Mais de 100 projetos foram apresentados entre ontem e hoje
A Universidade do Vale do Taquari - Univates realizou, entre os dias 27 e 28 de outubro, mais uma edição de dois dos seus mais tradicionais eventos científicos: 4ª Feira Estadual de Ciências Univates e 11ª Feira de Ciências Univates: Descobrindo Talentos para a Pesquisa e Tecendo Redes Interdisciplinares. Neste ano também houve a apresentação de um trabalho da 3ª Mostra Kids da Feira Estadual de Ciências.
Os eventos são direcionados a estudantes e professores de escolas de educação básica e de ensino técnico das redes pública e privada do Rio Grande do Sul. “Após dois anos sem a realização das feiras na modalidade presencial, nesta edição os eventos bateram recorde em projetos inscritos. Foram 196 projetos inscritos, dos quais 100 foram selecionados para apresentação nos dias das feiras”, explica a coordenadora do evento, a professora Jane Herber.
“Os projetos inscritos passam por duas etapas de avaliação, sendo a primeira delas eliminatória, pois são selecionados, de acordo com os critérios do regulamento, os 100 projetos melhor pontuados”, detalha. “A cada ano que passa percebemos a qualidade dos projetos, que, na maioria das vezes, são propostas de pesquisa que buscam entender problemas locais da escola ou da comunidade”.
Participaram como apresentadores crianças e jovens de Feliz, Esteio, Venâncio Aires, Araricá, Porto Alegre, Imigrante, Lajeado, Parobé, Portão, Colinas, Pareci Novo, Arroio do Meio, Coqueiro Baixo, Estrela, Bento Gonçalves, Santa Cruz do Sul, Roca Sales, Gravataí, Cruzeiro do Sul, Sapucaia do Sul, Vespasiano Corrêa, Fazenda Vilanova, Novo Hamburgo, Nova Bréscia e São Leopoldo.
Araricá
A professora Jaqueline de Oliveira dos Santos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Theno Grings, de Araricá, esteve apresentando projetos com os seus estudantes do 2º ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
“Meus estudantes adoram a ideia de participar de Feiras, porque, no meu município, eles participam de feiras desde a educação infantil. Acredito que essas ações permitem que o aluno entenda a pesquisa de uma forma prática, pois eles decidiram o projeto no seu dia a dia. Nesse contexto, levantaram as hipóteses, pesquisaram e interpretaram os resultados. Isso possibilitou aos alunos colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula a partir de suas observações”, descreve Jaqueline, que é professora alfabetizadora.
“O que mais me chamou a atenção foi a capacidade deles de entender termos tão difíceis, como os científicos, e gostar de estar aprendendo. Eles também se mostraram felizes e realizados por estar compartilhando com as pessoas seu conhecimento. Não conhecia a Univates. Achei a instituição muito bem estruturada, com uma infraestrutura ampla. Fomos muito bem atendidos pela equipe organizadora desde o início. Ficamos gratos em estar participando desta feira”, complementa ela.
Bento Gonçalves
De Bento Gonçalves, a docente Rosângela Brito esteve na Feira de Ciências com seus estudantes do Colégio Sagrado Coração de Jesus, nos Ensino Médio, Ensino Médio Profissionalizante e Curso Normal - 1º ano. Rosângela é formada em Ciências Biológicas, mestre e doutora em Zoologia.
“A maioria dos nossos alunos já tinham ouvido falar da Feira de Ciências da Univates. Inclusive alguns tiveram a oportunidade de participar no ano passado. A partir dessa experiência compartilhada, todos receberam a ideia de voltar com muito entusiasmo”, avalia ela. Para a professora Rosângela, a participação nas feiras de ciências é muito importante para a formação do estudante. “Ao longo do ano, trabalhamos com diferentes projetos na escola e é nas feiras que os alunos compartilham os conhecimentos que foram adquiridos ao longo desses projetos. As feiras também possibilitam a ampliação do conhecimento desses estudantes, permitindo vivenciar o ambiente acadêmico”.
Rosângela destaca que a Univates tem sido uma parceira da escola. “Ao longo desses dois últimos anos, tivemos a oportunidade de realizar um projeto sobre micropoluentes, além de participar do projeto de extensão “Naturalista por um dia”, com os professores Cátia Gonçalves e André Jasper. Cabe ressaltar que o Museu de Ciências Naturais também foi solícito ao emprestar materiais que foram utilizados em sala de aula na nossa escola”.
Porto Alegre
A professora Maria Eduarda Miranda Pellicioli Dias veio de Porto Alegre com seus estudantes. Ela atua no Colégio João Paulo I - Unidade Sul com turma de Ensino Médio, de Ensino Médio Profissionalizante e Curso Normal - 2º ano. Ela é licenciada em Física e atua como professora de Física. Também é professora de Metodologia Científica, e é nesse contexto que orientou os trabalhos apresentados na Feira de Ciências.
“Os meus alunos são integrantes do Laboratório de Iniciação Científica, um clube da escola em que os alunos têm como principal atividade a produção de um trabalho de pesquisa ao longo do ano inteiro. Eles entram com a expectativa de participar de feiras. Então é muito bom e eles anseiam muito por isso”, explica Maria Eduarda.
Para a docente, as feiras de ciências são um espaço de troca e aprendizagem. “Apresentar o trabalho, assistir a apresentação de outros e poder conhecer pessoas de vários locais do estado, com diferentes costumes, é muito agregador para a jornada de aprendizagem deles. A feira de ciências é um espaço que fomenta a criatividade, o pensamento científico e o conhecimento dos estudantes. É um intercâmbio cultural”, emenda ela.
“O que mais me chama a atenção são os temas dos trabalhos que, em sua grande maioria, são temas cotidianos, problemas reais que eles ou colegas enfrentam diariamente. Temos dois trabalhos sobre desempenho escolar e os fatores que influenciam os alunos a irem bem ou mal na escola, por exemplo. Temos um outro trabalho que aborda TDAH, que foi motivado pela convivência de um dos estudantes com um familiar que tem o transtorno. Eu acredito que isso é ciência: tentar transformar o mundo por meio da transformação da realidade do estudante, da escola e da comunidade”, diz ela.
Feliz
Da Escola de Ensino Médio Capital do Saber, de Feliz, os estudantes do 8º ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental participaram da Feira acompanhados da professora Magale Pereira. “O que mais me chamou atenção nos projetos dos meus alunos é a vontade deles de buscar respostas para as situações problemas, às quais são submetidos ao longo da pesquisa. Os estudantes buscam sempre resolver as demandas para que o trabalho atinja seu objetivo final”.
Realização
A realização das Feiras é da Univates, com patrocínio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), contando com o apoio da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, da Associação dos Secretários Municipais de Educação do Vale do Taquari (Asmevat) e dos Programas de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas (PPGECE) e em Ensino (PPGEnsino) da Univates.
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Texto: Lucas George Wendt
Imagens: Natalia Nissen
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