Pão Diário, Curitiba, 22 de julho —
Para este Dia dos Avós, próxima segunda-feira (26), preparamos um
testemunho emocionante sobre a importância e o impacto do legado dos
avós para os netos, escrito por Izabeli Faustini, colaboradora do Pão
Diário. Confira!
Força e bondade, um legado de meus avós
Se
você ligar neste exato momento para a casa dos meus avós, eles irão
atender dizendo: “Jesus te ama, bom dia!” Isso porque eles têm
vivenciado e espalhado esse amor de diferentes formas, dedicando suas
vidas a amar ao Senhor, ao próximo e à Palavra, cumprindo o IDE de
Marcos 16:15 há mais de 50 anos.
O
Pr. Silvio e Dona Susi se conheceram no Instituto Bíblico Peniel, em
Minas Gerais. Ele é do interior de São Paulo e ela de Curitiba. Em 1964,
casaram-se, iniciando o ministério da família e também uma longa
caminhada pastoreando igrejas no estado do Paraná. Eu sempre gosto de
pensar em como o fato dos meus avós terem deixado sua terra para irem
estudar a Palavra de Deus influenciou diretamente a minha existência.
Quando
se conheceram e juntos decidiram iniciar uma jornada no ministério,
estavam obedecendo uma ordenança do Senhor, confiando na provisão de
Deus e sem saber os frutos que aquela decisão traria. A vida deles
impactou, e ainda impacta, a de muitos dos quais se tornaram filhos
espirituais para eles, inclusive da Rita, que trabalhou com eles em um
lar de crianças em Curitiba e hoje trabalha comigo aqui no Pão Diário, mas também de sua família de sangue.
Foram
5 anos em Curitiba, 12 anos em Clevelândia, 5 anos em Pato Branco e 13
anos em Campo Largo. Eles, meus três tios e meu pai sempre moraram no
quintal da igreja. A alegria de servir na casa de Deus foi ensinada e um
legado espiritual plantado no coração de seus filhos. Quando perguntei
ao meu pai, Silvio Junior, qual o sentimento dele em relação a isso, ele
respondeu: “Legado não é o que se deixa para as pessoas, é o que se deixa nas
pessoas. Hoje, aos 52 anos, sendo a quarta geração de pastores na minha
família, admito que o legado que recebi dos meus pais foi eclesiástico e
espiritual. Espero, com fé em Deus, que essa corrente do bem continue
nas minhas próximas gerações”.
Pensando
nisso, vejo o quanto a palavra “bondade” define a Dona Susi. O coração
dela está sempre inclinado a ajudar o próximo. Eu não conheço uma pessoa
mais generosa do que ela. Mesmo nos tempos mais difíceis, minha avó é
capaz de tirar o último ovo da geladeira para oferecer para alguém que
esteja com fome ou abrir a porta de sua casa para receber algum
desabrigado. Aos 80 anos, ela continua colocando a necessidade dos
outros frente às dela.
Para
falar do Pr. Silvio, eu usaria a palavra “força”. Aos 88 anos, ele
continua firme e lúcido, ama a Palavra e todos os dias estuda seis
diferentes livros devocionais, inclusive um Pão Diário 16, que já têm há
muitos anos e ainda faz a leitura diária nele (mesmo que eu dê um novo
para ele). Ele sempre gostou de cantar louvores. Mesmo quando esteve
doente, não deixou de adorar ao Senhor e acredito que seja esse temor e
dedicação que o mantém tão saudável. Minha tia Ruth diz: “Olhando para
os meus pais, vejo o quanto vale a pena servir a Jesus, pois Ele cuida
de nós de maneira especial. Vejo meu pai firme, alegre, confiante, aos
88 anos, e minha mãe dirigindo a casa sozinha, aos 80, muitas pessoas
não conseguem isso”.
Para
mim, o legado dos meus avós é claro na minha vida, na de meu pai, da
minha irmã, dos meus tios e dos meus primos. Nossa família foi firmada
na rocha - que é Jesus Cristo! “Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção”
(Salmos 127:1). Há quatro gerações, isso tem influenciado o nosso
relacionamento com o Pai e com a igreja. Claro que é sempre um desafio,
porque ter a casa de Deus como sua segunda casa torna a vida do pastor e
de sua família uma vitrine. É um exemplo a ser seguido; muitos
sacrifícios são exigidos. Contudo, pela minha experiência, a alegria da
obediência tem uma recompensa eterna.
Neste
Dia dos Avós, eu quero agradecer a Deus pelo privilégio de ter
convivido com meus quatro avós desde a infância e até os dias de hoje
ter um relacionamento próximo com cada um deles. Estar cercada pela
sabedoria daqueles que já viveram tanto e poder me inspirar em suas
histórias com certeza é parte crucial da minha formação de caráter e da
minha intimidade com Jesus.
Se
você tem negligenciado o relacionamento com seus avós, com todo cuidado
que essa pandemia exige, tire um tempo para ouvir histórias e perguntar
como eles estão. Se você tem a oportunidade, valorize cada momento
juntos e, se seus avós já não estão mais aqui, fale sobre a história
deles para as próximas gerações da sua família. A história de cada um de
nós passa pela história dos nossos avós.
Izabeli Faustini, colaboradora do Pão Diário.
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