O elevado nível de poluição enfrentado pelo rio Cachoeira, em Itabuna,
no sul da Bahia, e a indiferença da população local em relação a esse
grave crime ambiental são expostos de forma objetiva e contundente em
“Itabuna, por quê? – O clamor do Cachoeira, um rio que agoniza”. O
curta-metragem foi produzido neste mês de maio pelo jornalista
Ederivaldo Benedito, o estudante de Jornalismo Antônio Carlos Júnior e a
atriz Eva Lima. “Itabuna, por quê?” é uma produção independente de
quatro minutos e quinze segundos. Nele, o Cachoeira moribundo ganha vida
e forma humana, é personificado por Eva Lima. A interpretação da atriz,
com voz embargada e respiração ofegante, nos faz lembrar o cenário de
uma UTI. Com lentos batimentos, o rio agoniza. Entre a vida e a morte,
ele lança o seu clamor, sob o olhar indiferente da população itabunense.
O roteiro tem uma forte carga poética e melancólica. Elaborado a partir
de fragmentos de poemas sobre o Cachoeira – considerado um dos rios
mais poluídos do Brasil – de Valdelice Pinheiro, Cyro de Matos e
Ederivaldo Benedito, é um retrato cruel vivido pelo rio que corta a
principal cidade do sul da Bahia. Mostra o descaso do itabunense que,
além de se mata todos os dias, matou também seu principal curso d’água.
“Itabuna, por quê?” é um grito de alerta. Mostra o trecho principal do
Cachoeira, no centro geográfico e comercial de Itabuna, onde está
concentrada grande quantidade de resíduos e dejetos. A trilha sonora do
curta é a emocionante composição “Adágio for Stringer”, do músico
norte-americano Samuel Barber, interpretada pela Orquestra Sinfônica de
Los Angeles e regida pelo maestro Leonard Bernstein.
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