MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 2 de julho de 2013

Acampados retirados do Leblon, Rio, dizem que polícia agiu com violência


Segundo a PM, uma pessoa foi detida e encaminhada para a 14ª DP.
Governo do Estado diz que respeita o direito de manifestação.

Mariucha Machado Do G1 Rio

Os 15 jovens que estavam acampados em frente ao prédio do governador do Rio de Janeiro, no Leblon, Zona Sul, e foram obrigados a deixar a área durante a madrugada desta terça-feira (2) dizem que os policiais agiram com violência durante a ação. Segundo a estudante Luiza Dreyer, 40 policias e 15 viaturas chegaram à Avenida Delfim Moreira, altura da Rua Aristides Espínola, por volta das 3h.
Acampados desde o dia 21 de junho, os jovens pediam um pronunciamento de Sérgio Cabral sobre a atuação da polícia nos protestos no Rio de Janeiro. Luiza Dreyer informou que três pessoas estavam acordadas no momento em que a polícia chegou. “A gente normalmente tinha 30 pessoas no acampamento durante a noite, por estar frio e chovendo, algumas pessoas saíram para pegar mantimento e dormir em casa”, contou.
Procurada pelo G1, a Polícia Militar informou, por meio de nota, que um homem foi encaminhado para a 14ª DP (Leblon), depois de reagir agressivamente contra a desocupação.
Segundo Luiza Dreyer, os agentes tiraram as pessoas de forma truculenta. “Eles já chegaram metendo a mão, rasgando a lona das barracas, quebrando a estrutura para que a gente não conseguisse montar de novo. Eles arrastaram tudo de forma arbitrária. Eu pedi para eles não tocarem na nossa comida, mas eles jogaram tudo no chão, desperdiçaram mesmo. Pegaram a gente dormindo, de forma covarde”, relatou.
A estudante contou ainda que a remoção foi feita sem nenhum acompanhamento de assistente social e de ambulância. “Uma pessoa desmaiou e a gente teve que socorrer ela, chamar a ambulância, porque se fosse pela polícia ela iria ficar lá caída”.
Os policiais pediram para que a Avenida Delfim Moreira fosse desobstruída. De acordo com a estudante, eles concordaram em retirar o equipamento, mas e inclusive três PMs ajudaram. “Um major, eu acho, que estava lá comandando a ação chegou gritando e mandando tirar tudo porque não tinha conversa”. Ela contou ainda que muitos documentos, livros e o abaixo-assinado onde os moradores do bairro davam o apoio a permanência deles na região. “A gente teve uma queima de arquivo”, disse a jovem.
Luiza Dreyer contou que Jair Rodrigues foi detido pelos policiais porque ele quebrou a parte de traz do carro da PM. “Tentaram tirar ele da cama, ele tentou se defender. Eles não tinham voz de prisão para colocar ele na viatura”.
O G1 tentou falar com Jair Rodrigues, mas segundo a estudante ele estava descansando por estar muito desgastado com a situação. Ele foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 800.

Segundo Luiza Dreyer, o grupo vai se reunir na Alerj, no Centro, na tarde desta terça-feira (2) com os 14 bombeiros que foram presos e expulsos da corporação, quando estavam fazendo manifestações por melhorias, para se reestruturar e definir os próximos passos.
O ator Vinicius Fragoso também estava no grupo das pessoas acampadas em frente a casa de Sérgio Cabral, mas ele tinha ido em casa, na Urca, no momento da chegada da polícia. “Eu tinha ido pra casa às 19h para tomar um banho e ia voltar às 6h, pois a galera estava se revezando. Mas às 3h me ligaram mandando eu ir pra lá”, contou Vinícius.
Ele contou ainda que quando chegou na 14ª DP e encontrou com os amigos eles estavam exaustos. “Todo mundo parecia que estava indo pra guerra”, revelou.
Tanto Luiza Dreyer e Vinícius Fragoso contaram que na tarde de segunda-feira (2), o secretario estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, se reuniu com o grupo para negociar um encontro com o governador do Rio. Segundo Dreyer, eles estavam se organizando.

Governo alega que respeita o direito de manifestação
Em nota, o Governo do Estado informou que “respeita o direito de qualquer cidadão se manifestar pacificamente. Esse direito, no entanto, não pode ser exercido em prejuízo da ordem publica e do direito de ir e vir das pessoas. O Governador do Estado se dispôs a receber todos os acampados na rua da sua residência.  Alguns deles aceitaram o convite e efetivamente se reuniram com o Governador no Palácio Guanabara. Um outro grupo se recusou a manter um diálogo com o Governo e manteve o propósito de ocupar uma rua da cidade, afetando o trânsito e o direito de ir e vir das pessoas, apesar de ter sido feita ontem uma última tentativa de diálogo."
A Polícia Civil disse por meio de nota confirmou a retirada de dez manifestantes. Segundo eles, Jair Seixas Rodrigues, de 37 anos, resistiu à ação dos policiais e danificou uma viatura da PM. Jair foi autuado por dano ao patrimônio público e a autoridade policial da 14ª DP arbitrou fiança de R$ 800,00. Ele pagou o valor e vai responder, em liberdade, pelo crime.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou ainda que os pertences pessoais dos manifestantes foram devolvidos. Foram apreendidos cartazes, colchonetes, edredons e encaminhados para a perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Os manifestantes ainda estão prestando depoimento, nesta manhã, na delegacia.

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