MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Eleições: volume de doações não garante liderança nas pesquisas

Pedro Paulo empata com Freixo, apesar de financiamento ser 11 vezes superior ao do candidato do Psol

Jornal do BrasilFelipe Gelani *

Ser o candidato com a maior quantidade de doações de campanha não assegura o sucesso na votação. É o que revela as informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as candidaturas e contas eleitorais, comparadas com as pesquisas de intenção de voto. Mesmo quem tem apoio da máquina pública às vezes não consegue se destacar nos levantamentos, o que evidencia o alto nível de rejeição desses políticos.
Candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo (PMDB) está em segundo lugar nas intenções de voto. O pupilo do atual prefeito está empatado com Marcelo Freixo (PSOL), ambos com 10% pela pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (28). Crivella, com 34%, lidera com folga. No entanto, no índice de rejeição Pedro Paulo está na frente, com 36%, junto com Jandira Feghali (PCdoB). Contudo, o peemedebista é disparado o candidato com maior volume de doações de campanha.
Crivella lidera corrida pela prefeitura
Crivella lidera corrida pela prefeitura
Segundo o TSE, ele já recebeu quase R$ 8,5 milhões de financiamento. Primeiro lugar nas pesquisas, Crivella recebeu por volta de duas vezes menos, com cerca de R$ 3,7 milhões. Marcelo Freixo recebeu pouco mais de R$ 752 mil - 11 vezes menos que Pedro Paulo. Vale lembrar que as novas regras de campanha vetam a participação de empresas no patrocínio das candidaturas.
Para o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF) Carlos Sávio Teixeira, esses dados reforçam a rejeição à campanha de Pedro Paulo.
Ele enumerou os três fatores que considera principais para as dificuldades do peemedebista: o número de candidatos do mesmo espectro político, como Índio da Costa (PSD), Carlos Osorio (PSDB) e Flávio Bolsonaro (PSC); a dificuldade de Pedro Paulo de emplacar sua candidatura em bairros onde o prefeito Eduardo Paes se destacou, como Barra da Tijuca e Madureira; e o fato de o eleitorado associar a crise do Estado com o PMDB, partido de Pedro Paulo, apesar de não haver uma relação direta entre as administrações.
Outras circunstâncias também estariam influenciando no resultado das pesquisas, como por exemplo a mudança da legislação que reduziu o tempo de propaganda eleitoral gratuita pela metade. Para o professor, em uma campanha com pouco tempo de exposição, o destaque de Freixo se deve ao fato de ele ter adquirido alguma visibilidade nos últimos anos, se candidatando pela segunda vez a prefeito.
Pesquisa Ibope mostra Pedro Paulo empatado com Marcelo Freixo, apesar do volume de doações para o candidato do PMDB ser 11 vezes superior ao do candidato do PSol
Pesquisa Ibope mostra Pedro Paulo empatado com Marcelo Freixo, apesar do volume de doações para o candidato do PMDB ser 11 vezes superior ao do candidato do PSol
O professor acredita que a visibilidade de Pedro Paulo aumentaria muito em um eventual segundo turno. Para ele, o apoio da mídia nessa fase tem potencial de mudar o cenário, mesmo com a base política de Paes não sendo transferida para o candidato. “Pedro Paulo tem muita rejeição mesmo dentro do PMDB, tendo em vista as acusações que sofreu”, ressalta o professor.
TV ainda é lugar de maior exposição
Algumas candidaturas vêm utilizando as redes sociais de forma eficiente, mas Carlos Sávio acredita que, apesar da importância crescente de sites como Facebook e Twitter nas campanhas, eles ainda não são o principal elemento de exposição das ideias do candidato para o grande público. “As redes sociais vêm sendo um elemento a mais na luta política, mas não a considero uma ‘mão de midas’. Acho que ela ajuda algumas candidaturas, mas não tenho dúvidas de que nenhum candidato trocaria o tempo de exposição na TV por destaque nas redes”, concluiu o professor.
* do projeto de estágio do JB

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