Temos uma geração de jovens idiotas discutindo com a próxima geração de idiotas jovens. Luiz Felipe Pondé via FSP:
Coitado
do jovem, inseguro, sem desejo, fluido e objeto de enorme masturbação
mental por parte dos adultos. Como não perder a esperança na dita classe
culta, quando ela mesma embarcou na fetichização do jovem? Os
millennials, que iam mudar o mundo, acordaram para o fato de que, na
verdade, são a geração mais deprimida e pobre do mundo.
Foda-se
o mundo, o que eu quero é a minha chupeta. E a palhaçada avança. Quero
que minha filha seja feminista! Quero que meu filho seja sustentável até
no xixi. Quero ser amigue de me filhe.
Alguém,
supostamente habilitado a discutir essas coisas, deveria tomar a
palavra e avisar a esses equivocados que filhos não são projetos
pessoais. Acho, nesse caso, que são mais consistentes aqueles que
decidem não os ter —melhor do que aqueles que decidem tê-los tem para
começar a pentelhá-los já na barriga.
A
psicologia, paulatinamente, se afunda no ridículo e na fetichização. A
pedagogia já acabou sob a bota da moda e da autoajuda motivacional.
A
psicologia vai na mesma direção. Logo, meninas recém-formadas de 20
anos darão diagnósticos de vida para os adultos retardados.
Desde
o momento que a psicologia decidiu ter um projeto de sociedade, um
projeto de mercado, um projeto político e um projeto de saúde que
deságue num mundo melhor, ela capitulou diante do intratável da condição
humana.
No centro da vida psíquica, existe um vazio —e não o bem moral ou ou bem político.
O
niilismo moral que respinga das teorias psicológicas foi demais para
seus praticantes. De alguma forma, era necessário enfrentar o pesadelo
do papel da psicologia na construção do niilismo de cátedra.
A
saída foi dizer que a cura é política ou que tudo o que o jovem faz é
lindo. Nesse caso há ainda um componente de mercado, afinal, lisonjear o
jovem é torná-lo fiel às terapias. Ou pior —é investir no retardo
mental como diversidade identitária. E aqui não me refiro a
psicopatologias com disfunções cognitivas descritas em manuais, mas,
sim, refiro-me a modas de comportamento.
Que
todos sejam Gretas e salvem o mundo ainda de fraldas. A fraldas aqui
são essenciais, pois a infantilização é considerada sinal de inovação. O
fetiche com o novo sustenta esse surto de irresponsabilidade dos mais
velhos em relação aos mais jovens. Sob o manto da fé nos mais jovens,
garantimos a sua derrocada psíquica.
O
recente “conflito” entre millennials deprimidos e a geração Z, que se
tornou a bola da vez por causa da palavra “cringe” (algo como vergonha
alheia), é um produto dessa regressão cognitiva.
É
uma brincadeira das redes que, de repente, virou pauta de reflexão. O
único pensamento sério sobre isso só pode ser o que parte da seguinte
afirmação: temos uma geração de jovens idiotas discutindo com a próxima
geração de idiotas jovens sobre como chamar uns aos outros de idiotas.
Especialistas
logo dirão que adultos jovens que reclamam o direito de usar fraldas e
chupetas —de novo, coisa das redes sociais— estão apenas demandando
respeito a sua identidade. Freud teria algo a dizer sobre práticas que
envolvem órgãos sexuais e excretores e objetos a serem chupados na boca,
não? Ainda que as fraldas, aqui, não sejam literalmente usadas,
esperamos.
Como
resistir à imagem de uma menina de mais de 20 anos com uma chupeta na
boca? Puro erotismo, seria a hipótese mais honesta. Um canalha honesto
poderia se oferecer para cuidador do processo.
A
evidência da gourmetização aparece na comparação entre “age regression”
(regressão de idade, mas que, em inglês, parece mais sério) e formas de
meditação espiritual, de práticas de autoproteção para enfrentamento
dos desafios da vida ou simplesmente da criação “do meu espaço”?
Será que chegaremos ao dia em que consultores de ESG+ criarão cotas para pessoas irem trabalhar de fraldas e com chupetas na boca?
As
universidades criarão “safe spaces”, ou espaço seguros, para alunos
ficarem de fraldas e chupetas no campus ou mesmo assistindo a aulas
assim? Será criado todo um marketing para isso?
Isso
tudo é um grande surto de retardo mental recheado com glitter. Ou será
que algum especialista escreverá um livro dizendo que tudo não passa de
uma técnica empática de autoestima? Uma tese de doutorado, quem sabe?
Enfim, boa chupeta.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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