Quanto
mais cedo a adolescente incorporar uma rotina de acompanhamento
ginecológico, maior a probabilidade de ela vir a ter uma menopausa
tranquila. Todas etapas da vida reprodutiva da mulher, da puberdade ao
fim do ciclo menstrual, requerem cuidados específicos, que passam pela
manutenção de hábitos saudáveis e a realização de exames preventivos e
idas ao ginecologista com regularidade. Com a adoção dessas práticas, é
possível reduzir fatores de risco de inúmeras doenças e garantir uma boa
qualidade de vida. Confira abaixo o que deve ser feito em cada fase:
Adolescência:
As consultas ginecológicas devem ser iniciadas após encerrado o ciclo
com o pediatra. “Esse cuidado trará impactos positivos nas fases
seguintes. Orientações sobre a
primeira menstruação, formas de amenizar os sintomas, educação sexual e
escolha de métodos anticoncepcionais são ações que devem ser tomadas na
adolescência”, explica a médica do esporte da healthtech Liti, Debora Terribilli.
Ainda
neste período, a vacina do HPV evitará a infecção por algumas cepas do
vírus e sua progressão para alguns tipos de câncer, como o de colo de
útero, da boca e do ânus. “Na fase adulta, o diagnóstico de lesões no
colo do útero, por meio do papanicolau e da colposcopia, podem evitar a
progressão do câncer. O diagnóstico de tumores iniciais na mama, por
meio da mamografia e ultrassonografia, favorecem um tratamento
conservador e aumentam a possibilidade de cura”, diz a médica do
esporte.
Fase adulta:
a mulher deve incluir uma rotina de avaliação dos órgãos sexuais (útero
e ovários), o que engloba os exames de papanicolau e a mamografia, que
deve ser feita todos os anos, a partir dos 40 anos, uma vez que o câncer
de mama é o mais incidente nas mulheres, acomete principalmente aquelas
com mais de 50 anos.
Maternidade: A médica do esporte da healthtech Liti acrescenta que hoje é comum as mulheres demorem mais para decidir quando terão filhos, em razão da independência
feminina e atuação no mercado de trabalho. “Essa deve ser uma decisão
bem pensada, assessorada por profissionais, para o acompanhamento da
reserva ovariana com a possibilidade de congelamento dos óvulos”, afirma
Debora Terribilli.
Climatério:
durante o climatério, período de transição entre a fase reprodutiva e a
menopausa, ocorre uma queda dos hormônios femininos, o que leva a
irregularidades do ciclo, alteração de humor e aumento do risco
cardiovascular. “Mulheres com primeiro evento cardiovascular antes dos
35 anos apresentam o dobro de chances de uma menopausa precoce. Aquelas
com menopausa tardia têm a expectativa de vida elevada, maior densidade
mineral óssea e menor mortalidade por doenças cardiovasculares, uma vez
que o estrógeno atua de forma protetora para a mulher”, diz Debora Terribilli.
A partir dos 50 anos, é
fundamental que a mulher realize um exame de densitometria óssea, para
monitorar a saúde óssea e identificar a osteopenia e a osteoporose. Além
disso, deve fornecer ao médico uma história detalhada dos hábitos de
vida e dos antecedentes pessoais e familiares, para o especialista
avaliar quando e quais exames devem ser solicitados.
Sistema imunológico e doenças autoimunes
Segundo
a médica do esporte, as mulheres possuem um sistema imunológico melhor
do que o dos homens, ou seja, respondem de forma mais eficiente a
infecções. “Segundo estudos científicos, existem algumas razões que
explicam esse fato, como a presença do estrogênio que ativa as células
envolvidas em respostas antivirais”, afirma Debora Terribilli. “Outra
hipótese é de que a proteína TLR7, produzida num gene do cromossomo X, é
responsável por detectar vírus e ativar a reação do organismo. Contudo,
essa maior atividade do sistema imunológico torna as mulheres mais
suscetíveis a doenças autoimunes, como lúpus ou esclerose múltipla.”
As doenças autoimunes não podem ser prevenidas, no entanto, ter
uma equipe de saúde que oriente mudanças comportamentais é fundamental
para o autocuidado feminino. “Grande parte das enfermidades está
relacionada ao estilo de vida das mulheres e a prevenção é sempre a
melhor estratégia para identificar e atuar sobre os fatores de riscos de
doenças que podem ser evitadas”, reforça a médica do esporte da
healthtech Liti.
Hábitos saudáveis, o segredo do sucesso
A
adoção de hábitos saudáveis - nutrição adequada, prática de atividade
física, sono de qualidade e manejo do estresse - tem papel protetor na
incidência de diversas doenças. “Até 80% dos cânceres estão associados
aos hábitos e ao estilo de vida. Uma nutrição diversificada e baseada em
alimentos naturais fornece os macros e micronutrientes essenciais para a
atuação do sistema imunológico e para o bom funcionamento celular com
um todo”, esclarece Debora Terribilli.
Vegetais
e fibras são alimentos que auxiliam o trânsito intestinal e favorecem o
desenvolvimento de uma microbiota intestinal benéfica para a prevenção
do câncer colorretal. Para evitar a doença, é essencial reduzir o
consumo de alimentos com açúcar e carne vermelha. Diminuir
drasticamente o consumo do sal, de gorduras, açúcar e alimentos
ultraprocessados podem contribuir para elevar a expectativa de vida pela
redução da obesidade, diabetes, hipertensão e suas complicações, como o
infarto e o AVC.
A
prática regular de exercícios faz parte do estilo de vida saudável.
Além de estar relacionada à prevenção de doenças, tem uma série de
impactos positivos na qualidade de vida, como a redução do estresse, o
aumento da autoestima e autoconfiança e melhora das relações sociais. “A
atividade física é capaz de aumentar a expectativa de vida.
Exercitar-se por no mínimo 90 minutos por semana pode provocar uma
redução em até 35% do risco relativo de morte em mulheres, de acordo com
um estudo publicado no periódico British Journal of Pharmacology”,
conclui a médica do esporte.
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