Estabelecimento pediu renovação e estava liberado para funcionar até nova perícia
Cenário da tragédia que causou pelo menos 232 mortes em Santa
Maria neste domingo, a danceteria Kiss estava com o Plano de Prevenção
contra Incêndios vencido desde agosto do ano passado. De acordo com os
bombeiros, o funcionamento do local estava regularizado, já que a avaliação de
novo plano de prevenção foi solicitada, sendo normal permitir a abertura
enquanto se aguarda nova perícia.
Segundo o Corpo de Bombeiros do município, contudo, os extintores não estavam funcionando e havia apenas uma saída para os frequentadores - a porta principal. “Falharam os extintores. Os primeiros que eram para funcionar, falharam. Aí até buscarem os outros, já era tarde", lamentou o bombeiro Rodrigo Rosa, que trabalhou na tragédia. Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes de uma banda que acabara de subir ao palço lançou um sinalizador. O comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Guido Pedroso de Melo, afirmou que o objeto teria enconstado numa forração de isopor. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Testemunhas relataram que, a princípio, parecia uma briga e os seguranças fizeram um cordão de bloqueio. Mas, quando viram que era um incêndio, liberaram a passagem. Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimões, usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate. Os próprios socorristas passaram mal em razão da fuligem. Muita gente que conseguiu escapar voltou para ajudar os outros, como o dentista Matheus Bortolotto. Com informações de Renato Oliveira/Correio do Povo. |
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