Borracha nativa no AC continua sendo uma das
principais fontes de renda. Em Xapuri, moradores participam do processo
como um todo.
Para chegar a uma das comunidades é preciso atravessar o Rio Acre de balsa e depois percorrer 20 quilômetros em estradas de terra até o Seringal Floresta, um dos 48 da reserva.
Na comunidade Rio Branco vivem sete famílias. Uma delas é a de Raimundo da Silva Pereira, que tem 49 anos e desde os sete corta seringa.
A produção do dia é levada à sede da comunidade, chamada de ponto de recrutamento. Miro Pereira é o gerente. Ele recebe o látex nativo e mistura com amônia, que serve como conservante. De 15 em 15 dias, é tirada uma amostra para a pesagem.
A nova amostra vai para uma balança de precisão. Depois, cinco gramas de látex são espalhados em uma bandeja e passam por um processo de secagem. O que sobra é retirado cuidadosamente, cada centímetro é importante.
O pagamento é calculado a partir do peso da goma elástica sem a água. Um galão de 30 litros rende em média 15 quilos de borracha seca, que valem para o seringueiro R$ 117.
Da floresta para a indústria. Cem milhões de preservativos ao ano saem de Xapuri para o Ministério da Saúde, que distribui as camisinhas em campanhas de prevenção à DSTs e aids.
A capacidade elástica da borracha de seringueiras nativas é muito maior que das árvores cultivadas. Elas passam com louvor nos testes de pressão de estouro, esticam 40 vezes o próprio tamanho, mais que o dobro do exigido pelas normais de segurança.
O negócio é bom para o consumidor e para os fornecedores da matéria-prima. São 250 toneladas de borracha por ano, compradas de 700 famílias da região, que vivem na área da reserva.
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