Lhays Feliciano
A TARDEOs carros SUVs caíram mesmo nas graças dos brasileiros. Com suspensão avantajada e espaço de sobra, os utilitários esportivos viraram desejo de consumo dos motoristas e hoje representam um em cada quatro veículos comercializados no país. Entretanto, para dar conta de um modelo de maior porte, fabricado para suportar maior volume de carga e diferentes tipos de pista, os pneus dos SUVs precisam seguir algumas regras importantes.
Francinaldo Silva, consultor de vendas da Minas Pneus, alerta que o primeiro ponto na hora de escolher o pneu certo é saber a necessidade de cada cliente. “É importante saber o perfil do condutor e quais as condições de circulação, para a partir daí definir o tipo de pneu ideal”, explica. Como são veículos utilizados em diversas condições, os pneus precisam estar adequados ao terreno, sejam aqueles que trafegam apenas no asfalto, em estrada de terra ou em ambos os tipos de pavimentação. “Um produto fabricado para lama não tem a mesma eficiência no asfalto, porque não possui a aderência necessária para circular nas vias urbanas, assim podendo causar um acidente caso derrape, especialmente nos dias de chuva. Já um pneu especial para asfalto utilizado em terrenos acidentados, além de correr o risco de estourar, vai consumir mais o combustível do veículo, pois irá gerar um esforço maior para rodar”, ressalta.
Algumas lojas de Salvador dividem o catálogo de produtos em quatro tipos de pneu: o on-road (predominante em asfalto), o off-road (de utilização em estradas de terra, lama e para realizar trilhas), o misto (ideal para os dois tipos de solo) e o esportivo (é indicado para carros mais modernos, com sistemas eletrônicos de controle de direção e estabilidade). Ele proporciona conforto e desempenho para carros de média a alta potência.
Com o tipo certo de pneu definido, é hora de entendê-lo. Para garantir segurança e boa dirigibilidade do seu SUV, é preciso conhecer e decifrar seu pneu. Os números presentes nos pneus e também no manual do proprietário indicam, por exemplo, as dimensões, o tipo de construção, as características de desempenho e até a velocidade máxima e o peso de carga do veículo.
De acordo com Pedro D’Argolo, consultor da loja VR Pneus, um pneu 237/60 R16 94W significa que 237 corresponde à largura em milímetros; 60, à altura da parede do pneu; e 60% da largura. O número 16 é o diâmetro do pneu, neste caso 16 polegadas, e R significa que o pneu é radial. O 94W compõe uma tabela em que especifica o índice de carga do pneu (neste caso, 670 kg) e o máximo em km/h, suportado pelo composto. Assim, a letra W define a velocidade máxima que ele pode rodar, no caso até 270 km/h.
É possível encontrar também no pneu a idade e a data de fabricação. A palavra DOT (Department of Transportation) informa que o produto está conforme os regulamentos. Em seguida estão duas letras e o número que representa a fábrica onde foi produzido. Depois há quatro números que indicam quando foi produzido. Exemplo: DOT AX 0117 (produzido na primeira semana do ano de 2017). “Geralmente os pneus têm validade de cinco anos e cinco anos de garantia; quando chega a esse prazo, é imprescindível trocá-los. Às vezes, a superfície de borracha está boa e o pneu parece intacto, o motorista não vê nada de errado no pneu, mas é necessário checar por dentro as camadas e a lona que se desgastam durante esse período”, alerta Pedro.
Na hora de trocar o pneu, o motorista pode optar também por mudar para rodas mais largas, que podem garantir melhor estabilidade e conforto, mas há também algumas restrições. A primeira: o pneu não pode ultrapassar o para-lama, sob risco de raspar na carroceria ou na suspensão. Vale ressaltar também que o pneu maior é mais pesado e assim exigirá maior esforço e consequentemente gasto de gasolina. Outra preocupação é o tipo de perfil do aro. Em geral as montadoras equipam seus carros com rodas de larguras intermediárias. Assim, a medida original 175 mm pode ser aumentada para 185 mm sem grandes problemas. Dependendo do caso, dá até para colocar modelos 20 mm mais largos que os de fábrica. Mas tudo isso tem de ser validado antes por um especialista.
Nas lojas de Salvador é possível encontrar uma variedade de pneus esportivos de diferentes marcas tradicionais (Continental, Pirelli, Michelin, Bridgestone, Firestone, Yokohama, Goodyear, dentre outras). Na VR Pneus, o campeão de vendas é o pneu usado na Ford Ranger e no Toyota Hilux: 265/70 R16 (R$ 640). Já na Minas Pneus, os modelos mais procurados são os produtos que calçam o Honda CRV, Chevrolet Captiva e Renault Duster. Um pneu 235/60 R17 custa a partir de R$ 800.
Pneus ecológicos
Pedro D’Argolo falou também sobre os pneus ecológicos, uma opção mais barata na hora de colocar a mão no bolso para realizar a troca dos pneus.
Os remoldados são produzidos com carcaças examinadas de pneus antigos. Em seguida passam para uma máquina que faz a raspagem da banda de rodagem e, logo, recebem uma nova camada de borracha. Por último, o produto é encaminhado para as prensas vulcanizadoras, onde é fixada a nova banda de rodagem e também as laterais do pneu.
Esses pneus duram metade do tempo de uma unidade nova. Ou seja, se com o novo o motorista roda de 50 mil a 60 mil quilômetros, com o remoldado ele vai rodar de 25 mil a 30 mil quilômetros.
Penalidade
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê punição para o motorista que for autuado conduzindo um veículo cujos pneus estão em mau estado de conservação. A infração resulta na perda de cinco pontos na carteira nacional de habilitação (CNH) e multa de R$ 195,23.
Para evitar possíveis gastos, independentemente do tipo de pneu que o condutor deseja adquirir, é importante que ele realize periodicamente o alinhamento e o balanceamento – a cada 10 mil quilômetros rodados. Além disso, o motorista precisa realizar a calibragem correta dos pneus, que deve ser feita, no máximo, a cada 15 dias, e respeitando as recomendações contidas no manual do veículo.
A escolha incorreta do pneu pode trazer para você diversos prejuízos, entre eles o maior consumo de combustível, perda de desempenho e a perda de conforto ao dirigir.
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