sábado, 30 de maio de 2015

Ufba já sente impactos da greve apesar de boicote


Yuri Silva
A TARDE
  • Margarida Neide | Ag. A TARDE
    Professora substituta permaneceu sozinha em sala de aula no Instituto de Letras - Foto: Margarida Neide | Ag. A TARDE
    Professora substituta permaneceu sozinha em sala de aula no Instituto de Letras
Os efeitos da greve dos docentes e técnicos da Universidade Federal da Bahia (Ufba) já foram sentidos, durante esta sexta-feira, 29, nos campi da instituição, apesar do "boicote" sinalizado por alguns professores à movimentação sindical.
Oficialmente, os docentes só cruzarão os braços na próxima segunda-feira, 1º, quando as 72 horas de estado de greve serão completadas. Mas uma paralisação nacional de centrais sindicais contra o corte de direitos trabalhistas pelo governo federal antecipou os impactos da greve.
Campi vazios e professores praticamente sozinhos em algumas salas foi o cenário da Ufba nesta sexta.

Segundo a assessoria do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), as principais reivindicações da categoria são o fim do contingenciamento de 40% das verbas destinadas pelo Ministério da Educação (MEC) à universidade, reajuste salarial acima da inflação, reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho.
Discordância
Mesmo com a vitória do movimento grevista (212 a favor, 82 contra e 5 abstenções), em assembleia realizada quinta-feira, no campus da Federação, alguns professores de faculdades historicamente engajadas nas mobilizações sindicais sinalizam que vão boicotar a paralisação.
A TARDE apurou que, na Faculdade de Comunicação (Facom), por exemplo, há uma reunião marcada para hoje entre os professores e a direção para decidir como agir diante da greve. Alunos contam que, em sala, docentes dizem que darão aula.
O mesmo se repete na Faculdade de Administração. O próprio diretor da escola, Francisco Teixeira, afirmou que tem a "impressão" de que "a maioria (dos professores da faculdade) vai dar aula até o fim do semestre". Alguns docentes já sinalizaram essa posição por e-mail, segundo Teixeira e outras fontes que pediram anonimato.
A oposição, porém, deve parar por aí, já que a paralisação conseguiu a adesão de uma parte dos docentes historicamente avessos às greves.
É o exemplo da Faculdade de Direito, onde existe uma "tendência" à paralisação, segundo o diretor da unidade, Celso Castro.
Castro também criticou o contingenciamento. "O governo federal tem tirado as condições de funcionamento da universidade", disse.
Coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba, Lorena Pacheco afirma que uma tentativa de boicote à greve  será inútil. "Uma hora, eles terão que parar, pois o calendário oficial vai seguir a greve, já que a Apub é entidade legitimada para representar os professores", defende a aluna.

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