Lukas Paiva quer responder "solto", porém...
pode ter sua pretenção frustrada se o Ministério Público relatar à
Justiça as ameaças e perseguições a servidores e ex-servidores, como o
ex-tesoureiro Humberto Nascimento de Oliveira. Ele deu um depoimento
explosivo ao MP, dentro da Operação Xavier.
Exonerado por Lukas Paiva em janeiro de 2017, Humberto conta que a
razão foi sua recusa em participar dos esquemas com a contabilidade e
deu três exemplos. Num, Lukas exigiu que o contador incluísse seu pai,
Marcos Paiva, de forma retroativa, como optante do INSS, que ele não
recolhia.
Outro pedido foi para que Humberto lhe desse as senhas do ticket
alimentação dos assessores para pagar suas compras no Itão. No terceiro
exemplo, Paiva queria receber de Humberto o cheque salarial de seu
assessor Silmar. Humberto negou todos os pedidos e foi demitido.
Denúncia e ameaça
Este último caso corrobora a denúncia, do MP, de que existia na Câmara
de Ilhéus um esquema onde assessores ganhavam bem acima do salário
normal e a diferença era desviada para pagar pessoas de fora. A fraude é
facilitada pela cota de R$ 10 mil que cada vereador tem para
assessores.
Um desses assessores, Osman Antônio Oliveira, o Manzo, contratado no
gabinete do vereador Luis Carlos Escuta, é uma testemunha chave no
inquérito do MP. Manzo deu vários depoimentos aos promotores, detalhando
o modos operandi da quadrilha que atuava na Câmara.
Ele contou ainda que foi ameaçado pelos vereadores afastados Aldemir
Almeida (PP) e Lukas Paiva (PSB), e seus assessores, para que
dificultasse as investigações. Por causa destas ameaças, Manzo foi ao
promotor Frank Ferrari para relatar o que sabia.
Caso com 7 presos
Os investigadores do Ministério Público de Ilhéus, tendo à frente o
promotor Frank Ferrari, investigam o esquema de fraudes com licitações e
desvios cometidos por vereadores, servidores e empresários da Câmara
entre 2011 e 2018. Foram cumpridos 7 mandados de prisão preventiva.
Os mandados de prisão foram contra Aêdo Laranjeira de Santana, Cleomir
Primo de Santana, Paulo Leal, Leandro da Silva Santos; os vereadores
Lukas Paiva e Tarcísio Paixão. Também foi ordenada a prisão do
ex-vereador Valmir Freitas, que era secretário municipal na gestão de
Mário Alexandre.
Lukas Paiva, que ficou mais de 10 dias foragido, entrou com o pedido de
habeas corpus no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) nesta semana. Sua
defesa quer que ele aguarde a conclusão das investigações em liberdade.
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