Posto da avenida Brasil ficou sem gasolina na manhã desta segunda por causa da grande procura no fim de semana
Por dia, o posto atende aproximadamente 300 consumidores, mas entre sábado (1º) e domingo (2) a média ultrapassou os dois mil. No local, a fila de carros no fim de semana chegou a dobrar três quarteirões, o que provocou o desabastecimento. “A falta de gasolina não tem relação com problema na distribuição, e sim com a grande procura”, garantiu um frentista, que afirmou que o posto será reabastecido à tarde.
Fila
Os postos que têm combustível, assim como ocorreu nos últimos dias, permanecem lotados. É o caso do Posto Mamãe, localizado na avenida do Contorno, no bairro Floresta. Lá, a fila dobrava o quarteirão. O motorista profissional Mário Gomes, de 71 anos, foi um que dos que enfrentou a fila, que tinha mais de 30 carros. Ele ficou por quase duas horas para conseguir abastecer o carro. "Ouvi boatos da greve e não quis arriscar ficar sem combustível", explicou.
Em outro posto, na avenida dos Andradas, o empresário Wesley Santos também teve transtorno para abastecer. Ele confessou que só entrou na fila pois o carro já estava quase zerado. "Foi a primeira vez que enfrentei uma fila desse tamanho", observou. O administrador Carlos Noronha também foi obrigado a enfileira o carro atrás de vários outros para conseguir comprar gasolina. Ele credita a alta procura pelos boatos espalhados na web.
Apesar do movimento recorde do fim de semana, por causa dos boatos que a greve dos tanqueiros iniciaria na manhã desta segunda-feira, muitos postos não ficaram desabastecidos pois receberam cargas de combustível no período.
Fila de carros ao longo da avenida do Contorno para conseguir abastecer
O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG) declarou, desde a meia-noite desta segunda, estado de greve. No entanto, o sindicato garantiu que, por enquanto, os combustíveis estão sendo entregues normalmente.
Os caminhoneiros que transportam diesel e gasolina, conhecidos como tanqueiros, explicam que neste primeiro dia de movimento estão negociando com as distribuidoras e com o governo federal. Eles querem o cumprimento da Lei do Frete e a redução do preço do diesel. Caso não cheguem a um acordo sobre as reivindicações, os tanqueiros não descartam cruzar os braços.
Lei do Frete
Conforme o Sindtanque, uma das principais reivindicações da categoria é o cumprimento da Lei 13.703/2018, conhecida como Lei do Frete. Ela foi sancionada em 8 de agosto e instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Mas os tanqueiros reclamam que as regras não estão sendo cumpridas.
"Desde a publicação da lei, por falta de fiscalização, os transportadores, de todos os setores, vêm amargando grandes prejuízos, pois os embarcadores têm se recusado a obedecer a tabela de frete mínimo. Exemplo disso é a própria BR Distribuidora, que reduziu o frete em mais de 20% em seus leilões”, justifica o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes.
Ele também critica o aumento de 13% no preço do diesel, nas refinarias, anunciado pela Petrobras no dia 31 de agosto. “Mesmo com o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, o governo tem que cumprir a Medida Provisória 838/2018 e manter a subvenção de R$ 0,46 no valor do diesel até o final do ano”, cobrou.
A reportagem procurou pela BR, distribuidora da Petrobras, e aguarda retorno.
Outras entidades
O presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), José Roberto, garante que não há paralisação marcada para acontecer nas próximas semanas. “No momento estamos ainda nos reunindo e discutindo uma possível paralisação para acontecer na semana das eleições, é nisto que estamos trabalhando”, afirma.
Já a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) divulgou uma nota comunicando o planejamento de uma mobilização que vai acontecer no próximo dia 10 de setembro, iniciando uma paralisação por tempo indeterminado. Em nota, a UDC afirma que a paralisação prevista para a próxima semana é em decorrência da falta de fiscalização da ANTT sobre o cumprimento dos valores previstos na tabela de frete instituída na resolução 5.820 de 30 de maio de 2018, e do aumento do preço do diesel, que varia entre 13% e 14,5%, em todo o país.
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