Arquiteto destaca mudanças que permanecerão na casa e na vida das pessoas.
Tribuna da Bahia, Salvador
29/07/2021 18:57 | Atualizado há 10 horas e 35 minutos
A
pandemia do novo coronavírus (Covid-19) forçou as pessoas a
estabelecerem novos tipos de relações com a residência. A casa ganhou
uma relevância ainda maior, já que os indivíduos precisaram estar mais
dentro dela, tanto para descanso, quanto para trabalho.
Durante
este período pandêmico, a transformação dos espaços residenciais
ocorreu de forma rápida. No entanto, a consolidação das tendências para
os novos projetos de arquitetura e decoração residenciais pós-pandemia,
como o home-office e espaço para atividade física, tornou-se uma
realidade que deve permanecer.
Para o arquiteto Márcio
Barreto, gestor do escritório Arquitetura do Barreto, algumas mudanças
já eram apostas do segmento, mas ganharam mais força no atual cenário.
Enquanto outras emergiram das necessidades recentes e do surgimento de
novos hábitos que já foram incorporados à rotina.
Márcio
aponta as principais tendências para a área da arquitetura que já tem
seu lugar garantido nos projetos. “O cantinho da higienização logo na
entrada das casas e apartamentos continuará fazendo parte de todos os
lares. Nele precisamos minimamente de um banco para sentarmos e tirarmos
os sapatos, um móvel para guardá-los e álcool em gel”, explica.
De
acordo com o arquiteto, outra tendência é o retorno do uso das varandas
dos apartamentos como área externa. “Nos novos projetos percebemos o
desejo dos clientes em não integrar mais a varanda com a sala, deixando o
espaço para uso de contemplação, happy hour, leitura etc. O ambiente
passa a ser montado com redes, sofás despojados e muitas plantas”,
conta.
Para Barreto, a adaptação do mercado de trabalho durante a quarentena, por exemplo, já causa impacto na arquitetura e revela que a incorporação do home-office, na rotina de trabalho, não é mais vista como algo apenas do período de pandemia, pois muitas empresas já mudaram definitivamente as suas diretrizes em relação ao espaço físico.
“Esse cenário forçou os trabalhadores a pensarem nos seus
espaços de trabalho em casa. A compra de cadeiras de escritórios
confortáveis, mesas com altura ideal e a busca do cantinho perfeito para
ter silêncio e produtividade, passou a ser o sonho de consumo de
muitos”, ressalta o arquiteto.
Márcio destaca que antes da
pandemia as pessoas viviam uma rotina mais fora de casa, muitas vezes
retornando aos lares apenas para dormir. “Com a necessidade de
isolamento social, todos passaram a viver mais tempo em suas casas e
isso iniciou uma grande onda de insatisfação da população em relação a
suas moradias”, pontua.
Neste aspecto, o arquiteto
especialista em arquitetura acessível, aponta que um dos motivos para
esse momento, foi que muitos foram afetados financeiramente e isso
aguçou a criatividade para fazerem intervenções em suas casas da forma
mais acessível.
“A pintura de parede com uma cor destaque, ou
formas geométricas, virou tendência e são capazes de mudar
significativamente o espaço. Papel de paredes, quadros e almofadas são
outros itens que trazem personalidade ao ambiente e são encontrados de
forma acessível”, conclui.
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