O “balaio” dos partidos políticos do Brasil registrados no
Tribunal Superior Eleitoral-TSE contém 35 (trinta e cinco) agremiações
partidárias. Só esses partidos legalmente habilitados podem ter candidatos nas
eleições periódicas patrocinadas pela
Justiça Eleitoral, bem como receber as verbas públicas correspondentes a essa
condição.
A “matriz” jurídica da organização dos partidos políticos
liga-se ao disposto no artigo 17 da
Constituição Federal,combinado com o artigo 14,parágrafo 3º.
As leis infraconstitucionais expedidas após a Constituição
de 1988,num primeiro momento , exigiam que seria indispensável que na
denominação escolhida para os partidos políticos constasse a palavra “partido” ,acrescida das outras
pertinentes, identificadoras dos propósitos partidários, bem como a denominação
resumida (sigla).
Mas a progressão da decadência moral dos políticos
naturalmente atingiu também os partidos a que estavam vinculados. Essa situação
chegou a tal ponto que a simples pronúncia das palavras “político” ou “partido
“(político) ,passaram a ter uma conotação negativa para os eleitores. Alguma
coisa deveria ser feita para “escapar” dessa imagem negativa. Para melhorar a
imagem. Uma nova lei seria o melhor
caminho. E como se sabe, a “fábrica” das leis está nas mãos dos políticos. Elas
são livremente manipuladas, geralmente no interesse próprio “deles”, dentro do
que falsamente se entende por “democracia representativa”.
E “eles” não perderam tempo. Trataram de fazer uma nova lei
onde retiraram a obrigatoriedade de constar a palavra “partido” da denominação societária.
Uns saíram correndo para usufruir da vantagem de retirar logo esse “nome feio”
,seja alterando os estatutos, seja
fundando novos partidos sem esse inconveniente “espanta- eleitor”. Melhor seria
que fossem confundidos com alguma ONG ou entidade filantrópica ou altruística.
Essas denominações “avestruzes” não remetem aos desgastados partidos políticos. Portanto,não passam de
vigarice política que bem representa o perfil de caráter deficiente desses
aproveitadores que fazem da política uma profissão.
Os partidos “espertinhos” que assim agiram foram os
seguintes:
(1)DEMOCRATAS-sigla DEM. Antes era o Partido da Frente
Liberal-PFL, que era herdeiro do Partido Democrático Social-PDS,que por sua vez
na prática sucedeu a antiga ARENA-Aliança Renovadora Nacional (extinta em
1979),e todos eles tidos como filhos ideológicos da UDN-União Democrática
Nacional,de extrema direita. O “Democratas” hoje é presidido pelo Presidente da
Câmara Federal,Deputado Rodrigo Maia;
(2)AVANTE-sigla também AVANTE,com estatuto de 2017;
(3)PODEMOS-sigla PODE,de 2015;
(4)SOLIDARIEDADE-sigla SD,estatuto de 2013;
(5)REDE SUSTENTABILIDADE, sigla REDE, formado a partir da
iniciativa de Marina Silva, eterna
postulante à Presidência, que à
semelhança de uma “coruja-de-corredor” (que nos corredores de fazenda anda de
pau em pau), já passou por diversos partidos.
A semelhança que estamos vendo dessas 5 (cinco) agremiações
- que “não-são-partidos-politicos”- com o avestruz é que todos “burramente”
escondem a cabeça dentro de um buraco, imaginando que o corpo não será visto
pelo eventual predador.
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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