Otimismo e propósito são palavras associadas aos depoimentos de professores e gestores brasileiros ao serem questionados pelo Estudo OPEE 2022 – Educadores Brasileiros,
que contou com 1505 respondentes da área pública e privada de todas as
regiões do país. O projeto, realizado em setembro deste ano, foi
desenvolvido pela OPEE Educação e executado pela Mercare Educação, e
teve como objetivo diagnosticar o cenário pedagógico e escolar
brasileiro nos últimos 12 meses. Apesar das mais distintas adversidades,
como a pandemia da Covid-19, a pesquisa identificou um horizonte
promissor a partir do índice de motivação de 7,7 (em uma escala de 1 a
10) apontado pelos educadores sobre atuarem no setor.
Enraizados
De
acordo com o levantamento, 59,67% dos respondentes não consideram, no
momento da pesquisa, mudar de área, contra 6,11% que pensam diariamente
nessa alteração de rota – um contraponto expressivo de quase dez vezes
de avanço de um indicador sobre outro. “A pesquisa mostrou que a
profissão do educador é movida por paixão. Estudos revelam que o
propósito é o ápice da humanidade. Por exemplo, um professor que tem um
propósito de fazer uma transformação social não fica se perguntando por
que os alunos não aprendem melhor. Ele ou ela cria perguntas
inteligentes, eficazes, focadas em soluções e caminhos para fazer a
diferença e transformar este contexto”, destaca Leo Fraiman, autor da
metodologia OPEE, ao explicar tais índices de satisfação.
Dentro
desse recorte, o fato de a maior parte de respondentes ser formada por
profissionais de sala de aula (22.99% são professores especialistas e
27.51% são professores polivalentes) confere uma base empírica ao
estudo, isto é, a maioria conhece o dia a dia escolar. De um modo geral,
o estudo ouviu educadores que estão ligados a competências de extrema
importância para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional de
crianças e jovens.
Poder familiar e aprendizagem socioemocional para a Escola Ideal
Identificar
as características de uma escola ideal pode trazer diversos
questionamentos, inclusive de familiares ao buscarem uma instituição de
ensino para os filhos. Para os educadores, a aprendizagem socioemocional
e a parceria com as famílias (presente em 61,2% e 57,48% das respostas
respectivamente) lideram o ranking de atributos para uma escola ideal.
“Estudei
profundamente o impacto da aliança entre a família e a escola enquanto
seus efeitos no andamento e no rendimento escolar. O andamento escolar
diz respeito ao engajamento, disciplina, envolvimento, atenção e
presença em sala de aula, enquanto o rendimento refere-se às notas e
àquilo que o aluno aprende de fato. Esse par de fatores está totalmente
conectado ao encontro entre família e instituição de ensino, para que o
educando receba uma boa dose de confiança, orientação, motivação e
direção para o seu pleno desenvolvimento”, acrescenta Leo.
Para
Fraiman, essa concepção vai além. “Os seres humanos constroem e
transformam a si mesmos lapidando sua existência por meio do exercício
das competências socioemocionais. Vale lembrar que essas qualidades são
acionadas de maneira muito mais contundente, consistente e consequente
quando nos conectamos com o propósito”, ressalta o autor da metodologia
OPEE.
Precisão e objetividade
A
mensuração de dados e a apresentação de análises ao público são dois
fatores de grande relevância da pesquisa da OPEE Educação, uma vez que o
Brasil ainda carece de estudos específicos (quantitativos e
qualitativos) sobre a área de educação como um todo. Essa falta de um
pensamento orientado por dados faz com que as tomadas de decisões sejam
carentes de um olhar cirúrgico, podendo ter uma eficácia vulnerável.
“A
educação no passado já foi o território da tia, da amiga, do ambiente
que era uma segunda casa. Aos poucos, estamos vendo aflorar uma
consciência de um ambiente que precisa ser cada vez mais
profissionalizado, ter metas, evidências, dados empíricos que nos
mostrem o caminho a seguir. Não vejo nenhuma diferença entre uma empresa
ou instituição e uma escola no sentido de que é preciso ter clareza de
missão, visão, valores, apresentando dados objetivos”, destaca Fraiman. O
escritor e psicoterapeuta salienta a importância para que haja uma
distribuição inteligente de papéis, juntamente com uma delegação
responsável e um acompanhamento sistemático dos resultados.
Pesquisa: dados objetivos
O Estudo OPEE 2022 – Educadores Brasileiros foi
conduzido com 1505 profissionais de educação atuantes nas áreas pública
e privada, com idade entre 24 e 65 anos, das cinco regiões do país. A
maioria é do gênero feminino (87,57%), ante 12,29% de homens e 0,13% sem
identificação. Além da liderança de educadores (22.99% são professores
especialistas e 27.51% são professores polivalente), há uma
predominância também de diretores (12,03%) e coordenadores (17,21%)
entre aqueles que responderam ao questionário.
Os
profissionais que participaram atuam, majoritariamente, em escolas com
até 300 alunos (36,61% deles) e em instituições com 301 a 700 estudantes
(34,09%) – sendo que uma considerável parcela vem do Ensino
Fundamental, seguida por Educação Infantil, Ensino Médio e Superior.
Dentro desse recorte, 50,90% trabalham com os livros da Coleção da
Metodologia OPEE – Projeto de Vida e Atitude Empreendedora.
Sobre a OPEE Educação
- A OPEE Educação trabalha com projetos educacionais que abrangem toda a
Educação Básica, Organizações Não-Governamentais e ambientes
corporativos. O foco principal da instituição é contribuir para a
construção de projetos de vida sustentáveis e colaborativos e da atitude
empreendedora por meio de três linhas de atuação: Metodologia OPEE, formada por coleções de livros que vão desde a Educação Infantil até o Ensino Médio; Educa OPEE, com foco em cursos EAD para democratizar o processo de aprendizagem; e Escola Para Pais,
com conteúdos digitais que visam orientar e trazer reflexões para as
famílias no que se refere à educação de crianças e adolescentes.
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