Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Leo Pinheiro só passou a ser considerado após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá
O empreiteiro Léo Pinheiro que acusou o ex-presidente Lula foi
visto com desconfiança pelos procuradores da Operação Lava Jato.
Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, passou mais de um ano
negociando, mas era tratado com descrédito. Com base nas conversas do
material recebido pelo Intercept Brasil, ele só passou a ser considerado
após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de
Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista.
Léo Pinheiro , conforme a Folha de São Paulo, só apresentou a versão que
incriminou Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início das
negociações. As mensagens analisadas pela reportagem e pelo Intercept
mostram que os relatos apresentados pela empreiteira sofreram várias
alterações até que os procuradores aceitassem assinar um termo de
confidencialidade com os advogados, passo essencial para que as passo
essencial para que as negociações avançassem. “A primeira notícia de
versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária ao que
apuramos aqui”, disse um dos procuradores, Paulo Roberto Galvão, no
início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta da empresa mas não
nos comprometemos com nada.” Em outra parte do diálogo revelado pela
Folha o procurador Roberson Pozzobon teria tido aos colegas que os
empreiteiros precisariam melhorar os anexos. : “Na última reunião
dissemos que eles precisariam melhor[ar] consideravelmente os anexos”,
disse o procurador em julho. “Os anexos que a OAS entregou hoje são
muito semelhantes Àqueles que a carol enviou antes aqui”, escreveu a
procuradora Jerusa Viecili no Telegram após a reunião. “Só há alguns
anexos novos.”
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