Manifestação é contra medidas do governo federal para o setor.
Profissionais estão dando orientações sobre prevenção de doenças.
Profissionais montaram posto de atendimento na praça Ary Coelho, na capital (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
Médicos e estudantes de medicina realizam um protesto nesta quarta-feira (31), na praça Ary Coelho, região central de Campo Grande.
No local, os profissionais montaram um posto de atendimento para dar
orientações sobre a prevenção de doenças para a população. Ação vai das
9h às 16h (de MS). O movimento faz parte da mobilização nacional da
categoria.“É um protesto, não é uma greve. A intenção é conscientizar a população e não prejudicar os atendimentos”, explicou Leite. Cerca de 4 mil médicos atuam no estado, segundo o Sinmed-MS.
A categoria é contra o incentivo do governo federal à vinda de médicos estrangeiros para o Brasil sem o exame de revalidação do diploma e contra o programa Mais Médicos. “Queremos apenas que os médicos estrangeiros sejam tratados no nosso país da mesma maneira que nós somos tratados nos outros países”, justificou Leite.
Aposentada foi uma das pessoas atendidas na
praça (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
Vagner Engelman, de 35 anos, é acadêmico do 4º ano de medicina em Campo
Grande e está participando da ação. “Hoje estamos protestando de uma
forma um pouco diferente. Queremos conscientizar a população sobre os
problemas da saúde, que são muito complexos. Sabemos que não são
problemas recentes, que eles já vêm de governos anteriores, mas queremos
que a população saiba que não concordamos com as medidas que estão
sendo tomadas pelo atual governo”, disse o estudante.praça (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
Engelman também afirmou que é contra o aumento de dois anos no curso de medicina. “Os últimos anos do curso já são voltados para os atendimentos do SUS. O que o governo federal quer é uma mão de obra barata, gratuita nos hospitais”, criticou.
Além dos atendimentos, os profissionais estão distribuindo panfletos e conversando com a população. A aposentada Maria Mendes foi uma das pessoas atendidas no posto montado pelos médicos na praça. “Gostei da iniciativa e também defendo a causa dos médicos. Por que chamar profissionais de outros países? Vamos valorizar os médicos que já trabalham no nosso país”, afirmou.
Agricultor parou para aferir a pressão no posto de
atendimento (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
O agricultor Aniceto de Araújo Chaves, de 79 anos, também parou no posto montado pelos médicos para aferir a pressão.atendimento (Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS)
“A saúde municipal, estadual, e federal está uma porcaria. Concordo com as reivindicações dos médicos, tem que ter mais equipamentos, mais medicamentos, mais estrutura. O problema não é a falta de médicos, é a falta de vontade dos políticos”, reclamou o idoso.
Este é o segundo protesto da classe médica realizado em Campo Grande no mês de julho. O primeiro foi no dia 23, e reuniu 200 pessoas, segundo estimativa da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito (Ciptran).
Mobilização Nacional
As paralisações fazem parte do calendário estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) para registrar o descontentamento da categoria com as medidas adotas pelo Executivo federal sem o consentimento dos médicos.
Conforme a entidade, caso não haja avanços no movimento, os sindicatos médicos poderão decretar greve por tempo indeterminado a partir de 10 de agosto, dia em que está agendada a última atividade das paralisações relâmpago.
No dia 8 de agosto está programada uma marcha de profissionais da medicina em Brasília. Na ocasião, será realizada uma audiência pública sobre o Mais Médicos no Congresso Nacional.
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