A
Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil lançou nesta quinta-feira
(30/03) a oitava edição do Azulejo “Aqui Respeitamos a Diversidade”, com
ilustração da designer, mulher trans e diretora de comunicação da
entidade, Dani Coatswith. O Azulejo é uma peça anual que promove a
visibilidade LGBTQIA+ e o respeito à diversidade por meio da arte e
cultura.
Neste
ano, uma das novidades do azulejo é que a peça também conta, pela
primeira vez, com a “Marca Brasil” da Embratur, a Agência Brasileira de
Promoção Internacional do Turismo. A marca que recentemente foi
relançada pela Embratur tem o objetivo de divulgar o turismo e
atividades turísticas do País e projetar o Brasil no exterior.
O
presidente da Embratur, Marcelo Freixo, comemorou a decisão de estampar
a Marca Brasil no Azulejo. “Nossa marca, suas cores e formas,
representa um país que respeita e valoriza sua diversidade. Infelizmente
nos últimos anos vivemos um retrocesso muito grande, a diversidade era
atacada por quem governava nosso país. Estamos trabalhando para celebrar
um protocolo de intenções junto a Câmara LGBT, para construirmos juntos
as pautas do turismo deste segmento”, disse.
Freixo
destaca que a cooperação deverá acontecer com compartilhamento de dados
e definição conjunta de estratégias de atuação, em diálogo com os
principais atores do setor. “O turismo é uma ferramenta de intercâmbio,
de aprendizado e enriquecimento cultural. O turismo que estimulamos nos
ajuda a construir o país que queremos ser. E nós queremos ser o país da
tolerância, o país do afeto, que é fraterno com seus irmãos e abraça
quem nos visita. Nós somos esse Brasil”, completou.
Azulejo
Desde
2016, o azulejo tem sido produzido de maneira contínua com o propósito
de incentivar estabelecimentos, instituições, governos e indivíduos a
declararem, de forma voluntária, seu respeito à diversidade. Cada peça
tem um formato padrão de 20 x 20 cm e exibe obrigatoriamente a frase
"Aqui Respeitamos a Diversidade" em português, espanhol e inglês. Com o
intuito de promover o respeito à diversidade por meio da arte, os
artistas convidados são livres para criar suas peças, e a Câmara LGBT
sugere que os azulejos reflitam o estilo e a essência das obras desses
artistas.
“Confesso
que, inicialmente, fiquei assustada com o convite feito pelo Ricardo
[Gomes]. Pensei que, diante de tantos trabalhos e pessoas incríveis, eu
não teria muito a acrescentar. No entanto, ao conversarmos, entendemos
que é fundamental trazer um olhar sobre a diversidade que está presente
em nossa sociedade atualmente. Diante de toda a polêmica em torno da
linguagem neutra, decidi provocar uma reflexão: o que realmente define o
feminino e o masculino? Quem tem o poder de determinar o quão feminina
ou masculina uma pessoa é? As pessoas não-bináries estão aí para provar
que devemos transcender esses rótulos. Quando estamos dispostos a ouvir
diferentes perspectivas e vivências, somos capazes de crescer e nos
tornar mais empáticos e compreensivos." Dani é designer e
comunicadora. Graduada pelo Centro Universitário Belas Artes em Design
de Interiores e Pós-graduada em História da Arte pela Fundação Armando
Alvares Penteado (FAAP), trabalhou muitos anos no mercado editorial,
além de maquiadora e figurinista.
Ricardo
Gomes, presidente da Câmara LGBT e idealizador do projeto do azulejo,
destaca “Quando pensei no conceito e objetivo do azulejo imaginei que
seria algo desejado, que rompesse as fronteiras do nosso Brasil e
ganhasse o mundo. Isso é uma realidade. Pra mim, sempre é uma delícia
receber as peças que os artistas criaram nestas 8 edições. Mas este ano a
peça tem algo muito especial: pela primeira vez uma pessoa da diretoria
da entidade assina o azulejo. Ter uma colega de diretoria e trans
criando esta arte me enche de orgulho. E a outra novidade é ter a Marca
Brasil pela primeira vez estampada na peça. Obrigado a Dani pela arte
tão emblemática e à Embratur pela confiança”.
O azulejo como símbolo de resistência
"A
primeira edição do azulejo foi lançada em setembro de 2016, de forma
coletiva e sem a assinatura de um artista, logo após a posse da atual
diretoria. Desde então, o azulejo tem sido uma forma de expressão
artística que celebra a diversidade em suas diferentes manifestações.
Em
2017, Weider Silvério assinou a peça, optando por uma arte mais
clássica que enaltecia o respeito à diversidade. Já em 2018, foi a vez
do designer Fause Haten, que inspirou-se em formas e seres singulares
para criar uma obra que promovia o encontro dessas misturas únicas.
Em
2019, o renomado designer Ronaldo Fraga trouxe seu traço marcante e
referências de um Brasil plural, leve e divertido para a peça,
reforçando a ideia de que a diversidade é uma das maiores riquezas de
nosso país.
Em 2020, o ícone dos cartunistas
brasileiros, Laerte Coutinho, trouxe seu traço divertido e inconfundível
para representar diversas orientações sexuais e identidades de gênero
em uma tela de celular. Com seus personagens únicos, a obra de Laerte
trouxe à tona a importância da inclusão e do respeito às diferenças.
No
ano seguinte, em 2021, a liberdade criativa do ilustrador Marcelo
Stockler representou a memória, os sonhos e os desejos do futuro, em uma
obra que reforça a importância do afeto e do acolhimento entre as
pessoas, em tempos difíceis e desafiadores.
Finalmente,
em 2022, a escritora baiana Elayne Baeta assinou a peça, retratando a
pluralidade de tonalidades de pele e variações de formato dos braços
como uma representação dos corpos negros, brancos, magros, gordos,
amputados e outros. Com isso, evidenciou a riqueza da diversidade, ao
mesmo tempo em que celebra a baianidade."
Imagens em alta - https://drive.google.com/drive/folders
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