JORNAL A REGIÃO
Depois da denúncia, com provas, de que dezenas de rádios, principalmente do Nordeste, veicularam muito mais propagandas de Lula, do PT, que de Bolsonaro, o TSE demitiu um servidor. Ele era responsável por receber os arquivos e colocar à disposição no site do tribunal. Mas a demissão é cortina de fumaça.
Quem afirma isso é o CEO da rádio Morena FM de Itabuna, Bahia, que inseriu a propaganda dos dois candidatos corretamente e avisa que nada tem a ver com a Morena FM de Serrinha, que burlou a lei ao colocar bem mais inserções do que Lula tinha direito (32) do que Bolsonaro (25).
Marcel Leal (foto) explica que tanto os mapas de inserção quanto os spots de cada candidato sempre estiveram no site do TSE. Entregues pelos partidos, os mapas trouxeram sempre a quantidade correta, 25 inserções para cada um. "Cada rádio pode entrar no site e baixar o material, sem esperar o envio pelos partidos. Foi o que fizemos".
Ele lembra que todas as rádios sabiam que são 25 inserções para cada candidato no segundo turno. "As rádios que colocaram a mais para Lula e a menos para Bolsonaro sabiam que cometiam crime eleitoral. Na Bahia, a maioria das que fizeram isso dependem da propaganda do governo estadual petista ou é do tipo comunitária".
Boa parte das rádios comunitárias pertence a "movimentos sociais" ligados à esquerda e ao PT e estão acostumadas à impunidade, veiculando comerciais mesmo vedadas por lei e aumentando o alcance além do permitido em sua concessão, por exemplo. "Não há fiscalização sobre elas", diz Marcel.
Demissão para desviar atenção
"Essa demissão do servidor é uma cortina de fumaça, destinada a livrar as emissoras que cometeram esse crime. Elas desequilibraram a eleição, dando vantagem enorme só para um lado. O servidor não influenciou em nada no cometimento do crime. A certeza de impunidade com um TSE militante, sim".
O servidor Alexandre Gomes Machado ocupava o cargo comissionado de assessor na Secretaria-Geral da presidência do Tribunal Superior Eleitoral, com a função de receber os arquivos das campanha e disponibilizar no sistema eletrônico do TSE para as rádios baixarem.
A Revista Oeste teve acesso ao depoimento dele à Polícia Federal, onde conta que desde 2018 vem alertando seus chefes que existem falhas na veiculação da propraganda eleitoral e da necessidade de uma fiscalização nas rádios. Ele foi demitido meia hora depois de enviar um email ao secretário de Alexandre de Moraes.
Nele, relatava a confissão de uma emissora que sonegou 100 inserções de Bolsonaro em 3 dias, confirmando a denúncia da campanha do Presidente de que sua propaganda vem sendo sabotada em rádios no Norte e Nordeste. Só na Bahia, as rádios criminosas deixaram de veicular 7 mil inserções dele em uma semana.
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