A China, cuja ditadura comunista é culpada direta pela eclosão do
coronavírus, virou um exemplo para o Brasil que se opõe “à direita”. J.
R. Guzzo, no portal Metrópoles:
A arte das medidas tomadas por governos estaduais e prefeituras, e
executadas por fiscais sem autoridade para fazer o que fazem, por
policiais que obedecem ordens ilegais (ou tomam, eles mesmos, a
iniciativa de agir fora da lei) e por funcionários sem nenhuma
atribuição judicial, estão agredindo diretamente o Estado de Direito no Brasil – com a desculpa de que há uma “situação de emergência”
e isso justifica “medidas excepcionais” por parte do poder público. A
OAB, a ABI, a CNBB e todos os agrupamentos que se definem como
“representantes da sociedade civil” e guardiães da democracia têm agido
em cumplicidade com as manifestações de totalitarismo quando elas
endossam a visão de que é indispensável confinar a população em casa e proibir a atividade econômica no Brasil.
Cidadãos são presos sem mandato judicial ou qualquer formalidade
legal por se manifestarem contra o isolamento. Carreatas, que fazem
parte do direito de ir e vir, são proibidas por prefeitos. Banheiros em
postos de gasolina são fechados, por ordem de fiscais de prefeitura,
para clientes que vão abastecer seus veículos. Detentos “à espera de
julgamento”, muitas vezes assassinos e criminosos violentos presos em
flagrante e ainda não sentenciados (ninguém é julgado meia hora depois
de ser preso, em lugar nenhum do mundo), estão sendo soltos. Milhares de
servidores dos poderes executivos estaduais e municipais estão tomando
decisões sem qualquer tipo de autorização judicial – e o próprio
aparelho judiciário, com frequência, age como um poder fora da lei nas
questões que envolvem a epidemia.
O modelo de todos eles, e da mídia que lhes dá apoio integral, é a
China. O país onde o governo é o culpado direto pela eclosão do vírus e
sua propagação pelo mundo, por ter proibido durante semanas que médicos e
cientistas se dedicassem a cuidar da tragédia, virou um exemplo para o
Brasil que se opõe “à direita”.
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