Veículo foi comprado em nome da igreja e custou R$ 86 mil, diz padre.
Arcebispo de Vitória falou que padres não fazem votos de pobreza.
Carro de luxo comprado pelo padre (Foto: Reprodução / TV Gazeta)
Depois da passagem do Papa Francisco pelo Brasil e do exemplo de
simplicidade deixado por ele, a compra de um carro de luxo por um padre
de Vila Velha,
na Grande Vitória, tem gerado polêmica entre os fiéis locais. De acordo
com o sacerdote, o veículo foi comprado em nome da Paróquia Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro e custou R$ 86 mil, sendo R$ 29 mil
retirados das próprias economias. O padre negou qualquer motivação de
ostentação na compra. O arcebispo de Vitória afirmou que os padres podem
ter bens e não fazem votos de pobreza, mas são aconselhados a fazer
doações. Para o Papa Francisco, os sacerdotes devem dar exemplo de
simplicidade."Penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade - eu diria, inclusive, de pobreza. O povo sente seu coração magoado quando nós, as pessoas consagradas, são apegadas a dinheiro", disse o Santo Padre, em entrevista ao Fantástico, exibida no último domingo (28).
Padre Pedro Camilo (Foto: Reprodução / TV Gazeta)
O padre Pedro Camilo assumiu a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, no bairro Praia da Costa, no último mês de janeiro e afirma ter
comprado o carro em nome da igreja para o exercício da função. "Tivemos
uma boa oportunidade e conseguimos um bom desconto. Mas o carro não vai
ser usado só dentro da paróquia, porque eu administro uma casa de
retiro em Nova Almeida para dependentes químicos e isso facilita a
locomoção. É para servir a igreja", explicou.De acordo com o arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha, os padres não fazem voto de pobreza e podem, sim, trabalhar e ter bens próprios. A orientação, no entanto, é de que os sacerdotes façam doações."Precisamos ter cuidado quando falamos de algo que acontece em uma paróquia. Não podemos sair condenando, porque, se houver algo errado, será corrigido. Há muito tempo estamos dialogando e temos que ponderar. Vamos dar tempo ao tempo, em vez de punir e marginalizar", destacou o arcebispo.
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