MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 12 de julho de 2021

Praga como a vassoura, Monilíase chega ao Brasil

 

Praga como a vassoura, Monilíase chega ao Brasil

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JORNAL A REGIÃO

pelo Acre e passa a ser uma enorme preocupação para os técnicos da Ceplac no sul da Bahia, onde esta doença é temida desde os anos 70. Apesar de mais de 50 anos sabendo de sua periculosidade para o cacau, o orgão não produziu pesquisas nem um plano para combatê-la, caso chegasse. Chegou.

Um foco da praga Moniliophthora roreri, a "monilíase do cacaueiro", foi detectado não em uma fazenda, mas em uma área residencial de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. A confirmação veio do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia.

As amostras foram coletadas no local pela equipe do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal, depois que ele foi acionado por um cidadão que observou os sintomas da doença e lembrou das campanhas institucionais sobre seu efeito no cacau e no cupuaçu.

Ações de contingência

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está adotando medidas de contingência, em conjunto com outras instituições de Sanidade Vegetal e de pesquisa. Equipes do governo vão ao local para monitorar a praga e delimitar a área afetada.

Elas devem adotar ações de contenção e erradicação, visando evitar a disseminação para as áreas cultivadas de cacau e cupuaçu no país. Porém, não existe um plano definido de como isto deve ser feito. O temor é uma repetição dos erros cometidos na chegada da vassoura-de-bruxa.

Na época, sem ter a menor noção de como controlar e combater a doença, a Ceplac adotou uma solução drástica, incendiando a fazenda afetada. Mesmo "matando o paciente", a doença se espalhou e causou a maior crise da história da lavoura cacaueira.

Como é a monilíase

A monilíase é uma doença que afeta plantas do gênero Theobroma, como o cacau (Theobroma cacao L.) e o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), causando perdas na produção e uma elevação nos custos, devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas.

“Esta é uma doença que atinge somente as plantas hospedeiras, sem risco para os humanos, Apesar do foco estar distante das regiões produtoras, é de fundamental importância a notificação imediata de quaisquer suspeitas", diz a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro.

Na América do Sul, a praga já se encontra presente no Equador, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru. “Tanto os estados da região fronteiriça do norte quanto os principais produtores encontram-se sob prevenção e vigilância permanente, realizadas pelo Mapa e órgãos estaduais”.

Entradas monitoradas

Mesmo durante a pandemia de covid-19, as equipes de vigilância e educação fitossanitária relativas à praga permaneceram em campo. Em 2020, foram feitos 1.600 monitoramentos preventivos no Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Pará, Bahia e Espírito Santo.

As ações de investigação e de contingência estão previstas no Plano Nacional de Prevenção e Vigilância de Moniliophthora roreri. Em uma matéria do jornal A Região de junho de 2019, Graciane alertava para a vulnerabilidade das fronteiras.

Ela citou como possíveis pontos de entrada da monilíase Letícia, na Colômbia; Tabatinga e Benjamin Constant, por trânsito fluvial; a fronteira seca entre Roraima e Santa Helena (Venezuela) via Pacaraima; a fronteira do Acre com o Peru via fluvial, pelos rios Ucayali e Breu.

Mais a tríplice fronteira do Acre com Peru e Bolívia, cortada pela rodovia BR-317. Este último ponto de entrada era considerado como de altíssimo risco, devido ao trânsito intenso de passageiros e cargas por via rodoviária, por isso recebe atenção especial.

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