Percival Puggina
No uso da minha liberdade de opinião, expressarei percepções que me vêm da experiência pacientemente adquirida. Há alguma vantagem nisso? Sim, quem viver verá.
O servidor do TSE responsável pelo Pool de Emissoras do tribunal foi exonerado sem qualquer explicação. Levado até a porta da rua, o funcionário, que é de carreira, foi diretamente à Polícia Federal prestar depoimento voluntário sobre os acontecimentos. A imagem acima foi divulgada pela CNN.
Chama a atenção ter sido ele exonerado sem qualquer explicação após dar ciência a uma superiora sobre o e-mail de certa emissora comunicando haver deixado de exibir 100 inserções da campanha de Bolsonaro no período entre 7 e 10 de outubro. Também chama a atenção a informação de que o servidor depoente voluntário vinha fazendo, ao longo dos anos, advertências sobre a falta de fiscalização do TSE à exibição das inserções.
Tudo fica muito parecido com o resto. Decisões urgentes tomadas como expressão de poder absoluto proibindo algo ou punindo alguém. A “colegialidade” não alcança servidores subalternos. Desta feita, nem foi necessário que o senador Randolfe tomasse alguma iniciativa. O justiceiro de quadrinhos não encontrou motivos para isso.
Para concluir. Engana-se quem pensa que tudo acabou com alguém entregando o crachá e sendo levado à porta da rua do tribunal. O fato é de imensa gravidade e repercussão. Um órgão caríssimo à sociedade, tão zeloso em caçar palavras nos meios de comunicação e nas peças publicitárias, tendo a violência contra a liberdade de opinião e expressão como padrão de conduta, não pode permitir tamanho desequilíbrio nas condições em que se trava a disputa eleitoral. Esta eleição entrará para a história como um mostruário de absurdos.
Se agissem mais como administradores do processo – o que de fato são – e menos como “senhores”, ou, quem sabe, feitores da eleição, tudo andaria muito melhor. Ah, se os ministros não se impusessem tão frequentemente ao juízo soberano dos eleitores! Estes sim, são os senhores da democracia.
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