terça-feira, 31 de março de 2020
Coronavírus é prato cheio para quem gosta de politicagem
O que importa no Brasil de hoje é tirar vantagem do vírus – para a
eleição presidencial de 2022 ou, mais urgente ainda, para agora mesmo,
nas municipais de 2020. Coluna de J. R. Guzzo, publicada pela Gazeta:
Já faz tempo, e talvez tenha sido assim desde o começo, que a
epidemia causada pelo coronavírus no Brasil deixou de ser uma questão de
ciência médica, tratada em laboratórios e centros de pesquisa, ou de
administração da saúde pública, gerida nos órgãos públicos encarregados
de cuidar disso, e passou a ser uma questão política. As decisões, aqui,
são tomadas em reuniões onde os presentes estão pensando em ganhar
eleições, não em curar coisa nenhuma, e a “turma do marketing” sempre
tem voz ativa – às vezes decisiva.
Médicos? Pesquisas dos melhores centros do saber mundial? Números e
estatísticas confiáveis, em vez de “projeções”, “modelos” ou “cenários”?
Dane-se tudo isso. O que importa no Brasil de hoje é tirar vantagem do
vírus – para a eleição presidencial de 2022 ou, mais urgente ainda, para
agora mesmo, nas municipais de 2020.
É uma tragédia, realmente, que as decisões sobre a epidemia tenham
sido sequestradas por gente sem a menor qualificação técnica para tratar
de uma dor de cabeça. Em vez das melhores cabeças da ciência nacional e
da cooperação internacional de primeiro nível – não essa palhaçada de
OMS, um puxadinho da ONU hoje sob a direção de um sócio de uma ditadura
africana que nem sequer é formado em Medicina – temos, com autoridade
para tomar decisões sobre a epidemia, uma turba de 27 governadores e
5.500 prefeitos. Em boa parte, estão pensando unicamente em seus
próprios interesses.
Muitos deles, tanto governadores como prefeitos, são semianalfabetos
em geral e analfabetos plenos em Medicina. Têm à sua disposição fiscais,
verbas e a possibilidade de assinar decretos cuja legalidade a Justiça
não está apreciando – ou, pior ainda, onde os juízes decidem contra a
Constituição e as demais leis do país. É a receita para o desastre.
Ficamos assim, então: quem resolve a vida das pessoas não é mais o
Poder Legislativo nem o Poder Judiciário; é um bando sem cabeça, sem
coordenação e sem senso moral, que tem como única preocupação, em sua
maioria, adivinhar qual é o barco certo para colocar os pés. São dois
esses barcos. Quem é a favor da receita do “isolamento horizontal”, como
virou moda dizer — “fica em casa e fecha tudo” — é “de esquerda”, ou
“progressista”, ou “antifascista” ou “liberal-intelectual-civilizado”.
No mínimo, é contra o governo. Quem é contra, e defende a volta a
atividade produtiva, é “de direita”. Entre os dois, há toda uma imensa
população com medo de morrer e sem informação.
Os governadores e prefeitos que julgaram mais conveniente jogar suas
fichas no isolamento horizontal têm a seu favor um elemento essencial:
há milhões de pessoas, efetivamente, que tendem por natureza a temer o
cenário de catástrofe, e têm recursos, por modestos que sejam, para
sobreviver à paralisia econômica imposta pela quarentena total,
repressiva e sem data para acabar dos governadores e prefeitos.
Há entre eles gente que tem a renda garantida: para citar um exemplo
só, os 12 milhões de funcionários públicos. Some-se a eles as suas
famílias, os aposentados que conseguem sobreviver sem complementar o
rendimento mensal, os que trabalham sem ser empregados, os que vivem de
renda, etc, e tem-se uma multidão. É uma população que não tem a
necessidade vital de sair de casa e ir trabalhar imediatamente para
ganhar a vida. Eis aí o pesqueiro ideal para os demagogos.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Guzzo: "Situação de emergência é desculpa para agredir o Estado de Direito".
A China, cuja ditadura comunista é culpada direta pela eclosão do
coronavírus, virou um exemplo para o Brasil que se opõe “à direita”. J.
R. Guzzo, no portal Metrópoles:
A arte das medidas tomadas por governos estaduais e prefeituras, e
executadas por fiscais sem autoridade para fazer o que fazem, por
policiais que obedecem ordens ilegais (ou tomam, eles mesmos, a
iniciativa de agir fora da lei) e por funcionários sem nenhuma
atribuição judicial, estão agredindo diretamente o Estado de Direito no Brasil – com a desculpa de que há uma “situação de emergência”
e isso justifica “medidas excepcionais” por parte do poder público. A
OAB, a ABI, a CNBB e todos os agrupamentos que se definem como
“representantes da sociedade civil” e guardiães da democracia têm agido
em cumplicidade com as manifestações de totalitarismo quando elas
endossam a visão de que é indispensável confinar a população em casa e proibir a atividade econômica no Brasil.
Cidadãos são presos sem mandato judicial ou qualquer formalidade
legal por se manifestarem contra o isolamento. Carreatas, que fazem
parte do direito de ir e vir, são proibidas por prefeitos. Banheiros em
postos de gasolina são fechados, por ordem de fiscais de prefeitura,
para clientes que vão abastecer seus veículos. Detentos “à espera de
julgamento”, muitas vezes assassinos e criminosos violentos presos em
flagrante e ainda não sentenciados (ninguém é julgado meia hora depois
de ser preso, em lugar nenhum do mundo), estão sendo soltos. Milhares de
servidores dos poderes executivos estaduais e municipais estão tomando
decisões sem qualquer tipo de autorização judicial – e o próprio
aparelho judiciário, com frequência, age como um poder fora da lei nas
questões que envolvem a epidemia.
O modelo de todos eles, e da mídia que lhes dá apoio integral, é a
China. O país onde o governo é o culpado direto pela eclosão do vírus e
sua propagação pelo mundo, por ter proibido durante semanas que médicos e
cientistas se dedicassem a cuidar da tragédia, virou um exemplo para o
Brasil que se opõe “à direita”.
Hora 'daquela" grave decisão: ir ou não ir para a ventilação artificial?
Não são apenas os médicos que decidem; doentes idosos também podem
escolher não ser internados em UTIs e receber tratamento longos ou
inúteis. Vilma Gryzinski:
Morrer sozinho em casa ou morrer sozinho no hospital?
O novo coronavírus
está criando condições mais difíceis ainda para os que esperavam, mesmo
se não manifestassem explicitamente, um fim o menos traumatizante
possível.
Para pessoas em idade avançada e com várias complicações de saúde,
ser internadas e entubadas por causa da pneumonia causada pelo vírus
pode significar não apenas cerca de três semanas de tratamento agressivo
e inútil.
Implica também em ocupar leito, equipamento e recursos médicos que poderiam ir para outros pacientes com mais chances.
Segundo pesquisa feita num hospital inglês, cerca de 50% dos pacientes com Covid-19 conseguem sair da intubação e se recuperar. Outros centros dão um índice mais baixo ainda, de 40%.
Atenção: ser idoso e positivo não significa uma sentença de morte,
como tantos estão temendo. Estamos tratando aqui de casos extremos, com
pessoas já muito comprometidas.
No geral, a mortalidade verificada na Grã-Bretanha é parecida com a de outros países: 9% para os acima de 80 anos, 5% na faixa dos 70 aos 79.
A médica britânica Rachel Clarke, especialista em medicina
paliativa, foi bem direta: “Se você é muito idoso e tem muitas doenças,
provavelmente nunca será apropriado ser colocado na ventilação
artificial”.
“Se conversar antecipadamente sobre isso, poderá concluir que é melhor ficar em casa”.
A nova epidemia está despertando debates urgentes sobre como tratar do fim da vida, um assunto no qual os Estados Unidos
foram pioneiros, com enormes quantidades de pessoas subscrevendo há
muito tempo os documentos que proíbem ser submetidas a medidas extremas
conhecidas como DNRs (Do not Resuscitate).
No Brasil, o equivalente é o testamento vital.
Todo mundo provavelmente já testemunhou como a medicina tem recursos
extraordinários para salvar vidas que, há não muito tempo, seriam
perdidas.
Ao mesmo tempo, estes recursos podem acabar sendo empregados para
prolongar, inutilmente, o sofrimento de manter por semanas, meses e até
anos, vidas que na prática já se apagaram, mas são sustentadas por
aparelhos.
As decisões individuais no caso do Covid-19 muitas vezes já estão
sendo atropeladas pela realidade dos hospitais lotados e sem
equipamentos para todos os que estão com a pneumonia já avançada.
Além da triagem dos pacientes, existe um outro fator sendo levado em
consideração: o risco para médicos e equipes quando precisam fazer
aquelas intervenções extremas, conhecidas por leigos através de filmes.
Uma equipe grande começa a aplicar ao paciente com parada cardíaca ou
respiratória uma série de procedimentos de emergência máxima para a
ressuscitação.
É aí, justamente, que são maiores os riscos de contaminação.
A grande quantidade de fluídos corporais envolvidos nesse processo
tem probabilidade maior de “atravessar” as camadas de proteção.
Médicos e profissionais de saúde já vivem num ambiente onde circulam
altas cargas virais – e os primeiros estudos parecem indicar que a
intensidade da doença pode depender da maneira como é adquirida.
Contato direto com infectados, por tosse, espirro e outras formas de transmissão pessoa a pessoa, é a pior.
Na Itália, no centro da tragédia, já morreram mais de 60 médicos.
O mundo se aproxima de um milhão de infectados confirmados. Nos
países onde o pico parece estar próximo, há pequenos indícios de
esperança na leve diminuição de casos positivos.
“Podemos esperar que Espanha e Itália estejam perto desse ponto?”, perguntou Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde.
“Sim. Mas todo mundo fala da curva ascendente e de estabilização. A
pergunta é como baixar a curva. E para isso não basta o confinamento.
Para reduzir os números, é preciso duplicar os esforços do sistema de
saúde”.
Na solidão do confinamento especial, muitos idosos sequer conseguem olhar o complicado quadro geral da pandemia.
O grande fantasma do Alzheimer foi substituído pelo vírus. O
individual ganhou um aspecto coletivo e uma urgência sem precedentes.
Como é comum, muitos idosos não querem dar trabalho para a família ou sofrer mais do que o necessário.
Falar sobre isso pode até funcionar como uma forma de alívio
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A próxima pandemia também virá da China. E não deve demorar muito.
Apesar do coronavírus, os mercados de animais silvestres da China não
desapareceram. E eles serão a fonte provável de muitas pandemias
futuras. A ditadura comunista faz vista grossa para esses costumes
nocivos:
Reúna centenas de animais silvestres num só lugar. Coloque outras
centenas de pessoas ao redor. Faça com que essas pessoas comprem os
animais ainda vivos, ou mortos na hora da comercialização. Prepare a
carne ainda fresca, sem congelá-la, e sirva mal passada. Pronto: você
tem a receita completa para disseminar vírus.
A pandemia de coronavírus teve origem na China, assim como foi lá que
surgiu a Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars), no início do
milênio. No futuro, outras epidemias também surgirão no país asiático. E
a explicação é simples: os mercados chineses onde animais silvestres
são comercializados funcionam como um verdadeiro caldeirão. “Como os
animais ficam concentrados e são vendidos vivos, os vírus conseguem se
espalhar com mais facilidade”, explica o biomédico especializado em
virologia Jaime Henrique Amorim, professor da Universidade Federal do
Oeste da Bahia (UFOB) que neste momento trabalha na instalação de um
laboratório de diagnóstico molecular.
Acontece que os vírus sofrem mutações o tempo todo. No momento em que
uma leva deles se altera a ponto de conseguir habitar o organismo
humano, ele tem a sua volta uma série de oportunidades para migrar.
“Essas mutações acontecem no ambiente natural dos animais, mas ali o
vírus não tem contato direto com pessoas, que permitiriam que ele
mudasse de habitat”, diz o pesquisador.
É por isso, diz ele, que os coronavírus que habitam morcegos e tatus
brasileiros não encontram a mesma facilidade para disseminar uma
epidemia, como acontece na China. “Não os criamos em grandes
quantidades, nem temos um contato tão próximo com eles”. E
principalmente não temos o hábito de nos alimentar deles em grandes
quantidades.
“Os tratadores dos animais e os vendedores já podem pegar o vírus. Na
casa dos consumidores, eles podem passar para as pessoas durante o
preparo ou na ingestão. Ao entrar em contato com a boca, saltam para o
sistema respiratório”, explica o professor da UFOB.
Diante da alta densidade populacional das cidades chinesas no entorno
desses mercados, esses vírus que se adaptaram aos humanos encontram as
condições ideais para se propagar rapidamente. Como a China é hoje um
país altamente aberto ao mundo, é questão de semanas até que portadores
de novos vírus viagem para todos os cantos do planeta. “Poderíamos
tranquilamente rebatizar a pandemia de coronavírus chinês”, afirma o
pesquisador.
Hábito antigo
Os mercados onde os animais silvestres são comercializados sustentam
tradições de décadas – mais especificamente, desde a grande crise de
abastecimento provocada pelo regime de Mao Tsé Tung, que matou de fome
45 milhões de pessoas entre 1958 e 1962 e levou milhares de pessoas a
recorrer à carne de qualquer tipo de ser vivo para se alimentar.
Ainda hoje, aproximadamente metade da população do país ingere, mesmo
que ocasionalmente, animais silvestres ou tem contato com eles porque
compartilham de antigas crenças a respeito do poder medicinal de alguns
desses animais. As escamas do pangolim, por exemplo, seriam eficazes
para curar febre. Esse mamífero, em especial, é tão disputado nos
mercados chineses que corre o risco de entrar em extinção. Ele é o maior
suspeito, neste momento, de ter transmitido o Covid-19 para os humanos.
O pangolim possivelmente atuou como intermediário, infectado por algum
dos mais de 200 tipos de vírus que os morcegos carregam consigo.
Há décadas o governo chinês afirma tentar impedir a prática. Em
alguns locais, como Pequim, a ação foi bem sucedida. Em outros, como
Guangzhou e Wuhan, os mercados continuam funcionando. “Esses mercados
fazem parte da cultura chinesa, mesmo que o governo proíba essas
atividades continuam acontecendo”, explica Jaime Henrique Amorim. “São
hábitos ligados a períodos de crise, guerras, fome. Eles também comem
insetos, por exemplo. E não vão parar”.
O que fazer, então? “Agir com mais transparência”, diz o professor.
“Se o governo chinês tivesse informado os outros países assim que
identificou a epidemia, eles teriam mais tempo para se preparar. E o
tempo, nessas situações, faz toda a diferença”.
Além disso, diz o professor, os países ocidentais precisam se
preparar melhor para essas situações – afinal, essa pandemia vai acabar,
mas outras virão, certamente. “Outros países asiáticos, como a Coreia
do Sul, já lidaram com a Sars e desenvolveram procedimentos padronizados
para situações como essa. Nós no Brasil temos agora a oportunidade de
aprender com a experiência, e nos preparamos melhor para a próxima
pandemia”. (Gazeta do Povo).
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O calor deterá o vírus no Brasil?
O que há de verdadeiro na esperança de que fatores climáticos contenham a epidemia por aqui. Blog do jornalista Hélio Gurovitz:
Uma das principais esperanças do Brasil no combate à Covid-19 é um
clichê: somos um país tropical, e o novo coronavírus não terá aqui as
mesmas condições de propagação que nos climas temperados da China,
Europa e Estados Unidos. Faz sentido? Que diz a ciência?
Tal esperança se baseia em fatos consolidados a respeito da gripe e
de outros tipos vírus que causam problemas respiratórios. As quatro
espécies conhecidas de coronavírus responsáveis por resfriados comuns –
identificadas pelas siglas OC43, HKU1, 229E e NL63 – são influenciadas
pelo clima. Na epidemia provocada pelo primeiro vírus da Sars, em 2003,
outro coronavírus não prosperou quando a temperatura subiu (embora sua
erradicação tenha mais a ver com as medidas para evitar contágio).
Quando, portanto, o novo vírus Sars-CoV2, causador da Covid-19, foi
identificado, uma das primeiras ações dos cientistas foi tentar extrair
conclusões a respeito de seu comportamento em diferentes condições de
temperatura e umidade. Diversos estudos sobre o assunto já foram
divulgados. A maioria deles ainda não passou pelo ritual acadêmico de
revisão pelos pares, anterior à publicação oficial. Apesar disso, suas
conclusões são relevantes.
Alguns permitem manter a esperança de que o novo coronavírus seja
mesmo menos virulento no clima mais ameno. Mesmo assim, isso não
significa necessariamente que o Brasil poderá relaxar as medidas de
isolamento social no combate à Covid-19. A seguir, as principais
conclusões a respeito da relação da doença com o clima.
O primeiro estudo a relacionar o novo vírus a fatores climáticos
saiu em 17 de fevereiro. Com base em dados das províncias chinesas
atingidas pela epidemia, os autores, todos ligados à Universidade
Harvard, investigaram o papel da umidade no contágio. As conclusões não
foram muito animadoras.
“A transmissão sustentada e o crescimento rápido (exponencial) dos
casos é possível ao longo de uma gama de condições de umidade, variando
das provícias frias e secas da China, como Jilin e Heilongjiang, a
locais tropicais, como Guangxi e Cingapura”, escreveram. “Nossos
resultados sugerem que mudanças apenas no clima não necessariamente
levarão ao declínio na contagem de casos sem a implementação de
intervenções extensivas de saúde pública.”
Poucos dias depois, em 25 de fevereiro, pesquisadores ligados à Universidade Sun Yat-Sen divulgaram um estudo
sobre a relação não da umidade, mas da temperatura com a disseminação
do novo coronavírus em todas as cidades atingidas pela epidemia na
China. Desta vez, os resultados pareceram mais encorajadores.
“Até certo ponto, a temperatura poderia transformar
significativamente a disseminação da Covid-19, e poderia haver uma
temperatura mais favorável à transmissão do vírus”, escreveram. Essa
temperatura estaria pouco abaixo de 9ºC. O efeito que constataram,
embora significativo, foi pequeno e não demonstra uma relação de causa e
efeito entre clima mais ameno e menor contágio.
Em 16 de março saíram dois outros estudos sugerindo que fatores
climáticos podem contribuir para arrefecer a epidemia. O primeiro, publicado no Swiss Medical Weekly,
usa as variações sazonais dos quatro tipos conhecidos de coronavírus
para construir um modelo capaz de prever os níveis de contágio do
Sars-CoV2. “Depois de muitos anos, o Sars-CoV3 poderá se tornar um
coronavírus sazonal com surtos no inverno”, afirmam os autores. “É
preciso notar, porém, que ele parece ser transmitido em climas
tropicais, como Cingapura, portanto o inverno não é uma condição
necessária para a disseminação.”
O segundo estudo, de cientistas europeus
ligados às universidades de Évora, Helsinki e ao Museu Nacional de
Ciências Naturais da Espanha, é mais otimista nas conclusões. “Pessoas
nos climas temperados quente e frio são mais vulneráveis. Aquelas nos
climas áridos vêm em seguida na vulnerabilidade, enquanto a doença
deverá provavelmente afetar os trópicos marginalmente”, afirmam.
As projeções deles sugerem que as temperaturas médias ideais para a
transmissão do novo coronavírus estão entre 4ºC e 16ºC. O mecanismo que
explica tal padrão está, dizem os cientistas, provavelmente vinculado à
capacidade de sobrevivência do vírus fora do corpo humano, favorecida
também pela umidade baixa. Mesmo assim, eles também são cautelosos:
“Enquanto o padrão de contágio é, com base na nossa análise,
constrangido por fatores climáticos, o número real de casos positivos é
afetado por fatores não-climáticos.”
Por fim, um último estudo publicado no último dia 19 corrobora as conclusões otimistas.
Analisando a propagação da Covid-19, os autores, vinculados ao
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), afirmam que “o número
máximo de transmissões ocorreu numa determinada faixa de temperatura –
3ºC a 13ºC”. Apesar disso, reconhecem que a relação não é uniforme e não
foi verificada em países como Cingapura, Malásia, Tailândia, Índia e no
estado americano da Flórida.
“Embora tenhamos verificado efeitos relacionados ao clima,
enfatizamos a necessidade de usar as medidas de quarentena adequadas,
mesmo nas regiões mais quentes”, escrevem. “Além do clima, vários outros
fatores desempenham um papel na quantidade de casos em cada região.”
Entre tais fatores, enumeram a qualidade dos serviços de saúde, medidas
de distanciamento social mobilidade da população, grandes aeroportos e a
maior proporção de idosos na pirâmide etária.
O fato mais crítico para entender a velocidade de disseminação do
Sars-CoV2 pelo planeta é o mais óbvio: trata-se de um vírus novo, quase
toda a população do planeta é suscetível ao contágio. “Vírus novos têm
uma vantagem temporária, mas importante: poucos ou nenhum indivíduo na
população é imune a eles”, escreve o epidemiologista Marc Lipsitch, de
Harvard, numa análise sobre os efeitos do clima na pandemia. “A consequência é que podem se espalhar fora da estação normal.”
Conclusão de Lipsitch: mesmo infecções sazonais podem ocorrer “fora
da estação" quando são novas. Quando já estiver estabelecido, é provável
que o Sars-CoV2 só ataque com mais força no inverno, como os demais
coronavírus. Quando o primeiro ataque chega numa estação mais amena, tem
pouco valor ser um país tropical, abençoado por Deus ou bonito por
natureza.
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A pior crise ainda está por vir
Mesmo quando voltarmos a uma aparência de normalidade, a comoção
econômica não cessará, e o mundo por um bom tempo não será mais o mesmo.
Artigo de Alex Pipkin para o Instituto Liberal:
Ontem chamei um Uber. Um homem, aproximadamente 40 anos. Adivinha o
papo – reto. Apavorado! Trabalhando, quando chamado, e em prontidão 14
horas por dia.
Trocou de carro na hora errada, falou-me.
Não me resta outra coisa que tentar ganhar próximo daquilo que faturava antes do demônio viral – disse-me ele.
Como consolo, entonei que tinha certo patrimônio, porém como autônomo, afirmei que encontro-me completamente sem liquidez.
O isolamento social, fundamental agora, precisa ser calibrado científica e sensatamente. Até quando “a vida” suporta?!
Acho que a crise econômica beirará uma depressão e reverberará seus
devastadores efeitos por muito tempo, gerando inclusive mais danos e
doenças que o vírus.
Indústrias de turismo, alimentação, serviços privados e públicos, e várias outras estão paradas.
Inevitavelmente, e aqui de maneira salutar, a disciplina fiscal do
governo foi de vez para as cucuias. Óbvio que será fundamental
retomá-la, quando possível.
Governos federal, estaduais e locais serão ainda mais sobrecarregados
pela pressão em seus sistemas de saúde pública, como também pelos
“pacotes de estímulo” às pessoas e às empresas; mas a economia não vai
se recuperar antes que o distanciamento social acabe, e até mesmo por
muito mais tempo depois que o boom virótico arrefecer.
As pessoas estão sem trabalhar ou têm seus horários de trabalho
diminuídos drasticamente – distintamente do meu amigo do Uber – e
precisam de dinheiro agora para pelo menos comprarem comida e
permanecerem confinadas.
Não são só os indivíduos que necessitam. Micro, pequenas e médias
empresas precisam de recursos para se manterem de pé, a si e aos seus
empregados, na tentativa de ao menos adiarem demissões ao máximo
possível.
Independente daqueles que afirmam ser “100% vidas”, racional e
tecnicamente, o distanciamento social prolongado “matará” todos nós, não
só de tédio, como também de outros desastres sociais, como a fome para
muitos.
O pacote de estímulo fiscal ajuda a debelar a crise imediata, mas no
médio e longo prazos não imagino que evite a quebradeira geral.
Mesmo assim, embora os socorros governamentais possam soar
impopulares para alguns, na vida real, além de preservar as pessoas,
será importante para não matar aqueles empresários – eficientes – que
correm riscos e que criam empregos e riqueza para essas mesmas pessoas.
Grande parte das cadeias produtivas e das empresas estão interrompidas e a economia parada.
Mesmo quando voltarmos a uma aparência de normalidade, a comoção
econômica não cessará, e o mundo por um bom tempo não será mais o mesmo
(apesar de que algumas questões “humanas” serão aperfeiçoadas!). Virão ajustamentos, desemprego, mais adaptações e mais desemprego.
Especialmente os mais jovens – dentre esses uma legião de idealistas –
perceberão que na realidade (evidente que dura!) não valerão tanto
quanto alguns pensam que contam.
Meu amigo do Uber me contou – e a corrida nem foi tão longa assim –
que um vizinho dele, desempregado e desesperado, entrou em pânico e foi
parar num hospital. Deus o abençoe.
Triste! Alguns, mesmo hoje ainda empregados, aterrorizados,
provavelmente quando o globo voltar a girar, reduzirão seus gastos
trazendo impactos à economia e a redução da geração de empregos por
bastante tempo.
E outros muitos talvez tenham que utilizar – sei lá – os tais R$
600,00 para tratamentos psicológicos e/ou psicanalíticos… Já começou…
Essa é a realidade da vida, da saúde física e econômica,
inseparáveis, apesar das constantes compreensões equivocadas e outros
besteirois que nos assolam. Que desfecho próximo teremos?!
Doutor em Administração - Marketing
pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS
Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela
ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio
Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de
Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de
Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do
Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da
FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores
Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos
na área de gestão e negócios.
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Os liberais e a pandemia do coronavírus
Em artigo publicado pelo Instituto Cato, Andy Craig considera que enfrentamos hoje a maior ameaça às sociedades livres e abertas que já vimos:
En los últimos días, han habido muchos comentarios sarcásticos en
algunos círculos acerca cómo la actual crisis de alguna forma tomó a los
liberales por sorpresa. El argumento dice que la necesidad de una
respuesta de un estado interventor desmiente una ideología política que
es muchas veces, aunque bajo cierta percepción demasiado simplificada,
resumida como aquella que favorece un “gobierno limitado”. Una mejor
descripción sería la de un gobierno limitado en su envergadura, pero lo
suficientemente capaz de satisfacer dicha envergadura.
El liberalismo, propiamente entendido, comprende ciertas funciones
esenciales como el papel adecuado del estado. No es una visión liberal
aquella que sostiene que el estado debería ser ineficaz en la protección
de los derechos individuales o que debería estar paralizado frente a
una amenaza masiva a las vidas de las personas. El estado tiene un papel
que desempeñar en la respuesta a una pandemia de la misma manera que es
tarea del estado perseguir a los asesinos o defender al país de una
invasión.
Al mismo tiempo, los principios y opiniones liberales pueden proveer
alguna guía acerca de cómo responder a esta emergencia global sin
precedente.
Una cosa que debemos tener en mente es que algunos límites al poder
del estado son incluso más importantes ahora. Los poderes de emergencia
deberían ser limitados en su duración y limitados a abordar directamente
la situación actual. Además, deberían estar basados en los hechos, con
el mayor conocimiento que nos sea posible de los mismos. Las respuestas
de políticas públicas de este tipo no deberían ser engrasadas con una
lista pre-existente de preocupaciones no relacionadas. Es esencial
preservar la democracia liberal constitucional y resistir la
concentración excesiva a largo plazo de poder en el ejecutivo.
Las medidas de distanciamiento social deberían depender en el
cumplimiento voluntario en la mayor medida posible, y muchas personas
han estado cumpliendo con ellas de manera voluntaria. Incluso cuando el
trabajo de los agentes de la ley sea necesario, simplemente clausurar
las reuniones sin una citación o proceso legal es posible y preferible
en muchos casos. Una dependencia severa del cumplimiento vía coerción
podría no solo ser innecesaria en algunos casos, sino que también podría
resultar contraproducente al provocar un movimiento de protesta en
contra del cumplimiento, y podría también ser redundante encima de todas
las medidas ya implementadas. Con tantos cierres, el único lugar donde
muchas personas tienen que ir es uno de los negocios esenciales que
permanecen abiertos: los supermercados. Usted no necesita ordenarle a la
gente que se quede en casa —excepto para una lista de excepciones— si
ya casi no tienen adonde ir, salvo aquellos lugares incluidos en esa
lista de excepciones. Por esta razón, algunos estados han rechazado
hasta ahora las órdenes de “quedarse en casa” o “refugiarse en su
hogar”. No hay necesidad de fomentar todavía más pánico o distraer a la
policía de sus tareas más importantes para preocuparse acerca de
actividades seguras y benignas como sacar a la familia y al perro a dar
una vuelta caminando.
Al mismo tiempo, muchas jurisdicciones han decidido suspender los
arrestos por delitos menores en general, en gran medida para delitos sin
víctimas, en un esfuerzo de reducir la población en las cárceles.
También bajo consideración están las propuestas de liberar a muchos de
aquellos individuos que actualmente están en la cárcel esperando un
juicio por delitos menores. Este es un cambio bienvenido que debería
llevarnos a reconsiderar la necesidad de algunas de estas leyes, muchas
de las cuales han sido desde hace mucho han provocado la ira de los
liberales.
Otra guía proviene del Premio Nobel, ícono del liberalismo, y un
Distinguido Académico Titular del Instituto Cato, el difunto F.A. Hayek.
En obras como La Constitución de la Libertad, escribió que las buenas
leyes deberían ser generales, iguales y constantes. Ese es un principio
que es relevante incluso cuando algo tan ajeno al ideal liberal como las
respuestas de emergencia económica están siendo consideradas. En lugar
de rescatar a determinadas industrias y de realizar intervenciones
manejadas a nivel micro, las respuestas de políticas públicas deberían
ser claras, sencillas, y aplicables a todo el sistema, y con una fecha
de expiración definida tan pronto como sea posible.
Los pagos sencillos y universales a los individuos son también
preferibles a los rescates corporativos. No es posible que el gobierno
de manera abrupta ordene cierres masivos de tanta actividad económica
sin siquiera algún tipo de compensación, de la misma manera que
requerimos una compensación justa por una expropiación. Es adecuado que
el estado se haga cargo de las consecuencias de sus ordenes y suavice el
shock de su abrupta perturbación. Pero al hacerlo, es mejor seguir este
principio: mantenga la política sencilla.
Las críticas liberales a las regulaciones malas han demostrado ser
particularmente proféticas. Un fallo importante del estado ha sido la
burocracia inflexible y entrometida de la FDA, la cual ha demorado las
pruebas y prevenido que miles de laboratorios privados y académicos
aumentan rápidamente la capacidad de realizarlas. Durante gran parte de
febrero, la FDA requirió que todos dependan exclusivamente de las
pruebas producidas por los Centros para el Control y Prevención de
Enfermedades (CDC, por sus siglas en inglés) y se negó a darle permiso a
otros laboratorios de desarrollar sus propias pruebas. Esto demostró
ser algo catastróficamente equivocado cuando la primera ronda de pruebas
producidas por los CDC no funcionaron y tuvieron que ser reemplazadas.
Este fracaso explica en gran medida por qué la respuesta en cuanto a las
pruebas en EE.UU., hasta la fecha, palidece frente a la de Corea del
Sur.
Otro ejemplo de una respuesta liberal a la pandemia ha sido la
necesidad de suspender rápidamente muchas de las restricciones sobre las
licencias ocupacionales, permitiendo que los doctores practiquen en
otros estados y aumentando los permisos que tienen los enfermeros
facultativos y los asistentes de los doctores. Incluso las regulaciones
mundanas y triviales acerca de las cuales solamente los liberales se
hubiesen preocupado han sido eliminadas. Hace dos meses, ¿quién hubiera
pensado que era una preocupación urgente suspender las regulaciones de
alcohol de tal manera que los restaurantes puedan servir bebidas para
que estas sean entregadas a domicilio por los conductores de las
plataformas de vehículos compartidos?
Mientras que podemos celebrar estas ganancias, no hay duda de que
hemos visto imposiciones extremas sobre las libertad personal. Los
liberales pueden sentir esta pérdida como algo especialmente doloroso.
Incluso cuando estas nuevas reglas sean tristemente necesarias y
justificadas por los hechos, es un costo que deberíamos cuidadosamente
sopesar conforme nos acercamos al relajamiento de las restricciones y
volvamos a algún tipo de normalidad.
En el nombre de salvar vidas de una amenaza inmediata, los gobiernos
alrededor del mundo han suspendido la mayoría de los viajes
internacionales y han coartado severamente las libertades de los
consumidores y aquellas de asociación. La pérdida importante de
libertades que desde hace mucho hemos dado por sentadas pone de relieve
lo valiosas que verdaderamente son. Y algunas libertades, como la
libertad de expresión y el derecho a la privacidad, deberían seguir
siendo sagradas y defendidas con tenacidad incluso en el contexto de una
emergencia.
Mientras que gran parte de la respuesta de políticas públicas hasta
ahora ha sido de buena fe (aunque muchas veces inepta), la tendencia
hacia concentrar más poderes por parte de populistas autoritarios no
debería ser descartada. Mantener el Estado de Derecho, los pesos y
contrapesos, y una democracia liberal y constitucional es esencial. Las
elecciones deberían proceder a tiempo, con cualesquiera que sean las
condiciones que se demuestre que sean necesarias para realizarlas. Las
legislaturas y cortes deberían seguir abiertas para los asuntos
esenciales, incluyendo la participación remota de ser necesaria, y las
estructuras constitucionales fundacionales deberían seguir en pie. No
necesitamos un dictador en EE.UU. ni en ningún otro país alrededor del
mundo.
Tal vez todavía más importante: las reglas y poderes de emergencia
deberían durar solo cuanto dure la emergencia, y deberían ser derogados
en la oportunidad más temprana posible. Deberíamos estar alertas ante
aquella tendencia de los estados de retener poderes y mantener abiertos
programas muchos después de que su justificación original ha
desaparecido.
La libertad es valiosa y en la historia de la humanidad muchas veces
ha sido fugaz y tenue. Ahora mismo nos enfrentamos a la mayor amenaza a
una sociedad libre y abierta que muchos de nosotros hemos visto alguna
vez, al menos en EE.UU., y quizás en muchas otras naciones que han
pasado por los peores flagelos del totalitarismo y las guerras
importantes. De manera que los liberales continuarán como siempre,
listos para defender los principios de la libertad humana en cada
situación.
Este artículo fue publicado originalmente en Cato At Liberty (EE.UU.) el 25 de marzo de 2020.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
O horror na China comunista e seus pavorosos campos de morte
Até crianças viraram alimento nos campos de horror do comunismo maoista. Texto de Lew Rockwell para o Instituto Mises:
Neste mês de outubro de 2019 completaram-se 70 anos da Revolução
Comunista chinesa, que deu início ao mais cruel e sanguinolento regime
governamental da história humana (sem exageros).
Espantosamente, não só é raro encontrar pessoas realmente bem
informadas sobre as atrocidades cometidas por aquele regime — o que nos
diz muita coisa sobre nosso sistema educacional —, como ainda há
partidos políticos e intelectuais que simpatizam com o maoísmo.
No artigo abaixo, uma tentativa de mitigar um pouco esse obscurantismo, em um breve resumo daquele período.
___________________________________
Embora atualmente muito se fale sobre a economia da China e muito se
critique o país, o que é realmente notável em todos esses comentários e
críticas é quão distantes e limitados eles parecem ser quando se pensa
na história recente da China.
E esse é um assunto profundamente doloroso, horrível em seus
detalhes, mas altamente elucidativo e útil para nos ajudar a entender a
política — e que também põe em perspectiva as notícias sobre esses
recentes problemas na China.
É um escândalo, de fato, que poucos ocidentais sequer estejam
informados — ou, se estão, não estão conscientes — sobre a sanguinolenta
realidade que predominou na China entre os anos de 1949 e 1976, os anos
da ditadura comunista de Mao Tsé-Tung. (Ou Mao Zédong).
Quantos morreram como resultado das perseguições e das políticas de
Mao? Será que você se importaria em adivinhar? Muitas pessoas ao longo
dos anos tentaram. Mas elas sempre acabavam subestimando os números.
Porém, à medida que mais dados foram aparecendo durante as décadas de
1980 e 90, e os especialistas foram se dedicando mais intensamente às
investigações e estimativas, os números foram se tornando cada vez mais
confiáveis. Mas, ainda assim, eles permanecem imprecisos. Qual a margem
de erro com a qual estamos lidando? Ela pode ser, por baixo, de 40
milhões; mas também pode ser de 100 milhões ou mais.
Para o Grande Salto para Frente,
de 1959 a 1961, o número de mortos varia entre 20 milhões e 75 milhões.
No período anterior foi de 20 milhões. No período posterior, dezenas de
milhões a mais.
Estudiosos da área de homicídio em massa dizem que a maioria de nós
não é capaz de imaginar 100 mortos ou 1.000. E, acima disso, tudo vira
apenas estatística: os números passam a não ter qualquer sentido
conceitual para nós, e a coisa se torna um simples jogo numérico que nos
desvia do horror em si. Há um limite de informações horríveis que nosso
cérebro pode absorver, um limite de quanto sangue podemos imaginar.
No entanto, há um motivo maior pelo qual o experimento comunista
chinês permanece um fato oculto: ele apresenta um argumento forte e
decisivo contra o poder do estado, de maneira ainda mais conspícua que
os casos da Rússia e da Alemanha do século XX.
Esse horror já podia ser pressagiado quando uma guerra civil se
seguiu à Segunda Guerra Mundial. Depois de nove milhões de mortos, os
comunistas emergiram vitoriosos em 1949, tendo Mao como o soberano.
Assim, a terra de Lao-Tzu (rima, ritmo, paz), do Taoísmo (compaixão,
moderação, humildade) e do Confucionismo (piedade, harmonia social,
progresso individual) foi confiscada pela importação da mais esquisita
matéria-prima jamais conhecida pelos chineses: o marxismo alemão
importado via Rússia.
Era uma ideologia que negava toda a lógica, toda a experiência, todas
as leis econômicas, todos os direitos de propriedade, e todos os
limites sobre o poder do estado, que alegava que todas essas noções eram
meros preconceitos burgueses, e que afirmava que tudo o que era
necessário para transformar a sociedade era criar um núcleo composto por
poucas pessoas iluminadas e dotadas de ilimitados poderes para
modificar todas as coisas.
É realmente bizarro pensar nisso: a China, dentre todos os lugares,
com pôsteres de Marx e Lênin, e sendo governada por uma ideologia
ditatorial, extorsiva e homicida, que só chegou ao fim em 1976. A
transformação ocorrida nos últimos 40 anos foi tão espetacular que
alguém dificilmente saberia que tudo isso já aconteceu, exceto pelo fato
de o Partido Comunista ainda estar no poder, embora já tenha dispensado
os princípios básicos da parte comunista.
O experimento começou da maneira mais sanguinolenta possível, após a
Segunda Guerra, quando todos os olhos do Ocidente estavam voltados para
assuntos internos (e, quando havia alguma preocupação externa, ela
estava na Rússia). Os "mocinhos" (comunistas) haviam vencido a guerra
contra os vilões (nacionalistas) da China — ou assim fomos levados a
crer, na época em que o comunismo era a moda mundial.
A comunização da China se deu seguindo os três estágios usuais:
expurgos, planejamentos e, por fim, a procura por bodes expiatórios.
Primeiro ocorreram os expurgos — também conhecidos como "purificação"
— para que o comunismo pudesse ser implantado. Havia rebeldes a serem
mortos e terras a serem nacionalizadas. As igrejas tinham de ser
destruídas. Os contra-revolucionários tinham de ser suprimidos. A
violência começou no campo e depois se espalhou para as cidades.
Todos os camponeses foram inicialmente divididos em quatro classes
que eram consideradas politicamente aceitáveis: pobres, semi-pobres,
médios, e ricos. Todos os outros eram considerados latifundiários e,
assim, marcados para ser eliminados. Se nenhum latifundiário fosse
encontrado, os "ricos" eram então incluídos nesse grupo.
A classe demonizada era desentocada em uma série de "encontros da
amargura" — que ocorriam em nível nacional —, nos quais as pessoas
delatavam seus vizinhos que possuíssem propriedades e que fossem
politicamente desleais. Aqueles assim considerados eram imediatamente
executados junto com quem quer que tivesse simpatias por eles.
A regra era que deveria haver ao menos uma pessoa morta por vilarejo.
O número de mortos está estimado entre um milhão e cinco milhões.
Adicionalmente, entre quatro e seis milhões de proprietários de terra
foram trucidados pelo simples crime de serem donos de capital. Se alguém
fosse suspeito de estar escondendo alguma riqueza, ele ou ela seria
torturado com ferro quente até confessar. As famílias dos mortos eram
também torturadas e os túmulos de seus predecessores eram saqueados e
pilhados. O que acontecia com a terra? Era dividida em minúsculos lotes e
distribuída entre os camponeses remanescentes.
A campanha então se dirigiu para as cidades. As motivações políticas
eram o principal incentivo, mas havia também o desejo de se fazer
controles comportamentais. Qualquer suspeito de envolvimento com
prostituição, jogatina, sonegação, mentiras, tráfico de ópio, ou
suspeito de contar segredos de estado, era executado sob a acusação de
"bandido".
Estimativas oficiais colocam o número de mortos em dois milhões,
sendo que outros dois milhões foram morrer nas prisões. Comitês
residenciais formados por pessoas leais ao estado vigiavam cada
movimento. Qualquer visita noturna era imediatamente denunciada, e todos
os envolvidos eram presos ou assassinados. As celas das prisões iam
ficando cada vez menores, chegando a um ponto em que uma pessoa vivia em
um espaço de aproximadamente 35 centímetros. Alguns prisioneiros faziam
trabalho forçado até morrer, e qualquer um que se envolvesse em alguma
revolta era agrupado com seus colaboradores e todos eram queimados.
Havia indústrias nas cidades, mas aqueles que eram seus proprietários
e gerentes eram submetidos a restrições cada vez mais apertadas:
transparência forçada, escrutínio constante, impostos escorchantes, além
de sofrerem todos os tipos de pressão para oferecer seus negócios à
coletivização. Houve muitos suicídios entre os pequenos e médios
empresários que perceberam para onde tudo estava indo. Filiar-se ao
partido adiava apenas temporariamente a morte, já que em 1955 começou a
campanha contra os contra-revolucionários escondidos dentro do próprio
partido. Havia um princípio de que um em cada dez membros do partido era
um traidor secreto.
Quando os rios de sangue haviam atingido seu ápice, Mao criou a campanha do Desabrochar das Cem Flores,
durante dois meses de 1957, sendo o legado desta a frase que
frequentemente se ouve: "Deixemos que cem flores desabrochem!" As
pessoas foram encorajadas a falar abertamente e mostrar seu ponto de
vista, uma oportunidade muito tentadora para os intelectuais. Mas essa
liberalização durou pouco. Na verdade, foi tudo uma armadilha. Todos
aqueles que falaram contra o que estava acontecendo na China foram
arregimentados e aprisionados, talvez entre 400.000 e 700.000 pessoas,
incluindo dez por cento das classes mais educadas. Outras eram rotuladas
de direitistas e sujeitadas a interrogatório e reeducação; outras eram
expulsas de suas casas e isoladas.
Mas isso não foi nada comparado à fase dois, que se tornou uma das
maiores catástrofes da história do planejamento central. Após a
coletivização das terras, Mao decidiu ir mais a fundo e passou a ditar
aos camponeses o que eles deveriam plantar, como eles deveriam plantar,
para onde eles deveriam mandar a colheita, e até mesmo se — em vez de
ter de plantar qualquer coisa — eles deveriam ser arrastados para as
indústrias. Essa etapa se tornaria o Grande Salto para Frente, que acabou por gerar a escassez mais mortal da história.
Os camponeses foram ajuntados em grupos de milhares e forçados a
dividir todas as coisas. Todos os grupos deveriam ser auto-suficientes.
As metas de produção foram aumentadas para níveis nunca antes
imaginados.
Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de onde a produção
era alta para onde ela era baixa, como um meio de impulsionar a
produção. Elas também foram deslocadas da agricultura para a indústria.
Houve uma campanha maciça para se coletar ferramentas e transformá-las
em habilidade industrial. Como maneira de demonstrar esperança para o
futuro, os coletivizados eram encorajados a fazer enormes banquetes e a
comer de tudo, principalmente carne. Esse era um modo de mostrar a
crença de que a colheita do ano seguinte seria ainda mais farta.
Mao tinha essa idéia de que ele sabia como cultivar os grãos. Ele proclamou
que "as sementes são mais felizes quando cultivadas juntas" — e então
as sementes foram semeadas em densidades de cinco a dez vezes maiores do
que a normal. As plantas morreram, o solo secou, e o sal subiu à
superfície. Para impedir que os pássaros comessem os grãos, os pardais
foram exterminados, o que aumentou imensamente o número de parasitas.
Erosões e enchentes se tornaram endêmicas. Plantações de chá foram
transformadas em plantações de arroz, sob o argumento de que o chá
estava em decadência e era coisa de capitalista.
Equipamentos hidráulicos construídos para servir às novas fazendas
coletivas não funcionavam e não tinham peças para reposição. Isso levou
Mao a colocar nova ênfase na indústria, que surgiu forçadamente nas
mesmas áreas da agricultura, levando a um caos ainda maior. Os
trabalhadores eram arrastados de um setor para outro, e cortes
obrigatórios em alguns setores eram compensados com um aumento
obrigatório das cotas em outros setores.
Em 1957, o desastre estava por todos os lados. Os trabalhadores
estavam tão enfraquecidos que eram incapazes até mesmo de colher suas
escassas safras; e assim eles morriam, vendo o arroz apodrecer. As
indústrias se avolumavam, mas não produziam nada de útil. A resposta do
governo foi dizer às pessoas que gorduras e proteínas eram
desnecessárias. Mas a fome não podia ser negada. O preço do arroz subiu
de 20 a 30 vezes no mercado negro.
Como as transações foram proibidas entre os grupos coletivistas (você
sabe, a tal da auto-suficiência), milhões ficaram à míngua. Já em 1960,
a taxa de mortalidade pulou de 15% para 68%, e a taxa de natalidade
despencou. Quem quer que fosse pego estocando grãos era fuzilado.
Camponeses flagrados com a menor quantia imaginável eram aprisionados.
Fogueiras foram banidas. Funerais foram proibidos, pois eram
considerados esbanjadores.
Aldeões que tentavam fugir dos campos para as cidades eram fuzilados
nos portões. Os mortos por inanição chegaram a 50% em alguns vilarejos.
Os sobreviventes ferviam grama e cascas de árvore para fazer sopa,
enquanto outros vagueavam pelas estradas à procura de comida. Algumas
vezes eles se bandeavam e atacavam casas, procurando por restos do milho
que era servido ao gado. As mulheres eram incapazes de engravidar
devido à desnutrição. Pessoas nos campos de trabalho forçado foram
usadas em experimentos com comidas, provocando doenças e mortes.
Mas isso ainda era pouco. Em 1968, um membro da Guarda Vermelha, de 18 anos, chamado Wei Jingsheng, encontrou refúgio em uma família de um vilarejo em Anhui, e ali ele viveu para escrever o que ele viu:
Caminhávamos juntos ao longo do vilarejo. . . Diante de meus olhos, entre as ervas daninhas, surgiu uma das cenas que já haviam me contado: um dos banquetes no qual as famílias trocam suas crianças para poder comê-las. Eu podia vislumbrar claramente a angústia nos rostos das famílias enquanto elas mastigavam a carne dos filhos dos amigos. As crianças que estavam caçando borboletas em um campo próximo pareciam ser a reencarnação das crianças devoradas por seus pais. O que fez com que aquelas pessoas tivessem de engolir aquela carne humana, entre lágrimas e aflições — carne essa que elas jamais se imaginaram provando, mesmo em seus piores pesadelos?
O autor dessa passagem foi preso como traidor, mas seu status o protegeu da morte, e ele foi finalmente solto em 1997.
Quantas pessoas morreram durante a fome de 1959-1961? A menor
estimativa é de 20 milhões. A maior, de 43 milhões. Finalmente, em 1961 o
governo cedeu e permitiu alguma importação de comida, mas foi pouco e
já era tarde. Foi permitido a alguns camponeses voltar a plantar em sua
própria terra. Surgiram alguns ateliês particulares. Alguns mercados
foram permitidos. Finalmente, a fome começou a diminuir e a produção
começou a crescer.
Mas então veio a terceira etapa: encontrar os bodes expiatórios. O
que havia causado toda a calamidade? A resposta oficial era qualquer
coisa, menos o comunismo; qualquer coisa, menos Mao. E então a captura
de pessoas por motivos puramente políticos começou novamente — e aqui
chegamos ao cerne da Revolução Cultural.
Milhares de campos e centros de detenção foram abertos. As pessoas
que eram mandadas para lá, morriam lá. Na prisão, utilizava-se das
desculpas mais fajutas possíveis para se eliminar alguém — tudo para
haver sobras alimentícias, uma vez que os prisioneiros eram um fardo
para o sistema, de acordo com o pensamento de quem estava no comando.
Esse sistema penal, o maior já construído, era organizado em um estilo
militar, com alguns campos mantendo por volta de 50.000 pessoas.
Havia um critério para se aprisionar alguém: os indivíduos eram
abordados aleatoriamente e recebiam ordens de prisão de maneira
indiscriminada. Isso acontecia com ampla frequência. Todos tinham de
carregar consigo uma cópia do Pequeno Livro Vermelho, de Mao. Questionar a razão da prisão era em si uma evidência de deslealdade, já que o estado era infalível.
Uma vez preso, o caminho mais seguro era a confissão instantânea. Os
guardas eram proibidos de usar de violência aberta, de modo que assim os
interrogatórios durassem centenas de horas, o que frequentemente fazia
com que os prisioneiros morressem durante o processo. Aqueles que
tivessem seus nomes citados durante uma confissão eram então caçados e
recolhidos.
Após ter passado por esse processo, você era mandado para um campo de
trabalhos forçados, onde seria avaliado de acordo com o número de horas
que seria capaz de trabalhar com pouca comida. Você não poderia comer
carne nem qualquer tipo de açúcar ou azeite. Os prisioneiros passariam
então a ser controlados pela racionalização do pouco da comida que
tinham.
A fase final dessa incrível litania de criminalidade durou o período
de 1966 até 1976, durante o qual o número de mortos caiu dramaticamente,
variando "apenas" entre um milhão e três milhões. O governo, agora
cansado e nos primeiros estágios da desmoralização, começou a perder o
controle, primeiro dentro dos campos de trabalhos forçados, e então na
zona rural. E foi esse enfraquecimento que levou ao período final, e de
certa forma o mais cruel, da história comunista da China.
Os primeiros estágios da rebelião ocorreram da única maneira
permissível: a linha dura começou a criticar o governo por ser muito
frouxo e muito descompromissado com o ideal comunista. Ironicamente,
isso começou a surgir exatamente no momento em que a moderação se tornou
manifesta na Rússia. Os neo-revolucionários da Guarda Vermelha
começaram a criticar os comunistas chineses como sendo "reformistas a la
Khrushchev". Como um escritor apontou, a guarda "se levantou contra
seu próprio governo com o intuito de defendê-lo".
Durante esse período, o culto à personalidade de Mao chegou ao seu
ápice, com o Pequeno Livro Vermelho atingindo um prestígio mítico. Os
Guardas Vermelhos perambulavam pelo país tentando expurgar as "Quatro
Coisas Antiquadas": idéias, cultura, costumes e hábitos. Os templos
remanescentes foram obstruídos. Óperas tradicionais foram banidas, tendo
a Ópera de Beijing todos os seus vestuários e cenários queimados.
Monges foram expulsos. O calendário foi modificado. Todo o cristianismo
foi banido. Animais de estimação como pássaros e gatos foram proibidos.
Humilhação era a palavra de ordem.
Assim foi o Terror Vermelho: em sua capital, ocorreram 1.700 mortes e
84.000 pessoas fugiram. Em outras cidades, como Xangai, os números eram
ainda piores. Foi implantado um processo de expurgo e purificação
dentro do partido, com centenas de milhares presos e muitos
assassinados. Artistas, escritores, professores, técnicos: todos eram
alvos. Massacres organizados ocorriam em comunidades seguidas, com Mao
aprovando cada passo como meio de eliminar cada possível rival político.
Mas, interiormente, o governo estava se fragmentando e rachando,
mesmo que externamente ele estivesse se tornado ainda mais brutal e
totalitário.
Finalmente, em 1976, Mao morreu. Em poucos meses, seus conselheiros
mais próximos foram todos encarcerados. A reforma começou lenta a
princípio, mas depois atingiu uma velocidade assustadora. As liberdades
civis foram restauradas (comparativamente) e as reabilitações começaram.
Os torturadores foram processados. Os controles econômicos foram
gradualmente relaxados. A economia, por virtude da iniciativa humana e da iniciativa econômica privada, se transformou.
Tendo lido tudo isso, você agora faz parte da minúscula elite de
pessoas que sabem alguma coisa sobre o maior campo de morte da história
do mundo, que foi no que a China se transformou entre 1949 e 1976 — um
experimento de controle total, algo que jamais se viu na história.
Muitas pessoas hoje sabem mais sobre os produtos de baixa qualidade da
China do que sobre as centenas de milhões de mortos e a inenarrável
quantidade de sofrimento ocorrida sob o comunismo.
Quando você ouvir sobre produtos de baixa qualidade vindos da China,
ou sobre trigo insuficientemente processado, imagine milhões sofrendo de
uma fome dantesca, com pais trocando seus filhos para comê-los e,
assim, permanecerem vivos. Não me diga que aprendemos alguma coisa com a
história. Sequer conhecemos a história o suficiente para aprender algo
com ela.
_____________________________
Nota sobre as fontes, todas as
quais você pode comprar e ler em detalhes: "China: uma longa marcha na
noite", por Jean-Louis Margolin em O Livro Negro do Comunismo, por Stéphane Courtois et al. (Harvard, 1999), pp. 234-277; Death by Government, por R.J. Rummel (Transaction, 1996); e Hungry Ghosts: Mao's Secret Famine, por Jaspar Becker (Owl Books, 1998).
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PGR arquiva pedido de afastamento feito contra Bolsonaro
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, arquivou a notícia-crime
contra o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, protocolada pelo deputado
federal Reginaldo Lopes (PT). O requerimento petista foi feito ao STF, o
qual, por meio do Ministro Marco Aurélio, enviou para a
Procuradoria-Geral da República. Segundo Augusto Aras, não há
embasamento jurídico que endosse de forma alguma a Notícia-Crime e o
pedido de afastamento ou até mesmo uma possível perda de mandato do
Presidente Jair Messias Bolsonaro. Caso a notícia-crime recebesse
parecer favorável do PGR, seguiria para o STF, o qual poderia rejeitar
ou acolher e remeter para Câmara dos Deputados. No final, se a ação
petista obtivesse sucesso, Jair Bolsonaro poderia ser afastado por 180
dias, podendo chegar à perda do mandato. (BR7)
Boletim do Ministério da Saúde aponta 201 mortes por covid-19
O
número de mortos no Brasil com diagnóstico confirmado de covid-19
(doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV2) atingiu 201 até esta
terça-feira (31), enquanto os casos somam 5.717, informa o boletim mais
recente do Ministério da Saúde. Trata-se do maior aumento de casos e
óbitos em 24 horas desde o início da epidemia no país. No boletim de
ontem, eram 159 óbitos e 4.579 pessoas com diagnóstico da doença. A taxa
de letalidade é de 3,5¨%.
Veja o número de mortos por estado:
Amazonas: 3
Rondônia: 1
Bahia: 2
Ceará: 7
Maranhão: 1
Pernambuco: 6
Piauí: 4
Rio Grande do Norte: 1
Minas Gerais: 2
Rio de Janeiro: 23
São Paulo: 136
Distrito Federal:. 3
Goiás: 3
Mato Grosso do Sul: 1
Paraná: 3
Rio Grande do Sul: 4
Santa Catarina: 2
Veja o número de mortos por estado:
Amazonas: 3
Rondônia: 1
Bahia: 2
Ceará: 7
Maranhão: 1
Pernambuco: 6
Piauí: 4
Rio Grande do Norte: 1
Minas Gerais: 2
Rio de Janeiro: 23
São Paulo: 136
Distrito Federal:. 3
Goiás: 3
Mato Grosso do Sul: 1
Paraná: 3
Rio Grande do Sul: 4
Santa Catarina: 2
Itajuípe confirma três casos do vírus; Ilhéus já registra seis
Nesta terça-feira (31), o município de Itajuípe confirmou três casos
positivos para o coronavírus. Segundo o prefeito Marcone (PSD), as três
pessoas estão em isolamento social. O prefeito vai realizar um
pronunciamento a partir das 18 horas para anunciar novas medidas na
cidade. Vale lembrar que a prefeitura fez os testes particular, pois via
governo do estado tem um novo protocolo que dificulta a realização dos
testes. Em Ilhéus, já são seis casos confirmados. O anúncio do 6º caso
foi feito pelo secretário de saúde de Ilhéus, Geraldo Magela. Segundo
informações do secretário, o homem de 30 anos teve contato com um casal
de São Paulo.
Sesab anuncia 41 casos em 24 horas; Bahia tem 217 infectados
A
Bahia acaba de registrar 217 casos confirmados do novo coronavírus
(Covid-19), o que representa 3,7% do total de casos notificados. Até o
momento, 1393 casos foram descartados e houve dois óbitos, ambos de
pessoas residentes em Salvador que apresentavam comorbidades associadas.
Este número contabiliza todos os registros de janeiro até as 17 horas
desta terça-feira (31). Ao todo, 17 pessoas estão curadas e 42
encontram-se internadas. Estes números representam notificações oficiais
compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em
Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais. Dentre
os casos confirmados, 54,38% são do sexo masculino e 45,62% do sexo
feminino. O coeficiente de incidência por 100.000 habitantes foi maior
na faixa de 70 a 79 anos (3,44), indicando o maior risco de adoecer
entre os idosos. Ressaltamos que os números são dinâmicos e na medida em
que as investigações clínicas e epidemiológicas avançam, os casos são
reavaliados, sendo passíveis de reenquadramento na sua classificação.
Projeto promove vaquinha online para ajudar músicos independentes durante a quarentena
O Retro Sessions é uma série de lives no Facebook, nas quais artistas de cunho retrô são convidados a fazer shows de sua casa ao vivo na página do portal Universo Retrô
Por conta das paralisações devido à pandemia da COVID-19, muitas atividades que dependem de deslocamento de profissionais e público estão paradas. Assim acontece com músicos independentes, que geralmente são profissionais autônomos e ganham a vida com apresentações em bares e casas noturnas. A maior parte desses artistas tiveram seus shows cancelados e ainda sem previsão de retorno.
Pensando numa forma de ajudar esses profissionais neste momento de recessão, a plataforma de nostalgia Universo Retrô criou o projeto Retro Sessions, uma série de lives no Facebook, nas quais artistas de cunho retrô são convidados a fazer shows de suas casas ao vivo na página do portal. As apresentações, que começaram na última segunda-feira (23), acontecerão todos os dias às 21h30 e terão até 1 hora de duração. Inicialmente o projeto terá 14 dias de duração, e 14 atrações.
Como forma de apoio ao trabalho desses artistas, foi criada uma Vakinha Online, para quem quiser colaborar financeiramente com qualquer valor. Ao final do projeto, o dinheiro arrecadado será dividido com todos os participantes. Esse é um incentivo para que esses artistas continuem produzindo e levando alegria para seu público durante a quarentena.
O projeto é uma possibilidade que o público tem de assistir a um show mais intimista, enviar perguntas aos artistas, pedir músicas, além de conferir novidades sobre álbuns novos, clipes e músicas. Entre os estilos musicais reunidos no projeto estão: rockabilly, psychobilly, punk rock, surf music, hillbilly e rock ‘n roll.
Já se apresentaram até agora: Dan Rocker, da banda Dan & His Rockers (Santo André); a banda Cherry Rat (Las Vegas); o cantor e guitarrista Joanatan Richard (Caruaru); o vocalista e guitarrista Vinci Bueno, das bandas Voodoo Brothers e Los Clandestinos (São Paulo); Dasta Gomes dos Smokin’ Snakes (Natal); Ton White (São Paulo), e Sayuri Yamamoto, das bandas Time Bomb Girls e Los Clandestinos (São Paulo).
Para a segunda semana estão confirmados: Leandro Martins do grupo Rock In Black (São Paulo); Mutant Cox das bandas Os Catalépticos, Sick Sick Sinners e Hillbilly Rawhide (Curitiba); Raul Vallens do The Million Dollar Trio (Francisco Morato); Rayssa Deschain e Matheus Gondin da banda Os Dry Martinis (Manaus); Maniac Biffs do Spitfire Demons e Dope Times (São Paulo); a cantora Desiree Rossetto (Santo André) e o guitarrista Al Bud (São Paulo), da Al Bud Trio.
Colabore com a Vakinha do Retro Sessions: http://vaka.me/950899
Programação
Retro Sessions - Live
Segunda, 23 de março de 2020
21:30 - 22:30
Dan Rocker (Dan & His Rockers)
Terça, 24 de março de 2020
21:30 - 22:30
Cherry Rat
Quarta, 25 de março de 2020
21:00 - 22:00
Joanatan Richard
Quinta, 26 de março de 2020
21:30 - 22:30
Vinci Bueno (Voodoo Brothers e Los Clandestinos)
Sexta, 27 de março de 2020
21:30 - 22:30
Leandro Franco (Asteróides Trio)
Sábado, 28 de março de 2020
21:00 - 22:00
Dasta Gomes (Dasta & The Smokin’ Snakes)
Domingo, 29 de março de 2020
21:30 - 22:30
Ton White
Segunda, 30 de março de 2020
21:30 - 22:30
Sayuri Yamamoto (Time Bomb Girls e Los Clandestinos)
Terça, 31 de março de 2020
21:30 - 22:30
Leandro Martins (Rock in Black)
Quarta, 1 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Mutant Cox (Os Catalepticos, Sick Sick Sinners e Hillbilly Rawhide)
Quinta, 2 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Raul Vallens (The Million Dollar Trio)
Sexta, 3 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Raissa Deschain e Matheus Gondim (Os Dry Martinis)
Sábado, 4 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Maniac Biffs (Spitfire Demons e Dope Times)
Domingo, 5 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Desiree Arruda e Ramis Al Bud (Al Bud Trio e Dasta & The Smokin’ Snakes)
Página no Facebook: https://www.facebook.com/events/852654815202983/
Sobre o Universo Retrô
Lançado oficialmente em julho de 2015, o Universo Retrô é o primeiro portal brasileiro de conteúdo inteiramente focado em cultura, entretenimento e lifestyle vintage e retrô. No site, é possível encontrar artigos e reportagens diversas sobre tudo que envolve as décadas de ouro do passado: de 1920 a 1990, passando, especialmente, pelos saudosos anos 1950 com todo o charme que revolucionou o século 20.
Idealizado pela publicitária Daise Alves e pela jornalista Mirella Fonzar, duas amantes dos anos dourados e do universo das pin-ups, cadillacs e rockabilly, o portal traz notícias diárias sobre música, moda, design, fotografia, cinema, gastronomia, turismo, comportamento, eventos, e os mais diversos assuntos que sejam inspirados pelo passado.
INFORMAÇÕES EXCLUSIVAS PARA A IMPRENSA
Todas as fontes citadas estão disponíveis para entrevistas. Para mais fotos, matérias com as editoras do portal, fotógrafa responsável ou pautas sobre o universo das Pin-ups, rockabilly, moda e cultura retrô, em geral, entrar em contato com:
Universo Retrô
www.universoretro.com.br
contato@universoretro.com.br
Daise Alves - daise@universoretro.com.br - 11 99596 9199
Mirella Fonzar - mirella@universoretro.com.br - 11 95928 5082
Pensando numa forma de ajudar esses profissionais neste momento de recessão, a plataforma de nostalgia Universo Retrô criou o projeto Retro Sessions, uma série de lives no Facebook, nas quais artistas de cunho retrô são convidados a fazer shows de suas casas ao vivo na página do portal. As apresentações, que começaram na última segunda-feira (23), acontecerão todos os dias às 21h30 e terão até 1 hora de duração. Inicialmente o projeto terá 14 dias de duração, e 14 atrações.
Como forma de apoio ao trabalho desses artistas, foi criada uma Vakinha Online, para quem quiser colaborar financeiramente com qualquer valor. Ao final do projeto, o dinheiro arrecadado será dividido com todos os participantes. Esse é um incentivo para que esses artistas continuem produzindo e levando alegria para seu público durante a quarentena.
O projeto é uma possibilidade que o público tem de assistir a um show mais intimista, enviar perguntas aos artistas, pedir músicas, além de conferir novidades sobre álbuns novos, clipes e músicas. Entre os estilos musicais reunidos no projeto estão: rockabilly, psychobilly, punk rock, surf music, hillbilly e rock ‘n roll.
Já se apresentaram até agora: Dan Rocker, da banda Dan & His Rockers (Santo André); a banda Cherry Rat (Las Vegas); o cantor e guitarrista Joanatan Richard (Caruaru); o vocalista e guitarrista Vinci Bueno, das bandas Voodoo Brothers e Los Clandestinos (São Paulo); Dasta Gomes dos Smokin’ Snakes (Natal); Ton White (São Paulo), e Sayuri Yamamoto, das bandas Time Bomb Girls e Los Clandestinos (São Paulo).
Para a segunda semana estão confirmados: Leandro Martins do grupo Rock In Black (São Paulo); Mutant Cox das bandas Os Catalépticos, Sick Sick Sinners e Hillbilly Rawhide (Curitiba); Raul Vallens do The Million Dollar Trio (Francisco Morato); Rayssa Deschain e Matheus Gondin da banda Os Dry Martinis (Manaus); Maniac Biffs do Spitfire Demons e Dope Times (São Paulo); a cantora Desiree Rossetto (Santo André) e o guitarrista Al Bud (São Paulo), da Al Bud Trio.
Colabore com a Vakinha do Retro Sessions: http://vaka.me/950899
Programação
Retro Sessions - Live
Segunda, 23 de março de 2020
21:30 - 22:30
Dan Rocker (Dan & His Rockers)
Terça, 24 de março de 2020
21:30 - 22:30
Cherry Rat
Quarta, 25 de março de 2020
21:00 - 22:00
Joanatan Richard
Quinta, 26 de março de 2020
21:30 - 22:30
Vinci Bueno (Voodoo Brothers e Los Clandestinos)
Sexta, 27 de março de 2020
21:30 - 22:30
Leandro Franco (Asteróides Trio)
Sábado, 28 de março de 2020
21:00 - 22:00
Dasta Gomes (Dasta & The Smokin’ Snakes)
Domingo, 29 de março de 2020
21:30 - 22:30
Ton White
Segunda, 30 de março de 2020
21:30 - 22:30
Sayuri Yamamoto (Time Bomb Girls e Los Clandestinos)
Terça, 31 de março de 2020
21:30 - 22:30
Leandro Martins (Rock in Black)
Quarta, 1 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Mutant Cox (Os Catalepticos, Sick Sick Sinners e Hillbilly Rawhide)
Quinta, 2 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Raul Vallens (The Million Dollar Trio)
Sexta, 3 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Raissa Deschain e Matheus Gondim (Os Dry Martinis)
Sábado, 4 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Maniac Biffs (Spitfire Demons e Dope Times)
Domingo, 5 de abril de 2020
21:30 - 22:30
Desiree Arruda e Ramis Al Bud (Al Bud Trio e Dasta & The Smokin’ Snakes)
Página no Facebook: https://www.facebook.com/events/852654815202983/
Sobre o Universo Retrô
Lançado oficialmente em julho de 2015, o Universo Retrô é o primeiro portal brasileiro de conteúdo inteiramente focado em cultura, entretenimento e lifestyle vintage e retrô. No site, é possível encontrar artigos e reportagens diversas sobre tudo que envolve as décadas de ouro do passado: de 1920 a 1990, passando, especialmente, pelos saudosos anos 1950 com todo o charme que revolucionou o século 20.
Idealizado pela publicitária Daise Alves e pela jornalista Mirella Fonzar, duas amantes dos anos dourados e do universo das pin-ups, cadillacs e rockabilly, o portal traz notícias diárias sobre música, moda, design, fotografia, cinema, gastronomia, turismo, comportamento, eventos, e os mais diversos assuntos que sejam inspirados pelo passado.
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Universo Retrô
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Daise Alves - daise@universoretro.com.br - 11 99596 9199
Mirella Fonzar - mirella@universoretro.com.br - 11 95928 5082
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