MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 31 de julho de 2022

 Pode ser uma imagem de texto que diz ""Tome cuidado com o vazio de uma vida ocupada demais!" SÓCRATES"

Uruguai vê venda de maconha consolidada

 

BAHIA NOTICIAS

por Sylvia Colombo | Folhapress

Uruguai vê venda de maconha consolidada
Foto: Reprodução / Conectas.org

Cinco anos depois de iniciar a venda de maconha em farmácias, encerrando o ciclo de implementação da lei de regulamentação da marijuana aprovada em 2013, o Uruguai dá sinais de ter construído um sistema estável de produção e consumo.
 

Hoje há mais de 50 mil usuários inscritos e habilitados a comprar a erva nas 26 drogarias autorizadas em todo o país, a participar de clubes de cultivo ou a semear e manter até seis pés da planta em casa. Venda em farmácias, clubes e autocultivo são os três pilares da legislação aprovada na gestão do ex-presidente José "Pepe" Mujica com o intuito de conter o narcotráfico.
 

"Havia muitos temores que não se confirmaram", afirma Sergio Redín, dono da farmácia Antártida, em Montevidéu. "Havia o medo de que os estabelecimentos fossem assaltados ou que os clientes mais conservadores deixassem de comprar ali por preconceito. Não se vê isso mais hoje."
 

Em 19 de julho de 2017, quando as vendas nas lojas começaram, as filas eram de dobrar quarteirões, e a produção, controlada pelo Estado mediante concessão de licenças a empresas, se viu insuficiente para atender à demanda.
 

"Naquela fase inicial foi mais difícil, pois o produto não chegava e havia confusão na porta da farmácia e muita atenção da mídia, o que atrapalharam as vendas. Depois, instalamos um método de reservas pela internet e retirada em horários específicos. E a produção aumentou, hoje temos estoque em excesso", diz Redín.
 

Os usuários registrados, que devem ser uruguaios ou residentes -não é permitida a venda a turistas-, têm direito de comprar dez gramas por semana. De acordo com dados do Observatório Uruguaio de Drogas, 72% dos consumidores em farmácias buscam o produto devido ao efeito relaxante e 47,7%, para minimizar distúrbios do sono.
 

A crítica mais comum de usuários que compram a droga em farmácias é a de que a maconha oferecida nesses estabelecimentos tem pouco THC -o elemento psicoativo que provoca alterações na percepção e pode modificar os estados de ânimo não pode exceder 9% da composição do produto.
 

"O ponto da legislação que melhor funcionou foi o do autocultivo, que barra punições por plantar maconha em casa", diz Eduardo Blasina, ativista, engenheiro agrônomo e diretor do Museo del Cannabis, na capital do país. "Os clubes de cultivo têm regras demais, são difíceis de fiscalizar, não funcionam tão bem. E as farmácias têm seu público, que é limitado e específico. No geral, a lei ajudou a derrubar o estigma que havia na sociedade em relação ao consumo de maconha."
 

Nos clubes de cultivo, há um limite de sócios, 40, e de plantas, 99. Os que se inscrevem para participar da associação escolhem um dos membros para cuidar de todo o ciclo de produção, desde a plantação até a distribuição aos sócios. "Funciona parcialmente, acho que coloca muitos limites que nos aprisionam nessas regras, para que o governo tenha mais liberdade para explorar comercialmente a produção em larga escala", afirma Guillermo Amandola, dono de um clube de cultivo.
 

A legislação permite que apenas empresas com licenças obtidas junto ao Estado cultivem maconha para a produção de remédios, roupas e cosméticos. Atualmente há empresas americanas, canadenses e espanholas instaladas no país com essa finalidade.
 

Embora a lei tenha hoje rejeição menor do que em 2013 -caiu de 44% para menos de 30%, segundo o Instituto de Regulação e Controle da Cannabis-, há setores da sociedade e da política que têm críticas e querem até mesmo derrubar a legislação.
 

O atual presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que foi um defensor da legalização da cânabis quando estava no Senado, aprova parte da lei. É a favor da liberação do consumo e do comércio, mas se coloca contra a produção e distribuição por parte do Estado. Em entrevista recente à rede BBC, defendeu que "o governo não tem que plantar nem vender maconha". "Esse trecho da lei eu não aprovei."
 

Um setor mais à direita, parte da aliança governista, gostaria que a lei fosse revogada. Guido Manini Ríos, senador e ex-comandante do Exército, líder do partido Cabildo Abierto, por exemplo, afirma ser "abominável que o Estado esteja competindo com narcotraficantes em vez de terminar de uma vez por todas com o consumo de drogas".
 

No exterior, as críticas vieram, entre outros, do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), que numa transmissão ao vivo recentemente disse que, "no Uruguai, há uma explosão no número de homicídios devido, em grande parte, à maconha".
 

O governo uruguaio respondeu por meio do ministro do Interior, Luis Alberto Heber: "Claro que não estamos de acordo com essa afirmação. Sobretudo porque a violência e muitos dos homicídios que ocorrem no Uruguai estão relacionados com a violência que vem do Brasil, nas zonas de fronteira. E no Brasil não está legalizada a maconha, mas há crime organizado. Precisamos manter a boa relação e, por isso, às vezes o mais indicado é o silêncio ou o cuidado com as palavras".

Varíola dos macacos pode causar complicações raras em pacientes

 

BAHIA NOTICIAS

por Samuel Fernandes | Folhapress

Varíola dos macacos pode causar complicações raras em pacientes
Foto: Shutterstock

A varíola dos macacos, responsável atualmente por um surto de preocupação global, normalmente causa quadros sem gravidade para a saúde a longo prazo. No entanto, pesquisas e relatos médicos já constataram que a doença esteve associada a complicações como problemas na visão e encefalite, inflamação do cérebro causada por uma infecção.


"Os casos que podem levar a cegueira e inoculação do vírus no olho não acontecem em todo mundo. Mas, de todas as sequelas da varíola dos macacos, talvez seja a mais comum", afirma Clarissa Damaso, virologista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e assessora do comitê da OMS (Organização Mundial da Saúde) para pesquisa com vírus da varíola.


Embora os dados sejam escassos, estudos já observaram diferentes tipos de complicações oculares em pessoas com a doença causada por monkeypox, como o vírus é conhecido. Um levantamento concluiu que a conjuntivite, a inflamação de uma membrana no olho, foi reportada em 23% de pacientes infectados por varíola dos macacos entre 2010 e 2013 no Congo.


Os pesquisadores observaram que a maior parte das pessoas com conjuntivite durante a infecção eram crianças com menos de dez anos. Além disso, a complicação foi mais presente nos menores que apresentaram outros sintomas, como náuseas, dor de garganta e sensibilidade à luz.


"Os casos de varíola dos macacos com conjuntivite correm risco de cicatrizes, que podem causar a cegueira", afirmam os pesquisadores no levantamento.


Outra pesquisa já observou os casos de cegueira decorrentes da varíola dos macacos. O estudo analisou 338 pacientes no Zaire -como era chamada a República Democrática do Congo- entre 1981 a 1986. Desses, 245 foram infectados diretamente por animais e 95 tiveram transmissão entre humanos.


O levantamento concluiu que sequelas mais graves, como cegueira de um ou dos dois olhos, foram observadas em 10% dos infectados por animais. Para aqueles que tiveram a transmissão por humanos, a taxa foi de 5%.


Damaso explica que os problemas oculares podem ocorrer quando a pessoa toca em alguma lesão corporal causada pela varíola dos macacos e depois leva a mão para o olho sem antes higienizar.


"Quando a ferida vai secando, ela começa a coçar. Então a pessoa coça e esquece depois de lavar a mão", resume.


Esse tipo de complicação também já é relatado em casos de outros vírus da mesma família do monkeypox, como o patógeno que causa a varíola comum. A situação faz com que, no laboratório da UFRJ que em que Damaso atua, uma regra tenha sido instaurada: "Não colocar a mão no olho de maneira nenhuma", conta a virologista, recomendando que pacientes diagnosticados com varíola dos macacos sigam a recomendação.


Encefalite Outra complicação associada à varíola dos macacos em estudos é a encefalite, uma inflamação do cérebro e do encéfalo (tronco cerebral) causada por uma infecção.


No caso da varíola dos macacos, há pouquíssimos relatos do desenvolvimento de encefalite mediante a infecção viral. Um deles foi de um surto de 2003 ocorrido nos Estados Unidos. Pesquisadores observaram o caso de uma família -dois adultos e uma criança- onde todos foram infectados por monkeypox. Os adultos desenvolvem os sintomas mais comuns, como as lesões na pele, mas o quadro da criança evoluiu até a encefalite.


Os quadros mais preocupantes dessa complicação causada pela varíola dos macacos são raros e atinge basicamente crianças, um grupo já reconhecido como de risco para desenvolver quadros graves da doença. Outras pessoas sujeitas a evoluções mais críticas são grávidas, imunossuprimidos, indivíduos com comorbidades e não vacinados.


Marzia Puccioni, professora da Escola de Medicina e Cirurgia da Unirio e do programa de pós-graduação em doenças infecciosas e parasitárias da UFRJ, afirma que é importante estar alerta aos sinais da encefalite em crianças. O quadro envolve principalmente sonolência, crise compulsiva, confusão mental, déficit motor e dor de cabeça muito intensa.


"Os pais têm que ficar muito atentos", afirma Puccioni. Ela também aponta para a necessidade de pediatras observarem com maior cuidado o desenvolvimento do problema de saúde. Segundo ela, muitas causas de encefalite deixam de ser investigadas adequadamente.


A encefalite em decorrência da varíola dos macacos ainda não foi descrita neste surto, diz a pesquisadora.


"É raro, porém temos que estar atentos. Pode acontecer, como já ocorreu nos surtos prévios", afirma Puccioni.

Bivar avisa que será candidato a deputado, e União Brasil descarta apoio imediato a Lula

 

BAHIA NOTICIAS
Bivar avisa que será candidato a deputado, e União Brasil descarta apoio imediato a Lula
Foto: Reprodução / Camaraleg

O presidente da União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), avisou a correligionários neste sábado (30) que tentará um novo mandato na Câmara dos Deputados e que não manterá sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.

 

De acordo com a Folha de São Paulo, a comunicação foi feita no grupo de WhatsApp de parlamentares do partido, segundo interlocutores.Na mesma mensagem, Bivar disse que planeja tornar pública a decisão na convenção estadual da União em Pernambuco, neste domingo (31), no Recife. Bivar nem sequer pontuou na pesquisa Datafolha da semana passada, que mostra o ex-presidente Lula (PT) 18 pontos à frente de Jair Bolsonaro (PL).

 

Com a desistência, integrantes da União Brasil dizem que o mais provável é que o partido lance a senadora Soraya Thronicke (MS) à corrida ao Palácio do Planalto. Eleita na onda bolsonarista de 2018, Soraya está no meio do mandato no Senado Federal --tem mais quatro anos pela frente.

 

A articulação para que Bivar desistisse de concorrer ao Planalto envolveu Lula. Inicialmente, Bivar tentou levar o partido para apoiar o petista. Integrantes da cúpula da União Brasil, porém, rechaçaram essa hipótese. Uma consulta prévia foi feita com dirigente da legenda, que descartaram o apoio ao ex-presidente.

 

A União Brasil foi formada a partir da fusão do PSL --antiga sigla de Bolsonaro-- com o DEM. A ala do DEM rechaça uma aliança com Lula e argumenta que o bloco de Bivar não tem força nacionalmente para impor um acordo com o PT.

 

A hipótese de a União Brasil apoiar Lula no primeiro turno, porém, já era considerada remota por integrantes da cúpula do partido. Isso porque há dirigentes da legenda, como Ronaldo Caiado, pré-candidato à reeleição em Goiás, que seriam prejudicados com o apoio a Lula.

 

Além disso, há ainda nomes como o de Mauro Mendes, pré-candidato ao Governo de Mato Grosso, que já declararam apoio a Jair Bolsonaro (PL).

 

O partido de Bivar detém a maior fatia de fundo eleitoral e o maior tempo de propaganda de rádio e televisão. Para aliados de Lula, conseguir mais espaço na TV traria um impacto importante para a campanha petista e aumentaria as chances de uma definição ainda no primeiro turno.

Pessoas mais pobres têm doenças crônicas 10 anos mais cedo, diz estudo

 

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Pessoas mais pobres têm doenças crônicas 10 anos mais cedo, diz estudo
Foto: Marcelo Casall Jr/Agência Brasil

Um estudo publicado pela revista científica Nature Reviews Disease Primers, e divulgado pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, concluiu que pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica desenvolvem múltiplas doenças crônicas dez anos mais cedo do que as mais ricas. 

 

Segundo os pesquisadores, a multimorbidade, termo relacionado ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas por uma pessoa, está associada à morte prematura, pior qualidade de vida e aumento do uso dos serviços de saúde. 

 

Além disso, a pobreza e as dificuldades econômicas podem causar mais problemas de saúde mental e expõem as pessoas a uma maior irritabilidade.

 

Os cientistas mostraram que as pessoas mais pobres geralmente não têm acesso a informações que as ajudariam a ter hábitos mais saudáveis, e nem condições de arcar com uma alimentação equilibrada ou exercícios físicos regulares.

 

A dificuldade em garantir os direitos humanos básicos também pode ser um dos fatores que dificultam uma vida com menos comorbidades.

 

A pesquisa foi comandada por cientistas de diversos países, inclusive do Brasil. Profissionais da Dinamarca, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e Peru também empenharam os seus esforços para chegar a essa conclusão. No Brasil, o estudo ficou sob a responsabilidade da equipe da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

João Roma aposta no esporte para afastar jovens das drogas

 

BAHIA NOTICIAS
João Roma aposta no esporte para afastar jovens das drogas
Foto: Divulgação

O candidato a governador da Bahia, ex-ministro da Cidadania e deputado federal, João Roma (PL), participa da abertura do Campeonato Municipal de Futebol de Anguera, na manhã deste domingo (31). Roma indicou que, quando esteve a frente do Ministério da Cidadania, desenvolveu várias ações de promoção do esporte no país, vê nessa atividade um dos meios de desviar a juventude do caminho das drogas.

 

“A promoção do esporte entre os jovens, estimulando e criando condições para a sua prática em toda a Bahia será uma das prioridades em meu governo para manter os jovens longe das armadilhas do crime organizado”, assinalou.

 

Durante a Marcha para Jesus, em Feira de Santana, Roma destacou a alegria que sente ao ver pessoas que, com o desejo de estarem unidas a Deus, quererem também definir o futuro do Brasil e da Bahia. 

 

"Eu fico muito encorajado quando vejo pessoas de bem, todas de mãos dadas, com Deus iluminando seu caminho, querendo pregar o bem, fazer o bem. É dessa maneira que nós temos que fazer o nosso Brasil continuar a acontecer", disse Roma, que participou do ato junto a cristãos evangélicos ao lado da candidata ao Senado, Raíssa Soares (PL). 

 

Roma declarou que o Brasil já despertou ao eleger o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e que a Bahia também dará em outubro um grande exemplo de que também enxerga essa necessidade de mudança que o país já experimenta. "A Bahia caminhará de mãos dadas com o Brasil, porque a Bahia não é problema, é solução para o Brasil", enfatizou o ex-ministro da Cidadania.

 

Ele ainda complementou: "Estou ao lado do presidente Bolsonaro, que defende Deus, pátria, família e liberdade. Nunca foi tão fácil escolher. Nesse ano de 2022, quando celebramos o bicentenário da independência do Brasil, teremos que ser muito assertivos em busca do nosso direito de andar de cabeça erguida e viver de acordo com o que acreditamos", salientou Roma.

 

O ex-ministro destacou ainda que baianos e brasileiros precisam alcançar cidadania plena. "É isso que está em jogo nessa eleição: se queremos um Brasil que tenha orgulho do nosso verde e amarelo ou se vamos voltar para o passado que decepcionou milhões de brasileiros", declarou durante a Marcha para Jesus em Feira de Santana.

Eleições deste ano estreia lei sobre violência de gênero

 

BAHIA NOTICIAS

por Renata Galf / Paula Soprana | Folhapress

Eleições deste ano estreia lei sobre violência de gênero
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A eleição deste ano será a primeira com uma lei sobre violência política de gênero em vigor.
 

Aprovada no ano passado, a lei 14.192 estabelece que é crime assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar uma candidata, com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou ainda à sua cor, raça ou etnia. A lei também vale para mulheres que já ocupam cargos eletivos
 

A punição é de até quatro anos de prisão e multa. Se a violência ocorrer pela internet e em redes sociais, a pena pode chegar a seis anos.
 

"A violência política está sendo considerada qualquer ação, conduta ou omissão que impede ou tenha qualquer tipo de restrição para exercício de direitos políticos femininos", diz a advogada eleitoral Samara Castro.
 

A aprovação do crime de violência política de gênero foi muito próxima à de outro crime do tipo, o de violência política, citado na lei que revogou a antiga Lei de Segurança Nacional em setembro do ano passado. O movimento para endurecer as regras contra agressores foi capitaneado pela bancada feminina no Congresso, que viu escalar os episódios de ataques na política nos últimos anos e pressionou pela aprovação de ambos.
 

Várias entidades passaram a monitorar de forma mais estruturada ataques a mulheres depois do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, em 2018, crime que ainda está sob investigação.
 

"Temos um amadurecimento do debate público sobre o significado de violência política de gênero, o que representa para a vida dessas mulheres e como isso é ruim para a democracia", diz Natália Sant'Anna, coordenadora de advocacy do Pacto pela Democracia -iniciativa que reúne mais de 200 organizações da sociedade civil.
 

Na eleição de 2020, candidatas a prefeitas e vereadoras recebiam, em média, 40 xingamentos no Twitter todos os dias, segundo pesquisa do InternetLab e da revista AzMina. As ofensas faziam alusões aos seus corpos, saúde mental, intelectualidade e moral.
 

No primeiro turno, a candidata mais ofendida foi Joice Hasselmann (à época no PSL, hoje no PSDB), que concorria à Prefeitura de São Paulo. Mais da metade dos xingamentos dirigidos a ela era de teor gordofóbico. Erika Hilton (PSOL), primeira mulher trans do Legislativo paulistano, foi a mais atacada do estado, com a palavra "nojenta" associada a ela 432 vezes, além ameaças físicas.
 

Raquel Branquinho, procuradora regional da República, coordena um grupo de trabalho sobre o assunto no Ministério Público Eleitoral e atua com casos desde o início do ano.
 

"As dificuldades passam primeiramente por preconceito, não apenas da sociedade, mas dos próprios operadores de direito com esse tipo de legislação, como aconteceu com a Lei Maria da Penha há muitos anos", diz ela, que cita os que veem "uma legislação desnecessária".
 

Para Branquinho, um obstáculo para mulheres que exercem mandato no Legislativo é quando a agressão parte de um colega e entende-se que a conduta está protegida pela imunidade parlamentar. "Temos lutado também neste campo para garantir que haja um entendimento condizente com a finalidade da lei."
 

Além de capacitações, o grupo fez 15 representações de casos de violência política e encaminhou para avaliação das Procuradorias regionais. Também articulou para que elas tenham uma numeração específica no sistema, facilitando o seu monitoramento. Até o momento, três denúncias foram apresentadas com base no novo crime.
 

De acordo com o Instituto Marielle Franco, 8 a cada 10 candidatas negras sofreram violência virtual no pleito de 2020. A amostra da pesquisa foi de 142 mulheres negras.
 

Especialistas que monitoraram os comentários na internet na última eleição destacam que o tratamento dado a homens é diferente, mais direcionado a aspectos de competência e gestão. Já homens gays ou mais velhos também são vítimas de preconceito.
 

Em casos que envolvem violência psicológica, pode haver dificuldade para a própria vítima entender que é alvo de agressão. "Como dizer que a mulher é escandalosa, descontrolada, esquizofrênica, doida. Isso se diz para as mulheres em um ambiente em que você questiona a condição de ela ser mulher, e não de disputa política, em que se faz um confronto objetivo", diz a advogada eleitoral Marilda Silveira.
 

Além do crime de violência política contra a mulher, que consta no Código Eleitoral, há o crime de violência política, que consta nos crimes contra o Estado democrático de Direito. A pena é de três a seis anos de prisão e multa e ele tem aplicação mais ampla.
 

Esse crime consiste em em restringir, impedir ou dificultar "o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia ou religião", com emprego de violência física, sexual ou psicológica.
 

A criação de dois crimes, um direcionado apenas a mulheres e outro genérico, pode gerar conflito na disputa por competência processual nesta eleição, de acordo com Fernando Neisser, advogado especialista em direito eleitoral.
 

"Se uma mulher sofrer ataques que dificultem sua campanha será possível, eventualmente, inferir dois crimes ao agressor. Não temos como antever como a jurisprudência vai lidar com isso. Um crime será julgado pela Justiça Eleitoral e o outro pela Justiça comum", diz.
 

Para Fernanda Martins, diretora no InternetLab, o maior ponto de atenção do tema no pleito de 2022 deve estar na coibição de ataques na internet. "Às vezes as pessoas agem como se a violência online fosse menos importante do que a de outros ambientes. Mas ela é fundamental para desdobramentos que também saem do meio digital", diz.
 

Os ataques nas redes costumam acontecer com grupos já historicamente marginalizados. "Olhamos para 175 candidaturas em 2020 e percebemos que quando se tratava de mulheres, o que estava em jogo eram comentários e ofensas relacionadas aos seus corpos: se eram magras demais, gordas demais, se tinham capacidade intelectual e capacidade de exercer aquele cargo", afirma.
 

Entre as principais dificuldades para frear esse tipo de crime está a agilidade das redes sociais em remover um conteúdo racista ou identificar usuários que operam robôs.
 

A nova lei também incluiu determinações aos partidos políticos sobre o tema, como a adequação de seus estatutos.
 

Há quatro anos, foram eleitas 290 mulheres, o equivalente a 16% dos 1.790 postos em disputa, naquele ano.
 

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ENTENDA LEIS SOBRE VIOLÊNCIA POLÍTICA
 


 

O QUE É VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO?"
 

A lei brasileira considera a violência política contra a mulher "toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher".
 


 

A QUEM SE APLICA?
 

Apesar de não estar explícito na lei, especialistas entendem que será levado em conta o gênero, não o sexo biológico, a fim de incluir mulheres trans, as mais ameaçadas e desqualificadas no debate público. A jurisprudência, nesse caso, deve seguir exemplo da determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em relação à aplicação da Lei Maria da Penha.
 


 

QUAL A DIFERENÇA QUANTO AO CRIME DE VIOLÊNCIA POLÍTICA?
 

Mais abrangente, ele não se aplica apenas a violência de gênero. O Código Penal considera violência política "restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

Justiça libera suspeito que movimentou R$ 16 bilhões com garimpo ilegal de ouro

 


Justiça libera suspeito que movimentou R$ 16 bilhões com garimpo ilegal de ouro
Foto: Reprodução/Polícia Federal

Um dos juízes do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Pablo Zuniga Dourado, determinou a soltura do garimpeiro Márcio Macedo Sobrinho, suspeito de movimentar cerca de R$ 16 bilhões com grupo que, supostamente, fazia comércio ilegal de ouro extraído de terras indígenas.

 

O juiz explica que a liberação do empresário está condicionada à apresentação e comprovação do seu local de residência. Além disso, Dourado exige que o garimpeiro firme um tempo de comparecimento a todos os atos da investigação. A decisão foi tomada na última sexta-feira (29).

 

Dourado também afirma que um dos motivos para a soltura do empresário é que as atividades da mineradora já foram suspensas pela Justiça, "circunstância que reforçaria a tese da impossibilidade de que, livre, possa voltar a atentar contra a ordem pública e desautoriza a manutenção da segregação cautelar".

 

Os investigadores do caso suspeitam que os empresários envolvidos no esquema usam o garimpo em Itaituba, no Pará, para aquecer o minério retirado em território indígenas, do povo yanomami, segundo informações da Folha de São Paulo.

 

Há indícios, segundo a Polícia Federal, de que a prática incluía produto extraído de outras reservas ambientais na região amazônica. Entre elas, terras indígenas no Pará, Roraima e Rondônia.

Moraes assume TSE com desafio de se aproximar de militares sem afrouxar decisões

 


por Cezar Feitoza e José Marques | Folhapress

Moraes assume TSE com desafio de se aproximar de militares sem afrouxar decisões
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Com a posse na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 16 de agosto, o ministro Alexandre de Moraes se vê entre expectativas de melhorar a relação da corte com as Forças Armadas e, ao mesmo tempo, demonstrar firmeza para evitar desinformação que tumultue o processo eleitoral.
 

Ministros do TSE e generais do Alto Comando das Forças Armadas acreditam que a boa relação entre Moraes e militares seja usada para a reabertura do diálogo entre a corte e o Ministério da Defesa.
 

Um dos principais focos de Moraes será amenizar a crise entre o tribunal e as Forças Armadas. O mal-estar tem se intensificado desde maio, após o TSE rejeitar sugestões dos militares para alterar o processo eleitoral deste ano.
 

Os vetos foram feitos enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) ampliava insinuações golpistas e ataques às urnas eletrônicas. Na negativa, os técnicos do TSE disseram que os militares confundiram conceitos e erraram cálculos ao apontar risco de inconformidade em testes de integridade das urnas.
 

Apesar de ser um dos principais alvos de ataque de Bolsonaro, Moraes tem um histórico mais próximo dos militares do que o atual presidente do TSE, Edson Fachin.
 

Ele construiu sólido relacionamento com generais das Forças Armadas nos períodos em que foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin, e ministro da Justiça, no governo Michel Temer.
 

No STF (Supremo Tribunal Federal), Moraes foi procurado por ministros da Defesa do governo Bolsonaro para aparar arestas, enquanto o Palácio do Planalto evitava contatos diretos com o ministro.
 

Em junho de 2020, em meio à crise causada pelo inquérito das fake news, o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi até a casa de Moraes, em São Paulo, para costurar uma pacificação entre os Poderes.
 

Eles se conheceram durante as Olimpíadas de 2016. À época, Moraes era ministro da Justiça, e Azevedo, comandante Militar do Leste. Azevedo quase ocupou a diretoria-geral do TSE a convite de Moraes, mas desistiu sob a alegação de "questões pessoais de saúde e familiares".
 

O general Paulo Sérgio Nogueira, atual ministro da Defesa, também procurou o magistrado do STF em outubro de 2021, após assumir o cargo de comandante do Exército. O movimento buscava reconstruir pontes depois dos ataques feitos por Bolsonaro nas manifestações do 7 de Setembro.
 

Há cerca de três anos, Moraes escolheu a academia do Comando Militar do Planalto, em Brasília, para fazer musculação.
 

A rotina é a mesma até hoje: o ministro chega no início da manhã no Setor Militar Urbano e faz os exercícios ao lado de soldados da ativa antes de seguir para o trabalho nos tribunais.
 

Em conversa com parlamentares no último dia 13, Moraes disse que segue em contato com militares das altas cúpulas das três Forças Armadas para medir a temperatura da crise.
 

Segundo relatos feitos à Folha, o ministro ainda afirmou que, com base nas conversas que mantêm, não vê risco de os militares respaldarem um eventual golpe à democracia.
 

Ele também prometeu, porém, firmeza no combate às informações falsas --que incluem o descrédito ao sistema eleitoral, muitas vezes reforçado pelas Forças Armadas.
 

Moraes já apontou que seria "rápido e rigoroso" em relação a notícias fraudulentas que tratam das eleições e de candidatos.
 

Em decisões que tomou quando assumiu interinamente a presidência do TSE, entre 2 e 17 de julho, foi rígido em relação a casos de fake news e também em pedidos de políticos suspeitos de fraudes ou de irregularidades com dinheiro público.
 

É o caso do pedido do PT para que fossem retiradas notícias fraudulentas que relacionavam o partido e o ex-presidente Lula ao PCC. Em pouco mais de 12 horas, o ministro determinou a remoção do conteúdo de sites e de perfis de bolsonaristas em redes sociais.
 

Moraes também determinou a remoção de conteúdo falso do Telegram e do Kwai que relacionavam Ciro Gomes (PDT) a facções criminosas. As duas decisões sobre o candidato foram tomadas em dois e quatro dias após as ações serem protocoladas.
 

O magistrado, no entanto, foi mais flexível em relação a acusações de propaganda irregular antecipada. Moraes derrubou, por exemplo, decisão do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) que determinava a remoção de outdoors com mensagens favoráveis ao governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato à reeleição.
 

Os outdoors exibiam mensagens como "100% Paulista, Rodrigo governador" e "Gratidão ao governador Rodrigo Garcia".
 

"[Trata-se] de conteúdo que se restringe a agradecer o atual governador, sem vinculação com as eleições, o que descaracteriza a conotação eleitoral da mensagem, na linha da jurisprudência desta corte", disse Moraes. "As mensagens parecem destituídas de viés eleitoral, o que, por si só, descaracteriza o ilícito de propaganda eleitoral irregular."
 

Na crise com o TSE no começo do ano, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, demorou um mês para responder ao órgão. Em ofício, ele disse que os militares se sentiam desprestigiados pela corte na discussão sobre transparência do sistema eleitoral.
 

"Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE [Comissão de Transparência das Eleições]", escreveu.
 

Aliados de Nogueira afirmaram à Folha que a manifestação do ministro foi feita após a equipe do Comando de Defesa Cibernética, comandada pelo general Heber Portella, se sentir ridicularizada pela resposta do TSE.
 

A expectativa de auxiliares do ministro da Defesa é que Moraes aceite, no início da gestão, os pedidos para uma reunião entre técnicos do TSE e das Forças Armadas.
 

O encontro é defendido por militares como a principal forma de apresentar detalhadamente três sugestões tidas por eles como fundamentais para aperfeiçoar o sistema eleitoral deste ano.
 

Atual presidente do TSE, Edson Fachin tem negado o pedido. Ele afirma que o foro adequado para as discussões é a Comissão de Transparência das Eleições. Nas reuniões do colegiado, no entanto, o representante das Forças Armadas tem ficado em silêncio.
 

A aliados Fachin argumenta que não receberá os militares para não dar tratamento diferenciado a eles. No Ministério da Defesa, a ação é vista como uma forma de o presidente do TSE isolar as Forças Armadas, já que a maioria da CTE é contrária às posições defendidas por Portella.
 

As três sugestões feitas pelas Forças Armadas são as seguintes:
 

Realizar o Teste de Integridade das urnas nas mesmas condições de votação, incluindo o uso de biometria. Promover o TPS (Teste Público de Segurança) no modelo de urna UE2020, que representa 39% do total de urnas. Incentivar a realização de auditoria por outras entidades, principalmente por partidos políticos, conforme prevê a legislação eleitoral. O TSE já respondeu sobre as três sugestões apresentadas pelas Forças Armadas na CTE. O Ministério da Defesa, no entanto, pede especialmente uma mudança no teste de integridade das urnas eletrônicas, para garantir que um possível "código malicioso" seja identificado.
 

Ao invés de realizar os testes nas sedes dos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), as Forças Armadas pedem que as urnas sejam avaliadas dentro das seções eleitorais, com o uso da biometria dos eleitores.
 

Em documento obtido pela Folha, o TSE afirma que possíveis aperfeiçoamentos no teste são avaliados para as eleições de 2024.
 

"Tramita no TSE proposta de automação do teste de integridade, o que pode vir a facilitar a mobilidade para que o teste seja executado nas seções eleitorais, com eleitores reais, sendo necessário centrar esforços na comunicação com o eleitor para que sejam mitigadas eventuais incompreensões e receios sobre a preservação do sigilo do voto."
 

O Ministério da Defesa espera que as sugestões sejam analisadas por Moraes, que poderá encontrar um meio-termo, considerando as dificuldades técnicas de se alterar processos diante da proximidade da eleição.

Mudança do Carnaval seria um 'cavalo de pau' no ano de retomada da festa, acusa Sílvio

 

BAHIA NOTICIAS

por Bruno Leite

Mudança do Carnaval seria um 'cavalo de pau' no ano de retomada da festa, acusa Sílvio
Foto: Lula Bonfim / Bahia Notícias

O presidente da Comissão de Cultura da Câmara de Salvador, Sílvio Humberto (PSB), destacou o impacto negativo da mudança do circuito Dodô para a Boca do Rio. Presente na convenção do Partido dos Trabalhadores, neste sábado (30), o candidato a deputado estadual disse que falta diálogo da gestão do município com a população.

 

"Os comerciantes, donos de hospedagens, as pessoas que movimentam o turismo, se articularam para barrar uma proposta estrúxula. Isso mostrou que a prefeitura não dialoga com o povo, porque se dialogasse com o pessoal da Barra e da Boca do Rio saberia que as pessoas não queriam essa mudança", destacou Sílvio, parabenizando o Movimento SOS Barra pela articulação (saiba mais aqui).

 

Na avaliação do vereador, a alteração repentina, balizada em interesses econômicos do setor de entretenimento da capital, é prejudicial para diversas categorias que têm relação com a realização da festa. "Você não pode, no Carnaval da retomada, dar um cavalo de pau na vida das pessoas", acrescentou. 

 

Nesta última semana, o Conselho do Carnaval (Comcar) decidiu pela criação de uma comissão que vai elaborar o projeto de realocação da folia (confira aqui). Com isso, até o final do mês de agosto, um documento será apresentado pelo órgão consultivo ao poder público. Artistas como Margareth Menezes, Bell Marques e a Banda Eva afirmaram ser contrários ao novo trajeto (veja aqui). 

 

A palavra final, no entanto, será do prefeito Bruno Reis (UB), que já afirmou considerar os aspectos sociais para que possa dar chancela positiva ou não para a proposta

Morre, aos 61 anos, o poeta pernambucano Miró da Muribeca

 BAHIA NOTICIAS


Morre, aos 61 anos, o poeta pernambucano Miró da Muribeca
Foto: Rodrigo Ramos/Fundarpe

Morreu neste domingo (31), aos 61 anos, o poeta e cronista João Flávio Cordeiro da Silva, conhecido pelo nome artístico de Miró da Muribeca. Autor de mais de 15 livros publicados, o escritor das ruas do Recife enfrentava um câncer com metástase desde 2020.

 

O falecimento, em um hotel na região central da capital pernambucana, foi informado pela assessoria do artista através de uma publicação nas redes sociais. "Comunicamos a todos os amigos, fãs e seguidores, que nosso poeta Miró da Muribeca encantou-se nesta manhã de domingo", diz a nota postada no Instagram, acompanhada de uma imagem preta. 

 

"Em breve, daremos mais informações sobre a cerimônia de despedida. Pedimos desculpas se não conseguirmos responder às manifestações de pesar", completou um segundo trecho da mesma postagem. 


Os músicos Jorge Du Peixe, Karina Buhr e o poeta Sérgio Vaz foram alguns dos famosos que usaram o espaço dedicado aos comentários para lamentar a partida do colega.

 

Além da produção de livros, seu repertório de criações inclui incontáveis poemas, alguns deles traduzidos para o espanhol e para o francês. Ele é um dos autores brasileiros cujas obras compõem o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

 

O velório de Miró acontece hoje, a partir das 16h, na Capela do Cemitério Santo Amaro, em Recife. O sepultamento está marcado para esta segunda (1).

 Pode ser uma imagem de grande felino e texto

'É erro estratégico', diz bolsonarista sobre aproximação do agro com Lula

 

BAHIA NOTICIAS

por Fábio Zanini | Folhapress

'É erro estratégico', diz bolsonarista sobre aproximação do agro com Lula
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Wellington Fagundes (PL-MT) diz que a aliança feita por parte dos representantes do agronegócio no estado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um erro estratégico.
 

Nas últimas semanas, o deputado federal Neri Geller (PP) e o senador Carlos Fávaro (PSD) anunciaram apoio a Lula e uma aliança eleitoral com o PT.
 

"A gente tem que respeitar as opções de todos, mas a meu ver essas duas lideranças cometeram um erro grande. Elas têm a cara do Bolsonaro e da centro-direita, e foram por esse caminho", afirma Fagundes.
 

Lula vem intensificando os contatos com representantes do agronegócio, setor em que Bolsonaro ainda tem amplo domínio. Ele tem sido ajudado nas conversas pelo ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP).

Com mais 27 mortes por covid, Brasil atinge 678.513

 


A história de Fuller, o escravo analfabeto que fazia cálculos como se fosse um computador

 


Thomas Fuller (calculista mental)

Thomas Fuller desmoralizou os racistas nos Estados Unidos

Celso Serra

Faz sucesso nas redes sociais a história de Thomas Fuller (1710 – dezembro de 1790), também conhecido como “Negro Tom” e ” Calculados da Virginia “, que desmoraliza de forma absoluta todas as crenças dos nazistas e supremacistas raciais.

Apesar de ser analfabeto, Fuller foi um escravizado africano nos EUA que se tornou conhecido por suas habilidades matemáticas. Tornou-se um dos primeiros casos registrados na literatura médica sobre a Síndrome do Sábio, assim chamada pelo médico Benjamim Rush, o pai da psiquiatria americana, ao descrever a incrível habilidade de calcular de Fuller, que de matemática sabia pouco mais do que contar.

Sua habilidade foi usada como prova de que negros escravizados eram iguais aos brancos em inteligência, o que alimentou discussões pró-abolicionistas.

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O HOMEM-CALCULADORA

Já houve alguém que pudesse fazer todos os cálculos mentais como se fosse um computador, numa época em que nem existiam calculadoras? Sim, houve. Foi Thomas Fuller em 1770, considerado um “calculador humano”.

Thomas Fuller foi um africano vendido como escravo nos Estados Unidos em 1724, aos 14 anos. Ele era conhecido pelo nome de “calculadora da Virgínia” por sua extraordinária capacidade de resolver problemas matemáticos complexos apenas usando sua mente.

Aos 70 anos, fizeram um teste com participação de matemáticos, que foi considerado definitivo. Fuller foi perguntado quantos segundos havia em um ano, e ele respondeu rapidamente que havia 31.536.000 segundos em um ano.

Perguntaram novamente quantos segundos um homem de 70 anos, 17 dias e 12 horas viveu, e em um minuto e meio ele respondeu que o número era de 2.210.500.800 segundos ao todo.

Um dos matemáticos que tentavam resolver o problema com lápis e papel informou que ele estava errado, porque o número era menor. Fuller simplesmente respondeu que “oh, mas você esqueceu de incluir anos bissextos.” Quando os segundos extras dos anos bissextos são adicionados, o número final corresponde ao calculado por ele.

Sua habilidade foi usada como prova de que os afro-americanos escravizados eram iguais aos brancos em termos de inteligência, algo que deu força ao discurso pró-abolicionista.

Bahia registra 206 casos de Covid e mais 2 óbitos

 



Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 206 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,01%) e 997 recuperados (+0,06%) e mais 2 óbitos. Dos 1.660.584 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.624.881 já são considerados recuperados, 5.347 encontram-se ativos e 30.356 tiveram óbito confirmado. Os dados ainda podem sofrer alterações. O boletim epidemiológico deste domingo (31) contabiliza ainda 1.956.260 casos descartados e 357.835 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas deste domingo. Na Bahia, 67.688 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Até o momento a Bahia contabiliza 11.643.155 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.800.542 com a segunda dose ou dose única, 6.775.784 com a dose de reforço e 1.421.128 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 1.006.919 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 613.858 já tomaram também a segunda dose. Do grupo de 3 e 4 anos, 8.294 tomaram a primeira dose.

Itabuna: 43.013 casos de covid (+7) Ilhéus: 26.087 (+9) (Sesab)

 


Em clima de eleições, Congresso volta do recesso nesta segunda-feira

 


Primeira e última semanas de agosto serão de esforço concentrado


Tribuna da Bahia, Salvador
31/07/2022 13:32
3 horas e 41 minutos
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Esvaziado pelo período eleitoral e com matérias prestes a perder a validade, o Congresso Nacional volta oficialmente nesta segunda-feira (1º), após o recesso parlamentar. Deputados e senadores têm até o dia 7 de agosto para aprovar três medidas provisórias (MPs), caso contrário, elas perderão a validade.

Na lista estão as MPs que regulamentam o teletrabalho (MP 1108/2022), admitem novas regras trabalhistas durante calamidade pública (MP 1109/2022) e ampliam linhas de financiamento do Programa de Simplificação do Microcrédito Digital (MP 1110/2022).

Na Câmara dos Deputados, o líder do governo, deputado Ricardo Barros (Republicanos-PR), adiantou que até sexta-feira (5) haverá um "esforço concentrado", acordado com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). No período, a ideia é votar também propostas com prazo de vencimento até outubro.

Um segundo esforço concentrado está previsto para a última semana de agosto até 1º de setembro. No período, além de outras MPs o presidente da Câmara deverá pautar matérias de consenso entre os deputados.

Além das MPs prestes a caducar, há outras na fila. Até o fechamento desta reportagem, eram 22 MPs na lista. Todas devem ser analisadas pela Câmara dos Deputados e, se aprovadas, pelo Senado.

Entre as medidas provisórias pendentes está a que trata da abertura de crédito extraordinário de R$ 27,09 bilhões no Orçamento deste ano para pagar benefícios ampliados na proposta de emenda à constituição (PEC) que prevê a criação de um estado de emergência para ampliar o pagamento de benefícios sociais.

Como exemplo, o aumento do valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, o reajuste do vale-gás e o voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros. Esses benefícios terão validade até 31 de dezembro deste ano.

Com força de lei, assim que editadas pelo presidente da República e publicadas no Diário Oficial da União, as MPs precisam ser aprovadas pelos parlamentares para se tornarem definitivas. A vigência inicial de uma MP é de 60 dias. O prazo é prorrogado automaticamente por igual período, caso o texto não tenha a votação concluída no Congresso.

Vetos

Na volta do recesso, deputados e senadores também terão de analisar, em sessão conjunta, o veto do presidente Bolsonaro à norma que revogou a Lei de Segurança Nacional e definiu crimes contra o Estado Democrático de Direito (VET 46/2021).

Os trechos mais polêmicos tratam da divulgação de fake news e da repressão de movimentos pacíficos. A votação, prevista para julho, foi adiada por acordo entre as lideranças partidárias.

Reforma Tributária

Eleita como prioridade do Senado pelo presidente Rodrigo Pacheco (PSD - MG) e pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre (União-AP), a reforma tributária (PEC110/19) não avançou, no primeiro semestre, por falta de consenso e deve ficar para 2023.

“Temos o compromisso de avançar nas propostas que já estão em discussão, como é o caso especial da PEC 110. Esse pleito é do setor produtivo, dos contribuintes, dos entes subnacionais. Sabemos da complexidade do tema, mas entendemos que o crescimento de nosso país depende disso, sendo uma prioridade do Congresso Nacional para 2022”, disse Pacheco na abertura do ano legislativo, ainda em fevereiro.

Em debate há duas décadas, há também uma proposta sobre o tema em tramitação na Câmara, a PEC 45/2019. Em comum, as propostas de deputados e senadores têm a extinção de diversos tributos que incidem sobre bens e serviços.

Eles seriam substituídos por um só imposto, sobre o valor agregado (IVA). A unificação de impostos tem algumas vantagens: simplicidade na cobrança; diminuição da incidência sobre o consumo; e uniformidade em todo o país.

Fonte: Agência Brasil

Governo reduz IPI de produtos fabricados no Brasil

 


Decreto exclui produtos da Zona Franca de Manaus


Tribuna da Bahia, Salvador
31/07/2022 16:39 | Atualizado há 32 minutos

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Decreto publicado pelo governo federal na última sexta-feira (29) ( Decreto nº 11.158 ) estabelece os itens fabricados no Brasil para os quais será válida a redução de 35% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O decreto também exclui da lista os principais produtos que são fabricados na Zona Franca de Manaus.

Segundo o governo, o decreto cumpre decisão judicial (ADI 7153) que determinou a preservação da competitividade dos produtos produzidos na Zona Franca.

De acordo com o Ministério da Economia, o decreto dá segurança jurídica para a redução do IPI.

"Ao detalhar os produtos que terão suas alíquotas alteradas, a nova edição esclarece a correta aplicação do IPI sobre o faturamento dos produtos industrializados, garantindo segurança jurídica e o avanço das medidas de desoneração tributária. O texto também apresenta tratamento específico para preservar praticamente toda a produção efetiva da ZFM, levando em consideração os Processos Produtivos Básicos.

A medida também traz redução adicional do IPI, de 18% para 24,75%, para automóveis. “A elevação desse percentual equipara a redução do imposto para o setor automotivo à concedida aos demais produtos industrializados”, diz o Ministério da Economia.

O ministério explicou ainda que, com o decreto, serão beneficiados produtos nacionais e importados, além de provocar reflexo positivo no Produto Interno Bruto (PIB), com a redução do custo Brasil e maior segurança jurídica. “Espera-se ampliar a competitividade da indústria, com menos impostos e aumento da produção”.

O IPI é um imposto federal que incide sobre cerca de 4 mil itens nacionais e importados que passaram por algum processo de industrialização (beneficiamento, transformação, montagem, acondicionamento ou restauração). Com caráter extrafiscal (tributo regulatório), o IPI pode ser usado para fomentar um setor econômico por meio de isenção ou redução das alíquotas para que mais produtos produzidos pelo setor sejam vendidos.

Fonte: Agência Brasil

Putin diz que marinha russa receberá novos mísseis hipersônicos em breve

 


Área de sua implantação dos mísseis dependerá dos interesses russos


Tribuna da Bahia, Salvador
31/07/2022 16:49 | Atualizado há 19 minutos

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Foto: Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremlin via Reuters

O presidente Vladimir Putin disse neste domingo (31) que a marinha russa receberá mísseis de cruzeiro hipersônicos Zircon nos próximos meses e que a área de sua implantação dependerá dos interesses russos.

Falando no Dia da Marinha da Rússia na antiga capital imperial de São Petersburgo, Putin elogiou o czar Pedro, o Grande, por tornar a Rússia uma grande potência marítima. Putin não mencionou a Ucrânia diretamente.

Mas o chefe do Kremlin disse que assinou uma nova doutrina da Marinha, cujos detalhes não foram publicados, e elogiou os mísseis de cruzeiro hipersônicos Zircon como únicos no mundo.

“A entrega desses (mísseis) às forças armadas russas começará nos próximos meses”, disse Putin. “A fragata Almirante Gorshkov será a primeira a entrar em serviço de combate com essas armas formidáveis ​​a bordo.”

“O principal aqui é a capacidade da marinha russa… Ela é capaz de responder com a velocidade da luz a todos os que decidem infringir nossa soberania e liberdade.”

As armas hipersônicas podem viajar a nove vezes a velocidade do som, e a Rússia realizou testes anteriores do Zircon de navios de guerra e submarinos no ano passado.

Fonte: CNN Brasil

Ciro Gomes afirma que já teria sido eleito presidente antes se aceitasse vender o Brasil

 


O ex-governador participou na manhã deste sábado (30/7) da convenção estadual do PDT em Porto Alegre que oficializou a candidatura de Ricardo Gomyde (PDT) ao governo estadual -  (crédito:  Carlos Vieira/CB)

Ciro Gomes aproveitou para criticar as pesquisas eleitorais

Victor Correia
Correio Braziliense

O ex-governador do Ceará e candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse neste sábado (30/7) que já teria sido presidente “há uns oito, 12 anos atrás”  se quisesse “vender o Brasil”. Ele também criticou seus adversários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), e os mandou “brigar lá fora”.

“Me perguntam porque as pesquisas são tão hostis e porque eu tenho dificuldade de firmar alianças. Gente boa, se eu quisesse vender o Brasil e vender minha palavra, acreditem: eu já teria sido presidente há uns oito, 12 anos atrás”, escreveu o candidato em seu Twitter.

MUDAR A HISTÓRIA – “O problema é que eu não quero só ser presidente do Brasil, eu quero mudar a história brasileira. E pra isso, eu não posso e não vou vender minha alma para o sistema”.

Ciro também afirmou que Lula e Bolsonaro são irresponsáveis ao se candidatar à presidência sem formular estratégias, prazos e sem “dizer de onde vem o dinheiro”. O candidato também criticou a polarização entre os dois, que lideram as pesquisas de intenção de voto.

“Ora, vão brigar lá fora e deixe a gente cuidar da vida do povo, que precisa comer, trabalhar e ter dignidade!”, exclamou.

MUDAR O SISTEMA – Ciro defendeu que é preciso mudar o sistema econômico atual, afirmou que a taxa de juros atual é “a mais selvagem e criminosa” de todo o mundo e criticou a Medida Provisória (MP) 1.106/2022, que permite que beneficiários dos programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil, contratem crédito consignado pagando até 40% do benefício por mês. A medida foi aprovada em 7 de julho pelo Senado Federal.

O ex-governador participou na manhã deste sábado (30/7) da convenção estadual do PDT em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que oficializou a candidatura de Ricardo Gomyde (PDT) ao governo estadual. Ainda neste sábado ele seguiu para Minas Gerais, onde homologará o apoio do PDT à candidatura de Marcus Pestana (PSDB) ao governo mineiro.

Em Lisboa, encontramos um restaurante especial, dedicado ao Deus hindu, Ram

 


Shree Ram Restaurant | Best Indian Restaurant

A comida “leve” do restaurante leva um bocado de pimento

Antonio Carlos Rocha

No bairro Saldanha, próximo à estação do Metrô, eu e minha esposa descobrimos o Restaurante Shree Ram. Telefonei antes e informaram que era comida indiana e vegetariana. Lá fomos. Na entrada, uma pequena mesa com a imagem do Deus Ganesha e depois ao Mestre Avatar Senhor Ram, ou Rama.

Me disseram que eram do Punjab, um Estado indiano com fortes tradições védicas. A colônia indiana tem crescido em Portugal. Nas ruas vemos as mulheres com seus longos saris multicoloridos e o ponto vermelho pintado entre as sobrancelhas, simbolizando a Terceira Visão, o olho do Deus Shiva, o segundo na trindade hindu.

 ALGO LEVE… – Do cardápio não entendemos nada e sorrindo o garçom veio explicar que deveríamos pedir algo leve, light, sem muita pimenta. Mas o prato que escolhi era carregado de pimenta, por mais suave que ele tenha me garantido; no local, mesmo tendo ar condicionado, eu suava e chorava pelo efeito dos condimentos e temperos. Lágrimas escorriam de satisfação gastronômica e o garçom sorria.

A maioria dos fregueses pareciam hindus. Falavam na língua local de seu Estado. Pesquisando descobri que a Índia tem mais de 400 idiomas e dialetos. O interessante é que tais culturas tem músicas próprias, literaturas oral ou escrita e tudo o mais de uma civilização que tem mais 5 mil anos. O hindi e o inglês são as línguas oficiais do país.

“Ram” é um mantra, prece, oração, uma sílaba sagrada, significa “alegrar-se, descansar”. Rama é um conhecido Avatar, reencarnação do Deus Vixnu, o terceiro na Trindade hindu. Sua vida e seus feitos estão registrados no poema épico “Ramayana”, um clássico da Literatura mundial.

IGUAL À ODISSEIA – Estudiosos afirmam que “o Ramayana, em importância, compara-se à Odisseia, de Homero. O Ramayana contém 24 mil estrofes, no original sânscrito, contando as peregrinações do Deus Rama e sua esposa Sita.

Rama e Sita tiveram dois filhos, Lava e Kusa; o primeiro reinou em Sarasvati, no tempo de Buda, séculos 5 ou 6 antes de Cristo. Seus descendentes são considerados fundadores de grandes cidades e reinos que floresceram na Índia, antes da chegada dos ingleses.

Saímos alimentados, felizes com direito a reverências aos Deuses Ram e Ganesha, este último, muito popular no Brasil. Vamos pedir aos amigos espirituais Rama e Ganesha que iluminem os eleitores brasileiros em outubro vindouro.

 Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "@honraesabedoria QUANTO MAIS FALSO VOCÊ FOR, MAIOR SERÁ o SEU CÍRCULO. QUANTO MAIS REAL VOCÊ FOR, MENOR SERÁ o SEU CÍRCULO. ESSES SÃO FATOS BEM CONHECIDOS."

O senhor das moscas

 



A maioria radicalizada da juventude basca vive em um cercado onde as próprias instituições democráticas da autonomia e do Estado são o inimigo. Fernando Savater para The Objective:


Cuando William Golding recibió el premio Nobel no era demasiado conocido en España: como además no pertenecía a ninguna minoría pintoresca, hubo gente que hasta se molestó. Yo asistía entonces a un congreso de escritores hispanos de uno y otro lado del océano y bastantes se despacharon contra la caprichosa Academia sueca. Me atreví a comentar que ese «desconocido» había escrito la novela que más me marcó a mis dieciocho años (y que sólo leí porque se publicó en una colección de ciencia-ficción): ‘El señor de las moscas’. Hoy ya no es necesario elogiar esa obra maestra, sólo sigue siendo oportuno recomendarla. Para quien no la conozca, baste decir que es la contrapartida de la literatura protagonizada por muchachos nobles y valientes que escribieron Robert Ballantyne o R. L. Stevenson. También el relato de Golding trata de un grupo de muchachos que tras un accidente de aviación se encuentran en una isla perdida. Tienen que reinventar la civilización y las instituciones humanas pero el resultado no es tan positivo como querrían los optimistas: lo que inauguran es humano, pero del lado monstruoso de lo humano. La violencia como fuente del poder, la superstición como su justificación, la sumisión abyecta y la traición como técnicas de supervivencia. En fin, léanla

He recordado esta novela admirable al leer noticias recientes protagonizadas por jóvenes vascos. En Mutriku, una joven ertzaina (21 años) ha sido vetada en las fiestas de la comunidad por el colectivo juvenil que las organiza (todos los comités festivos de las localidades vascas obedecen a la misma ideología antisistema…métrico decimal). Sólo por ser policía o sea enemiga del pueblo: y eso que es ertzaina y depende de las instituciones vascas. Imagínense si fuera guardia civil… En Vitoria otro joven ertzaina ha sido acosado, insultado y ha recibido un puñetazo, supongo que como aperitivo de las fiestas de la Virgen Blanca. Les hago el mismo comentario que en el caso anterior: estamos hablando de la policía autonómica, la que debería sustituir a las fuerzas de ocupación cuando se retiren de Euskadi. ¿Entienden ahora los incidentes de Alsasua con la Guardia Civil? La ertzaina de Mutriku se molestó en explicar al colectivo de cabestros locales que ella, como el resto de compañeros del cuerpo a que pertenece, se dedica a proteger a las mujeres amenazadas, perseguir a violadores, etc… Debía haber especificado que también a detener a simpatizantes con la violencia etarra, dispuestos a encubrirla y deseosos de reactivarla.

Por ejemplo, Sortu ha convocado actos «de amor y apoyo» a favor de Mikel Antza y Amboto, a los cuales se tiene la osadía de citarle en la Audiencia Nacional para dilucidar su responsabilidad en el asesinato, detalladamente planeado y fríamente decidido, de Miguel Ángel Blanco. Y allá que irán nuestros morroskos, en el tiempo libre que les quede después de hostigar a ertzainas de su misma edad pero mucha mas decencia cívica. Ustedes me dirán que no todos los jóvenes del País Vasco son de Sortu o Bildu y tienen mucha razón. También hay otros que se encuadran en la Gazte Koordinadora Sozialista que reunió hace poco en un Topagune (encuentro) de cuatro días en Durango a más de dos mil jóvenes dispuestos a «poner en marcha una hoja de ruta comunista frente al sistema burgués y la política profesional». Los burgueses profesionales de la política aludidos son precisamente los de Bildu y Sortu, que se han vendido por unas cuantas prebendas al Estado opresor. De modo que ya ven que hay dónde elegir en las fiestas patronales de las localidades vascas: pueden ir a las txoznas de los que zurran a los ertzainas o a las de quienes zurran a los ertzainas y también a sus zurradores. La juventud alegre y combativa en todo su esplendor…

No quiero incurrir en un spoiler pero les avanzo tímidamente que la peripecia de los muchachos en la isla perdida de ‘El señor de las moscas’ acaba muy mal… «como no podía ser de otra manera» habría añadido Fraga. La mayoría radicalizada de la juventud vasca vive también en un coto cerrado, donde las propias instituciones democráticas de la autonomía y del Estado son el enemigo con el que no se puede transigir. En esa isla donde zumban tantos moscones revolucionarios lo único verdaderamente subversivo, como antaño, como siempre, es saberse español y defender la democracia liberal… seas joven o madurito.
 
BLOG  ORLANDO  TAMBOSI

Como entender os humanos: 90% chimpanzé, 10% abelha.

 



A existência permanece cheia de perguntas, especialmente sobre nossa origem e nossas habilidades. Pablo Rodríguez Palenzuela para The Objective:


¿Quiénes somos? ¿De dónde venimos? Los filósofos llevan siglos haciendo ese tipo de preguntas. En las últimas décadas, los grandes avances de la biología y otras disciplinas nos han permitido formular algunas respuestas, necesariamente parciales y sujetas a revisión, a estas preguntas eternas. En mi reciente libro ¿Cómo entender a los humanos? (Next Door, 2022), intento contestar a estas preguntas.

Somos primates, un grupo de mamíferos que comenzó a evolucionar hace unos 70 millones de años y con los que compartimos muchas cosas. Venimos de África, donde hace unos 2,5 millones de años surgieron las primeras especies del género Homo, tales como H. habilis, una de las primeras criaturas a las que podríamos considerar humanas.

Sabemos que en ese periodo se produjo un enfriamiento del clima global que hizo que aumentara mucho la superficie de sabana arbustiva en África.

Más importante: se produjo un aumento considerable de la variabilidad climática. La hipótesis más plausible es que los primeros humanos nos adaptamos a las condiciones cambiantes dando un papel preferente a la transmisión cultural de conocimientos. Así se establecieron kits culturales, un conjunto de conocimientos sobre los animales y plantas del entorno y una tecnología que permitía utilizarlos.

Esto constituye la base de nuestro éxito biológico como especie, que empezó a expandirse hace 1,8 millones de años a todos los rincones del planeta.

La capacidad de hablar es una adaptación biológica, ya que requiere cambios concertados en el cerebro y en el aparato fonador. La utilidad del lenguaje, incluso si fuera rudimentario, es indudable. Lenguaje y cultura se retroalimentan y constituyen la base de nuestro éxito como especie.

Con la aparición de estos dos elementos la evolución biológica no se detuvo ni pasó a segundo plano. Todo lo contrario, se crearon nuevas e intensas presiones selectivas. Los análisis del genoma humano indican que en los últimos 40.000 años los cambios genéticos han sido particularmente intensos.

La domesticación del ser humano

La tercera pata de nuestro éxito biológico fue la domesticación: los humanos nos domesticamos a nosotros mismos, lo que quiere decir que en alguna etapa de nuestra evolución los individuos menos violentos se reproducían más.

En un contexto de pequeños grupos de humanos tratando de sobrevivir en las duras condiciones de la sabana africana, la cohesión del grupo fue un requisito esencial, de ahí la necesidad de baja violencia dentro del grupo.

En contra de la creencia corriente, los humanos tendemos a ser ultrasociales, cooperativos y con bajos niveles de violencia impulsiva, al menos en comparación con el chimpancé.

En cambio, somos capaces de altos niveles de violencia instrumental, sobre todo si está ligada a la defensa de la tribu. Las mismas fuerzas que nos hicieron cooperativos nos hicieron tribales. Por eso se ha dicho que los humanos somos 90 % chimpancé, 10 % abeja.

La evolución de la moral

La ética y la moral han sido hasta ahora un territorio exclusivo de la filosofía y, de nuevo, en las últimas décadas la biología está pidiendo voz en este terreno.

Todas las sociedades conocidas tienen normas morales, lo que sugiere poderosamente una explicación biológica. Más aun, la moral se basa en emociones innatas como la empatía y la vergüenza.

Otras especies poseen, si no moral, al menos ciertas tendencias prosociales. Por ejemplo, los elefantes lloran a sus muertos, las ratas manifiestan empatía hacia sus compañeras y algunos monos muestran una aversión al tratamiento desigual que se parece a un sentido de la justicia.

Lo más probable es que la moral surgiera en nuestra especie como un mecanismo que permitía minimizar los egoísmos individuales haciendo al grupo más eficiente en conjunto. Nos referimos, de nuevo, a un contexto de alta competencia de pequeños grupos de humanos tratando de sobrevivir en un medio hostil.

Los científicos han descubierto que se activan determinadas partes del cerebro cuando nos encontramos ante un dilema moral. La neurobiología de la moral está en sus comienzos y cabe suponer que veremos grandes descubrimientos en un futuro próximo.

Es necesario señalar que esta incipiente ciencia de la moral no compite con la ética, ya que no pretende decir qué acciones son moralmente malas o buenas, sino explicar los fundamentos biológicos y neurobiológicos de la moral humana.

La importancia de las jerarquías en los humanos

Muchas especies, incluida la nuestra, tienen tendencia a formar jerarquías. Dado que los individuos que están arriba en la pirámide tienen grandes ventajas para la supervivencia y reproducción, no es extraño que la selección natural nos haya tuneado para desear siempre un mayor estatus.

Es preciso señalar, sin embargo, que la mayoría de los cazadores recolectores son bastante igualitarios y que solo a partir del neolítico surgió la posibilidad de acumular riquezas. Desde entonces la desigualdad económica ha sido la norma en la gran mayoría de las sociedades.

El abordaje de la biología a esta cuestión pasa por contestar diversas preguntas: ¿cuáles son las bases neurológicas subyacentes al deseo de estatus y poder? Sabemos que la serotonina tiene un papel destacado pero la cuestión es muy compleja. ¿Existen alelos que nos predisponen hacia una conducta ambiciosa? Seguramente sí y se han identificado algunos genes candidatos, pero nos falta muchísima información.

En definitiva, es posible construir a partir de la biología una visión nueva y fascinante de nosotros mismos. En esta visión, la cultura tiene un papel esencial y no se opone a la biología, sino que ambas son indispensables para entendernos a nosotros mismos como especie y como individuos.

Este artículo fue publicado originalmente en The Conversation. Lea el original.
 
BLOG  ORLANDO  TAMBOSI

Ucrânia e Rússia: da Revolução de Outubro à Revolução de Maidan.

 



O mundo tem observado com horror a brutalidade de Vladimir Putin, cujo verdadeiro objetivo não é restaurar as fronteiras da União Soviética, mas as da Rússia czarista. A invasão da Ucrânia parece repetir uma velha história. Mira Milosevich para Letras Libres:


“La Ucrania moderna fue creada en su totalidad por Rusia o, para ser más precisos, por la Rusia bolchevique, comunista. Este proceso comenzó prácticamente justo después de la Revolución de 1917, y Lenin y sus asociados lo hicieron de una manera extremadamente dura para Rusia, separando, cortando lo que es históricamente tierra rusa. Nadie preguntó a los millones de personas que vivían allí lo que pensaban.”

Esta declaración de Vladímir Putin, realizada el 21 de febrero de 2022, tres días antes de la invasión rusa a Ucrania, así como otra anterior –“Estoy seguro de que la verdadera soberanía de Ucrania solo es posible en asociación con Rusia”–

incluida en un artículo por él firmado el 12 de julio de 2021, no solo prueban que recurre a evidentes falsedades históricas para justificar su guerra, negándose a reconocer que Ucrania es un Estado independiente y soberano, sino que el verdadero objetivo del proceso de reimperialización iniciado con su llegada al poder en 2000 no es restaurar las fronteras de la Unión Soviética, sino las de la Rusia zarista. Putin no aspira a ser Lenin, sino a recuperar el legado de los zares y la Rusia Histórica, compuesta por Rossiya, Belarrossiya y Malorrossiya (Rusia, Bielorrusia y Pequeña Rusia). El último de los tres nombres es el que se le aplicó a Ucrania en torno a 1780 para referirse a las tierras de los cosacos; posteriormente, a finales del siglo XIX, se superpuso el nombre actual de la república (que significa “tierra de frontera”), como resultado del incremento de la conciencia nacional y del uso del idioma ucraniano.

Los tres países que formaban parte de la Rusia Histórica fueron los fundadores de la Unión Soviética en 1922, así como los gestores de su disolución en 1991. La Revolución Naranja de 2004, pero sobre todo la de Maidán en 2014, que derrocó a Víktor Yanukóvich, dejaron claro que la voluntad mayoritaria de los ucranianos era sacudirse la influencia de Rusia. Si, en los siglos XIX y XX, el destino de Ucrania fue determinado por su composición demográfica, mayoritariamente campesina, en el siglo XXI lo ha sido por la aspiración de una sociedad predominantemente urbana al ingreso en la Unión Europea y la Alianza Atlántica, en oposición al imperialismo putinista, heredero del zarismo y de la URSS.

En la Ucrania de 1897, solo tres millones de sus habitantes, de un total de veintidós, vivían en las ciudades.

La ausencia de una población urbana significativa se explicaba en parte por la prohibición, impuesta a los judíos ucranianos, de acceder a las profesiones liberales, lo que impulsó el éxodo de un importante sector de las masas urbanas hacia el campo, donde catalizaron el desarrollo de movimientos revolucionarios. La imposición de la lengua rusa en la enseñanza y la administración impidió el desarrollo de un liderazgo nacionalista. De hecho, el nacionalismo solo arraigó en un pequeño grupo de intelectuales que vivían en San Petersburgo. La primera organización nacionalista ucraniana, la sociedad secreta “Hermandad de los Santos Cirilo y Metodio”, se formó en 1846. Sus fundadores –el historiador Mykola Kostomárov, el escritor Panteleimon Kulish, el editor Vasyl Bilozersky y el poeta Tarás Shevchenko– esbozaron un primer programa político para el irredentismo ucraniano moderno. Sus ideas revolucionarias no los distinguían del resto de los conspiradores antizaristas que buscaban abolir la monarquía. Entre las organizaciones clandestinas posteriormente creadas destacó la Sociedad Ucraniana de los Progresistas, la cual, tras la Revolución rusa de febrero de 1917 y la consiguiente abdicación del zar Nicolás II el 3 de marzo de ese año, creó un gobierno ucraniano autónomo y fundó la Rada (“parlamento” o “consejo”, es decir, soviet, en ucraniano), el 17 de marzo de 1917.

La Rada proclamó el 20 de noviembre la República Popular de Ucrania y el 22 de enero de 1918, el Estado Independiente de Ucrania. Los bolcheviques rusos reconquistaron Kiev el 11 de junio de 1920, poniendo fin a la independencia de Ucrania en abierta contradicción con la Declaración de Derechos de los Pueblos de Rusia, adoptada por los bolcheviques el 2 de noviembre de 1917. Dicho documento proclamaba la igualdad y soberanía de las nacionalidades del imperio zarista, el derecho de autodeterminación de las mismas, incluyendo la secesión y la formación de Estados independientes si así lo decidieran sus poblaciones, amén del libre desarrollo cultural de todas las minorías nacionales que desearan permanecer dentro de Rusia. Entre 1918 y 1921, durante la guerra civil, entre los bolcheviques y los blancos y aliados de estos, los primeros restauraron la territorialidad imperial, convencidos de que solo un Estado centralizado garantizaría la supervivencia de la revolución. Aunque Finlandia, Letonia, Estonia, Lituania y Ucrania habían conseguido su independencia, nadie se hacía ilusiones sobre el respeto de Lenin al derecho de autodeterminación que él mismo había proclamado. Los bolcheviques negaban que fueran imperialistas como los zares, pero muchas naciones formaban parte del Estado común soviético contra su voluntad.

Desde mediados de 1920, Stalin, comisario del Pueblo para las Nacionalidades, intentó crear una Rusia ampliada. El 25 de febrero de 1918 se proclamó la República Soviética de Rusia, a la que se incorporaban Ucrania, Bielorrusia, Armenia, Azerbaiyán y Georgia. Lenin estuvo en desacuerdo con este proyecto. Su propuesta era federalizar Rusia en términos de igualdad con otras repúblicas soviéticas y que cada pueblo tuviera derecho al uso de su lengua nativa. Stalin (como lo ha hecho Putin actualmente) lo acusó de implantar artificialmente identidades nacionales, sosteniendo que era prioritario divulgar las ideas socialistas contra los nacionalismos. Los comunistas de otras repúblicas querían permanecer unidos con Rusia, porque su supervivencia dependía del Ejército Rojo. En diciembre de 1922 fue aprobada la propuesta de Lenin. Todas las repúblicas se unieron en una federación, la Unión de las Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Los campesinos ucranianos fueron las principales víctimas de la creación de la Unión Soviética. En febrero de 1918, los bolcheviques decretaron la Ley de la Socialización de la Tierra, cuyo objetivo era conciliar la existencia de las granjas privadas con un sistema colectivo de agricultura, como transición a la economía socialista. En 1918, fueron creadas 3,100 granjas colectivas; en 1920, 4,400 más. La colectivización privó de sus tierras a los campesinos propietarios, y la deskulakización acabó con ellos como “clase”. Durante la guerra civil, el gobierno soviético impuso el “comunismo de guerra”, que supuso requisas de la producción agrícola (prodrasvertska), prohibición de todo comercio privado y nacionalización de los establecimientos industriales. Los objetivos de estas medidas eran exterminar a los campesinos que se opusieran al poder bolchevique, lograr el control centralizado de la producción agrícola y abastecer de alimentos a las ciudades y al Ejército Rojo. La eliminaciónde los kuláks (los campesinos supuestamente ricos) cambió por completo el orden social.

El definitivo golpe a los campesinos ucranianos se asestó entre 1929 y 1932, con otra fase de la colectivización (creación de dos tipos de granjas colectivas, koljós y sovjós, como parte del Primer Plan Quinquenal). Su objetivo era “el asalto al último bastión del antiguo régimen”, es decir, favorecer la industrialización (con inversiones que procedían de los beneficios de la colectivización agraria) y crear millones de nuevos puestos de trabajo (para proletarizar masivamente a la población). Esta política aniquiló a los campesinos “como clase”, sobre todo a los de las provincias productoras de grano (región del Volga, Ucrania, y las estepas fértiles de Asia Central) y de las comarcas ricas en pesca y caza del norte de Siberia.

La colectivización forzosa, la incompetencia administrativa, la inversión insuficiente y la expropiación de las tierras de los campesinos fueron causa de la producción extremadamente baja de las granjas colectivas, lo que provocó la gran hambruna (Holodomor) de 1932 y 1933, que condenó a muerte a cerca de 12 millones de personas en toda la URSS(en Ucrania, los cálculos de muertos oscilan entre 1.5 y 4 millones).

La causa principal de la hambruna radicaba en la exigencia de cumplir con las cuotas de producción de grano impuestas por el Estado, sobre todo en Ucrania, por ser esta el principal granero de la URSS. Anne Applebaum, en su libro Hambruna roja. La guerra de Stalin contra Ucrania (2019), considera que Stalin cometió un genocidio deliberado contra el pueblo ucraniano propiciando una hambruna artificial.

La trágica experiencia de los ucranianos mientras formaron parte de la URSS influyó en el hecho de que alrededor del 91% votara el 1 de diciembre de 1991 a favor de su independencia. El 8 de diciembre de 1991, tres repúblicas –Rusia, Bielorrusia y Ucrania– declararon la disolución de la URSS y la Constitución de la Comunidad de los Estados Independientes.

En su discurso posterior a la anexión de Crimea (18 de marzo de 2014), Vladímir Putin afirmó que “millones de personas se fueron a dormir en un país y se despertaron en muchos otros Estados, convirtiéndose en minorías étnicas de antiguas repúblicas soviéticas; así los rusos se convirtieron en una de las naciones más grandes del mundo, si no la más grande, divididas por fronteras”. El concepto de “nación dividida” es el elemento clave de la política rusa hacia los Estados vecinos, antiguas repúblicas soviéticas, así como de la justificación de un proceso de reimperialización que apunta a recuperar el estatuto de Rusia como gran potencia y a mantener “zonas de influencia” en el espacio postsoviético. Este proceso comenzó con la llegada de Vladímir Putin al poder en 2000, y se cristalizó con las intervenciones militares rusas en Georgia en 2008 y Ucrania en 2014, después de que ambos países establecieran gobiernos proeuropeos y expresaran su deseo de convertirse en miembros de la Alianza Atlántica. La actual invasión rusa de Ucrania es la culminación de dicho proceso, pero, sobre todo, del fracaso de la estrategia que definió Valeri Guerásimov, jefe de Estado Mayor de las Fuerzas Armadas de Rusia, cuando afirmó que “las guerras que librará Rusia responderán principalmente a una estrategia de influencia y no de fuerza bruta”, ya que su principal objetivo sería “romper la coherencia interna del sistema político y socioeconómico del enemigo y no aniquilarlo íntegramente”.

El mundo se ha espantado ante la brutalidad de la guerra de Vladímir Putin, que este sostiene haberse visto “obligado a hacer”. Tal “obligación” es resultado de la imposibilidad de sojuzgar a Ucrania mediante métodos puramente intimidatorios. En las relaciones entre Rusia y Ucrania, la historia se repite. Como lo hizo Hitler en Mein Kampf, Putin ha anunciado claramente sus intenciones: así, en la Conferencia de Seguridad de Múnich de febrero de 2007 sostuvo que la OTAN y Estados Unidos representaban la principal amenaza para la seguridad nacional de Rusia. Desde entonces ha insistido en que no permitiría que Occidente traspasara la “línea roja” –léase, la entrada de Ucrania y Georgia en la OTAN– y lo empezó a demostrar con sendas intervenciones militares en 2008 y 2014. Para Vladímir Putin, Ucrania no existe como Estado soberano; tampoco los ucranianos como nación. Puede que gane esta guerra, pero perderá todo lo demás, y no recuperará lo que ya había perdido en 2013, durante la Revolución de Maidán, cuando los ucranianos decidieron apostar definitivamente por ser dueños de sus destinos. ~

Mira Milosevich es investigadora principal del Real Instituto Elcano y autora de Breve historia de la Revolución rusa (Galaxia Gutenberg, 2017)
 
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