gobiernos alrededor del mundo han suspendido la mayoría de los viajes internacionales y han coartado severamente las libertades de los consumidores y aquellas de asociación. La pérdida importante de libertades que desde hace mucho hemos dado por sentadas pone de relieve lo valiosas que verdaderamente son. Y algunas libertades, como la libertad de expresión y el derecho a la privacidad, deberían seguir siendo sagradas y defendidas con tenacidad incluso en el contexto de una emergencia.

Mientras que gran parte de la respuesta de políticas públicas hasta ahora ha sido de buena fe (aunque muchas veces inepta), la tendencia hacia concentrar más poderes por parte de populistas autoritarios no debería ser descartada. Mantener el Estado de Derecho, los pesos y contrapesos, y una democracia liberal y constitucional es esencial. Las elecciones deberían proceder a tiempo, con cualesquiera que sean las condiciones que se demuestre que sean necesarias para realizarlas. Las legislaturas y cortes deberían seguir abiertas para los asuntos esenciales, incluyendo la participación remota de ser necesaria, y las estructuras constitucionales fundacionales deberían seguir en pie. No necesitamos un dictador en EE.UU. ni en ningún otro país alrededor del mundo. 

Tal vez todavía más importante: las reglas y poderes de emergencia deberían durar solo cuanto dure la emergencia, y deberían ser derogados en la oportunidad más temprana posible. Deberíamos estar alertas ante aquella tendencia de los estados de retener poderes y mantener abiertos programas muchos después de que su justificación original ha desaparecido. 

La libertad es valiosa y en la historia de la humanidad muchas veces ha sido fugaz y tenue. Ahora mismo nos enfrentamos a la mayor amenaza a una sociedad libre y abierta que muchos de nosotros hemos visto alguna vez, al menos en EE.UU., y quizás en muchas otras naciones que han pasado por los peores flagelos del totalitarismo y las guerras importantes. De manera que los liberales continuarán como siempre, listos para defender los principios de la libertad humana en cada situación.

Este artículo fue publicado originalmente en Cato At Liberty (EE.UU.) el 25 de marzo de 2020.
 
 
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O horror na China comunista e seus pavorosos campos de morte


Até crianças viraram alimento nos campos de horror do comunismo maoista. Texto de Lew Rockwell para o Instituto Mises:

Neste mês de outubro de 2019 completaram-se 70 anos da Revolução Comunista chinesa, que deu início ao mais cruel e sanguinolento regime governamental da história humana (sem exageros). 

Espantosamente, não só é raro encontrar pessoas realmente bem informadas sobre as atrocidades cometidas por aquele regime — o que nos diz muita coisa sobre nosso sistema educacional —, como ainda há partidos políticos e intelectuais que simpatizam com o maoísmo.

No artigo abaixo, uma tentativa de mitigar um pouco esse obscurantismo, em um breve resumo daquele período.
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Embora atualmente muito se fale sobre a economia da China e muito se critique o país, o que é realmente notável em todos esses comentários e críticas é quão distantes e limitados eles parecem ser quando se pensa na história recente da China.

E esse é um assunto profundamente doloroso, horrível em seus detalhes, mas altamente elucidativo e útil para nos ajudar a entender a política — e que também põe em perspectiva as notícias sobre esses recentes problemas na China.

É um escândalo, de fato, que poucos ocidentais sequer estejam informados — ou, se estão, não estão conscientes — sobre a sanguinolenta realidade que predominou na China entre os anos de 1949 e 1976, os anos da ditadura comunista de Mao Tsé-Tung. (Ou Mao Zédong).

Quantos morreram como resultado das perseguições e das políticas de Mao? Será que você se importaria em adivinhar? Muitas pessoas ao longo dos anos tentaram. Mas elas sempre acabavam subestimando os números. Porém, à medida que mais dados foram aparecendo durante as décadas de 1980 e 90, e os especialistas foram se dedicando mais intensamente às investigações e estimativas, os números foram se tornando cada vez mais confiáveis. Mas, ainda assim, eles permanecem imprecisos. Qual a margem de erro com a qual estamos lidando? Ela pode ser, por baixo, de 40 milhões; mas também pode ser de 100 milhões ou mais.

Para o Grande Salto para Frente, de 1959 a 1961, o número de mortos varia entre 20 milhões e 75 milhões. No período anterior foi de 20 milhões. No período posterior, dezenas de milhões a mais.

Estudiosos da área de homicídio em massa dizem que a maioria de nós não é capaz de imaginar 100 mortos ou 1.000. E, acima disso, tudo vira apenas estatística: os números passam a não ter qualquer sentido conceitual para nós, e a coisa se torna um simples jogo numérico que nos desvia do horror em si. Há um limite de informações horríveis que nosso cérebro pode absorver, um limite de quanto sangue podemos imaginar.

No entanto, há um motivo maior pelo qual o experimento comunista chinês permanece um fato oculto: ele apresenta um argumento forte e decisivo contra o poder do estado, de maneira ainda mais conspícua que os casos da Rússia e da Alemanha do século XX.

Esse horror já podia ser pressagiado quando uma guerra civil se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Depois de nove milhões de mortos, os comunistas emergiram vitoriosos em 1949, tendo Mao como o soberano. Assim, a terra de Lao-Tzu (rima, ritmo, paz), do Taoísmo (compaixão, moderação, humildade) e do Confucionismo (piedade, harmonia social, progresso individual) foi confiscada pela importação da mais esquisita matéria-prima jamais conhecida pelos chineses: o marxismo alemão importado via Rússia.

Era uma ideologia que negava toda a lógica, toda a experiência, todas as leis econômicas, todos os direitos de propriedade, e todos os limites sobre o poder do estado, que alegava que todas essas noções eram meros preconceitos burgueses, e que afirmava que tudo o que era necessário para transformar a sociedade era criar um núcleo composto por poucas pessoas iluminadas e dotadas de ilimitados poderes para modificar todas as coisas.

É realmente bizarro pensar nisso: a China, dentre todos os lugares, com pôsteres de Marx e Lênin, e sendo governada por uma ideologia ditatorial, extorsiva e homicida, que só chegou ao fim em 1976. A transformação ocorrida nos últimos 40 anos foi tão espetacular que alguém dificilmente saberia que tudo isso já aconteceu, exceto pelo fato de o Partido Comunista ainda estar no poder, embora já tenha dispensado os princípios básicos da parte comunista.

O experimento começou da maneira mais sanguinolenta possível, após a Segunda Guerra, quando todos os olhos do Ocidente estavam voltados para assuntos internos (e, quando havia alguma preocupação externa, ela estava na Rússia). Os "mocinhos" (comunistas) haviam vencido a guerra contra os vilões (nacionalistas) da China — ou assim fomos levados a crer, na época em que o comunismo era a moda mundial.

A comunização da China se deu seguindo os três estágios usuais: expurgos, planejamentos e, por fim, a procura por bodes expiatórios.

Primeiro ocorreram os expurgos — também conhecidos como "purificação" — para que o comunismo pudesse ser implantado. Havia rebeldes a serem mortos e terras a serem nacionalizadas. As igrejas tinham de ser destruídas. Os contra-revolucionários tinham de ser suprimidos. A violência começou no campo e depois se espalhou para as cidades.

Todos os camponeses foram inicialmente divididos em quatro classes que eram consideradas politicamente aceitáveis: pobres, semi-pobres, médios, e ricos. Todos os outros eram considerados latifundiários e, assim, marcados para ser eliminados. Se nenhum latifundiário fosse encontrado, os "ricos" eram então incluídos nesse grupo.

A classe demonizada era desentocada em uma série de "encontros da amargura" — que ocorriam em nível nacional —, nos quais as pessoas delatavam seus vizinhos que possuíssem propriedades e que fossem politicamente desleais. Aqueles assim considerados eram imediatamente executados junto com quem quer que tivesse simpatias por eles.

A regra era que deveria haver ao menos uma pessoa morta por vilarejo. O número de mortos está estimado entre um milhão e cinco milhões. Adicionalmente, entre quatro e seis milhões de proprietários de terra foram trucidados pelo simples crime de serem donos de capital. Se alguém fosse suspeito de estar escondendo alguma riqueza, ele ou ela seria torturado com ferro quente até confessar. As famílias dos mortos eram também torturadas e os túmulos de seus predecessores eram saqueados e pilhados. O que acontecia com a terra? Era dividida em minúsculos lotes e distribuída entre os camponeses remanescentes.

A campanha então se dirigiu para as cidades. As motivações políticas eram o principal incentivo, mas havia também o desejo de se fazer controles comportamentais. Qualquer suspeito de envolvimento com prostituição, jogatina, sonegação, mentiras, tráfico de ópio, ou suspeito de contar segredos de estado, era executado sob a acusação de "bandido".

Estimativas oficiais colocam o número de mortos em dois milhões, sendo que outros dois milhões foram morrer nas prisões. Comitês residenciais formados por pessoas leais ao estado vigiavam cada movimento. Qualquer visita noturna era imediatamente denunciada, e todos os envolvidos eram presos ou assassinados. As celas das prisões iam ficando cada vez menores, chegando a um ponto em que uma pessoa vivia em um espaço de aproximadamente 35 centímetros. Alguns prisioneiros faziam trabalho forçado até morrer, e qualquer um que se envolvesse em alguma revolta era agrupado com seus colaboradores e todos eram queimados.

Havia indústrias nas cidades, mas aqueles que eram seus proprietários e gerentes eram submetidos a restrições cada vez mais apertadas: transparência forçada, escrutínio constante, impostos escorchantes, além de sofrerem todos os tipos de pressão para oferecer seus negócios à coletivização. Houve muitos suicídios entre os pequenos e médios empresários que perceberam para onde tudo estava indo. Filiar-se ao partido adiava apenas temporariamente a morte, já que em 1955 começou a campanha contra os contra-revolucionários escondidos dentro do próprio partido. Havia um princípio de que um em cada dez membros do partido era um traidor secreto.

Quando os rios de sangue haviam atingido seu ápice, Mao criou a campanha do Desabrochar das Cem Flores, durante dois meses de 1957, sendo o legado desta a frase que frequentemente se ouve: "Deixemos que cem flores desabrochem!" As pessoas foram encorajadas a falar abertamente e mostrar seu ponto de vista, uma oportunidade muito tentadora para os intelectuais. Mas essa liberalização durou pouco. Na verdade, foi tudo uma armadilha. Todos aqueles que falaram contra o que estava acontecendo na China foram arregimentados e aprisionados, talvez entre 400.000 e 700.000 pessoas, incluindo dez por cento das classes mais educadas. Outras eram rotuladas de direitistas e sujeitadas a interrogatório e reeducação; outras eram expulsas de suas casas e isoladas.

Mas isso não foi nada comparado à fase dois, que se tornou uma das maiores catástrofes da história do planejamento central. Após a coletivização das terras, Mao decidiu ir mais a fundo e passou a ditar aos camponeses o que eles deveriam plantar, como eles deveriam plantar, para onde eles deveriam mandar a colheita, e até mesmo se — em vez de ter de plantar qualquer coisa — eles deveriam ser arrastados para as indústrias. Essa etapa se tornaria o Grande Salto para Frente, que acabou por gerar a escassez mais mortal da história.

Os camponeses foram ajuntados em grupos de milhares e forçados a dividir todas as coisas. Todos os grupos deveriam ser auto-suficientes. As metas de produção foram aumentadas para níveis nunca antes imaginados.

Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de onde a produção era alta para onde ela era baixa, como um meio de impulsionar a produção. Elas também foram deslocadas da agricultura para a indústria. Houve uma campanha maciça para se coletar ferramentas e transformá-las em habilidade industrial. Como maneira de demonstrar esperança para o futuro, os coletivizados eram encorajados a fazer enormes banquetes e a comer de tudo, principalmente carne. Esse era um modo de mostrar a crença de que a colheita do ano seguinte seria ainda mais farta.

Mao tinha essa idéia de que ele sabia como cultivar os grãos. Ele proclamou que "as sementes são mais felizes quando cultivadas juntas" — e então as sementes foram semeadas em densidades de cinco a dez vezes maiores do que a normal. As plantas morreram, o solo secou, e o sal subiu à superfície. Para impedir que os pássaros comessem os grãos, os pardais foram exterminados, o que aumentou imensamente o número de parasitas. Erosões e enchentes se tornaram endêmicas. Plantações de chá foram transformadas em plantações de arroz, sob o argumento de que o chá estava em decadência e era coisa de capitalista.

Equipamentos hidráulicos construídos para servir às novas fazendas coletivas não funcionavam e não tinham peças para reposição. Isso levou Mao a colocar nova ênfase na indústria, que surgiu forçadamente nas mesmas áreas da agricultura, levando a um caos ainda maior. Os trabalhadores eram arrastados de um setor para outro, e cortes obrigatórios em alguns setores eram compensados com um aumento obrigatório das cotas em outros setores.

Em 1957, o desastre estava por todos os lados. Os trabalhadores estavam tão enfraquecidos que eram incapazes até mesmo de colher suas escassas safras; e assim eles morriam, vendo o arroz apodrecer. As indústrias se avolumavam, mas não produziam nada de útil. A resposta do governo foi dizer às pessoas que gorduras e proteínas eram desnecessárias. Mas a fome não podia ser negada. O preço do arroz subiu de 20 a 30 vezes no mercado negro.

Como as transações foram proibidas entre os grupos coletivistas (você sabe, a tal da auto-suficiência), milhões ficaram à míngua. Já em 1960, a taxa de mortalidade pulou de 15% para 68%, e a taxa de natalidade despencou. Quem quer que fosse pego estocando grãos era fuzilado. Camponeses flagrados com a menor quantia imaginável eram aprisionados. Fogueiras foram banidas. Funerais foram proibidos, pois eram considerados esbanjadores.

Aldeões que tentavam fugir dos campos para as cidades eram fuzilados nos portões. Os mortos por inanição chegaram a 50% em alguns vilarejos. Os sobreviventes ferviam grama e cascas de árvore para fazer sopa, enquanto outros vagueavam pelas estradas à procura de comida. Algumas vezes eles se bandeavam e atacavam casas, procurando por restos do milho que era servido ao gado. As mulheres eram incapazes de engravidar devido à desnutrição. Pessoas nos campos de trabalho forçado foram usadas em experimentos com comidas, provocando doenças e mortes.

Mas isso ainda era pouco. Em 1968, um membro da Guarda Vermelha, de 18 anos, chamado Wei Jingsheng, encontrou refúgio em uma família de um vilarejo em Anhui, e ali ele viveu para escrever o que ele viu:
Caminhávamos juntos ao longo do vilarejo. . . Diante de meus olhos, entre as ervas daninhas, surgiu uma das cenas que já haviam me contado: um dos banquetes no qual as famílias trocam suas crianças para poder comê-las. Eu podia vislumbrar claramente a angústia nos rostos das famílias enquanto elas mastigavam a carne dos filhos dos amigos. As crianças que estavam caçando borboletas em um campo próximo pareciam ser a reencarnação das crianças devoradas por seus pais. O que fez com que aquelas pessoas tivessem de engolir aquela carne humana, entre lágrimas e aflições — carne essa que elas jamais se imaginaram provando, mesmo em seus piores pesadelos?
O autor dessa passagem foi preso como traidor, mas seu status o protegeu da morte, e ele foi finalmente solto em 1997.

Quantas pessoas morreram durante a fome de 1959-1961? A menor estimativa é de 20 milhões. A maior, de 43 milhões. Finalmente, em 1961 o governo cedeu e permitiu alguma importação de comida, mas foi pouco e já era tarde. Foi permitido a alguns camponeses voltar a plantar em sua própria terra. Surgiram alguns ateliês particulares. Alguns mercados foram permitidos. Finalmente, a fome começou a diminuir e a produção começou a crescer.

Mas então veio a terceira etapa: encontrar os bodes expiatórios. O que havia causado toda a calamidade? A resposta oficial era qualquer coisa, menos o comunismo; qualquer coisa, menos Mao. E então a captura de pessoas por motivos puramente políticos começou novamente — e aqui chegamos ao cerne da Revolução Cultural.

Milhares de campos e centros de detenção foram abertos. As pessoas que eram mandadas para lá, morriam lá. Na prisão, utilizava-se das desculpas mais fajutas possíveis para se eliminar alguém — tudo para haver sobras alimentícias, uma vez que os prisioneiros eram um fardo para o sistema, de acordo com o pensamento de quem estava no comando. Esse sistema penal, o maior já construído, era organizado em um estilo militar, com alguns campos mantendo por volta de 50.000 pessoas.

Havia um critério para se aprisionar alguém: os indivíduos eram abordados aleatoriamente e recebiam ordens de prisão de maneira indiscriminada. Isso acontecia com ampla frequência. Todos tinham de carregar consigo uma cópia do Pequeno Livro Vermelho, de Mao. Questionar a razão da prisão era em si uma evidência de deslealdade, já que o estado era infalível.

Uma vez preso, o caminho mais seguro era a confissão instantânea. Os guardas eram proibidos de usar de violência aberta, de modo que assim os interrogatórios durassem centenas de horas, o que frequentemente fazia com que os prisioneiros morressem durante o processo. Aqueles que tivessem seus nomes citados durante uma confissão eram então caçados e recolhidos.

Após ter passado por esse processo, você era mandado para um campo de trabalhos forçados, onde seria avaliado de acordo com o número de horas que seria capaz de trabalhar com pouca comida. Você não poderia comer carne nem qualquer tipo de açúcar ou azeite. Os prisioneiros passariam então a ser controlados pela racionalização do pouco da comida que tinham.

A fase final dessa incrível litania de criminalidade durou o período de 1966 até 1976, durante o qual o número de mortos caiu dramaticamente, variando "apenas" entre um milhão e três milhões. O governo, agora cansado e nos primeiros estágios da desmoralização, começou a perder o controle, primeiro dentro dos campos de trabalhos forçados, e então na zona rural. E foi esse enfraquecimento que levou ao período final, e de certa forma o mais cruel, da história comunista da China.

Os primeiros estágios da rebelião ocorreram da única maneira permissível: a linha dura começou a criticar o governo por ser muito frouxo e muito descompromissado com o ideal comunista. Ironicamente, isso começou a surgir exatamente no momento em que a moderação se tornou manifesta na Rússia. Os neo-revolucionários da Guarda Vermelha começaram a criticar os comunistas chineses como sendo "reformistas a la Khrushchev". Como um escritor apontou, a guarda "se levantou contra seu próprio governo com o intuito de defendê-lo".

Durante esse período, o culto à personalidade de Mao chegou ao seu ápice, com o Pequeno Livro Vermelho atingindo um prestígio mítico. Os Guardas Vermelhos perambulavam pelo país tentando expurgar as "Quatro Coisas Antiquadas": idéias, cultura, costumes e hábitos. Os templos remanescentes foram obstruídos. Óperas tradicionais foram banidas, tendo a Ópera de Beijing todos os seus vestuários e cenários queimados. Monges foram expulsos. O calendário foi modificado. Todo o cristianismo foi banido. Animais de estimação como pássaros e gatos foram proibidos. Humilhação era a palavra de ordem.

Assim foi o Terror Vermelho: em sua capital, ocorreram 1.700 mortes e 84.000 pessoas fugiram. Em outras cidades, como Xangai, os números eram ainda piores. Foi implantado um processo de expurgo e purificação dentro do partido, com centenas de milhares presos e muitos assassinados. Artistas, escritores, professores, técnicos: todos eram alvos. Massacres organizados ocorriam em comunidades seguidas, com Mao aprovando cada passo como meio de eliminar cada possível rival político.

Mas, interiormente, o governo estava se fragmentando e rachando, mesmo que externamente ele estivesse se tornado ainda mais brutal e totalitário.

Finalmente, em 1976, Mao morreu. Em poucos meses, seus conselheiros mais próximos foram todos encarcerados. A reforma começou lenta a princípio, mas depois atingiu uma velocidade assustadora. As liberdades civis foram restauradas (comparativamente) e as reabilitações começaram. Os torturadores foram processados. Os controles econômicos foram gradualmente relaxados. A economia, por virtude da iniciativa humana e da iniciativa econômica privada, se transformou.

Tendo lido tudo isso, você agora faz parte da minúscula elite de pessoas que sabem alguma coisa sobre o maior campo de morte da história do mundo, que foi no que a China se transformou entre 1949 e 1976 — um experimento de controle total, algo que jamais se viu na história. Muitas pessoas hoje sabem mais sobre os produtos de baixa qualidade da China do que sobre as centenas de milhões de mortos e a inenarrável quantidade de sofrimento ocorrida sob o comunismo.

Quando você ouvir sobre produtos de baixa qualidade vindos da China, ou sobre trigo insuficientemente processado, imagine milhões sofrendo de uma fome dantesca, com pais trocando seus filhos para comê-los e, assim, permanecerem vivos. Não me diga que aprendemos alguma coisa com a história. Sequer conhecemos a história o suficiente para aprender algo com ela.
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Nota sobre as fontes, todas as quais você pode comprar e ler em detalhes: "China: uma longa marcha na noite", por Jean-Louis Margolin em O Livro Negro do Comunismo, por Stéphane Courtois et al. (Harvard, 1999), pp. 234-277; Death by Government, por R.J. Rummel (Transaction, 1996); e Hungry Ghosts: Mao's Secret Famine, por Jaspar Becker (Owl Books, 1998).
 
BLOG ORLANDO TAMBOSI

PGR arquiva pedido de afastamento feito contra Bolsonaro


O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, arquivou a notícia-crime contra o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, protocolada pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT). O requerimento petista foi feito ao STF, o qual, por meio do Ministro Marco Aurélio, enviou para a Procuradoria-Geral da República. Segundo Augusto Aras, não há embasamento jurídico que endosse de forma alguma a Notícia-Crime e o pedido de afastamento ou até mesmo uma possível perda de mandato do Presidente Jair Messias Bolsonaro. Caso a notícia-crime recebesse parecer favorável do PGR, seguiria para o STF, o qual poderia rejeitar ou acolher e remeter para Câmara dos Deputados. No final, se a ação petista obtivesse sucesso, Jair Bolsonaro poderia ser afastado por 180 dias, podendo chegar à perda do mandato. (BR7)

Boletim do Ministério da Saúde aponta 201 mortes por covid-19


O número de mortos no Brasil com diagnóstico confirmado de covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV2) atingiu 201 até esta terça-feira (31), enquanto os casos somam 5.717, informa o boletim mais recente do Ministério da Saúde. Trata-se do maior aumento de casos e óbitos em 24 horas desde o início da epidemia no país. No boletim de ontem, eram 159 óbitos e 4.579 pessoas com diagnóstico da doença. A taxa de letalidade é de 3,5¨%.
Veja o número de mortos por estado:
Amazonas: 3
Rondônia: 1
Bahia: 2
Ceará: 7
Maranhão: 1
Pernambuco: 6
Piauí: 4
Rio Grande do Norte: 1
Minas Gerais: 2
Rio de Janeiro: 23
São Paulo: 136
Distrito Federal:. 3
Goiás: 3
Mato Grosso do Sul: 1
Paraná: 3
Rio Grande do Sul: 4
Santa Catarina: 2

Itajuípe confirma três casos do vírus; Ilhéus já registra seis


Nesta terça-feira (31), o município de Itajuípe confirmou três casos positivos para o coronavírus. Segundo o prefeito Marcone (PSD), as três pessoas estão em isolamento social. O prefeito vai realizar um pronunciamento a partir das 18 horas para anunciar novas medidas na cidade. Vale lembrar que a prefeitura fez os testes particular, pois via governo do estado tem um novo protocolo que dificulta a realização dos testes. Em Ilhéus, já são seis casos confirmados. O anúncio do 6º caso foi feito pelo secretário de saúde de Ilhéus, Geraldo Magela. Segundo informações do secretário, o homem de 30 anos teve contato com um casal de São Paulo.

Sesab anuncia 41 casos em 24 horas; Bahia tem 217 infectados


A Bahia acaba de registrar 217 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19), o que representa 3,7% do total de casos notificados. Até o momento, 1393 casos foram descartados e houve dois óbitos, ambos de pessoas residentes em Salvador que apresentavam comorbidades associadas. Este número contabiliza todos os registros de janeiro até as 17 horas desta terça-feira (31). Ao todo, 17 pessoas estão curadas e 42 encontram-se internadas. Estes números representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais. Dentre os casos confirmados, 54,38% são do sexo masculino e 45,62% do sexo feminino. O coeficiente de incidência por 100.000 habitantes foi maior na faixa de 70 a 79 anos (3,44), indicando o maior risco de adoecer entre os idosos. Ressaltamos que os números são dinâmicos e na medida em que as investigações clínicas e epidemiológicas avançam, os casos são reavaliados, sendo passíveis de reenquadramento na sua classificação.

ITABUNA HOJE

Atenção

Projeto promove vaquinha online para ajudar músicos independentes durante a quarentena

Universo Retrô

O Retro Sessions é uma série de lives no Facebook, nas quais artistas de cunho retrô são convidados a fazer shows de sua casa ao vivo na página do portal Universo Retrô
Por conta das paralisações devido à pandemia da COVID-19, muitas atividades que dependem de deslocamento de profissionais e público estão paradas. Assim acontece com músicos independentes, que geralmente são profissionais autônomos e ganham a vida com apresentações em bares e casas noturnas. A maior parte desses artistas tiveram seus shows cancelados e ainda sem previsão de retorno.

Pensando numa forma de ajudar esses profissionais neste momento de recessão, a plataforma de nostalgia Universo Retrô criou o projeto Retro Sessions, uma série de lives no Facebook, nas quais artistas de cunho retrô são convidados a fazer shows de suas casas ao vivo na página do portal. As apresentações, que começaram na última segunda-feira (23), acontecerão todos os dias às 21h30 e terão até 1 hora de duração. Inicialmente o projeto terá 14 dias de duração, e 14 atrações.

Como forma de apoio ao trabalho desses artistas, foi criada uma Vakinha Online, para quem quiser colaborar financeiramente com qualquer valor. Ao final do projeto, o dinheiro arrecadado será dividido com todos os participantes. Esse é um incentivo para que esses artistas continuem produzindo e levando alegria para seu público durante a quarentena. 

O projeto é uma possibilidade que o público tem de assistir a um show mais intimista, enviar perguntas aos artistas, pedir músicas, além de conferir novidades sobre álbuns novos, clipes e músicas. Entre os estilos musicais reunidos no projeto estão: rockabilly, psychobilly, punk rock, surf music, hillbilly e rock ‘n roll.

Já se apresentaram até agora: Dan Rocker, da banda Dan & His Rockers (Santo André); a banda Cherry Rat (Las Vegas); o cantor e guitarrista Joanatan Richard (Caruaru); o vocalista e guitarrista Vinci Bueno, das bandas Voodoo Brothers e Los Clandestinos (São Paulo); Dasta Gomes dos Smokin’ Snakes (Natal); Ton White (São Paulo), e Sayuri Yamamoto, das bandas Time Bomb Girls e Los Clandestinos (São Paulo).

Para a segunda semana estão confirmados: Leandro Martins do grupo Rock In Black (São Paulo); Mutant Cox das bandas Os Catalépticos, Sick Sick Sinners e Hillbilly Rawhide (Curitiba); Raul Vallens do The Million Dollar Trio (Francisco Morato); Rayssa Deschain e Matheus Gondin da banda Os Dry Martinis (Manaus); Maniac Biffs do Spitfire Demons e Dope Times (São Paulo); a cantora Desiree Rossetto (Santo André) e o guitarrista Al Bud (São Paulo), da Al Bud Trio.
Colabore com a Vakinha do Retro Sessions: http://vaka.me/950899
Programação
Retro Sessions - Live 
Segunda, 23 de março de 2020
21:30 - 22:30
Dan Rocker (Dan & His Rockers)

Terça, 24 de março de 2020
21:30 - 22:30
Cherry Rat

Quarta, 25 de março de 2020
21:00 - 22:00
Joanatan Richard

Quinta, 26 de março de 2020
21:30 - 22:30
Vinci Bueno (Voodoo Brothers e Los Clandestinos)

Sexta, 27 de março de 2020
21:30 - 22:30
Leandro Franco (Asteróides Trio)

Sábado, 28 de março de 2020
21:00 - 22:00
Dasta Gomes (Dasta & The Smokin’ Snakes)

Domingo, 29 de março de 2020
21:30 - 22:30
Ton White

Segunda, 30 de março de 2020
21:30 - 22:30
Sayuri Yamamoto (Time Bomb Girls e Los Clandestinos)

Terça, 31 de março de 2020
21:30 - 22:30
Leandro Martins (Rock in Black)

Quarta, 1 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Mutant Cox (Os Catalepticos, Sick Sick Sinners e Hillbilly Rawhide)

Quinta, 2 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Raul Vallens (The Million Dollar Trio)

Sexta, 3 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Raissa Deschain e Matheus Gondim (Os Dry Martinis) 

Sábado, 4 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Maniac Biffs (Spitfire Demons e Dope Times)

Domingo, 5 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Desiree Arruda e Ramis Al Bud (Al Bud Trio e Dasta & The Smokin’ Snakes)

Página no Facebook: https://www.facebook.com/events/852654815202983/

Sobre o Universo Retrô

Lançado oficialmente em julho de 2015, o Universo Retrô é o primeiro portal brasileiro de conteúdo inteiramente focado em cultura, entretenimento e lifestyle vintage e retrô. No site, é possível encontrar artigos e reportagens diversas sobre tudo que envolve as décadas de ouro do passado: de 1920 a 1990, passando, especialmente, pelos saudosos anos 1950 com todo o charme que revolucionou o século 20.

Idealizado pela publicitária Daise Alves e pela jornalista Mirella Fonzar, duas amantes dos anos dourados e do universo das pin-ups, cadillacs e rockabilly, o portal traz notícias diárias sobre música, moda, design, fotografia, cinema, gastronomia, turismo, comportamento, eventos, e os mais diversos assuntos que sejam inspirados pelo passado.

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