Em entrevista a Thais Bilenky, edição de ontem da Folha de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso analisou longamente o plano da sucessão presidencial de outubro e concluiu que a disputa será entre PSDB e PT para ir ao segundo turno. FHC admitiu que Bolsonaro estará no palco do desfecho final das urnas. A semana que começa deve incluir novas pesquisas do Datafolha e do IBOPE porque já haverá uma base para pesquisa em seguida das apresentações dos candidatos no rádio e na televisão.
Para FHC, a luta mais uma vez se travará entre PSDB e PT, como aconteceu em vezes anteriores. Essa consideração, no fundo, representa a aceitação de que Jair Bolsonaro deverá ocupar uma das correntes no turno final. A respeito de tal tendência, FHC assinala que as pessoas encontram-se com medo do futuro, horrorizadas com a corrupção e com a violência nas ruas.
REPRESSÃO VIOLENTA – Eleitores e eleitoras estão considerando a necessidade de uma repressão violenta e para tal acompanham Bolsonaro como capaz de desenvolver ações de força. Para o ex-presidente da República, as condições que estão motivando o eleitorado partem da não solução da rede de fatos que está sufocando os anseios populares. Fernando Henrique Cardoso sustenta a tese de que é um erro concentrar ataques em Bolsonaro, porque é isso exatamente o que ele deseja e abastece sua campanha. Quanto mais o atacarem melhor será para ele.
FHC descartou o peso do MDB nesta sucessão presidencial. O MDB sempre fez o que está fazendo agora. Ou seja preparando-se para aderir àquele que for eleito. Para o MDB, o fato de possuir uma bancada bastante ampla na Câmara passa a ser mais importante do que disputar o voto com um candidato viável. Com isso Fernando Henrique Cardoso quis dizer que a candidatura Henrique Meirelles praticamente inexiste. Após afirmar que votará em Geraldo Alckmin, acrescentou que Bolsonaro expressa o medo da violência e a incerteza com a economia.
Eu disse no título que só Eurico Dutra e FHC venceram com maioria absoluta num só lance eleitoral. Em 1945 Eurico Dutra alcançou 52% dos votos. Na época não havia segundo turno. Em 1998 FHC ultrapassou a casa dos 53%.
NOVOS MANDATOS – Nas urnas de outubro os deputados Chico Alencar e Miro Teixeira vão disputar as eleições para senador no Rio de Janeiro. A vereadora Tereza Bergher, a mais votada pelo PSDB em 2016, será candidata a Câmara Federal.
Ela se destacou no combate ao absurdo aumento do IPTU estabelecido pelo prefeito Marcelo Crivella. Tem chance de reforçar os votos da legenda nas urnas de 7 de outubro.
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