Jussara Soares
O Globo
Quatro meses após deixar o governo, o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno , se desligou oficialmente do PSL, partido do qual foi presidente entre março e outubro de 2018. Bebianno, que também foi coordenador da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro deixa o partido negando que tenha havido um esquema de candidaturas laranjas, mas admite que erros possam ter ocorrido pontualmente nos diretórios estaduais.
Bebianno avalia se filiar ao PSDB, do governador João Doria, ou DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A decisão, no entanto, só deverá ser sacramentada em outubro deste ano com vistas às eleições municipais de 2020. Ele ainda não se decidiu se sairá candidato.
FORA DO PSL – A carta de desfiliação e a renúncia ao cargo de terceiro vice-presidente do PSL foram apresentadas na quinta-feira. No mesmo dia, a Polícia Federal prendeu três assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, na investigação sobre desvios de recursos do fundo partidário do PSL para candidaturas de fachadas.
— Esquema eu garanto que não teve, porque não tinha dinheiro. O que pode ter havido, estou falando de uma hipótese que eu não sei e não participei, é algum erro pontualmente. E pode ter acontecido em outros estados e pode ter acontecido até com outros partidos, que é muito mais provável pois receberam muito mais dinheiro — disse ao Globo.
O ex-ministro voltou a afirmar que não era da alçada dele cuidar dos estados e que tampouco teve ingerência na montagem de chapa e na escolha dos candidatos nos diretórios estaduais.
DEFESA DO MINISTRO – Apesar disso, saiu em defesa de Alvaro Antônio e garante que a verba de R$ 1 milhão de fundo eleitoral destinada ao diretório de Minas Gerais era pequena para trabalhar um estado com 900 municípios e eleger seis deputados federais e outros seis estaduais.
— Pode ter tido uma coisa errada aqui e ali e a polícia tem que investigar e punir os responsáveis. Colocar o ministro Marcelo Álvaro Antonio como o responsável, o maestro de um grande esquema é mentira, não aconteceu. Não tinha dinheiro — justificou.
Bebianno afirma ter deixado o PSL só agora porque ficou “perplexo” da maneira como foi desligado do governo em fevereiro, em meio a uma crise envolvendo o vereador Carlos Bolsonaro. Segundo ele, só depois parou para pensar no partido.
TOMAR UM RUMO — “Fiquei observando, para depois tomar um rumo, achei por bem me desligar logo, porque meu vínculo com o presidente realmente acabou” — disse.
Advogado, Bebianno se aproximou do então deputado federal e pré-candidato à Presidência como um fã. Aos poucos, assumiu processos na Justiça de Bolsonaro e manobrou para arrancar a candidatura de Bolsonaro do nanico Patriota e levá-la ao PSL de Luciano Bivar, deputado federal. Pelo acordo, Bebianno assumiu o comando da sigla durante a eleição. Logo após a vitória em segundo turno, o PSL voltou às mãos de Bivar e Bebianno assumiu a terceira vice-presidência do partido, segundo ele, sem nenhuma função administrativa.
O advogado foi nomeado para a Secretaria-Geral da Presidência, mas já sofria processo de desgaste desde o segundo turno das eleições.
Em fevereiro, Bebianno foi exonerado após ter sido chamado de mentiroso por Carlos Bolsonaro. Na ocasião, em entrevista ao Globo, o então ministro negou que vivia uma crise no governo e alegou que naquele dia havia conversado três vezes com o presidente. Após a demissão, áudios divulgados comprovaram que Bebianno e Bolsonaro mantiveram contato.
— Não fui demitido pelas denúncias de candidaturas laranjas. Fui afastado por conta de uma implicância do senhor Carlos Bolsonaro. Não teve outro motivo.
FUTURO POLÍTICO – Até outubro, Bebianno promete anunciar seu destino político. Próximo do empresário Paulo Marinho, que assumiu o diretório fluminense do PSDB, ele diz compartilhar com o governador João Doria uma visão mais liberal do ponto de vista econômico. Por outro lado, ele também avalia se filiar ao DEM, de Rodrigo Maia, de quem diz ser um “admirador.”
Segundo ele, Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fazem mais pela reforma da Previdência que o próprio presidente Bolsonaro.
— O Rodrigo Maia representa hoje uma liderança no DEM, tem mostrado equilíbrio muito grande na condução dos assuntos, muito sereno, pondero. É uma figura que eu também admiro, por isso gosto tanto do DEM quanto do PSDB — disse.
O Globo
Quatro meses após deixar o governo, o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno , se desligou oficialmente do PSL, partido do qual foi presidente entre março e outubro de 2018. Bebianno, que também foi coordenador da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro deixa o partido negando que tenha havido um esquema de candidaturas laranjas, mas admite que erros possam ter ocorrido pontualmente nos diretórios estaduais.
Bebianno avalia se filiar ao PSDB, do governador João Doria, ou DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A decisão, no entanto, só deverá ser sacramentada em outubro deste ano com vistas às eleições municipais de 2020. Ele ainda não se decidiu se sairá candidato.
FORA DO PSL – A carta de desfiliação e a renúncia ao cargo de terceiro vice-presidente do PSL foram apresentadas na quinta-feira. No mesmo dia, a Polícia Federal prendeu três assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, na investigação sobre desvios de recursos do fundo partidário do PSL para candidaturas de fachadas.
— Esquema eu garanto que não teve, porque não tinha dinheiro. O que pode ter havido, estou falando de uma hipótese que eu não sei e não participei, é algum erro pontualmente. E pode ter acontecido em outros estados e pode ter acontecido até com outros partidos, que é muito mais provável pois receberam muito mais dinheiro — disse ao Globo.
O ex-ministro voltou a afirmar que não era da alçada dele cuidar dos estados e que tampouco teve ingerência na montagem de chapa e na escolha dos candidatos nos diretórios estaduais.
DEFESA DO MINISTRO – Apesar disso, saiu em defesa de Alvaro Antônio e garante que a verba de R$ 1 milhão de fundo eleitoral destinada ao diretório de Minas Gerais era pequena para trabalhar um estado com 900 municípios e eleger seis deputados federais e outros seis estaduais.
— Pode ter tido uma coisa errada aqui e ali e a polícia tem que investigar e punir os responsáveis. Colocar o ministro Marcelo Álvaro Antonio como o responsável, o maestro de um grande esquema é mentira, não aconteceu. Não tinha dinheiro — justificou.
Bebianno afirma ter deixado o PSL só agora porque ficou “perplexo” da maneira como foi desligado do governo em fevereiro, em meio a uma crise envolvendo o vereador Carlos Bolsonaro. Segundo ele, só depois parou para pensar no partido.
TOMAR UM RUMO — “Fiquei observando, para depois tomar um rumo, achei por bem me desligar logo, porque meu vínculo com o presidente realmente acabou” — disse.
Advogado, Bebianno se aproximou do então deputado federal e pré-candidato à Presidência como um fã. Aos poucos, assumiu processos na Justiça de Bolsonaro e manobrou para arrancar a candidatura de Bolsonaro do nanico Patriota e levá-la ao PSL de Luciano Bivar, deputado federal. Pelo acordo, Bebianno assumiu o comando da sigla durante a eleição. Logo após a vitória em segundo turno, o PSL voltou às mãos de Bivar e Bebianno assumiu a terceira vice-presidência do partido, segundo ele, sem nenhuma função administrativa.
O advogado foi nomeado para a Secretaria-Geral da Presidência, mas já sofria processo de desgaste desde o segundo turno das eleições.
Em fevereiro, Bebianno foi exonerado após ter sido chamado de mentiroso por Carlos Bolsonaro. Na ocasião, em entrevista ao Globo, o então ministro negou que vivia uma crise no governo e alegou que naquele dia havia conversado três vezes com o presidente. Após a demissão, áudios divulgados comprovaram que Bebianno e Bolsonaro mantiveram contato.
— Não fui demitido pelas denúncias de candidaturas laranjas. Fui afastado por conta de uma implicância do senhor Carlos Bolsonaro. Não teve outro motivo.
FUTURO POLÍTICO – Até outubro, Bebianno promete anunciar seu destino político. Próximo do empresário Paulo Marinho, que assumiu o diretório fluminense do PSDB, ele diz compartilhar com o governador João Doria uma visão mais liberal do ponto de vista econômico. Por outro lado, ele também avalia se filiar ao DEM, de Rodrigo Maia, de quem diz ser um “admirador.”
Segundo ele, Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fazem mais pela reforma da Previdência que o próprio presidente Bolsonaro.
— O Rodrigo Maia representa hoje uma liderança no DEM, tem mostrado equilíbrio muito grande na condução dos assuntos, muito sereno, pondero. É uma figura que eu também admiro, por isso gosto tanto do DEM quanto do PSDB — disse.
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