Sondagem Industrial mostra, ainda, que emprego completa um ano sem queda, além
de alta na utilização da capacidade instalada e na intenção de investimento
O
principal problema das indústrias no segundo trimestre de 2021 foi a
falta e o alto custo das matérias-primas. De acordo com a pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria
(CNI). Os efeitos da pandemia da Covid-19 têm impactado a oferta de
insumos para o setor industrial, problema mencionado por 63,8% das
indústrias. Em seguida, a elevada carga tributária (34,9%) e a taxa de
câmbio (23,2%) estão entre os principais entraves enfrentados pela
indústria brasileira.
A
Sondagem Industrial também mostra aumento nos preços das
matérias-primas, mesmo que em um ritmo mais lento. O índice caiu no
trimestre, mas permanece acima da linha de 50 pontos e está entre os
maiores da série com 74,1 pontos.
O
gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, explica que a combinação
de estoques limitados e atividade aquecida são fatores para que a falta
e alto custo de matérias-primas permaneçam como o principal problema
enfrentado pela indústria no trimestre. “Os dados mostram que os
estoques voltaram a cair, e novamente estão se afastando do nível
planejado pelas empresas”, ressalta.
Em
junho, o indicador de estoque efetivo em relação ao planejado pelas
empresas registrou 48,7 pontos, ficando abaixo da linha de 50 pontos que
indica que os estoques estão alinhados ao planejado pelas empresas. A
distância para o planejado foi maior em junho se comparado aos meses de
abril e maio, quando os índices foram de 49,6 e 49,2 pontos,
respectivamente.
Emprego mantém-se estável há 12 meses
O
indicador de número de empregados na indústria subiu para 52 pontos no
mês de junho e completou um ano sem mostrar queda do emprego industrial.
Pelo segundo mês consecutivo, o número de empregados está acima da
linha de 50 pontos, ou seja, mostra alta do emprego. A produção
industrial também cresceu pelo segundo mês consecutivo. O índice ficou
em 52,0 pontos. Os índices variam de 0 a 100, com linha de corte em 50
pontos; os dados acima desse valor indicam crescimento na comparação com
o mês anterior e abaixo, queda.
Além
disso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) alcançou 71% em
junho, crescimento de um ponto percentual em relação a maio. Esse
percentual é o mais alto para o mês de junho desde 2013.
Setor mantém otimismo
O
otimismo dos empresários industriais em relação aos próximos meses
manteve o crescimento em julho. O índice de expectativa de demanda
aumentou 1,1 ponto em relação a junho, alcançando 61 pontos. Esse é o
maior valor para o mês de julho desde 2011, quando o índice era de 61,8
pontos. O índice de expectativa de exportação teve um crescimento de 0,5
ponto, passando de 54,9 pontos para 55,4 pontos entre junho e julho.
A
intenção de investimento aumentou 1,6 ponto em relação a junho,
alcançando 58,6 pontos. O indicador apresenta recuperação após a queda
que ocorreu em fevereiro e março deste ano, mas ainda não recuperou o
patamar de janeiro, quando o índice foi de 59,9.
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