Queda no número de novos casos e na taxa de ocupação dos leitos de UTI trazem otimismo ao poder estadual, que começa a cogitar o retorno das aulas presenciais
Foto: Romildo de Jesus
Por Lily Menezes
Após semanas com os índices diários de ocupação das UTIs e vidas perdidas em níveis alarmantes, a situação da pandemia do novo coronavírus na Bahia começou a entrar num ritmo de estabilidade. Pela primeira vez, o número de internados em estado grave se manteve fora da casa dos 80%: o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) mostrou que as unidades de tratamento exclusivas para a covid-19 tinham 70% de ocupação; na capital, Salvador, são 62% dos leitos ocupados. Também houve melhora no número de casos ativos: um mês atrás, eram pelo menos 15 mil pessoas que ainda conviviam com a covid-19; hoje, a média é de 12 mil. Neste feriado, a Central Estadual de Regulação registrou uma média de 20 pessoas à espera de um leito de UTI exclusivo covid. Para a Sesab, a vacinação foi um dos principais fatores para a melhora dos dados da pandemia na Bahia.
O governador Rui Costa aponta o trabalho conjunto entre poderes estadual e municipal como um diferencial para o combate à crise sanitária. "Essa dedicação e esse diálogo garantiram que a Bahia tivesse uma das menores taxas de mortalidade do Brasil, e minimizar os efeitos dramáticos desse vírus". A expectativa é conseguir imunizar a totalidade da população acima de 18 anos com a liberação das 10 milhões de doses da Sputnik V adquiridas pelo Estado. Enquanto a cobertura vacinal ainda está em ampliação, a esperança de um retorno a algo próximo da normalidade segue aumentando. "Se os números continuarem caindo, ao longo da próxima semana nós vamos anunciar novas medidas de flexibilização, e quem sabe o retorno nos próximos dias das aulas, estamos ansiosos para retomar e recuperar o ano perdido na educação", disse o governador.
Porém, as secretarias de saúde continuam preocupadas com a mudança no perfil do internado pela covid-19: se a Bahia registrou uma queda de 77% nas internações de pessoas com mais de 60 anos em comparação com o mês de março, o público jovem, que em sua maioria ainda não recebeu a vacina, representa quase a metade dos hospitalizados. “A faixa etária de 30 a 49 anos atualmente representa mais de 40% das internações, que são os públicos não imunizados ou que iniciaram recentemente. Neste contexto, o distanciamento social, o uso de máscara e a higiene frequente das mãos se tornam ainda mais relevantes para esse grupo se prevenir da infecção e evitar complicações”, afirma a titular da Diretoria da Vigilância Epidemiológica da Bahia (Divep) Márcia São Pedro.
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