Yuri Silva
A TARDEOficialmente, os docentes só cruzarão os braços na próxima segunda-feira, 1º, quando as 72 horas de estado de greve serão completadas. Mas uma paralisação nacional de centrais sindicais contra o corte de direitos trabalhistas pelo governo federal antecipou os impactos da greve.
Campi vazios e professores praticamente sozinhos em algumas salas foi o cenário da Ufba nesta sexta.
Discordância
Mesmo com a vitória do movimento grevista (212 a favor, 82 contra e 5 abstenções), em assembleia realizada quinta-feira, no campus da Federação, alguns professores de faculdades historicamente engajadas nas mobilizações sindicais sinalizam que vão boicotar a paralisação.
A TARDE apurou que, na Faculdade de Comunicação (Facom), por exemplo, há uma reunião marcada para hoje entre os professores e a direção para decidir como agir diante da greve. Alunos contam que, em sala, docentes dizem que darão aula.
O mesmo se repete na Faculdade de Administração. O próprio diretor da escola, Francisco Teixeira, afirmou que tem a "impressão" de que "a maioria (dos professores da faculdade) vai dar aula até o fim do semestre". Alguns docentes já sinalizaram essa posição por e-mail, segundo Teixeira e outras fontes que pediram anonimato.
A oposição, porém, deve parar por aí, já que a paralisação conseguiu a adesão de uma parte dos docentes historicamente avessos às greves.
É o exemplo da Faculdade de Direito, onde existe uma "tendência" à paralisação, segundo o diretor da unidade, Celso Castro.
Castro também criticou o contingenciamento. "O governo federal tem tirado as condições de funcionamento da universidade", disse.
Coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba, Lorena Pacheco afirma que uma tentativa de boicote à greve será inútil. "Uma hora, eles terão que parar, pois o calendário oficial vai seguir a greve, já que a Apub é entidade legitimada para representar os professores", defende a aluna.
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