Cidade já decretou estado de calamidade pública há cerca de três meses.
Seca já afetou mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o estado.
A seca que atinge a Bahia já é considerada a pior dos últimos quarenta e sete anos. Duzentos e vinte e oito municípios do estado decretaram situação de emergência e 209 desses decretos foram homologados pelo governo estadual.
Mais de 2,5 milhões pessoas estão sendo afetadas pela falta de chuva. A situação é tão dramática que agricultores estão perdendo as produções, e muitas famílias estão sem água nem para beber e sem recursos para sobreviver no campo.
Há quase dois anos Anagé está em estado de emergência, mas a cerca de três meses foi decretado estado de calamidade pública na cidade. Na área urbana são menos de 5 mil pessoas, mas na zona rural mais de 20 mil moradores sofrem os reflexos da estiagem.
Em lugares onde a água tratada e encanada não chega, como no povoado de Terra de Mandioca, localizado a cerca de 25 km de Anagé, a única alternativa dos moradores para conseguir água era recorrer a fontes naturais como açudes e lagoas, mas esse ano, nem isso foi o suficiente. A lagoa de dentro, que há 46 anos não secava, hoje é apenas uma poça de lama.
Sem água, o rebanho do senhor Marinalvo está perdendo peso. O pedido de socorro pode ser entendido no instinto dos animais, eles buscam a sombra de uma das poucas árvores ainda com folhas. O pecuarista já imagina o que terá que fazer para conseguir matar a sede dos animais quando a água acabar de vez no local. “A gente vai ter que sair daqui e ir para Terra de Mandioca, são uns 3 km daqui até, e quando secar lá também a gente tem que partir para o Rio do Gavião que é a uns 10 km”, afirma.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anagé, 90% das lavouras de agricultura familiar estão totalmente perdidas pela falta de chuvas. “Em 2009 choveu pouco, em 2010 choveu menos ainda, e me 2011 piorou a situação”, diz Claudionor Santos, secretário do sindicato.
Dona Altamira Rosa, perdeu 100% da plantação de milho e agora observa com tristeza para o que restou da plantação de feijão. “Esse ano deu um saco e meio de feijão”, diz.
A saída para muitas pessoas atingidas pela seca, é deixar os locais e só voltar, quando a situação melhorar. “Normalmente, as pessoas saem para trabalhar em outras regiões, como Franca, no interior de São Paulo, em maio e abril, e só retornam no período da chuva, em agosto, outubro”, afirma o agricultor Luís Cláudio Santos.
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