![Dúvida sobre dinheiro no exterior pode beneficiar Eduardo Cunha [ Dúvida sobre dinheiro no exterior pode beneficiar Eduardo Cunha]](https://www.bocaonews.com.br/fotos/bocao_noticias/187646/IMAGEM_NOTICIA_0.jpg)
No entanto, a Procuradoria Regional da República, que se manifesta nos processos do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, acha que ele deve ser absolvido neste quesito.
O órgão ainda é favorável a um pleito da defesa: que as condenações do ex-deputado não sejam somadas individualmente em relação ao crime de evasão de divisas, o que implica em redução da pena. A posição da Procuradoria Regional foi oficializada em duas manifestações, em julho e no último dia 19, nos processos a que Cunha responde e também no de sua mulher, a jornalista Claudia Cruz.
A acusação que levantou divergência diz respeito à transferência de US$ 165 mil de uma conta offshore a outra -a primeira atribuída a Cunha e a segunda em nome de Claudia Cruz e usada para pagar as despesas de cartão de crédito dela. Essa transferência conectava os processos de Cunha e Cruz. Em primeira instância, o Ministério Público Federal de Curitiba pediu que, entre outras condenações, eles fossem sentenciados por lavagem de dinheiro por essa transferência.
Moro, no entanto, absolveu Cunha da lavagem dessa quantia sob a justificativa de que o dinheiro não se originava do caso apontado na denúncia: pagamento de propina referente a contratos com a Petrobras para explorar campos de petróleo em Benim, na África. Posteriormente, o juiz também absolveu Claudia Cruz de todas as acusações.
"É até possível que [esses recursos] tenham alguma origem ilícita, já que o acusado não logrou esclarecer a origem de seus recursos no exterior, mas compõem a denúncia somente os valores recebidos pelo acusado provenientes da comissão no contrato de aquisição pela Petrobras do Bloco 4 de exploração de óleo e gás em Benim", disse o magistrado.
Na manifestação de segunda instância sobre Cunha, a Procuradoria afirma que deve "ser mantido o entendimento do sentenciante, porquanto representa o melhor entendimento sobre os fatos submetidos ao contraditório e à ampla defesa".Já no processo de Claudia Cruz, o órgão diz que para a condenação por lavagem é necessário "um conjunto de provas mais consistente quanto à ocorrência do crime".
O advogado de Eduardo Cunha, Pedro Ivo Velloso, disse que a acusação de lavagem dos US$ 165 mil é "absurda".
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