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ANIPC - Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau
divulgou, em janeiro, dados consolidados sobre o recebimento de amêndoas
de todo o Brasil. Os números mostram que a Bahia, em 2021, bateu um
recorde histórico, com a entrega de 140.928 toneladas de amêndoas de
cacau, um aumento de 39,72% em relação ao ano anterior, quando o estado
produziu 100.864 toneladas, quantidade que já o situava, com folga, como
o maior produtor de cacau do Brasil. Os números de 2021 consolidam a
liderança e ainda representam o melhor resultado da Bahia desde 2017.
“Somos os maiores produtores de cacau do Brasil e isso é motivo a ser
muito comemorado. Ainda mais nesse momento, em que estamos reorganizando
toda a cadeia produtiva do fruto na Bahia, agregando valor ao produto e
incentivando a criação de fábricas de chocolate no estado. Na região do
sul da Bahia já existem mais de 100 marcas de chocolate de origem e o
que estamos vivendo é um novo e poderoso ciclo do cacau em nosso
estado”, comentou o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação,
Pesca e Aquicultura do Estado, João Carlos Oliveira.
Os números da AIPC mostram que a Bahia entregou, em 2021, 71,30% do
total de amêndoas recebidas pelas indústrias produtoras. O estado
segundo colocado, o Pará, entregou, em 2021, 25,21% do total da amêndoa
processada, apresentando uma produção total de 49.821 toneladas.
Enquanto de 2020 para 2021, a produção baiana de cacau cresceu 39,72%, a
do Pará decresceu 24,67% (foram 66.133 toneladas em 2020). A cadeia
produtiva do cacau vive um momento de incremento na Bahia. Além da ótima
performance de produção e do agigantamento do número de marcas de
chocolate no Estado, há também um reconhecimento internacional à
qualidade dessa amêndoa. No último mês de dezembro, as amêndoas de cacau
da Bahia foram destaque no Cocoa Of Excellence – COEX2021. O produtor
João Tavares, da cidade de Uruçuca, recebeu a Medalha de Ouro no
concurso realizado em Paris, na França. E a produtora Angélica Maria
Tavares, também de Uruçuca, ganhou a Medalha de Prata no renomado evento
internacional, considerado o mais importante no mundo para o setor. Um
mês antes, em novembro, durante a III Edição do Concurso Nacional do
Cacau, a produtora Cláudia Calmon de Sá, de Itabuna, havia levado o
primeiro lugar na categoria Varietal; o segundo lugar também ficou na
Bahia, premiando a produção da Fazenda Vale do Juliana Fruticultura,
localizada no município de Igrapiúna. “Nosso crescimento é bem
alicerçado, pois não se dá apenas nos números de produção, mas, também,
na excelência de nossas amêndoas. Somam-se a isso os avanços no manejo
técnico da produção no sistema Cabruca, a expansão do plantio do cacau
em áreas não tradicionais, como a região Oeste da Bahia, e ainda a
agregação de valor ao produto, a partir da produção de chocolate de
origem. Tudo isso contribuiu para que a Bahia, no tangente ao setor do
cacau, atingisse um outro patamar, um patamar mais elevado”, explicou o
secretário João Carlos. A Associação das Indústrias Processadoras de
Cacau atua no mercado desde 2014. O Conselho Diretor é composto pelas
empresas Barry Callebaut, Cargill e Olam, que, juntas, respondem por
aproximadamente 95% da compra e moagem do cacau no Brasil. O setor do
cacau responde por mais de 4 mil empregos diretos e indiretos, sendo um
dos elos de uma cadeia de mais de 250 mil pessoas, na qual estão
incluídos desde produtores rurais até trabalhadores das indústrias de
chocolate. Estima-se que esse setor represente cerca de R$ 23 bilhões
anuais de valor gerado ao país.Atualmente, a produção de cacau no Brasil
está concentrada nos estados da Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia.
Dados da AIPC mostram que cerca de 93 mil produtores rurais se dedicam
ao cacau em terras brasileiras, sendo a maior parte pequenos produtores
que praticam a agricultura familiar em áreas entre 5 e 10 hectares.
Fonte: Ascom/Seagri
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